Resumen de la Ponencia:
A lacuna na representação das mulheres nas pesquisas com seres humanos tem sido bem documentada na literatura (Heidari
et al., 2017). O viés androcêntrico de sexo e gênero, característico da ciência, afeta a criatividade e a excelência (Guterl, 2014; Tobin, 2017), comprometendo também os produtos do fazer científico (Schiebinger, 2014). Neste artigo, apresentamos uma discussão teórica sobre como as diferenças de sexo e gênero têm sido negligenciadas pelos pesquisadores, seja no desenho e desenvolvimento da pesquisa, seja no relato e na comunicação científica em geral. Para isso, inicialmente, tratamos dos efeitos adversos da sub-representação das mulheres na pesquisa. Na sequência, abordamos como governos, universidades, instituições de pesquisa, agências de fomento, cientistas, entre outros, têm o poder de moldar a pesquisa, incluindo, por exemplo, a exigência de um número suficiente de homens e mulheres (e de outras subpopulações) na investigação, ou o emprego de métodos de análise de sexo e gênero, quando cabíveis. Por fim, observamos que incluir mulheres e outras minorias como sujeitos de pesquisa é apenas um primeiro passo desse processo. Desse modo, ele não pode ser entendido como a mesma coisa que incluir a análise de sexo e gênero na investigação como um todo.