Resumen de la Ponencia:
As redes sociais estão cada vez mais presentes nas disputas político-eleitorais nos mais distintos países do planeta. Na América Latina, em um contexto de cruzamento de crises (econômica, sanitária e social), governantes tentam articular suas propostas a partir da intensificação da participação nas novas Tecnologias da Comunicação e Informação, visando mobilizar suas bases eleitorais e para angariar apoio de certos setores da sociedade. Com a difusão da internet, ao longo da virada do milênio, elementos inéditos na dinâmica política se fazem presentes nas disputas eleitorais via plataformas digitais. No Equador, estima-se que aproximadamente de 77% dos cidadãos usam as redes sociais. Segundo o levantamento da pesquisa,
Ecuador Estado Digital 2021, por volta de 14,3 milhões de pessoas possuem acesso à internet e, ao mesmo tempo, 14 milhões estão inseridas nas redes sociais, sendo o
Facebook a plataforma interativa mais acessada pelos equatorianos na internet, contando com mais de treze milhões de usuários (PRIMICIAS, 2021). Do ponto de vista eleitoral, praticamente todos os candidatos da última eleição presidencial tiveram penetração nas redes sociais, articulando suas campanhas em um cenário de severa crise social no país. De qualquer maneira, o engajamento nas redes sociais têm se tornado um fator relevante para a formulação de estratégias e táticas eleitorais de candidatos de diferentes espectros políticos. Não obstante, ao mesmo tempo em que há uma crescente massificação da internet, fomos contaminados por uma explosão de mensagens muitas vezes duvidosas a respeito de sua veracidade.
Fake news, ações de espionagem, o colonialismo de dados e disparos em massa são algumas características das ações políticas em curso nas redes que tem se intensificado nas campanhas eleitorais em todo o continente, mesclando elementos de
lawfare e a formulação de guerras híbridas para as disputas geopolíticas (KORYBKO, 2018). A pesquisa apontou para o protagonismo da atuação no Facebook dos candidatos que ficaram nas primeiras colocações na disputa eleitoral. Além da grande quantidade do número de seguidores e curtidas do candidato eleito, Guilhermo Lasso, foi possível observar como a página do atual presidente iniciou a campanha já com um grande número de seguidores. A evolução foi mais acentuada na campanha de Andrés Arauz que, durante o primeiro turno, passou de cerca de 94 mil seguidores para mais de 176 mil no final da campanha. Yaku Pérez, terceiro candidato na votação do primeiro turno, fazendo 19.39 % dos votos válidos, também chamou a atenção pelo forte engajamento de sua página no Facebook. De qualquer maneira, vale registar o notório crescimento do candidato Xavier Hervas Mora (ID), onde praticamente toda sua campanha foi mobilizada via redes sociais.Por fim, a pesquisa apontará para alguns paradigmas da atuação das redes sociais nas eleições latino-americanas durante os últimos anos.