Resumen de la Ponencia:
No que diz respeito à perspectiva decolonial, muito se discute sobre os edifícios intelectuais desenvolvidos e/ou aprimorados por essa lente de análise. No entanto, o que é recuperado quando se fala em “prática decolonial”? Tal indagação mostra-se pertinente, uma vez que a opção decolonial não corresponde somente a um ponto de vista analítico, mas, também, a uma forma de prática social. A crítica decolonial reconhece, portanto, que teoria e prática encontram-se, necessariamente, inter-relacionadas; distanciando-se do conceito moderno de teoria
versus prática. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é analisar a escola agrária
Rincón del Cerro como um exemplo de práxis decolonial, partindo da hipótese de que tal iniciativa configura-se como tal. Criado por José Mujica em 2015, após o líder político deixar o posto de presidente do Uruguai, o centro educativo recebe cerca de 60 alunos, é vinculado à Universidade do Trabalho do Uruguai (UTU) e oferece aulas tanto de disciplinas formativas gerais (matemática, inglês, espanhol e ciências sociais) quanto de tarefas agrárias (cultivo de vegetais e o cuidado de animais de pequeno porte). É pertinente destacar que a vida da comunidade de
Rincón del Cerro (bairro localizado na zona oeste de Montevidéu) tem raízes na sua relação com a terra. Isto é, a instituição encontra-se localizada no circuito de produção de verduras frescas que abastece o país uruguaio. Além disso, a área de
Rincón del Cerro abriga um contexto socioeducativo que expressa altos níveis de desigualdade em relação a outras áreas do município. Localizado numa zona com características rurais e semi-rurais, conclui-se que o centro educativo consiste numa iniciativa única no tocante às suas características, atuação, possibilidades e impacto.