Este trabajo tiene como objetivo presentar los resultados de una investigación histórica y bibliográfica sobre los orígenes del movimiento anarco-feminista que se gestó a ambas márgenes del Río de la Plata hacia finales del siglo XIX y comienzos del siglo XX. Pensamiento asentado en bases críticas y emancipadoras contenidas en el principal medio de difusión de este movimiento: el periódico “La Voz de la Mujer”, que, bajo la consigna: “ni dios, ni patrón, ni marido”, supo incentivar las transformaciones sociales que se consolidaron en las primeras décadas del siglo XX. Hacia finales del siglo XIX, la creciente industrialización de las ciudades sudamericanas aumentaba la demanda por trabajadores cualificados en los diferentes oficios. Tanto Uruguay, a través de la Comisión Central de Inmigración creada en 1865, como Argentina, que promulga en 1876 la Ley de Inmigración y Colonización, atrajeron contingentes de inmigrantes de países europeos. Empero, los nuevos trabajadores supieron traer consigo no sólo sus habilidades y oficios, sino también su experiencia en organizaciones sindicales y sus ideológicas aspiraciones de justicia social. Fue así que a partir de 1860 y 1870 comenzaron a organizarse grupos proletarios, movilizaciones y publicaciones anarquistas fundadas por refugiados y activistas políticos. La mujer de aquel entonces se veía afectada por una doble condición de explotación, soportando las condiciones precarias de trabajo como obrera asalariada y subyugada bajo el peso del trabajo doméstico, ya que sus horas de trabajo no terminaban, al igual que las del hombre, con la vuelta al hogar, sino que se extendían en extenuantes jornadas que le privaban del descanso, de estudiar, de acceder a una mejor formación y de participar de la vida social, cultural y política. A todo esto, se sumaba el hecho de que la mujer competía en el mercado de trabajo en condiciones de desigualdad, asumiendo una brecha salarial respecto al hombre que la desfavorecía, padeciendo falta de licencias y carencia de condiciones adecuadas para ejercer la maternidad. Sin embargo, los hombres anarquistas no estuvieron preocupados por estimular la participación de las mujeres en las luchas sociales. El peso de las responsabilidades domésticas azotaba los cuerpos femeninos doblegados ante el trabajo duro, dentro y fuera del hogar, víctimas, en no pocas ocasiones, del machismo y la opresión de sus propios cónyuges. Virginia Bolten, una legendaria activista, junto con Teresa Marchisio y María Calvia, emprendieron en 1896, en la ciudad de Buenos Aires, la iniciativa de redactar, publicar y distribuir el periódico “La Voz de la Mujer”, que se definía a sí mismo como un periódico comunista-anárquico y exhortaba a las mujeres a liberarse de todas sus fuentes de opresión. Iniciando discusiones que, décadas adelante, sentarían las bases de los debates contemporáneos entorno a la filosofía de género.
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Uma Análise Histórica sobre a Trajetória dos Direitos das Mulheres no Brasil
Gabriella Mendes1
1 - UFRJ - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO.
O presente estudo tem como objetivo traçar uma reflexão sobre a questão da conquista da cidadania pelas mulheres no Brasil, não passando pelo século XX, analisando se foi capaz de garantir maior participação social e maior igualdade. Como objetivos específicos, foram abordadas questões relativas à cidadania, movimento feminista, direitos políticos e participação política das mulheres. A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste estudo é uma revisão bibliográfica. Esta revisão bibliográfica se dá por meio de artigos científicos e publicações. A pesquisa é do tipo exploratório-descritiva, caracterizada como qualitativa. Em uma análise da trajetória sobre o progresso social das mulheres no Brasil, não passando pelo século XX, foi possível concluir que o resultado foi positivo. Ainda assim, passados pouco mais de setenta anos da conquista do direito ao voto, constata-se que uma mulher brasileira ainda não exerce plenamente seus direitos como cidade. Os problemas, designados femininos, ainda não são referidos como preposições nas agendas políticas atuais.Palavras-Chave: Direito das Mulheres; Igualdade; Movimento Feminista.
Introducción:
Os direitos das mulheres são os direitos reivindicados para mulheres em todo o Mundo, e que formaram a base do movimento pelos direitos das mulheres no século XIX e do movimento feminista durante o século XX. Em alguns países, esses direitos são institucionalizados ou apoiados por lei, costumes e comportamentos locais, enquanto em outros são ignorados e suprimidos. Eles diferem das noções mais amplas de direitos humanos por meio de reivindicações de um viés histórico e tradicional inerente ao exercício dos direitos de mulheres, em favor de homens.
Questões comumente associadas às noções de direitos das mulheres incluem o direito à integridade e autonomia corporais; estar livre de violência sexual; votar; ocupar cargos públicos; celebrar contratos legais; ter direitos iguais no direito da família; trabalhar; salários justos ou remuneração igual; ter direitos reprodutivos; possuir propriedade; e educação.
Os papéis sociais das mulheres no Brasil foram fortemente impactados pelas tradições patriarcais da cultura ibérica, que mantém as mulheres subordinadas aos homens nas relações familiares e comunitárias. A Península Ibérica, composta por Espanha, Portugal e Andorra, tem sido tradicionalmente a fronteira cultural e militar entre o cristianismo e o islamismo, desenvolvendo uma forte tradição de conquista militar e domínio masculino (Alida METCALF, 1990, p. 277-298).
As tradições patriarcais foram prontamente transferidas da Península Ibérica para a América Latina através do “sistema de encomenda”, que fomentava a dependência econômica entre mulheres e povos indígenas no Brasil. Como a maior nação católica romana do mundo, a religião também teve um impacto significativo na percepção das mulheres no Brasil, embora no século passado o Governo brasileiro tenha rompido cada vez mais com a Igreja Católica em relação a questões relacionadas aos direitos reprodutivos (Allen PIKERMAN, 2002, p. 100-101).
Pensa-se que o Brasil possua o movimento de mulheres mais organizado e eficaz da América Latina, com ganhos visíveis ao longo do século passado para promover e proteger os direitos legais e políticos das mulheres. Todavia, apesar dos ganhos obtidos nos direitos das mulheres no século passado, as mulheres no Brasil ainda enfrentam desigualdade de gênero significativa, o que é mais pronunciado nas áreas rurais do Nordeste (CAIPORA ORGANIZATION, 2002, p. 13).
Em 2010, a Organização das Nações Unidas (ONU) classificou o Brasil em 73º das 169 nações com base no Índice de Desigualdade de Gênero (IDG), que mede as desvantagens das mulheres nas áreas de direitos reprodutivos, empoderamento e participação da força de trabalho (INTERNATIONAL HUMAN DEVELOPMENT INDICATORS, 2011, p. 02).
Frente a isto, compete dizer que, tendo como fundamento os estudos e análises direcionadas para a questão de gênero, torna-se admissível averiguar que, por todo o Planeta, a progressiva inclusão da mulher no mercado de trabalho não fundamentalmente constituiu a libertação das mulheres de toda responsabilidade dos afazeres domésticos, bem como do cuidado dos filhos e do lar, mesmo que, assim como os homens, elas encaram um dia completo de trabalho, de cobranças no ambiente de trabalho, dentre demais problemas cotidianos. Pelo oposto, teve-se uma sobrecarga de trabalho na vida da mulher (Lúcia AVELAR, 2001, p. 40-42).
Referente ao preenchimento de cargos de direção, estudos mostram que, tanto nas empresas públicas quanto nas empresas particulares, pessoas do sexo masculino ainda são boa parte na ocupação de cargos de direção, e que não é incomum acontecer de receberem melhores salários pelo cumprimento de colocações análogas ou inferiores aquelas exercidas por mulheres, dentro da mesma organização (Clara ARAÚJO, 1999, p. 50-54).
Todavia, observa-se que nem todas as dificuldades, bem como os preconceitos aturados pelas mulheres, procedem de ações cometidas por homens. Mesmo entre o público feminino, tendo-se uma profissão, independência financeira etc., certos costumes, valores e visões de mundo, que propõem a cada um dos sexos colocações e espaços sociais caracterizados, conservam-se tão vivos, tão arraigados, tão comuns, que acabam por conceber um hiato entre o que é devidamente assegurado pelas leis e as ações do cotidiano (AVELAR, 2001, p. 40-42).
No Brasil, ainda que a Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB/1988) assegure, de forma indistinta, a equidade de todos os cidadãos, o que se observa são mulheres e homens desfrutando de forma desigual dos direitos e obrigações de cidadania (ARAÚJO, 1999, p. 50-54).
Portanto, este presente estudo teve por objetivo trazer uma reflexão acerca da questão da conquista da cidadania pelas mulheres no Brasil, no transcorrer do século XX, analisando se essa foi capaz de assegurar maior participação social e maior igualdade. Como objetivos específicos, foram abordados assuntos concernentes a cidadania, movimento feminista, direitos políticos e participação política das mulheres.
Desarrollo:
A metodologia utilizada para o desenvolvimento do presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica. Esta revisão bibliográfica se deu por meio de artigos científicos e publicações. Todo o material foi obtido por meio de sites de busca e bibliotecas virtuais, tais como Google Acadêmico e Scientific Electronic Library Online (SciELO).
Como critérios de seleção, optou-se por selecionar obras publicadas entre os anos de 1990 e 2020. Após a fase de levantamento bibliográfico, foi realizada uma triagem de todo o material que aborda em específico o assunto em estudo. Os descritores utilizados na busca foram: Direito das Mulheres; Igualdade; Movimento Feminista. A pesquisa é do tipo exploratória-descritiva, caracterizando-se como qualitativa.
A abordagem usada nesta pesquisa foi a qualitativa, em que existiu a coleta de informações para posteriormente serem expostas e analisadas, além da observação de documentos, com a preocupação de colher e atentar para uma maior quantidade de elementos, objetivando assim um entendimento maior e mais profundo do problema trabalhado.
Para se alcançar o objetivo proposto no presente estudo, obteve-se na filtragem vinte artigos de um total de 105 encontrados na busca. Estes vinte artigos filtrados apresentam no resumo os descritores indicados. Em seguida, foram selecionados oito artigos do total dos vinte artigos filtrados. Estes oito artigos aproveitados apresentam resultados mais próximos ao objetivo proposto no presente estudo. Estes oito artigos aproveitados apresentam resultados mais próximos ao objetivo proposto no presente estudo. Para tanto, os artigos selecionados tiveram o cruzamento dos descritores no Quadro 1 abaixo.
Quadro 01 - Cruzamento dos descritores
Fonte: Próprio Autor (2020)
Sendo assim, com os artigos devidamente selecionados por meio de critérios de seleção, procurou-se realizar uma discussão trazendo os principais conceitos e ideias dos autores referentes ao tema e objetivos propostos no presente estudo, que é apresentado a seguir.
A definição de feminismo pode ser compreendo como a prática de aspecto político das mulheres, conglomerando teoria, prática e ética. Pode-se reconhecer as mulheres, historicamente, como indivíduos da modificação de sua própria condição social. O feminismo indica que as mulheres modifiquem a si próprias e ao mundo, manifestando-se em ações coletivas singulares e existenciais, tanto na arte, quanto na teoria e na política (Ana ALVES; Ana ALVES, 2013, p. 12-15).
Os estudos iniciais acerca das mulheres precederam a renovação universitária e devem contribuo aos movimentos feministas que, na busca de recuperação de uma memória coletiva, assentaram as mulheres no palco da história. O intenso impacto dos movimentos de mulheres e feministas sugeriu a valorização dos pontos concernentes às mulheres, por via da sua falda reivindicativa, e provocou uma conveniente discussão teórica e epistemológica no cerne das ciências sociais e humanas, pela crítica aos padrões do universal, do progresso, da neutralidade e da natureza humana, dentre outros (Teresa PINTO; Teresa ALVAREZ, 2014, p. 05-08).
Para tanto, Alves e Alves (2013, p. 01) exibem a trajetória do movimento feminista enxergado como um movimento social, destacando suas maneiras de organização, lutas e desafios, com evidência para a sua origem no mundo e no Brasil, procurando situar tal movimento como expressão do protagonismo social das mulheres, inicialmente das conquistas legais no transcorrer das décadas
No transcorrer da história ocidental, sempre se teve mulheres que insurgiram contra sua condição, que batalharam por liberdade e, por diversas vezes, pagaram com suas próprias vidas. A Inquisição da Igreja Católica se mostrou inexorável com qualquer mulher que reptasse os princípios por ela fixados como dogmas ululantes. Contudo, a denominada “primeira onda do feminismo” ocorrer inicialmente das últimas décadas do século XIX, quando as mulheres, inicialmente na Inglaterra, organizaram-se para batalhar por seus direitos, sendo que o primeiro deles que se difundiu foi o direito ao voto. Elas ocasionaram amplas manifestações em Londres, foram presas por diversas vezes, além de greves de fome (Maria FONSECA-SILVA, 2012, p. 08-09).
