Resumen de la Ponencia:
A extensão universitária em sua dinâmica intrínseca é integrante do tripé da universidade, juntamente com o ensino e a pesquisa, tendo por objetivo retroalimentar a dinâmica universitária, no aprofundamento das questões vivenciadas pela sociedade, que em sua vida e cotidiano também produzem conhecimento. A junção dos saberes, tem proporcionado, no campo da saúde e da educação, no município de Maricá, no estado do Rio de Janeiro, Brasil, a possibilidade da interação das/os indígenas de etnia guarani, junto às alunas estagiárias extensionistas no Centro de Atendimento em Serviço Social (CASS), na Universidade de Vassouras, no Núcleo de Atividade Extensionista (NAE) Mulher, que atenderá mulheres negras e indígenas, na mesma cidade, bem como junto aos profissionais do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF) que prestam apoio à equipe de saúde da Estratégia de Saúde da Família (ESF). Dentre as diversas etnias existentes no Brasil, a guarani, apresenta suas especificidades e riquezas no que diz respeito à forma de ler o mundo, bem como decodificá-lo, expressando-se a partir de sua história, sendo a palavra, o silêncio, a relação com a terra, alguns dos elementos que traçam um modo particular de viver e de expressar-se. A relação da tribo guarani, residente nas aldeias Mata Verde Bonita (
Tekoa Ka'aguy Ovy Porã) e Céu Azul (
Tekoa Ara Hovy), com as alunas do curso de Serviço Social e os profissionais de saúde, tem proporcionado não somente a troca de conhecimentos, mas a qualificação profissional e a construção de formas coletiva e interativas, de ações que visem a garantia dos direitos e o apoio à mobilizações sociais realizadas junto à rede de prestação de serviços da cidade de Maricá, RJ- Brasil. Diante do contexto de opressões inerentes à sociedade capitalista e das inúmeras violências vivenciadas pelos povos originários ao longo da história brasileira, a continuidade dessas opressões impõem aos indígenas a articulação e o fortalecimento de parcerias que apoiem os processos de mobilizações, a partir de suas demandas, bem faz-se necessário também o aprofundamento sobre sua cultura e particularidades, bem como o respeito e a defesa. A escuta atenta e constante tem fortalecido vínculos de confiança e criação alternativa de propostas interventivas, sendo a educação e a saúde, campos férteis de construção nesse sentido, além de proporcionar aos profissionais e alunas que atuam diretamente com as/os indígenas uma formação e qualificação críticas constantes. A reconstrução da atuação profissional, dá-se constantemente na medida em que os saberes formais são atravessados por processos de produção de conhecimento e mundo. Numa cultura contrária à lógica de produção capitalista, a cultura guarani tem nos ensinado formas de viver e de agir.