Resumen de la Ponencia:

Mais do que consumir alimentos, comer tornou-se uma forma de manifestação social. Através dos hábitos culinários o sujeito consegue demonstrar sua identidade, além de construir e manter relações interpessoais. A pandemia serviu como impulso para a reconversão alimentar dos sujeitos, que buscaram alternativas para enfrentar o isolamento e proteger-se do risco de contaminação pela Covid-19. O distanciamento social gerou nos indivíduos do Brasil uma carência afetiva incomum. Como resultado desse desejo de estar junto às pessoas, muitos sujeitos retomaram costumes abandonados a tempos, como o ato de cozinhar e de comer em família. E esse avivamento de condutas outrora orientadoras do comportamento identitário e social dos sujeitos, contribuiu para a ressignificação da comensalidade. Para muitos, comer havia se tornado um ato biológico, realizado no frenesi cotidiano da modernidade, sendo algumas vezes até deixado de lado pela necessidade de cumprir as demandas sociais. Com a parada repentina e forçada do mundo, diante da pandemia da Covid-19, as pessoas se viram perdidas e carentes em virtude da falta de rotina e correria a qual estavam acostumados, sendo necessário encontrar novas formas de manter-se vivo e ativo na obrigação de ficar em casa. Diante deste fenômeno pandêmico, o ato de comer foi reconvertido e novas ações passaram a nortear a prática de consumir alimentos. O ato da comensalidade em família voltou a fazer parte da realidade de muitos que se viram aprisionados com os seus parentes e passaram a valorizar a circunstância de partilhar o alimento. O uso do serviço de entrega de comida também se tornou um aliado para quem desejara consumir pratos prontos, mas não queria arriscar-se a sair de casa, para evitar a contaminação pelo coronavírus. A prática do delivery também auxiliou os estabelecimentos comercias diante das ordens de isolamento social dadas pela OMS, e o serviço de entrega passou a ser relevante mantenedor das relações comerciais entre o empreendedor e os seus clientes, tendo o uso das tecnologias digitais como ferramenta para esta interação. Dentro do contexto de isolamento social, também foi possível identificar o surgimento de novos ‘chefs’ do isolamento. Algumas pessoas encontraram na prática de cozinhar uma forma de interagir com outros sujeitos que também estavam reclusos em seus lares e tinham as mídias digitais como parceiras e fontes de informação e contato com o mundo. Nessa nova realidade trazida pela pandemia para o Brasil, a comensalidade assumiu um novo significado. Seja na comensalidade vivida em família, no consumo de alimentos por entrega, no ato de cozinhar e trocar conhecimentos culinários; a forma como as pessoas enxergam a alimentação tem mudado. Um novo paradigma foi dado aos alimentos, e todas estas ações ressignificaram a prática de comer.

Resumen de la Ponencia:

Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde caracterizou a infecção por Sars-Cov-2 como uma pandemia. Em abril daquele mesmo ano, o primeiro caso de Covid-19 entre indígenas brasileiros ocorreu, infectando um jovem do povo Kokama, no interior do Amazonas. Em pouco tempo, a pandemia se alastrou rapidamente entre os povos indígenas. Considerando que o novo coronavírus trouxe uma preocupação a mais à extensa lista de lutas diárias dos indígenas no Brasil, buscamos compreender os impactos da pandemia nas dinâmicas alimentares dos povos indígenas no Ceará, com especial enfoque nas estratégias e mobilizações empreendidas por eles para mitigar situações de insegurança alimentar potencializadas pela pandemia. Para tanto, realizamos entrevistas, no ano de 2020, junto a lideranças indígenas dos povos Pitaguary, Anacé e Tapeba, cruzando os resultados com os dados da Federação dos Povos e Organizações Indígenas no Ceará (Fepoince), de modo a conferir um olhar ampliado sobre o tema. Como resultados, identificamos que a grave crise sanitária, social, alimentar e econômica configurada a partir da pandemia do novo coronavírus impactou sobremaneira os povos indígenas no Ceará. Em razão da necessidade de se observar o isolamento social, muitas práticas tradicionais de plantio de mandioca, milho, feijão, bem como a de pesca artesanal, realizadas de forma coletiva, tiveram que ser suspensas. A produção de alimentos e a comercialização, de porta em porta, desses produtos indígenas também sofreu impactos consideráveis, implicando em uma redução da disponibilidade de alimentos e de fontes de renda para os indígenas. Assim, observou-se uma maior dependência à doação de alimentos, que eram entregues às famílias indígenas em cestas básicas de produtos industrializados, caracterizando um padrão alimentar muitas vezes divergente ao dos indígenas. Em contrapartida, houve uma preocupação maior entre os povos Pitaguary, Tapeba e Anacé em relação ao consumo de alimentos mais saudáveis, para aumentar a imunidade, o que gerou um aumento nas trocas, entre as famílias indígenas, de alimentos cultivados nos quintais das casas e não nas roças coletivas, indicando ser essa uma estratégia interessante de manutenção da segurança e da soberania alimentar, mesmo em tempos de isolamento social. Se considerarmos que a alimentação é um sistema de relações em que se conectam elementos políticos, biológicos, econômicos, simbólicos, sociais e culturais, indicando que comer é bem mais do que suprir uma necessidade biológica, podemos concluir que os povos indígenas no Ceará, apesar da situação de vulnerabilidade potencializada pela pandemia, manejaram diferentes práticas, ações e estratégias para garantir sua segurança e soberania alimentar.