Neste contexto, observa-se que a história vem mostrando que os corpos vêm sendo modelados. Frente a isto, é possível considerar, por exemplo, a maneira como dessemelhantes variáveis – educação, moda, atividade física, hábitos alimentares, contextos urbano ou rural, profissional ou de classe, dentre outras – difundem na constituição física – mais conexa e robusta, mais delgada e delicada, mais alta ou mais baixa, de maneiras mais ou menos acentuadas etc. –, assim como nas atitudes e nas atuações, resultando no ajustamento físico dos corpos a parâmetros definidos (PINTO; ALVAREZ, 2014, p. 01-03).
A sexualização dos desportos, que não se configura da mesma forma no transcorrer da história, trata-se de um exemplo evidente de como as representações predominantes de feminidade (e de masculinidade) preceituam normativos físicos. Evidencia-se que a modernidade, com o desenvolvimento do campo da Biologia, b como da Medicina no século XVIII, modificou a representação da diferença sexual – de um modelo unisexo hierarquizado para um modelo moderno de dois sexos –, portanto, de uma concepção monista, de um género com duas modalidades dessemelhantes, para uma concepção dualista, de dois sexos, o masculino e o feminino, cada um deles com uma intensa identidade física e moral (PINTO; ALVAREZ, 2014, p. 01-03).
Neste contexto de modernidade, Pinto (2010, p. 01) busca em sua obra realizar uma reconstrução, em termos muito gerais, da história do feminismo, pondo o movimento dentro do procedimento maior da modernidade, trabalhando também com uma questão teórica sobre a relação entre a mulher e o poder, visando assim debater o problema tanto tomando as suas especificidades como a maneira como ele interatua no enredamento da luta pelo poder e, principalmente, da luta política (PINTO, 2010, p. 02-04).
Abordando a relação entre mulher e política no período entre os anos de 1960 e 1970, designadamente acerca dos aspectos da militância feminina em instituições clandestinas contra o Regime Militar, pode-se dizer que as transformações sociais acontecidas na sociedade brasileira, notadamente inicialmente da década de 1960, acabou por criar condições mais universais para a plena constituição da mulher como sujeito político na batalha por uma modificação das relações sociais e políticas (FONSECA-SILVA, 2012, p, 02-04).
Neste contexto, o sexo, que até então era refletido especialmente em termos de identidade ontológica e cultural, adveio a ser visto e analisado de maneira primordial em aspectos físicos. Assim, as pessoas são sexualizadas, notadamente as mulheres que se tornam o seu próprio sexo, e esse torna-se o embasamento da identidade (PINTO; ALVAREZ, 2014, p. 03-05).
Em seguida ao golpe militar do ano de 1964, começou-se um tempo de silêncio coagido dos movimentos de massa. Desde então, as lutas estudantis se energizaram em resistência tanto ao projeto de reforma educativa alvitrada pela ditadura quanto à repressão policial-militar e atos institucionais. Em decorrência, o confronto deixava campo das ideias e ia para as ruas, com a luta armada, e para os porões, local em que ocorria a prática de tortura (FONSECA-SILVA, 2012, p. 02-04).
Isso constitui que, com a ideologia da segurança nacional atribuída pelo regime militar, era impraticável conjugar a ideia de libertação disseminada por qualquer segmento intelectual, artístico, estudantil ou trabalhador. Ressalta-se que, na década de 1970, as mulheres militantes satisfaziam cerca de 16% dos quadros das instituições de esquerda, e a 18,3% da totalidade de militantes armados (FONSECA-SILVA, 2012, p. 05-06).
Nota-se que a anteposição pela história do género incluiu-se em uma convergência mais genérica, desenvolvida inicialmente do começo da década de 1980, entretanto, proeminente no transcorrer da década consequente, de renomeação dos estudos acerca das mulheres em estudos de gênero. Os principais motivos de tal alteração foram o fato da segunda terminologia se conceber, por um lado, mais abarcante, o que admitia abranger demais problemáticas, como a das masculinidades e a das orientações sexuais, por outro lado, um domínio mais científico e teorizável e, finalmente, assinalada da filiação feminista e política (PINTO; ALVAREZ, 2014, p. 06-07).
Nisto, ajuizou-se, igualmente, que a focalização nas relações sociais de gênero, como problemática fundamental do processo histórico, inverteria o caráter da comunidade acadêmica, que se despontara pouco compassiva aos resultados e colaborações da história das mulheres, diferentemente do que acontecera com demais campos relativamente novos da historiografia (PINTO; ALVAREZ, 2014, p. 04-05).
Inicialmente da década de 1980 a inclusão da mulher na política brasileira ampliou. Maria Luiza Fontenele, na cidade de Fortaleza, adveio a se a primeira prefeita de uma capital no Brasil, no ano de 1986, e Iolanda Fleming, do Acre, adveio a ser a primeira governadora, naquele mesmo ano. Luiza Erundina, em São Paulo, foi a primeira prefeita da maior cidade brasileira, no ano de 1989; e Júnia Marise Azeredo Coutinho, em Minas Gerais, e Marluce Pinto, em Roraima, foram as primeiras senadoras selecionadas por voto direto, no ano de 1990 (FONSECA-SILVA, 2012, p. 05-06).
Neste contexto, pode-se discutir que a participação das mulheres no panorama político abre a probabilidade de controverter as representações sociais sobre as funções sociais, pondo em xeque a superioridade masculina no cerne do próprio movimento. Os movimentos feministas alcançaram diversos progressos, especialmente no que se alude à inclusão da mulher no mercado de trabalho, bem como a promoção à cultura de uma forma geral. Entretanto, as modificações sociais conglomeram diversas extensões da vida social, o que acaba fazendo com que tais modificações tão ambicionadas aconteçam de maneira gradual. É então uma luta pela liberdade, para além da equiparação de direitos, e pela deferência à alteridade (ALVES; ALVES, 2013, p. 02-04).
Corroborando o exposto acima, Cristiane Andrade (2018, p. 01) buscou em sua obra debater o panorama político e social internacional que, por um lado, exibe as contradições de ser trabalhadora e, por outro, os progressos para a igualdade no trabalho, com direitos concernentes à conservação no mercado de trabalho e igualmente ao cuidado familiar. A autora aponta assinala as reivindicações do movimento feminista para a inclusão das mulheres na Organização Internacional do Trabalho (OIT), bem como na atuação dos sindicatos.
Observa-se que o século XXI aparece, de tal modo, com eventos assinalados pela memória e contemporaneidade da função política da mulher no jogo de relações de forças no procedimento de transformação social, referente à superação das dessemelhanças de gênero, bem como das relações com as dessemelhantes esferas de poder (FONSECA-SILVA, 2012, p. 03-04).
Frente a este contexto de função, Coelho e Baptista (2009) exibem uma revisão histórica da função feminina na sociedade brasileira, que adjudica às mulheres uma atuação predominadora no espaço particular, o que pode elucidar a pequena compleição das mulheres, como protagonistas, no cenário político. Todavia, apesar de inclusas e intensamente atuantes na política partidária, assim como nas dessemelhantes conjunturas políticas vividas pelo país – movimento operário, luta pelo sufrágio feminino e contra a ditadura – raramente as mulheres conseguem desempenhar um cargo político eletivo ou por nomeação. Essa atividade continua conexa com a função masculino, em uma dicotomia público/privada própria da modernidade. A reflexão proposta destas autoras recomenda que uma maior inclusão feminina no panorama político do país conjectura transformações referente à expectativa social de gênero e, do mesmo modo, questionamentos referentes ao padrão contemporâneo (COELHO; BAPTISTA, 2009, p. 02-04).
Portanto, as contracondutas que ocorrem no cerne de cada racionalidade política recomendam que, juntamente ao desenvolvimento de meios de objetivação que modificavam e transformam mulheres (e homens) em sujeitos/objetos flexíveis e úteis, desenvolveram-se meios de subjetivação através dos quais acontece a plena constituição e modificação da mulher como sujeito político, possuidora de identidade própria, permitindo, dentre demais fatos, o acontecimento de 31 de outubro de 2010, onde Dilma Rousseff foi escolhida a primeira presidente do Brasil (FONSECA-SILVA, 2012, p. 02-04).
Reforçando o exposto acima, Fonseca-Silva (2012, p. 01) mostra em sua obra o interesse das mulheres pela vida pública e a batalha pela representação política, que se mostra como um processo complexo e vem sendo objeto de estudo de estudiosos de vários campos do conhecimento, aceito o caráter multifacetado do objeto. A autora fala que Michel Foucault (1926-1984) alega que as sociedades criaram meios de objetivação que demudam as pessoas em sujeitos (objetos) dóceis e úteis, e meios de subjetivação que decompõem as pessoas em sujeitos conectados a identidades que lhes são adjudicadas como próprias.
No momento em que se busca compreender a função da mulher em meio a sociedade, precisa-se direcionar o olhar para os primórdios da existência da sociedade, oferecendo destaque à concepção do sujeito, seus grupos e classes sociais. Desde o tempo da colonização do Brasil, a função da mulher brasileira decorre por funções às vezes esdrúxulas, ora mortificantes e até mesmo inumanas. Elas foram admiradas, receadas como representantes de Satã, e foram diminuídas a meros objetos de domínio e submissão por auferirem um conceito de “não-função”, tendo sua verdadeira influência no progresso do ser humano, marginalizada e até mesmo extinta (GLAUCE SILVA et al., 2005, p. 02-04).
Até o século XVII, apenas se reconhecia um padrão de sexo, o masculino. A mulher era idealizada como um homem oposto e inferior, portanto, compreendida como um sujeito menos desenvolvido na escala da culminância metafísica. No século XIX, a mulher adveio a ser homem invertido ao inverso do homem, ou sua maneira integrante (SILVA et al., 2005, p. 02-04).
Mesmo no Brasil recente, existiam diferenças entre homem e mulher, relacionando sua submissão a sua estrutura física e biológica. Se a diferença entre gêneros era direcionada para a relação anatômico-fisiológica, o sexo político-ideológico gere a oposição e a descontinuidade sexual do corpo, oferecendo estrutura, justificativa, e até atribuindo diferenças morais às condutas masculinas e femininas, ficando em conformidade com a exigência de uma sociedade burguesa, capitalista, colonial, individualista e imperialista existente, igualmente, nos países da Europa (SILVA et al., 2005, p. 02-04).
As colaborações da produção historiográfica em estudos acerca das mulheres e do género arduamente têm integrado a educação de História, como evidenciam as contradições entre a História-conhecimento que a ciência ressalta, a História- conhecimento que o currículo pronuncia e que os programas de História escolhem e a História ensinada/aprendida que as práticas pedagógicas de dessemelhantes gerações de docentes implantam e que os manuais escolares amparam (PINTO; ALVAREZ, 2014, p. 01-03).
De tal maneira, o movimento feminista, bem com os demais movimentos sociais, alonga a obtemperar de forma afirmativa à parte secundária da questão e a serem muito evasivos acerca da primeira, com a argumentação de que mulheres que não se reconhecem como indivíduos políticos não batalham pelas causas das mulheres de modo geral (PINTO, 2010, p. 01-03).
Silva et al. (2005, p. 01) ressaltam em um estudo de amostragem que, para compreender o lugar da mulher dentro da sociedade, tanto na antiguidade quanto hoje, precisa-se percorrer e conhecer a história da mulher, compreendendo a formação de sua identidade, de seus grupos sociais, e, especialmente, seu posicionamento na conjuntura familiar. Uma das maneiras de se compreender o lugar da mulher dentro da sociedade, é conhecendo a relação afetiva que essa constitui com seus pares (companheiro, filho(s) e familiares). Portanto, analisar e entender a construção de sua sexualidade no transcorrer da história e o que transcorre no seu imaginário referente ao companheiro selecionado, traz um entendimento de sua realidade coeva e do progresso que ela vivenciou até então.
Mesmo que a alegação seja correta, pode-se partir de um outro ponto de vista e asseverar que a mera compleição de mulheres como vencedoras, sejam elas feministas ou não, em um panorama amadurado de afluxo eleitoral, se mostra bastante revelador da disposição preenchida pela mulher no envolvente público da sociedade. Em certas localidades em que o movimento feminista conteve um contexto histórico extenso com ampla visibilidade e com conquistas significativas na área dos direitos das mulheres, tem uma quantidade significativa de mulheres no pleito eleitoral, bem como nos cargos do Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário (PINTO, 2010, p. 02-03).
Pinto e Alvarez (2014, p. 01) buscaram demonstrar as colaborações da história das mulheres, bem como da história do género, para que houvesse a renovação da ciência histórica e problematizar as suas reverberações na história instruída e na história comunicada de modo geral
Sendo assim, observa-se que, com uma história ensinada/aprendida que componha o conhecimento histórico acerca das mulheres e que, a par da leitura científica nova advenha a ser uma história dessemelhante e crítica, mudando de maneira expressiva a concepção de sujeito histórico e a probabilidade de enfoque do processo histórico, a história pode vir a ter um papel de preparação para ponderar questões complexas (PINTO; ALVAREZ, 2014, p. 01-03).
