Resumen de la Ponencia:
O presente estudo está inserido na linha dos trabalhos que buscam identificar os diferentes fatores que impactam no desempenho escolar, mais precisamente na proficiência do Exame Nacional do Ensino Médio/ ENEM. Parte-se do pressuposto que os fatores que influenciam o resultado são variados e complexos, contemplando perspectivas de diferentes níveis, permeando questões individuais, familiares, socioeconômicas, perspectiva de futuro, trabalho, raça/cor, insumos escolares e outras, seja em tempos de pandemia ou não. A pesquisa se concentrou nos dados da edição 2015 do ENEM, que teve 7.746.427 inscritos em âmbito nacional, e nos participantes de Santa Catarina (162.874). Foram realizados filtros: inscritos em Santa Catarina, com percurso escolar construído em escolas públicas, com pontuações calculadas para todas as disciplinas, e que tivessem concluído o Ensino Médio sem nunca estarem em situação de fracasso escolar (repetência, distorção idade-série e evasão escolar), totalizando uma amostra de 7.870 participantes. A partir das questões do questionário ENEM, divididas em blocos (perfil, escola, família e trabalho), foram processadas as medidas estatísticas para explicar o peso das variáveis independentes (escola, família, trabalho, escolaridade dos responsáveis, renda familiar) sobre o desempenho (variável dependente) no exame do ENEM. Os resultados apontaram, em primeiro plano, o peso (negativo) da variável trabalho (ter trabalhado ou estar trabalhando) no desempenho do ENEM, assim como sexo, renda e raça/cor; fatores positivos ao desempenho que tiveram destaque foram possuir computador e acesso à internet; condições familiares, como escolaridade e ocupação dos pais tiveram pouca expressão, apesar de serem positivos. Do ponto de vista teórico e conceitual, foram resgatadas a história da Educação e as questões que analisam o fracasso escolar nas instâncias da Educação Básica, concentrando-se principalmente em conceitos de Pierre Bourdieu.