Resumen de la Ponencia:
A dualidade do pensamento colonial europeu que nos legou a modernidade ocidental encontra-se no cerne das reflexões desenvolvidas nesta comunicação oral. Como pensar o discurso que (re)produz o espaço que se denominou latino americano sem considerar os atravessamentos racializantes que o constitui? Interessa, pois, revisitar conceitos de modernidade, colonialidade e raça, pensamento abissal e epistemicídio, desenvolvidos por Enrique Dussel, Anibal Quijano, Walter Mignolo e Boaventura de Sousa Santos para, em um segundo momento, situar os modos de produção discursiva que formulam uma região, um espaço, por meio do desenho de mapas, atlas ou representações de paisagens pitorescas produzidas durante os séculos XVI e XIX, que remetem a cenários
orientalistas e
amazonialistas, conformados por olhares de viajantes europeus que passaram pelo continente americano e, em especial, pelo Brasil e pela região da Amazônia. Trata-se de compreender como se produziu nesta memória coletiva um
racismo geográfico, estabelecido no ato mesmo de hierarquização das culturas em que se define o “outro” como polo oposto, caracterizado por saberes considerados inferiores e marcados pela ausência do que se compreendia como moral, como racionalidade e, consequentemente, como civilização.