Como visto aqui, a mulher surgiu na ordem do predomínio, do mundo público, como um sujeito que necessitaria ser controlado. A ela foram adjudicados espaços aceitos e espaços interditos. Permaneceria contida em determinadas alocuções e afastada em outros. Isso tudo ocorreu por causa de dois vetores: a dinâmica da construção atual do Estado nacional no Brasil e do próprio capitalismo, bem como pela força antagônica arquitetada pela luta das mulheres, em geral, e do feminismo, particularmente. Dos espaços proibidos, tranquilamente o ambiente da política era o mais abertamente proibido e, logo, o mais complexo de romper (PINTO, 2010, p. 01-04).
No fim de 2008, a cidade de Porto Alegre passou por uma experiência eleitoral singular em toda sua história, quando surgiu três candidatas à prefeitura, sendo elas deputadas federais de grande evidência e tendo pelo menos duas delas legítimas chances de serem nomeadas. Em pesquisa feita, inicialmente dos programas eleitorais gratuitos veiculados na TV e nos programas editados nas páginas da Internet, observou-se uma quase integral falta de referência à condição de mulher das candidatas, sendo que a mulher foi a maior ausente no discurso de campanha veiculado na TV (PINTO, 2010, p. 02-03).
Os motivos dessa ausência precisam ser procurados tanto na conduta das próprias candidatas como no atendimento do discurso pelos eleitores e eleitoras. Considerando que as questões reminiscentes aos direitos das mulheres surgem nos programas escritos de muitas dessas candidatas, até de maneira bem detalhada, a falta de qualquer alusão a elas no programa eleitoral de TV semelha advertir que as candidaturas não admitem a existência de uma quantidade expressiva de eleitoras e eleitores que se sensibilizariam com esse tipo de temática (PINTO, 2010, p. 02-03).
Na atualidade, debatendo a temática da representação feminina, reconhece-se três maneiras através das quais a representação se consolida: interesse, opinião e perspectiva. Interesse é aquilo que afeta ou é formidável para a perspectiva de vida das pessoas ou para os objetivos das instituições, tendo-se um fim característico. Deste modo, a opinião pode ser descrita como princípios, valores e prioridades de um indivíduo que condiciona seus julgamentos acerca de quais políticas precisam ser seguidas e que fins alcançados (PINTO, 2010, p. 02-04).
Conclusiones:
Em uma análise de trajetória acerca do progresso social da mulher no Brasil, no transcorrer do século XX, foi possível concluir que o resultado foi positivo. Todavia, advindos pouco mais de setenta anos de conquista do direito ao voto, constata-se que a mulher brasileira ainda não desempenha de modo pleno seus direitos enquanto cidadã. Os problemas, designadamente femininos, ainda não são enxergados como anteposições nas agendas políticas da atualidade.
Constatou-se que, embora a luta feminista ter viabilizado, com a aquisição dos direitos políticos, a ascensão da mulher a uma condição de cidadã, ela não foi satisfatória para pôr fim aos preconceitos e estereótipos referentes às mulheres. Portanto, torna-se necessário continuar com o procedimento de liberdade e equidade, com medidas e políticas públicas efetivas que possam vir a preencher a lacuna vivente entre a teoria e a prática.
Por fim, ressalta-se que é premente atenuar o desnível que prevalece sobre a sociedade feminina na atualidade e, assim sendo, torna-se imprescindível arquitetar novos conceitos, fundamentados em atuais reflexões acerca da posição que a mulher vem ocupando dentro da sociedade contemporânea.
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Palabras clave:
Direito das Mulheres; Igualdade; Movimento Feminista.
#02271 |
Promoción de equidad de género en familias. Fortalecerse desde dentro
José Manuel Novales1
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Yoanka Rodney
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1 - Centro Loyola.2 - Universidad de Ciencias Pedagógicas Enrique José Varona.
El presente trabajo se enmarca en el debate sobre la promoción de la equidad de género, y surge a partir de una situación problemática identificada en el barrio “Los Sitios” de la capital cubana. De acuerdo con un estudio realizado por el Centro Loyola, la realidad de la mayor parte de las familias que asisten a uno de sus proyectos se caracteriza por la sobrecarga que experimentan las mujeres, asociada a la realización de tareas domésticas, cuidado de los miembros de la familia y apoyo educativo a la descendencia, así como la ausencia o insuficiente participación de los hombres en la dinámica familiar.En este sentido, el objetivo general de la presente ponencia es reflexionar sobre el proceso de promoción de la equidad de género en las familias, y sus objetivos específicos son identificar los principales factores que afectan la equidad de género en el espacio familiar, así como describir prácticas efectivas para el logro de un equilibrio de poder entre mujeres y hombres. La desigualdad por motivo de género se encuentra tan arraigada socialmente que más de medio siglo de concientización y acción colectiva no han sido suficiente para llevar justicia a las relaciones de género, situación agravada con la crisis sanitaria causada por el SARS-Cov2, que ha agudizado la brecha de desigualdad. Lograr la paridad de género requerirá aún más tiempo del previsto (Foro Económico Mundial, 2021). Según los análisis, el impacto de la pandemia ha sido mayor en las mujeres. Por tanto, resulta imprescindible favorecer la trasformación del pensamiento y la acción en espacios menos accesibles, pero con elevado impacto en la subjetividad individual y social como la familia. Es en este grupo donde por primera vez se entra en contacto con contenidos de género específicos del contexto (Solbes-Canales et al., 2020), los cuales quedan impregnados en forma de estereotipos y prácticas frecuentemente discriminatorias, afectando el desenvolvimiento sano de las personas discriminadas y discriminantes. La revisión bibliográfica subyacente a este artículo se basa en métodos teóricos como el análisis y síntesis e histórico-lógico, a fin de documentar los procesos asociados a la promoción de la equidad de género en el contexto mundial, regional y nacional. Los resultados arrojan que entre las principales cuestiones que afectan la equidad de género en las familias están la discriminación por género en la participación y el acceso a oportunidades de las mujeres, así como la división desigual del trabajo doméstico y la atención no remunerada. En el tratamiento de estas problemáticas, resultan efectivas las acciones educativas, interventivas y de acompañamiento familiar orientadas a desmontar prejuicios y estereotipos de género, así como la promoción de la corresponsabilidad y la ética del cuidado como valores fundamentales para el funcionamiento familiar.
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Cuerpos, palabras y emociones: el cuidado como “vocación” en la Enfermería
María José Billorou
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Lía Mabel Norverto2
1 - Facultad de Ciencias Humanas - UNLPam.2 - Facultad de Ciencias Humanas-UNLPam.
El reconocimiento y la consideración de la tarea de cuidar como un trabajo es una deuda que perdura durante siglos con la población femenina, así como la puesta en valor de los aportes productivos y económicos de la gran mayoría de las mujeres. La enfermería es una profesión que contribuye a la salud, a la seguridad física y al desarrollo de habilidades cognitivas, físicas o emocionales de las personas y se centra en el cuidado de cuerpos enfermos; en el contexto de emergencia sanitaria, su importancia y visibilidad es indiscutible. Sin embargo las condiciones laborales, precarias y flexibles, lejos de transformarse, se intensificaron. Con el propósito de acercar nuestra lente a las trayectorias laborales de quienes entraron en contacto cotidiano con personas con Covid, en una escala territorial reducida, y aportar las particularidades regionales, recurrimos al análisis de relatos de vida. Los relatos biográficos se constituyen en una herramienta metodológica útil para rescatar la diversidad de sentidos atribuidos por las personas a los acontecimientos vitales por los que han atravesado, que aspira a desentrañar un entramado complejo. Por un lado los elementos, en gran medida familiares, que permiten conceptualizar la profesión como una relación de cercanía e interacción. Por otra parte, la tensión permanente entre la “responsabilidad moral y el servicio comunitario” con la vida íntima afectiva y familiar en pequeñas localidades de La Pampa, provincia del centro de Argentina. De esta manera, ayudará también a develar las construcciones sociales que otorgan sentido a la enfermería como actividad propia innata a las mujeres, en tanto se desprende de sus “condiciones naturales”. Palabras clave: cuidado-enfermería-género-trabajo-vocación
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Un planteamiento más inclusivo de las primeras mujeres universitarias en Latinoamérica
Para los países latinoamericanos, el siglo XIX no solo significó una época de independencia. Como Estados alejados de la producción central de conocimiento eurocéntrico y en la época de difusión de la Ilustración española y de la Revolución Industrial, los nuevos países independientes debieron afrontar un proceso de adquisición de conocimiento y de implementación de políticas públicas en educación. Frente a ello, los diversos estudios sobre las primeras universitarias latinoamericanas pocas veces consideran las diferencias existentes en el siglo XIX, como los estudios universitarios menores y superiores, y sus procesos históricos para ser incluidos como parte de las carreras universitarias. Esto ha significado que haya habido mujeres que estudiaron profesiones universitarias que no necesariamente eran superiores, lo que repercute en su calidad de pioneras en estudios universitarios. Lo más evidente fue el caso de las obstetrices o parteras formales, pero también de algunas profesionales en Farmacia y Arte. Asimismo, su intención de estudiar implicó un proceso que no siempre terminó en una titulación, pero sí en demostrar que tenían capacidad e interés para estudiar carreras más allá de las áreas de cuidado. La revisión bibliográfica de los textos con estudios sobre ellas, además de los publicados por las universidades en el siglo XIX e inicios del siglo XX, ha permitido encontrar indicios de otras formas de interpretar y evidenciar la existencia de mujeres universitarias. Es por ello que se hace necesario mencionar no solo las carreras superiores e incluir a las carreras menores que también estaban vinculadas con la universidad. De este modo, recobrar el diálogo entre jerarquías de estudios nos permite estar atentxs a las percepciones y acciones nacionales que siguen estando en disputa en la educación femenina, en relación al género que es predominante en las carreras universitarias en la actualidad. En otras palabras, se puede entender de que lo que se establece desde el Estado para una profesión o un grupo de profesiones no necesariamente es homogéneo, porque dependerá de los intereses estatales, de los grupos de poder o de la ciudadanía interesada.
Introducción:
La época de independencia de las colonias españolas implicó establecer una nueva estructura educativa. Los modelos europeos se copiaron y adecuaron a la realidad local, teniendo en cuenta que los países latinoamericanos no eran productores de conocimiento científico, como sí lo era Europa occidental. Es decir, el conocimiento ancestral y tradicional fue despreciado y entendido como parte de supersticiones. Por otro lado, la educación femenina fue incorporándose a las políticas públicas paulatinamente, pero principalmente con el enfoque de preparar a las mujeres para el cuidado del hogar. No fue prioridad que tuvieran una educación secundaria similar a la masculina ni mucho menos que tuvieran estudios profesionales para solventar su economía. Sin embargo, debido al mismo contacto con los procesos europeos y norteamericanos, se sabía sobre la incursión de las mujeres en las universidades. Esto se acoplaba con la necesidad de los países latinoamericanos de contar con profesionales que pudieran responder a los progresos generados por la Revolución Industrial y por el conocimiento científico. En este sentido, es importante conocer cómo las mujeres latinoamericanas lograron estudios de nivel universitario en medio de los cambios del primer siglo de independencia.
Desarrollo:
Encuadre teórico-metodológico
Se ha realizado una revisión bibliográfica de autores y autoras especializadas/os en educación universitaria del siglo XIX, así como quienes han escrito sobre el ingreso de las mujeres a la universidad en el mismo periodo. También, se ha revisado los textos emitidos por las universidades en los que se registran a las y los ingresantes y egresadas/os, que han sido publicados en el siglo XIX y comienzos del siglo XX. La revisión ha incluido textos sobre las modalidades de profesionalización que existieron en dicha época.
Análisis de la información
La información revisada muestra que la educación universitaria del siglo XIX tuvo cambios en su delimitación de niveles, así como en su forma de enseñar y certificar los estudios (Serrano, 1994). Asimismo, como se trataba de una época en la que Latinoamérica empezó su vida independiente, al mismo tiempo que mantuvo la influencia de la Ilustración española y recibió los efectos de la Revolución Industrial europea, debió ajustarse a los cambios curriculares de Occidente a la vez que recién formaba una ciudadanía autónoma como excolonias (Quiroz-Pérez, 2012). Por tanto, en virtud de ello, se ha dividido la información revisada en cinco aspectos.
Primera observación: Tipos de estudios universitarios en el siglo XIX
A diferencia de cómo encontramos los estudios universitarios en la actualidad, en el siglo XIX, por ser una etapa en la que los conocimientos científicos comenzaban a ser aceptados e incorporados a las políticas públicas, necesitó un proceso de incorporación paulatina de las carreras a un espacio común. Por ejemplo, lo que ahora se denomina carrera de Educación era enseñada, en su nivel primario, en las denominadas Escuelas Normales (más conocidas como “las Normales”). Estas escuelas no requerían estudios secundarios y aceptaban el ingreso de mujeres. Dada la segregación por género de la época, hubo Normales para mujeres y otras para hombres (Rivero, 2016).