Resumen de la Ponencia:

La literatura ha señalado que las dinámicas familiares fueron alteradas producto de la pandemia por COVID-19. El ambiente alimentario en el hogar fue alterado por diversas variables que van desde lo económico hasta lo social y biológico, pudiendo alterar el cómo las familias se relacionan con la alimentación. En este contexto, el objetivo de este estudio fue explorar los cambios en la relación de las familias con la alimentación durante la pandemia por COVID-19. Realizamos 34 entrevistas semiestructuradas por teléfono a mujeres que vivían con su pareja y al menos un hijo/a, en el norte, centro y sur del país. Trabajamos con mujeres debido a que son ellas las porteras de la alimentación familiar, pudiendo representar la situación de las familias en torno a su relación con la alimentación. El guión de entrevista se construyó con base en el modelo de Relación de la Familia con la Alimentación para familias chilenas, el cual indica que esta relación está compuesta por 5 dimensiones: práctica u organizacional, emocional, social, identidad y salud. El análisis se realizó a través de una codificación de manera inductiva, para luego utilizar este modelo de Relación de la Familia con la Alimentación para organizar los códigos en torno a las dimensiones del mismo. Se pudieron observar cambios en la mayoría de las dimensiones de la relación de las familias chilenas con la alimentación. En la dimensión práctica, las familias indicaron recurrir a nuevas estrategias de compra de alimentos para poder hacer rendir su presupuesto, en algunos casos disminuido producto de la pandemia; además, describen como se organizaron para cumplir con tareas de alimentación y otras del hogar, y trabajo o estudio al mismo tiempo, todos juntos en el hogar. En la dimensión emocional, describen que la situación de la pandemia les produjo bastante estrés, lo que solventaban muchas veces, con comer alimentos o preparaciones que definían como “más ricas.” En la dimensión social, indicaron tener más comidas junto a los miembros de la familia nuclear; en algunos casos más comunicación en estos tiempos de alimentación. Sin embargo, describen casi nula interacción con su familia extendida o amigos debido a las restricciones sanitarias, por lo que eventos donde la alimentación era el componente central fueron limitados. La dimensión identidad y salud, no fueron descritas con cambios. Las dimensiones que sufrieron cambios producto de la pandemia podrían contribuir a entender las modificaciones de hábitos alimentarios en las familias y sus miembros durante la pandemia. Los resultados de este estudio pueden ayudar a orientar el trabajo con las familias en materia de promoción de una alimentación saludable mientras dure la pandemia y en el periodo postpandemia. Proyecto Fondecyt #11180370.

Resumen de la Ponencia:

