Resumen de la Ponencia:
A colonização europeia não se restringe a um período de tempo que, remontando ao século XVI, teria terminado no século XX. Excluindo formas neocoloniais de colonização, persistem, com efeito, na atualidade, formas de colonização em diferentes territórios, através do domínio direto do poder político e do poder económico, exercidos por potências europeias como os Países Baixos, a Grã-Bretanha ou a França. Neste sentido, pretendemos, com a presente comunicação, debruçar-nos sobre o colonialismo político e económico de territórios que continuam, nos dias de hoje, sob a dependência direta da metrópole, no seguimento de uma lógica de submissão em que o capital financeiro impõe uma subordinação que traz consigo a perda do poder político dos povos submetidos. Não pretendemos, deste modo, debruçar-nos sobre o neocolonialismo moderno, ou seja, sobre uma política imperialista que pretende salvar o colonialismo da sua liquidação – e que nasceu após a independência das colónias que antes haviam estado sob o domínio político europeu, e que hoje se encontram sob o domínio económico das antigas metrópoles ou de outras potências mundiais. Procuraremos atentar, sobretudo, nos territórios em continente americano, sob domínio francês, que ora fazem parte da União Europeia (Regiões Ultraperiféricas europeias - RUP), ora têm um estatuto especial no seu seio (Países e Territórios Ultramarinos - PTU). Relativamente aos PTU, excluiremos, desta forma, os PTOM dinamarqueses (Gronelândia) e dos Países Baixos (Aruba, Bonaire, Curazao, Saba, Saint-Eustache e Saint Martin), para nos centrarmos nos PTU franceses (Nova Caledónia e dependências, Polinésia Francesa, Saint-Pierre-et-Miquelon, Terras australes e antárticas francesas, Wallis-et-Futuna e Saint-Barthélemy). Quanto aos RUP, centrar-nos-emos no último território colonial europeu, no continente americano - a Guiana Francesa -, nas ilhas caribenhas Martinica e Guadalupe, e nas ilhas do Oceano Índico Mayotte e Reunião. Pretendemos, em suma, levantar o véu sobre o tema pouco debatido e que a ideologia dominante apresenta como estando ultrapassado, mormente no seio das velhas metrópoles europeias: o da perduração da colonização imperialista por parte de países europeus, em diferentes regiões do globo, em pleno século XXI.