De forma similar, existía una división del resto de estudios profesionales. Los estudios universitarios en el siglo XIX se dividían en menores y superiores (Valladares-Chamorro, 2012; Palermo, 2006). Podían variar ligeramente de nombres según el país, pero lo que les caracterizaba era la cantidad de años de estudios, los certificados de estudios secuenciales dentro de la universidad y los prerrequisitos en cuanto los estudios primarios y secundarios. Bajo estas pautas, los estudios universitarios menores estaban compuestos por las carreras de Farmacia, Obstetricia (Perú y Chile) / Matronas/Parteras (Argentina) y Odontología/Dentístrica. Sin embargo, el hecho de que el conocimiento científico y profesional estuviera en proceso de adecuación en Latinoamérica como espacio lejano del centro de producción científica (Europa) implicaba que los primeros planes de estudios fueran incrementando los certificados secuenciales (Serrano, 1994).
Para entender la complejidad de ello, se puede mencionar la profesión de Farmacia en Chile. No se exigió el Bachillerato en Filosofía y Humanidades para obtener el título de Farmacéutico hasta 1897 (Sapag-Hagar, 2000) o 1911 (Guerín de Elgueta, 1928), dependiendo del año que indiquen las fuentes consultadas. Asimismo, la carrera estuvo bajo la responsabilidad de la Sección Universitaria del Instituto Nacional hasta 1847, para luego ser parte de la Universidad de Chile. En lo que se refiere a la cantidad de años de estudios, hasta 1886 tuvo un plan de estudios de 3 años, para después ser de 4 años hasta 1897, y finalmente regresar a ser de 3 años con el prerrequisito del bachillerato.
En el caso de los estudios universitarios superiores, estaba compuestos por: Jurisprudencia (Perú)/ Leyes y Ciencias Políticas (Chile), Medicina, Ciencias Físico-Matemáticas, Ciencias Naturales, Filosofía y Humanidades, y Teología. Estos fueron los de máxima dificultad para ser accedidos por mujeres, no por falta de capacidad o interés, sino por los distintos tipos de bloqueo que las universidades, los Estados, los estudiantes hombres y los docentes hicieron para evitar el ingreso de ellas.
Segunda observación: Estilo de dictado de clases para obtener título universitario
Tal como lo explican Sol Serrano (Chile, 1994) y José Tamayo (Perú, 1978), el estudio universitario menor y superior durante el siglo XIX no implicaba necesariamente recibir clases en la universidad. En muchos casos, se podía solo estudiar de forma particular e ir a rendir los exámenes de final de carrera o para certificar el bachillerato a la universidad. Por ejemplo, Tamayo señala que, hasta 1866, la universidad San Antonio Abad de Cusco se dedicaba principalmente a conferir grados, no a brindar enseñanza ni a hacer investigación. En el caso de Chile, Sol Serrano detalla a lo largo de su libro cómo era difícil hacer seguimiento a la forma de tomar los exámenes, dado que había diversas instancias estatales heredadas de la Colonia y otras construidas por el nuevo Estado chileno que entraban en competencia. Además, la historia señala que hubo un proceso durante el siglo XIX para instalar el modelo de una universidad docente, que era uno de los usados en Europa occidental.
Teniendo en cuenta estos cambios y adecuaciones, se puede mencionar que, en el caso de las parteras en Perú, su primer centro de estudios fue el Colegio de Partos, dentro de la Casa de la Maternidad de Lima (Garfías-Dávila, 2009) desde 1830, bajo dirección de la obstetra francesa Madame Benoîte Pauline Cadeau-Fessel. Posteriormente, los estudios continuaron en dicho colegio, pero los exámenes de titulación se hicieron desde 1860 en la Facultad de Medicina San Fernando de la Universidad Mayor San Marcos de Lima (Álvarez-Carrasco, 2017). Por tanto, las estudiantes obtenían un título a nombre de la universidad.
Una situación similar ocurrió en Argentina, específicamente en Buenos Aires, que estableció la enseñanza de Partería a mujeres en una etapa más temprana que Córdoba. Desde 1822, fue obligatorio que las mujeres parteras siguieran un curso anual dictado en el Hospital de Mujeres (Sánchez, 2012), lo cual se considera el inicio de la Escuela de Partos o Parteras. Desde 1826, se creó la cátedra de Partos para los estudiantes hombres de Medicina. Sin embargo, a pesar de que la Universidad de (la provincia de) Buenos Aires se fundó en 1821, la reglamentación de la enseñanza de partería para mujeres permitió que la Escuela de Parteras fuera anexa a la cátedra de partos, y por tanto a la Facultad de Medicina, recién en 1856.
Tercera observación: Intereses políticos y culturales estatales para formar a las mujeres en estudios universitarios menores
La historiadora chilena Sol Serrano (1999, citado por Sánchez-Manríquez, 2006) explica que existieron dos tipos de reformas que se hicieron para acceder a la educación superior. En los casos de que el impulso hubiera sido desde el Estado, se denomina “reformas desde arriba”. De forma opuesta, si ha sido desde la sociedad civil, lo llama “reformas desde abajo”.
Bajo estos conceptos, en el caso de la formación de las obstetrices o parteras formales, la reforma fue desde arriba, dado que se trajo parteras europeas como parte de la visión eurocéntrica de que la única manera de realizar los partos sería con el conocimiento científico europeo. Tal es el caso de la gestión hecha por el gobierno peruano para la llegada de la partera francesa Madame Benoîte Pauline Cadeau-Fessel en 1826, cuya función fue fundar el Colegio de Partos en Lima. De forma similar, en Argentina, se gestionó la llegada de la partera francesa Verónica Pascal en 1827, quien se convirtió en la primera mujer en Argentina con un diploma revalidado en Obstetricia. Como se mencionó en el punto anterior, el interés estatal porque se diera educación formal a las mujeres en partería y que esto se volviera un estudio universitario menor a partir de la segunda mitad del siglo XIX, se convirtió en una primera forma de inclusión de las mujeres en las universidades latinoamericanas.
Cuarta observación: Integración de las carreras menores a las facultades universitarias
Tal como se ha señalado anteriormente, la educación en carreras menores tuvo un proceso para que pueda ser parte de los estudios universitarios. En referencia a Obstetricia o Partería, es de resaltar que, al ser una carrera creada por los gobiernos latinoamericanos para que sea dirigida (casi exclusivamente) a mujeres, la inclusión de esta carrera a la universidad implicó que fueran las primeras universitarias, y en varios casos esto significaba una aceptación formal de mujeres en estos espacios. Si bien en casos como la UBA los docentes hombres pedían la separación de las clases de partería para mujeres de las que daban a los estudiantes hombres para Ginecología o Medicina, la Escuela de Parteras siguió estando adscrita a la universidad.
En el caso de Chile, la Escuela de Matronas o Colegio de Obstetricia, ubicada en el Hospital San Borja, dependía de la Facultad de Medicina, que a su vez fue parte de la actual Universidad de Chile desde 1842. Para el caso de la carrera de Farmacia, esta dependía del Protomedicato, supervisado por la Universidad de Chile (Serrano, 1994), de 1833 a 1876 (Sapag-Hagar, 2000), aunque la carrera pasó a estar supervisada por la universidad desde 1847. Teniendo en cuenta estas fechas y transiciones, se puede entender que Glafira (o Grafira) Vargas Ravanal fuera una primera mujer en Farmacia, al graduarse en 1867. En el caso de la Academia de Artes en Chile, esta instancia dependió de la Facultad de Filosofía y Humanidades desde 1849, por lo que una primera estudiante de Arte fue Agustina Gutiérrez Salazar en 1866.
El caso argentino, dado que no tuvo muchas mujeres fuera de las carreras superiores, salvo en Obstetricia, fue detallado en el punto anterior. Lamentablemente, no se ha podido ubicar nombres y fechas exactas de las obstetrices o parteras formales argentinas, además de las que revalidaron sus títulos extranjeros.
A continuación, se indica como referencia los nombres de las primeras mujeres universitarias que lograron estudiar en Perú, Chile y Argentina.
Cuadro 1. Primeras mujeres universitarias en Sudamérica, por país
Fuente: Elaboración propia
Quinta observación: Discriminaciones a mujeres en carreras menores y superiores
Si bien hubo un poco más de apertura para que las mujeres puedan estudiar carreras menores, sobre todo Obstetricia, esto no fue impedimento para que las que estudiaran sufrieran algún tipo de discriminación, en ambos niveles educativos. Esto partía de la premisa social que la naturaleza femenina solo permitía dedicarse a profesiones relacionadas al cuidado del hogar y de la familia, especialmente las de salud (Antúnez, 2020). Por tanto, se asumía que los estudios universitarios debían representar la prolongación de la división sexual del trabajo. Esto se manifestó principalmente dentro del área de la salud, en la que se consideraba que las mujeres debían ocupar los espacios considerados inferiores.
Un ejemplo de ello fue la UBA de Argentina. Hasta 1892, se impartía una enseñanza mixta de partería a mujeres y obstetricia a hombres en las mismas aulas. Sin embargo, los profesores reclamaban la diferenciación de las clases, bajo el argumento de que las mujeres no necesitaban manejar algunos conceptos y que sus estudios previos escolares no las habían preparado para “asimilar los conocimientos de sus compañeros” (Martín, 2018). Es decir, del avance en la igualdad de dictado de clases, se evidenció un retroceso a fines del siglo XIX contra la educación de las mujeres en obstetricia.
Otro caso fue el de Élida Passo, primera farmacéutica profesional argentina. Según lo explicado por Alicia Palermo (2006), Passo siguió esta profesión universitaria menor porque, al intentar estudiar primero en la Facultad de Humanidades y luego en la de Ciencias Exactas, Físicas y Naturales, pudo haber percibido el medio universitario como un espacio poco propicio para la presencia de estudiantes mujeres. A pesar de ello, tuvo que hacer sus estudios en Farmacia acompañada por su padre. No solo sucedió eso, sino que, luego de terminar la carrera de Farmacia, postuló a Medicina. Se le rechazó el ingreso, por lo que tuvo que solicitar a un recurso judicial que ordenara su inscripción.
Conclusiones:
Conclusiones
Para hacer un análisis histórico de los estudios universitarios del siglo XIX, especialmente de las mujeres universitarias, es necesario situarnos en los procedimientos y términos de aquella época. La jerarquización de estudios difiere de la que existe actualmente. Esto implica que los procesos de inclusión de carreras menores a la universidad y de entidades supervisoras repercutan en valorar el ingreso de las mujeres en dichas carreras.
Por ende, priorizar solo los estudios universitarios superiores en la historia de la educación puede implicar la invisibilización del esfuerzo y de los procesos que otras mujeres hicieron para estar en las universidades o vincularse a ellas. Esto se hace visible en el hecho de que haya habido 200 a 300 mujeres en Chile que hayan estudiado Obstetricia debido a las reformas desde arriba, sin que esto signifique que se deba incluir a todas, por cuestiones históricas, ya que una parte estudió cuando la Escuela de Parteras todavía no estaba vinculada a la universidad. Lo mismo es pertinente para el caso de mujeres que, si bien no concluyeron sus estudios universitarios, si mostraron su intención de seguirlos.
Asuntos pendientes
En cuanto a asuntos pendientes en estudios de las mujeres universitarias del siglo XIX, existen varios. Para empezar, se puede mencionar la escasa información sobre mujeres que entraron a estudiar y no terminaron los estudios, así como las que se quedaron a nivel de bachillerato. Esto se evidencia en el caso de Chile, en el que los Anales de la Universidad cuentan con información incompleta o con irregularidades en la sistematización anual. Lo mismo sucede con respecto a los nombres de las estudiantes y tituladas de Obstetricia, especialmente notorio en el caso de la UBA de Argentina. Esto implica que sea necesario ahondar en documentos que contengan la información de la presencia de mujeres en estudios universitarios menores, por la cantidad de inscritas y egresadas, y porque una forma de reivindicar su aporte es rescatando sus nombres.
A su vez, y dado que fue un proceso similar en varios países, se propone la creación de una base histórica latinoamericana de las primeras mujeres con estudios universitarios, menores y superiores. Especialmente, existe escasa información sobre mujeres que entraron a estudiar y no terminaron los estudios, así como las que se quedaron a nivel de bachillerato. Esta base latinoamericana tendría que tener algunos consensos, porque es necesario disminuir el efecto de la irregularidad de los procesos para obtener títulos universitarios en la falta de reconocimiento a las mujeres universitarias.