La alimentación humana es un evento situado, es decir, requiere de un tiempo, un espacio y un grupo social particular para llevarse a cabo. La pandemia producida por la CoVid-19 nos confinó a los hogares durante gran parte del 2020, provocando enormes cambios en las tareas productivas y reproductivas de la vida cotidiana de las personas. Este trabajo surge en el marco del proyecto acreditado titulado “El consumo de alimentos y su asociación con la salud: estrategias para la promoción de una alimentación y hábitos saludables” (2018-2021), cuya población objetivo era la comunidad de la Universidad Nacional de Lanús. Debido a la irrupción de la pandemia y el cese de actividades presenciales, la metodología del mismo -que incluía técnicas etnográficas- se vio afectada y la población objetivo se redujo a los/as estudiantes, puesto que, como docentes de dicha institución, fue la única población con la que mantuvimos contacto virtual. En este marco, durante el 2021 se realizó y aplicó un cuestionario autoadministrado a partir del cual se indagó acerca de los registros sobre cambios y constantes ocurridos en las prácticas alimentarias familiares durante la fase más estricta del Aislamiento Social Preventivo y Obligatorio (ASPO): elección de alimentos y comidas; formas y tiempos dedicados a la compra u obtención de alimentos; formas y tiempos de preparación y cocción de los alimentos; organización de las comidas; distribución de las tareas en torno a la alimentación entre los integrantes del hogar; comensalidad -familiar, solitaria, etc.; mayor o menor uso de pantallas durante el evento alimentario, etc-; otras. Asimismo, se preguntó cuáles, de estos cambios, perduraron luego de este periodo, al tiempo que se retornaba al ritmo de vida pre-pandémico. Los resultados obtenidos dan cuenta de que, durante el estricto confinamiento, las familias modificaron sus prácticas alimentarias, principalmente, en cuanto a: a) la frecuencia y forma de abastecimiento (menor cantidad de salidas y mayor planificación); b) al tiempo dedicado a la cocina (a mayor tiempo disponible, mayor elección de comidas caseras y menor consumo de ultraprocesados); c) a la elección de las comidas (aumento del consumo de hidratos de carbono); d) y a la comensalidad familiar (aumento de las mesas compartidas por todos los miembros de la familia). Si bien la mayoría de estas nuevas prácticas parecen no haber perdurado con la vuelta de las actividades exo-hogareñas, en general se aduce que la alimentación no es exactamente la misma que la pre-pandémica puesto que, en la medida de lo posible, se intenta continuar con las preparaciones caseras y con los rituales de la mesa compartida.  

Resumen de la Ponencia:

Comer es una actividad indispensable para la vida que se vuelve un acto consciente en el momento en que se concibe como parte de un sistema alimentario. Desde este enfoque sistémico, la perspectiva multidimensional coloca a la sociedad y el planeta como parte de ese mundo interrelacionado que impide ver a la alimentación y la agricultura como procesos separados. Así, el comer desde una dimensión social, crea, produce y reproduce cultura, colocando a los “alimentos” como conectores del origen, los paisajes, los mercados y la salud de las personas; es decir, hablamos de diversidades, tanto en sus formas de producción, como de recolección, preparación y consumos.  A pesar de esa diversidad, en las últimas seis décadas hemos asistido a un acentuado predominio de un modelo de producción y consumo que aboca por la homogenización y el monocultivo, privilegiando un número reducido de productos comestibles que se instalan desde la industria agroalimentaria y, en muchos casos,  se apropian de preparaciones que son modificadas y alejadas de sus identidades o sustituyen los platos y dietas de ciertos grupos poblacionales, principalmente comunidades de escasos recursos. Hablamos del agronegocio, modelo que subyace a esta propuesta y el cual se sustenta en la modernización/mecanización de la agricultura, la revolución verde y la revolución biotecnológica (Benvegnú y Manrique, 2020) que visualizan una dinámica de mercado a gran escala, que dialoga poco con personas agricultoras y consumidorasEn este trabajo se pretende revisar como durante la pandemia se manifestaron diversas formas de resilencia y re-existencias de comunidades latinoamericanas inmersas en modelos alimentarios. Nos centramos en dos experiencias concretas la primera de ellas se trata del surgimiento de nuevos mercados alimentarios locales y solidarios en Costa Rica, que se consolidaron como alternativa ante la falta de acceso a alimentos saludables y agroecológicos, específicamente en la comunidad de Sámara, Nicoya-Guanacaste. La segunda experiencia se reconoce como “olla común”, experiencia de alimentación solidaria en un barrio céntrico de la ciudad de Santiago de Chile. Experiencias que nos ayudan a ilustrar las formas de respuesta diversa y alternativas que crean y re-crean los pueblos en materia de producción y el consumo de alimentos. Experiencias que manifiestan la importancia de promover la soberanía alimentaria, a partir de la biodiversidad local para favorecer sistemas alimentarios más sostenibles. Además de mostrar una serie de valores del alimento y de la alimentación, que sobrepasan los estándares de calidad convencional, porque llevan implícitos una representatividad que incluye la visibilidad de las personas y elementos del ambiente que forman parte de ese sistema alimentario (Zuñiga y Niederle, 2017).