Bibliografía:
Álvarez-Carrasco, R. (2017). Camilo Segura y la refundación de la Maternidad de Lima. Revista Sociedad Peruana de Medicina Interna, 30 (1), 35-42. http:// medicinainterna.net.pe/images/REVISTAS/2017/numero_1/nota_historica.pdf
Antúnez, C. (julio 2020). Notas en torno al papel de las primeras graduadas y docentes en la universidad argentina. En Campo Universitario, revista de Educación Superior, 1 (1), 34-36. Buenos Aires: Instituto de Investigaciones en Educación Superior, Universidad de Buenos Aires. https:// campouniversitario.aduba.org.ar/ojs/index.php/cu/article/download/13/21/55
Garfías-Dávila, M. (2009). La formación de la universidad moderna en el Perú. San Marcos, 1850-1919. (Tesis de licenciatura, Universidad Nacional Mayor de San Marcos, Facultad de Ciencias Sociales). http://cybertesis.unmsm.edu.pe/ bitstream/handle/cybertesis/2136/Garfias_dm.pdf
Guerín de Elgueta, S. (1928). Actividades femeninas en Chile: obra publicada con motivo del cincuentenario del decreto que concedió a la mujer chilena el derecho de validar sus exámenes secundarios. Santiago de Chile: Imprenta y Litografía La ilustración. http://www.memoriachilena.gob.cl/602/w3-article-126684.html
Martin, A.L. (2018). Partear y cuidar en Buenos Aires (1877-1920). Una aproximación comparativa Anuario del Instituto de Historia Argentina, 18 (1), e061. https://www.memoria.fahce.unlp.edu.ar/art_revistas/pr.8836/pr.8836.pdf
Palermo, A. (2006). El acceso de las mujeres a los estudios universitarios (siglo XIX). En Tebeto: Anuario del Archivo Histórico Insular de Fuerteventura (19), 375-417. España. https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/3360053.pdf
Quiroz-Pérez, L. (2012). De la comadrona a la obstetriz. Nacimiento y apogeo de la profesión de partera titulada en el Perú del siglo XIX. En Dynamis 32 (2), 415-437. http://dx.doi.org/10.4321/S0211-95362012000200007
Rivero, V. (2016). Mujer y maestra. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Emecé. https://rinconliterario256.files.wordpress.com/2017/07/mujer-y-maestra-viviana-rivero.pdf
Sánchez, N.I. (2012). Docencia y Obstetricia en Buenos Aires. En: Médicos & Medicinas en la Historia, X (31). Buenos Aires: Instituto de Historia de la Medicina de la Facultad de Medicina (UBA). https://docplayer.es/115454298-Organo-del-instituto-de-historia-de-la-medicina-de-la-facultad-de-medicina-uba.html
Sánchez-Manríquez, K. (2006). El ingreso de la mujer chilena a la universidad y los cambios en la costumbre por medio de la ley 1872-1877. Historia, 39 (2), 497-529. http://revistahistoria.uc.cl/index.php/rhis/article/view/16663/13601
Sapag-Hagar, M. (octubre 2000). Las Ciencias Bioquímico-Farmacéuticas en los Umbrales del Siglo XXI: Reflexiones sobre su Proyección Futura en la Universidad de Chile. Anales de la Universidad de Chile, VI (12). Santiago de Chile: Universidad de Chile. https://bit.ly/2P7AY5y
Serrano, S. (1994). Universidad y Nación. Chile en el siglo XIX. Santiago de Chile: Editorial Universitaria y CONICYT. http://www.memoriachilena.gob.cl/ archivos2/pdfs/MC0008005.pdf
Tamayo Herrera, J. (1978). Historia social del Cuzco Republicano. Lima.
Valladares-Chamorro, O. (2012). La incursión de las mujeres a los estudios universitarios en el Perú: 1875-1908. Cuadernos del Instituto Antonio de Nebrija (CIAN), 15 (1), 105-123. Madrid, España: Universidad Carlos III de Madrid. https://e-revistas.uc3m.es/index.php/CIAN/article/download/1544/758
Palabras clave:
Mujeres universitarias, siglo XIX, inclusión
#03568 |
Mapeando feminismos no Brasil dos anos 1980 e 1990
Carla Cristina Lima de Almeida
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Rosiane Bettecher1
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Thabata Rebelo
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Andressa Vieira
1
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Victoria Roque
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Flávia Vizani
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Este trabalho é oriundo da pesquisa “Mais uma história: feminismos no Brasil nas décadas de 1980 e 1990” e tem por objetivo analisar os feminismos brasileiros no período, tomando como marco a redemocratização da sociedade pós ditadura civil militar instalada em 1964 e que durou até 1985. Nesse texto, os feminismos são situados como parte das lutas sociais e das resistências dirigidas à normatividade cis-hetero-sexista e racista, bem como à lógica capitalista. Para tanto, nos valemos da noção de “ativismos feministas”, na perspectiva de um “campo discursivo de atuação/ação” (Álvarez, 2014). Assumimos que essa compreensão permite capturar um conjunto diversificado de experiências que não necessariamente se autointitulam feministas, mas que incidem na problematização de relações de gênero e interseccionalidades. Estudos recentes no campo feminista em sociedades que se situam fora dos centros hegemônicos, europeus e estadunidense, têm apontado a importância de produzir conhecimentos sobre as condições sob as quais lutas em defesa das mulheres ocorreram nesses cenários, interferindo também nas suas linguagens e pautas ativistas. Questionam a maneira universal com que são narradas as lutas feministas desconfiando que muitas histórias são, desse modo, apagadas. O objetivo deste trabalho é expor uma narrativa da história dos feminismos no Brasil dos anos 80 e 90 em articulação com as experiências do feminismo negro brasileiro e do movimento de “mulheres” em muitos cenários - indígena, do campo, das dissidências sexuais e de gênero (LBT) -, visando enfrentar o problema das lacunas sobre a diversidade, particularidade e interrelações produzidas nas lutas feministas e de mulheres no Brasil. A metodologia se baseou em pesquisa junto a Teses e Dissertações acadêmicas sobre diversos movimentos do período, bem como pesquisa bibliográfica. Trata-se de “mais uma” narrativa que intenciona articular gênero, sexualidade, raça-etnia e classe em contextos de colonialidade, na perspectiva de um “feminismo afrolatinoamericano” (González, 2018). Nos dizeres de Ailton Krenak, importante liderança indígena brasileira, “...a minha provocação sobre adiar o fim do mundo é exatamente sempre poder contar mais uma história.” (Krenak, 2019).
#04269 |
30 años de Patlatonalli AC. Hacer historia y recuperar la memoria a través del archivo.
La asociación civil Patlatonalli - fundada en 1986 - fue una de las colectivas lésbicas más longevas del país, y con un doble mérito al desarrollar sus actividades en Guadalajara, bastión del conservadurismo mexicano. Organizaron el Primer Encuentro Nacional de Lesbianas (1987), formaron parte del Comité Organizador del XIII Congreso de la ILGA (International Lesbian and Gay Association, 1991), y publicaron la colección de cuentos infantiles Todos Somos Familia (2008-2011), entre otras actividades. Aunque priorizaron la atención a mujeres lesbianas, se interesaron por la salud reproductiva, salud mental, derechos sexuales y civiles de las mujeres sin importar su orientación sexual.En 2022 las dos miembras centrales acordaron donar su archivo a la Biblioteca Estatal de Jalisco, que forma parte de la Universidad de Guadalajara. Este trabajo versa no sólo sobre la sistematización de más de 30 años de documentos, sino en la evocación emocional y de memoria que representó abrir gavetas y carpetas, recordar nombres, ex parejas, amigas fallecidas, amenazas, desencuentros con la misoginia de los grupos gays, negativas gubernamentales, apoyos aliados, y reconstruir la historia de una ciudad que ha sido escenario de sus logros, amores, y frustraciones. La información que este fondo documental proporciona complementa y llega a cuestionar los trabajos de Mogrovejo (2000) y Fuentes (2015), mismos que representan lecturas imprescindibles en la temática del movimiento lésbico organizado, así como mi propia tesis doctoral (Paz, 2020). Al digitalizar y socializar los materiales se espera que más investigadoras analicen las genealogías lésbicas, sus discursos, y producciones.Como producto del trabajo de archivo presentaré en el Museo Cabañas la exposición “Mujeres juntas y conjuntas: 30 años de Patlatonalli” en junio 2022 en el marco del Festival Andrógina Diversa, donde las activistas originales se reunirán para recibir el reconocimiento y agradecimiento de mujeres jóvenes que las reconocen como ancestras y pioneras. Parte del material será incluido en la exposición “Presentes: 40 años de visibilidad LGBT en Guadalajara”, proyecto auspiciado por la Secretaría de Cultura, donde también colaboro - siempre buscando la inclusión y defensa del quehacer político lésbico.
#04987 |
História, gênero, interseccionalidade e cidade no Brasil: uma problematização consequente
Ana Maria Cardachevski1
1 - ANPUH -Associação Nacional de História e SESC SP - Serviço Social do Comércio.
A comunicação problematiza a perspectiva de gênero e interseccionalidade, aqui tratada de forma heurística[1] como chaves de compreensão histórica no espaço-tempo da cidade de São Paulo, região sudeste do Brasil, no século XIX, conferindo características de uma história de mulheres trabalhadoras durante o fim do período colonial e durante o Império, com definições sociais, segundo a cor, tipo de ocupação e modos de vida na cidade, configurada por novos processos econômicos e urbanos. A propósito do campo político de gênero,(Scott, 1993, pp.17-50) há destaque às relações de poder estabelecidas e às sociabilidades engendradas pela religiosidade e seus símbolos, atributos adaptados dos costumes originais da colonização na América portuguesa.Para assegurar o contexto tratado, incluem-se algumas circunstâncias históricas da capital paulista e da ocupação das ruas e espaços pelas mulheres, livres ou cativas, muitas sós, de acordo com um perfil majoritariamente mestiço entre brancas, negras e indígenas. Disso importando reler como a vida urbana permitia a emancipação antes pela autonomia, do que liberdade no sistema patriarcal, de que dispunham para a sobrevivência e na prestação de serviços, fazendo desses sujeitos históricos, protagonistas principais de todas atividades, até a chegada dos grandes grupos de imigrantes, parcialmente desistentes do trabalho nas fazendas produtoras de café, sobretudo no início do século XX. Mesmo sem tratar das grandes rupturas que adviriam no estabelecimento do Estado republicano laico no final do século XIX, o artigo estabelece uma conexão com os pressupostos das profundas mudanças que eliminaram o regime do Padroado Régio[2] e instituíram todo o aparato jurídico e normativo, como o código civil e posturas municipais, que redefiniram a presença feminina nos espaços remodelados da cidade burguesa, coibindo a função mercadora das mulheres nas ruas e áreas de compra e venda de qualquer natureza (Perrot, 2014, 23-44). Interpelando sobre a invisibilidade das mulheres da cidade de São Paulo, entre outras cidades nos estudos históricos, procura-se dar ênfase à problematização das desigualdades básicas que têm historicamente estruturado as relações e posicionamentos das mulheres e como, possivelmente ao longo do tempo-espaço têm gerado aspectos de desempoderamento (Crenshaw, 2002, p.177). Com esses atores/sujeitos históricos busca-se reiterar, portanto, a importância estratégica das escolhas feitas pelo pesquisador e sua liberdade ao decidir pelas fontes, documentos e abordagens sobre o campo, e pela referência da interseccionalidade crítica, tornando possível reordenar e reposicionar problemas sociais necessários ao entendimento relacional entre a história, a cidade e a abordagem de gênero de maneira interdisciplinar. [1] Ainda que comentários sobre a potência da interseccionalidade como teoria social crítica apareçam no artigo (Collins, 2022, pp.58-61 e pp.76-84)[2] O Estado brasileiro sob a Coroa portuguesa, manteve uma dupla função política e religiosa, o que afastou a atuação do Vaticano, favorecendo uma geografia católica com práticas populares próprias.
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GT_11- Género, Feminismos y sus aportes a las Ciencias Sociales
1.4 Mujeres, género, historia y memoria/Familias y generaciones
#00308 |
Dinámicas intergeneracionales en micronegocios liderados por mujeres
En esta comunicación se presentan los principales avances de una propuesta integral de enseñanza que busca articular saberes, género y relaciones de edad. Tomando como referencia el programa “Ancestras” de la UNITREF, desarrollamos una propuesta de intervención socio-comunitaria a partir de jornadas de encuentros, cursos y talleres, entre mujeres de distintas edades con el objetivo de co-construir saberes que no sólo partan desde lo académico sino en diálogo con las mujeres viejas, las docentes y las estudiantes y que permita de manera colectiva generar productos de investigación acción participativa. Partiendo de una epistemología feminista y entendiendo al cuerpo de las mujeres como territorio en disputa a la hegemonía patriarcal, se pretende visibilizar las múltiples opresiones que vivimos las mujeres en las relaciones de género y edad, problematizando las nociones de sexualidad, maternidad y maternaje y derechos como construcciones históricas y generacionales que constituyen relaciones sociales. Se trata de una propuesta con base territorial donde se busca generar espacios de encuentro con las mujeres viejas en tanto protagonistas de la vida colectiva en sus barrios; pretendiendo recuperar el “saber hacer” y las experiencias de apoyo a la comunidad en el contexto de la pandemia. Esto posibilita resignificar lo que han puesto en escena estas actoras sociales en el sentido de repensar los escenarios que se fueron construyendo para paliar las consecuencias de la pandemia. El objetivo principal de este trabajo, es generar conocimiento desde los saberes de las mujeres viejas a partir de la reconstrucción de sus trayectorias en tanto narrativas territoriales en diálogos intergeneracionales. De esta manera se busca interceptar el tiempo social y político con la experiencia en los cuerpos, a partir de recuperar la memoria de sus vivencias. La conformación del programa “Ancestras Uruguay” busca contribuir a la visibilidad de las acciones de las mujeres en la construcción de respuestas ante situaciones de crisis como las que significó la pandemia, pero también en clave histórica, observando el legado vivencial de las mujeres que nos precedieron, rescatando saberes e historias olvidadas.Se trata de producir un dispositivo que habilite la escucha atenta de lo que las mujeres tienen para decir en toda su diversidad, entrecruzando distintas realidades territoriales y etarias. No se trata sólo de recuperar lo que las mujeres mayores tienen para decir, sino también cómo las jóvenes lo reciben, cómo se imaginan su propia vejez, qué lugar han ocupado otras mujeres en su vida, como las distintas experiencias vitales son recuperadas y transmitidas. Se trata de saldar una deuda de género con las viejas, en una sociedad que oculta la vejez y niega el saber a las mujeres.
#03092 |
De la división sexual del trabajo; Su impacto en las familias y la sociedad dominicana (1960 – 1990)
La presente propuesta titulada De la división sexual del trabajo; Su impacto en las familias y la sociedad dominicana (1960 – 1990), se inscribe dentro del grupo de trabajo GT11 – Género, Feminismos y sus aportes a las Ciencias Sociales, a los fines de desarrollar de manera concreta el primer acápite del Eje 2 sobre “Género, economía, mundos del trabajo y poder”. En ese sentido, por vía de esta ponencia vamos a evaluar el proceso histórico en el que se desarrolló el acceso de la mujer en el mercado de trabajo. Así pues, nuestra problemática central se sustentará sobre uno de los campos de investigación pioneros en el estudio de las relaciones sociales entre los sexos que se desarrollaron en el país, asociados a las ideas feministas y a la perspectiva de género. Desde una perspectiva sociológica, iniciaremos nuestra reflexión tomando como punto de partida, La igualdad jurídica como referente de lucha en la legislación dominicana, donde esperamos presentar las luchas (aun incompletas) de las mujeres dominicanas por conquistar su derecho al trabajo y al empleo durante la dictadura trujillista, así como sus incesantes esfuerzos en las décadas posteriores. Esta primera parte, nos aportará las claves que permitieron a las mujeres acceder al mercado de trabajo, observando particularmente los tipos de salarios y empleos que se les ofrecieron, así como la feminización y la masculinización de profesiones, la precariedad, el desempleo, las cualificaciones, entre otras cuestiones relevantes que se desprenderán de nuestro análisis. En una segunda parte, pretendemos explicar y presentar las nuevas formas que adoptó en los hogares dominicanos la dominación masculina al momento de producirse la incorporación de las mujeres en el mundo laboral, señalando el mantenimiento del modelo familiar tradicional caracterizado por una débil repartición de las tareas familiares, incluso cuando las madres trabajan. Finalmente, desarrollaremos una tercera parte donde vamos a proponer un planteamiento para ir más allá de las desigualdades que se conocen y viven en los hogares dominicanos, tomando como fundamento la teoría del habitus, desarrollada por el sociólogo francés Pierre Bourdieu quien, desde mi punto de vista, logró construir una teoría del cambio social que hace del pensamiento reflexivo, un elemento indispensable para la transformación social. Así pues, por medio de la adopción de la perspectiva feminista o de género, estaré subrayando la importancia de la división del trabajo entre los sexos para el orden social, ya que considero que la reflexión crítica sobre esta problemática constituye uno de los aspectos más importantes para la emancipación de las mujeres.
#03156 |
GÉNERO Y ROLES DEL ADULTO MAYOR EN UN MODELO DE SOCIEDAD PATRIARCAL EN HUÁNUCO
Los adultos mayores es un segmento poblacional que es considerado vulnerable por las condiciones sociales en la que se encuentran, a esto se suma las características de roles y relaciones de género bajo un modelo patriarcal, por lo que es importante estudiar, específicamente a mujeres que pertenecen al Centro integral del adulto mayor (CIAM/HCO) en la ciudad de Huánuco – Perú, que concentra mujeres de la tercera edad de zonas urbano marginales donde se acentúa este tipo de relaciones. Envejecer alude a desigualdad, potenciada por el género, clase, etnia, entre otros. El estudio describe las desigualdades de género en mujeres adultas mayores en cuanto a los roles reproductivo, productivo y de pertenencia comunitaria.Se demuestra que son desplazadas en la vida social, económica y política y presentan diferencias y desigualdad social, las mismas que se reproducen inter generacionalmente, por lo que se hace necesario establecer programas de intervención, a fin de promover una vejez activa y digna. En conclusión, las mujeres siguen estando en condición de inequidad en comparación al varón, más aún en condiciones sociales que no le permiten construir una vida social de bienestar. La metodología utilizada fue cualitativa-cuantitativa (mixta), de tipo aplicada y de nivel descriptiva-analítica. Se tomó como muestra a 22 mujeres de edad para realizar la referida investigación.Palabras claves: adulto mayor, rol de género, rol reproductivo, rol productivo, rol de pertenencia comunitaria.
#03337 |
Entre permanências e mudanças: construções de gênero no início da adolescência
A adolescência é um período marcado pela intensa assimilação de representações, valores e expectativas de gênero, rituais de interação e de práticas, que modulam os comportamentos de meninos e meninas. A internalização, mais ou menos consciente, de discursos e representações de gênero encerra um processo de sua naturalização como referência, ou mesmo, justificativas para comportamentos dos sujeitos. Este trabalho analisa a construção de identidades de gênero na fase de transição na fase inicial da adolescência. Aborda-se aspectos estruturais que arregimentam os binômios igualdade/diferença e liberdade/controle na produção de códigos culturais de feminilidades e masculinidades. Foi realizada uma pesquisa etnográfica com adolescentes entre 11 e 16 anos, em um bairro periférico da cidade de São Paulo, no Brasil. O convívio com adolescentes deu-se em espaços de sociabilidades juvenis e uma escola pública, entre 2019 e 2021. Os instrumentos metodológicos mobilizados foram observação, entrevistas abertas e conversações etnográficas. Verifica-se que o determinismo biológico ainda constitui um recurso discursivo e cultural que confere significados às experiências distintas para meninas e meninos. O processo de distinção social produz-se a partir da constituição de corpos femininos e masculinos: se para os rapazes a puberdade era um marco do tornar-se homem e advento da fruição juvenil, para as garotas traz um corpo frágil e limitante, por efeitos do ciclo reprodutivo. Esse arcabouço interpretativo adquire relevo por incidir na percepção das desigualdades de gênero. Apesar da implantação social de noções e reivindicações feministas possibilitar que meninas e meninos percebam as desigualdades de gênero reproduzidas em seu cotidiano, a leitura das relações sociais de poder na sociedade difere: enquanto os garotos reconhecem os avanços na participação social e direito das mulheres, as meninas enfatizam a necessidade de possuir “direitos iguais”. A ausência de relações recíprocas de reconhecimento reforça a formação distorcida de suas identidades. Ser mulher é percebido como desvantajoso por permanecer atrelado a subjugações, violências e às restrições comportamentais, que já lhes são impostas. Na adolescência, elas passam a navegar entre representações complexas de idade, feminilidade e sexualidade, devendo trabalhar seus corpos em busca de respeitabilidade. O risco de uma gravidez “precoce” e o assédio sexual na rua limitam a mobilidade e o acesso aos espaços públicos. As rotinas de meninos e meninas diferem pelas obrigações e extensão de liberdade concedidas pela família. Esta temática desvela a persistência da crença de que as mulheres são portadoras da moralidade e a compreensão essencializada de que essa moralidade é mantida no corpo feminino, enquanto a sexualidade dos garotos é cingida pela ideia de um impulso de ordem hormonal. Os discursos e práticas apontam para um complexo jogo de tensões entre concepções liberalizantes e lógicas tradicionais de gênero, em termos de valores, normas e possibilidades subjetivas.
#04090 |
AS MULHERES NOS MOVIMENTOS DO SAMBA DO DISTRITO FEDERAL BRASILEIRO
Vitor João Ramos Alves1
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Neuza de Farias Araújo
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Este trabalho se apresenta como uma proposta de investigação acadêmica para o Grupo de Pesquisa CNPq Gênero e Interdisciplinaridades, ativo no Centro de Excelência em Turismo da Universidade de Brasília (GINTER/CET/UnB) desde 2012. A atuação dos integrantes do grupo se faz a partir das relações entre gênero e interdisciplinaridades, com participações em simpósios, congressos nacionais e internacionais, publicações de livros e artigos científicos, estabelecendo comparações sobre o fenômeno turismo, as dinâmicas sociais do trabalho e as questões de gênero. Assim, toma-se como objetivo geral da pesquisa verificar evidências que contribuam para o reconhecimento e valorização da presença das mulheres nos movimentos do samba do Distrito Federal brasileiro. Os movimentos do samba no território federal se desenvolveram a partir de festejos carnavalescos que, durante muitos anos, serviram como base para o fomento do samba no território, além de disseminar e fomentar o ritmo em blocos de rua e rodas de samba locais. Desde o início, esses movimentos carregam como característica principal um posicionamento crítico sobre a política, a economia e as questões sociais do país. Caracterizam-se pela presença de festejos e blocos carnavalescos, Grêmios Acadêmicos de Escolas de Samba, espalhados por Brasília e demais Regiões Administrativas, além de rodas de samba locais que se originaram de forma singela, a partir da chegada dos primeiros operários, os “candangos”, para a construção da nova capital. Percebe-se que houve nas décadas de 80 e 90 um violento processo migratório no território, causado pelo fenômeno de urbanização das áreas periféricas ao redor de Brasília, Plano Piloto, área central do núcleo do poder político e econômico do país. Nesse período histórico houve um avanço das manifestações culturais relacionadas ao samba, contribuindo para a participação das mulheres nos movimentos do samba aqui pesquisados. Entende-se, desta forma, que estas manifestações culturais e artísticas, relacionadas ao samba, promovem a visibilidade e o reforço da identidade da população negra, destacando-se sempre a presença das mulheres nesses movimentos. Por meio de uma pesquisa qualitativa, de nível exploratório, é possível estabelecer um delineamento crítico pautado nos dados coletados a partir do empírico – estudo de campo – para confrontar a visão teórica – pesquisa bibliográfica – sobre a atuação das mulheres nos movimentos do samba do Distrito Federal brasileiro, a fim de valorizar e enaltecer suas presenças nos movimentos do samba do território pesquisado. Não se pode dissociar da categoria de gênero, as categorias de raça, de classe, entre outras, o que possibilita aos pesquisadores reconhecer a interseccionalidade como conceito e ferramenta teórico-metodológica para a promoção da pesquisa, a qual visa articular, também, os processos de interação social entre as relações de poder e gênero nos movimentos do samba do Distrito Federal brasileiro.
#04187 |
Cambios en la representación femenina: mujer en deconstrucción en la revista Noise Magazine.
La “identidad de las mujeres” es el conjunto de características sociales, corporales y subjetivas que les dicta como llevar su vida. De esta forma, la feminidad es la diferenciación social y cultural determinada históricamente, que caracteriza a la mujer a partir de su condición genérica, esto lleva a dictar las actividades, sentimientos, comportamientos y creencias, especificas. Tanto que, mujeres practicando comunicación alternativa buscan transmitir ideas que contrarresten estas ideas. Dentro de este trabajo de investigación, se analizarán cuatro artículos publicados en este año 2020 de la revista digital “Noise Magazine”, revista regiomontana de mujeres, que se presenta en las redes sociales, principalmente en Instagram, como una revista de moda inteligente, feminista y activista, colocándose a si misma como una alternativa de comunicación que resquebraja los medios tradicionales. Los artículos escogidos son titulados; ¡CUIDADO! Mujer en deconstrucción, Dress like a girl: ¿Qué significa realmente vestir como una mujer?, Activismo femenino y el porqué es tan importante, Mujercitas después de mujercitas. Donde se hablan de los cambios en la identidad femenina, desde sus creencias, la forma de vestir hasta su participación política en la vida diaria.Se analizarán de una manera cualitativa-descriptiva los artículos y sus imágenes, pues muestran una representación alternativa sobre la identidad femenina, y deconstruyen la imagen de la mujer. A través de Lagarde (2005) se concibe la identidad femenina y los cambios en la feminidad de la mujer. Asimismo, a partir de Jodelet (2008) se comprenderá como se desempeña la representación social de los sujetos. Asimismo, se utilizará la metodología de análisis del discurso, y un análisis semiótico. De esta forma analizando las funciones lingüísticas (Jakobson, 1986) y los actos de habla (Searle, 1994). Buscando identificar y caracterizar las principales en la condición femenina, la deconstrucción de la mujer y su nueva representación.
13:00 - 15:00
GT_11- Género, Feminismos y sus aportes a las Ciencias Sociales
2.2 Ecofeminismos, defensoras del territorio, extractivismo y cambio climático
#00471 |
IMPACTOS DEL CONFLICTO ARMADO EN LA COTIDIANIDAD Y LAS MANERAS DE RELACIONARSE CON EL TERRITORIO, EN LA POBLACIÓN LGBT DEL CASCO URBANO DEL DISTRITO DE SAN ANDRÉS DE TUMACO, PERIODO 2013-2017
ARNULFO JOSE ESTACIO FERRIN
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LIZETH MARISOL CABEZAS GODOY2
1 - UNIVERIDAD DE NARIÑO.2 - UNIVERSIDAD DE NARIÑO.
El objetivo general de la presente investigación consiste en el análisis de los impactos del conflicto social y político armado colombiano en la cotidianidad y en las maneras de relacionarse con su territorio la población LGBT en San Andrés de Tumaco – Colombia, durante el periodo 2013 – 2017. La investigación es abordada metodológicamente a través de un enfoque cualitativo, con perspectiva sociocrítica desde del método de la investigación-acción, haciendo uso de las técnicas de, la entrevista semiestructurada, la revisión documental y la observación participante en la necesidad de abordar el fenómeno de estudio a partir de la realidad de sus protagonistas, dando voz a sus discursos y testimonios. El trabajo de campo se centró en 21 sujetos, entre personas gays, lesbianas, bisexuales y trans, representados como líderes, víctimas y testigos de hechos victimizantes. Además de interactuar con trabajadores de la Casa de la Verdad, la Defensoría del Pueblo y con el proceso Fundación Arcoíris.Las personas LGBT en Tumaco, han estado inmersas en escenarios de victimización represiva a manos de actores armados ilegales y del Estado, donde las armas se configuraron como instrumentos de ejercicio de poder y dominación, para castigar, sancionar, segregar y excluir a quienes habitaban la sexualidad de modos no hegemónicos. Aquí las burlas, amenazas, extorsiones, explotación sexual, homicidios, desplazamientos y lesiones personales fueron algunos de los hechos victimizantes ejercidos contra los cuerpos, mentes y vidas de este sector poblacional, y han repercutido de maneras múltiples en su cotidianidad, haciendo que los barrios y el espacio público se convirtieran en escenarios de guerra y del no lugar, generando fracturas territoriales diversas. Estos escenarios, ante la incomodidad del ocultamiento y el silenciamiento, asumidos en momentos como modos de autoprotección, también motivaron el liderazgo LGBT para la defensa de derechos, y gestionar garantías de protección, surgiendo así entre 2012 y 2014 la Fundación Afrocolombiana Arcoíris como organización LGBT que en adelante defiende los derechos de esta población en Tumaco y el pacífico nariñense; lo cual permite evidenciar, que las realidades sociales que vivió la población LGBT en San Andrés de Tumaco en el marco del conflicto armado durante el periodo 2013-2017, estuvo marcada por acciones violentas de los actores armados ilegales y del estado, dirigidas y/o perpetuadas sobre sus vidas, cuerpos y mentes, afectando de forma directa e indirecta su cotidianidad, y situándose en esta, implicaciones como el despojo, desplazamiento, fracturas emocionales y relacionales que, afectaron y aún siguen afectando sus formas de relacionamiento con el territorio.
#01409 |
Campesinas y cocaleras. Mujeres en el Sur del Meta, Colombia
Las mujeres cultivadoras de coca en Colombia viven una triple desigualdad que se manifiesta en tres condiciones: son mujeres, son campesinas y están inmersas en una economía ilegal. Esto las ubica en un lugar de opresión y violencia, dado el contexto social e histórico en que han estado las mujeres rurales en Colombia. En este trabajo muestro cómo se manifiesta dicha triada a través de la vida cotidiana y comunitaria de las cocaleras, viendo el caso de las mujeres del Sur del Meta en Colombia, una región poblada mediante procesos de colonización campesina impulsados por el conflicto, la pobreza rural y los auges de economías ilegales como la de la coca. Las experiencias de vida de mujeres que se encuentran inmersas en esta economía suelen estar atravesadas por historias de migración propias y de sus predecesores, así como por condiciones de precariedad y vulnerabilidad. Las mujeres rurales en Colombia enfrentan un sistema patriarcal en donde los hogares mantienen estructuras tradicionales de producción y reproducción social, manteniendo los roles de género históricamente asignados. Por su parte, el Estado colombiano ha actuado violentamente en los territorios rurales del país, especialmente en donde la población vive de economías ilegales. Adicionalmente, en estas zonas han llegado diferentes actores armados buscando el control territorial, donde las mujeres se han visto afectadas de manera diferenciada, al ser víctimas de diversas violencias en medio del conflicto. Parto de la interseccionalidad como enfoque para hacer un recorrido desde los elementos de la subjetividad hasta elementos estructurales, como la relación con el estado, para comprender los factores que configuran la vida de las cocaleras y la triple desigualdad que las atraviesa. Es por ello que en este trabajo opté por reconstruir las historias biográficas de tres mujeres cocaleras, a través de la metodología de trayectoria de vida.Como horizonte teórico trabajo desde la perspectiva de género, tomando elementos de la interseccionalidad, para comprender las trayectorias de vida mencionadas. Retomo así una mirada teórico-metodológica de lo cotidiano. Finalmente, teniendo en cuenta la triple desigualdad expuesta, concluyo que las problemáticas sociales y de género deben ser abordadas desde el lente de lo cotidiano, pues este permite ver de cerca las relaciones sociales y género que se vive en una comunidad. Así mismo, las políticas de drogas que se implementan en Colombia y América Latina deben tener enfoque de género y deben buscar comprender la condición de las mujeres rurales, desde de sus relaciones cotidianas. Deben ser políticas que comprendan que las mujeres cultivadoras de coca se encuentran inmersas en las tres desigualdades mencionadas anteriormente (son mujeres, son campesinas y están en una economía ilegal), y desde ahí enfocar las soluciones al problema de tierras y del narcotráfico en Colombia.
#02733 |
Espacio y género: resistencias interseccionales en la vida cotidiana de las jornaleras agrícolas tlapanecas en Villa Unión, Sinaloa, México
Cinthya Scarlette Elenes1
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Marco Alejandro Núñez-González
1
La ponencia presenta los resultados que se desprenden de una investigación cualitativa más amplia, realizada durante 2020 y 2021 en Villa Unión, Sinaloa, la cual analiza las prácticas culturales de un grupo de jornaleros agrícolas indígenas y migrantes, que producen espacios de resistencias ante el espacio hegemónico capitalista. Se exponen particularmente aquellos resultados que revelan que el espacio hegemónico es resistido interseccionalmente por las tlapanecas que migran temporalmente a la zona agroindustrial del noroeste de México, para vender su fuerza de trabajo como jornaleras agrícolas. Se propone una concepción política y simbólica del espacio, que permitiría analizarlo en su relación con el poder y con las resistencias cotidianas de los grupos dominados. A su vez, el lente interseccional permite clasificar espacios de resistencias concretos, de acuerdo a las categorías de dominación que los producen. De este modo, las tlapanecas contestan, impugnan, y sobreviven cotidianamente al espacio dominante, a partir de su condición de etnia, pero también de género y de clase, entre otras categorías que dependerán de la biografía particular de cada tlapaneca. Considerando los espacios de resistencia como unidad de análisis, y las prácticas culturales de los tlapanecos y las tlapanecas como unidad de observación, se recopilaron datos empíricos que posteriormente se analizaron mediante el programa ATLAS.ti. Los resultados fueron interpretados y problematizados bajo las propuestas teóricas del espacio, las resistencias y la interseccionalidad, mostrando que las mujeres tlapanecas tienen una manera particular de vivir, sobrevivir y producir el espacio. Palabras Clave: Espacio, Género, Resistencias, Poder, Interseccionalidad, Tlapanecas
#03766 |
¿Cómo se reparten los trabajos en las unidades de producción agrícola familiar?
Esta investigación busca reconocer y valorar el papel protagónico de mujeres en la gestión y en el trabajo doméstico y de cuidados, en su articulación con el trabajo productivo, en las unidades de producción agrícolas familiares. Esta articulación entre gestión, trabajo productivos y reproductivos revela puntos de tensión en la búsqueda de la equidad de género, ya sea relativa a las tareas y funciones reconocidas socialmente, y por eso, destinadas a mujeres y a hombres, ya sea en la sobrecarga de trabajo y la desigualdad de tiempo dedicado a las tareas. Las investigaciones en Brasil nos muestran un campo de investigación latente que ha ido creciendo y ocupando espacio en diferentes áreas del conocimiento. Sin embargo, aunque el debate es extremadamente importante para la comprensión y el reconocimiento de los roles de las mujeres y de los hombres en la vida cotidiana, la literatura carece de investigaciones sobre la articulación entre trabajo productivo y reproductivo en el cotidiano familiar rural. En las zonas rurales, hombres y mujeres no se mueven del establecimiento rural para el desarrollo de sus actividades, lo que complica la comprensión de la experiencia de gestión y trabajo de las mujeres en la vida cotidiana. Además, la falta de datos estadísticos actualizados y regionalizados dificultan el análisis y la visibilidad adecuada a la gestión y al trabajo realizado por mujeres y hombres rurales. En este sentido, este articulo pretende contribuir a una mejor comprensión del trabajo cotidiano de agricultoras y agricultores familiares, además de tratar de proporcionar subsidios que puedan apoyar construcciones futuras de las políticas públicas, en especial a lo que se refiere a la provisión de servicios públicos, infraestructura y políticas de protección social, así como la promoción de la corresponsabilidad dentro de las unidades productivas familiares.
#04146 |
MUJERES RURALES Y SEGURIDAD ALIMENTARIA. UN ANÁLISIS ECOFEMINISTA PARA LA UNIVERSALIZACIÓN DE LOS CUIDADOS
Alma Rosa Mora Pizano1
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María Guadalupe Mora Pizano
1
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Jorge Luis Morett Sánchez
1
El ecofeminismo es un movimiento ético-político que cuestiona cómo la estructura patriarcal de dominación capitalista se refleja también en la relación con la naturaleza, lo que ha llevado a profundizar la crisis ecológica que hoy padecemos. En el medio rural las mujeres viven en una sociedad basada en la economía de subsistencia, con un trabajo invisibilizado y escasamente remunerado. El ecofeminismo ha demostrado que el modelo económico y de dominación política ha representado la colonización de las mujeres, de la naturaleza y de los pueblos indígenas y son las mujeres quienes enfrentan la desigualdad de género y en gran medida las tareas de generar estrategias de sobrevivencia. La universalización de los cuidados es una posibilidad que permitiría reivindicar el trabajo reproductivo y reconocer la importancia del trabajo de las mujeres en la seguridad alimentaria; sin embargo ello depende de una despatriarcalización de las estructuras sociales, políticas y culturales del medio rural. Construir una nueva ética de los cuidados es una tarea que debe ser una agenda de las políticas públicas y también de los proyectos de intervención en las comunidades. Es fundamental entender la noción de reproducción social cuando hablamos de la sostenibilidad de las unidades domésticas, para entender con ello que no se reducen a trabajo productivo y reproductivo, hablamos también de las condiciones ideológicas y materiales que sostienen las familias: cuidados, trabajo doméstico, amor, afectos, educación, y mucho más. El objetivo de este trabajo es analizar, a la luz de la teoría ecofeminista, la importancia del trabajo reproductivo sostenido por las mujeres rurales e identificar de qué manera el trabajo de cuidados y la reproducción social en general subsidian la economía formal e informal. Con los aportes de la economía feminista y el ecofeminismo nutriremos una discusión necesaria para una reconfiguración de la economía de cuidados y para la transformación de las relaciones sociales y de género entre hombres y mujeres del medio rural.
#04210 |
AS MULHERES NA INCIDÊNCIA POLÍTICA: CONSTRUÇÃO E APOIO À AGRICULTURA URBANA E PERIURBANA NO MUNICÍPIO DE NATAL
O presente artigo busca analisar como as experiências e trajetórias da liderança feminina do mandato autor da Lei 7018/20, se relacionam na construção da política e na construção da agenda da agricultura urbana e periurbana. Aprovada em Março de 2020, a Lei 7.018 é o primeiro marco regulatório na capital potiguar sobre a agricultura em meio urbano, contemplando a promoção de práticas agroecológicas, sobre os princípios da Economia Solidária, visando menor impacto no meio ambiente e a produção sustentável, salientando o debate do rural em meio urbano. A pesquisa deve contribuir para o estudo da representação política e da formação da agenda em políticas públicas, além de promover um resgate histórico da organização das mulheres em torno da temática. O trabalho será subsidiado pela literatura da Ciência Política acerca da representação e da formação da agenda, partindo de Kingdon (1995)e Pitkin (2006), mas também trazendo para a discussão teórica Born (2001), Kofes (2015) e Bourdieu (1996).A metodologia se utiliza de ferramentas da Antropologia como a abordagem etnográfica no trabalho de campo realizado durante as 10 sessões de audiências públicas para a discussão na Câmara dos vereadores de Natal para a aprovação da minuta do Plano Diretor. E, entrevistas semi estruturadas com a vereadora Divaneide Basílio e sua assessoria, para analisar as experiências e trajetórias das mulheres atuantes no mandato e da própria vereadora. Espera-se assim, identificar as lideranças femininas que do mandato, possíveis outras lideranças femininas, que interagem com este e contribuem para e com a Agricultura Urbana e Periurbana no Município de Natal.Palavras-chave: Soberania Alimentar; Agricultura Urbana e Periurbana; Incidência Política; Gênero; Participação Feminina.
#04254 |
México: violencia en la frontera sur, cultura del buen trato y feminismos rurales
En esta ponencia se aborda la reflexión sobre violencia, cultura del buen trato y feminismos rurales, enfocando el municipio de Tenosique en el estado de Tabasco, vergel donde se cruzan añejas violencias estructurales y nuevas violencias y despojo asociados al impulso de megaproyectos públicos y privados, a la expansión de monocultivos como palma de aceite y a la violación sistemática de derechos humanos de migrantes que arriban a México desde Centroamérica; ante la intersección de tantas violencias, diversos núcleos de mujeres rurales, están impulsando procesos, reflexiones y acciones de defensa para contrarrestarlas y para generar otra manera de relación humana que ponga por delante la vida y el buen trato. Los procesos locales adoptan la figura de comunidades de aprendizaje en la Rivera, la planicie y la sierra de ese municipio fronterizo. Llama la atención que la respuesta ante la violencias sea la “cultura del buen trato”, la incorporación de nuevas formas de interacción con las comunidades rurales y la población en tránsito, y las articulaciones regionales que van dándose discretamente pero que producen cambios societales profundos. Entre las interacciones que propician estos procesos se halla el diálogo con algunos feminismos, las identificaciones y diferencias, y la emergencia de lo que aquí se empieza a llamar, feminismos rurales.
15:00 - 17:00
GT_11- Género, Feminismos y sus aportes a las Ciencias Sociales
2.2 Ecofeminismos, defensoras del territorio, extractivismo y cambio climático
#01467 |
A RELAÇÃO DAS MULHERES COM O MEIO AMBIENTE: UM ESTUDO DE CASO DAS MULHERES CAIÇARAS DE ILHABELA
A construção da sociedade foi, desde sempre, baseada na definição e reprodução dos papéis sociais de gênero, ou seja, o que é ser mulher ou homem numa coletividade. A mulher é normalmente colocada em uma posição de inferioridade e subordinação e é vítima de diversas formas de violência e opressão advindas tanto do homem, e da sociedade como um todo. Na visão patriarcal o homem pertence ao espaço público, às decisões políticas, à socialização e à liberdade de ir e vir. Já o gênero feminino fica restrito ao espaço doméstico, no cuidado da casa, dos filhos e do marido e no cultivo dos alimentos. Neste trabalho pretende-se demonstrar como deu-se, desde o início, a relação entre as mulheres e a natureza, assim como a luta na defesa e preservação do meio ambiente até os dias atuais. No entanto, em cada sociedade a relação da mulher com o meio ambiente é diferente, decorrente de por questões culturais e tradições passadas de geração a geração. Com a finalidade de introduzir o tema serão elencados e elaborados alguns conceitos essenciais utilizados no decorrer do artigo: Ecofeminismo, meio ambiente, desenvolvimento sustentável, povos tradicionais, ribeirinhas e caiçaras. No que diz respeito ao conceito de ecofeminismo, abordar-se-á a definição de gênero os pressupostos desta teoria e suas diferentes vertentes. Os povos estudados neste trabalho são: as camponesas, as quebradoras de coco babaçu do Maranhão, as indígenas, quilombolas e as pescadoras, tanto ribeirinhas como caiçaras. A pesquisa tem por finalidade analisar e comparar a relação das mulheres desses povos com a natureza e com os demais indivíduos do grupo e estudar de que maneira ocorrem as relações de gênero. O trabalho fundamenta-se em dois métodos de pesquisa – qualitativa e quantitativa – mas com ênfase no método qualitativo, assegurando que a pesquisa tenha um enfoque mais humanista, ou seja, são pesquisas que defendem o estudo do ser humano e sua interpretação do mundo. A pesquisa utiliza a revisão bibliográfica por meio da análise de textos de periódicos científicos, documentos, livros, jornais e revistas. Também foram realizadas entrevistas com mulheres caiçaras em diferentes locais no arquipélago de Ilhabela, localizado no Litoral Norte do Estado de São Paulo, visando compreender como se apresenta a relação das mulheres moradoras das comunidades caiçaras com o meio ambiente, dentro de uma sociedade tradicional e patriarcal, em contraposição aos estudos sobre ecofeminismo e ecologia, para em seguida responder algumas questões: Como essas mulheres são tratadas pela comunidade? Existem papéis divididos por gênero? As mulheres também pescam? Há uma preocupação ambiental diferente entre homens e mulheres? As respostas podem futuramente ajudar na formulação de políticas públicas para resguardar tanto as mulheres como o meio ambiente.
#01627 |
Quintais “Com vida” e Territórios Livres: ecofeminismos e agroecologia no Cariri (Brasil)
Marina Serra Murta Maia1
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Neli Gomes da Rocha
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Fernanda Savicki de Almeida
3
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Marina Augusta Tauil Bernardo
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Ailsa Cristiane Arcanjo Soares
4
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Auda Maria da Silva Pereira
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1 - Associação Brasileira de Agroecologia / UFPE.2 - Associação Brasileira de Agroecologia / UFPR.3 - Associação Brasileira de Agroecologia / Fiocruz MS.4 - Associação Brasileira de Agroecologia.
A partir do projeto desenvolvido pela Associação Brasileira de Agroecologia-ABA denominado “Construção de territórios livres: mulheres e seus quintais produtivos no combate ao uso de agrotóxicos”, financiado pela Fundação Heinrich Boll, foi possível realizar um recorte temático com base nas narrativas de mulheres agricultoras e as construções realizadas em seus quintais produtivos. No Brasil, quintal é o termo utilizado para se referir ao terreno situado ao redor da casa, definido, na maioria das vezes, como a porção de terra próxima à residência, de acesso fácil e cômodo, na qual se cultivam ou se mantêm múltiplas espécies que fornecem parte das necessidades nutricionais da família, bem como outros produtos, como lenha e plantas medicinais (BRITO e COELHO, 2000). Tais quintais configuram como agricultura alternativa de base ancestral e são denominados conforme peculiaridades de cada território, e na literatura são referenciados como: Quintais Produtivos, Quintais Agroflorestais, Quintais Familiares, Quintais Urbanos, entre outras nomenclaturas. Como sistemas alternativos de produção, possuem objetivos em comum: segurança alimentar, aumento da produtividade e melhoria da renda, além de atuarem na contramão do consumo de agrotóxicos no Brasil e no mundo, como apontam dados da (ABRASCO, 2015). E, na perspectiva do Ecofeminismo, os quintais configuram um caminho de desconstrução deste sistema de produção convencional, modo de produção exploratório que se aproveita do trabalho das mulheres de forma violenta (SANCHEZ, 2014), engendrando uma economia conduzida pelas próprias mulheres. Nessa perspectiva, o objetivo deste trabalho foi explanar as experiências observadas em quatro quintais produtivos localizados no Nordeste brasileiro, na região do Cariri (Paraíba). Através de estudos de casos e de análise de dados, foi possível verificar que a autonomia de mulheres na gestão desses territórios intersecciona o empoderamento feminino econômico e a soberania alimentar, recuperando práticas de plantio livres de agrotóxicos e, portanto, impactando diretamente na alimentação e na subsistência das mulheres e de suas famílias. Como resultado de pesquisa as mulheres e seus quintais: 1. Cuidam de si mesmas e de suas comunidades; 2. São guardiãs de sementes crioulas e da agrobiodiversidade; 3. Salvaguardam técnicas familiares de manejo com a terra e com as criações de animais. Desse modo, com base em referencial teórico, torna-se possível apontar que os quintais, enquanto espaços mantidos sob a gestão de mulheres, são territórios de empoderamento e de resistência feminina e, por consequência, do próprio meio ambiente.
#02179 |
Cartografías afectivas de mujeres rurales en el Uruguay
En esta ponencia presento algunas claves del proceso de investigación cartográfico-etnográfico que llevo adelante desde el 2019 con mujeres rurales de Uruguay que integran dos redes en lucha por la soberanía alimentaria: la Red de Grupos de Mujeres Rurales y la Red Nacional de Semillas Nativas y Criollas del Uruguay. Dicha investigación tiene como objetivo realizar un mapa de afectos sobre las formas de vivir en red en femenino, una descripción orientada teóricamente por la epistemología feminista y donde la experiencia de las mujeres, la develación de lo femenino, conduce mi observación y reflexión. Me interesa mostrar los modos de vivir en red a partir de rastrear las trayectorias de mujeres y comprender cómo sus relacionalidades incidieron en la elección de estas formas de vida, así como los componentes de las redes a las que pertenecen que potencian y limitan sus haceres y sus políticas como mujeres en la lucha por la sostenibilidad de la vida.De los aspectos metodológicos compartiré decisiones que fui tomando durante el proceso, titubeos, dudas, incomodidades propias del campo de investigación, que desde una perspectiva feminista del conocimiento tienen mucho valor epistémico. Se compartirá un mapa de relaciones afectivas de las mujeres compuesto por sus trayectorias vitales y los componentes principales de las redes que potencian y limitan vivir la vida en red y en clave feminista.
#03042 |
La lucha continúa: mujeres y afanes por la defensa el territorio contra la mega minería y sus efectos nocivos en el noroeste de México.
A siete años del mayor ecocidio ocurrido en México, los respondientes siguen sin resolver las demandas de reparación del daño, respeto a DDHH e impartición de justicia por omisiones de la empresa, así como garantía de no repetición, exigidas por pobladores de la región del río Sonora. La contaminación a los ríos Bacanuchi y Sonora, por actividades mineras de Buenavista del Cobre (GM) en 2014, ocasionó daños irreversibles a Naturaleza, trastocando la vida cotidiana de 22,000 personas, afectando diferenciadamente a mujeres y hombres, de distintas edades, surgiendo conflicto socioambiental por la lucha del territorio, actualmente vigente. Han muerto personas por exposición a contaminantes; las actividades económicas no se han recuperado en su totalidad ―agricultura, ganadería y comercio―; el agua de los pozos no puede utilizarse, en suma, pérdida de un hábitat seguro y saludable; causas de migración hacia las ciudades, en busca de tratamiento médico y trabajo para sostenerse al ver perdidos medios de subsistencia. El conflicto por el acceso y uso de la naturaleza expone asimetrías y desigualdades entre actores sociales, la valorización del medio ambiente por los pobladores versus las imposiciones hegemónicas del modelo económico neoliberal y extractivista impuesto por grandes empresas globales con connivencia del gobierno mexicano. En esta lucha territorial se impone una visión nosocéntrica, comunitaria; considerando las relaciones entre hombres y mujeres; entre seres humanos y lo no humano; en defensa de sus modos de vida, que perviven en la tradición, identidad cultural y modos de ser del sonorense. Subsiste hasta hoy, la carga adicional de cuidados en mujeres hacia sus familiares ―padres, esposos e hijos― quienes sufrieron afectaciones graves de salud, cáncer derivado de la exposición directa a metales pesados y consumo de agua contaminada. Ellas, quienes viendo afectado el bien salud y su entorno, defienden el territorio y exigen la reparación del daño ocasionado. Actoras principales en lucha permanente, integradas en Comités de Cuenca, activas en la demanda de justicia ante la Suprema Corte de Justicia de la Nación. Exigen la reapertura del Fideicomiso y representatividad de los/las afectados/as en el Comité Técnico, cumplimentando la sentencia de la SCJN a favor de los pobladores. El Gobierno Federal anunció el Plan de Justicia para Cananea sin un Plan específico para río Sonora. Habrá que considerar las características de los ecosistemas y su dinámica, para entender el contexto ambiental en el que las relaciones sociales y de género se entretejen y poder analizarlas y transformarlas.
#03989 |
A agroecologia tem rosto de mulher: as experiências agroecológicas e a defesa do território pelas mulheres camponesas da cidade do Crato, nordeste do Brasil.
Bruna Dayane Xavier de Araújo
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Camila Dutra dos Santos2
1 - Universidade Federal do Ceará.2 - Universidade Estadual do Ceará.
O alimento é fonte vital para os seres humanos. A alimentação se apresenta, primeiramente, como uma necessidade biológica, somado a isso é um complexo sistema simbólico que aglomera diversos significados: sociais, de prazer, políticos, religiosos e estéticos A alimentação é um eixo central para entender as redes de sociabilidade e é um dos pilares primordiais na construção da nossa humanidade e transmissão de cultura. Neste âmbito sobre alimentação, trazemos as experiências da produção de alimentos das mulheres camponesas da cidade do Crato, no estado do Ceará, nordeste do Brasil. Estas mulheres têm, em suas histórias de vida a luta pelo direito à terra, iniciativas de criação de agroecossistemas com viés na agroecologia, implementação de feiras agroecológicas, participação em sindicatos e, algumas delas, também possuem vínculos com a cultura e educação popular..Essas mulheres constituem o que Lélia Gonzalez (2020) descreve como “massa marginal” que sofre profundos processos de exclusão social, sobretudo, dentro dos dispositivos do Estado. Contudo, elas vêm construindo experiências de autonomia e reinvenção do modo de conviver com o território, com capacidades de interferir e transformar o sistema agroalimentar convencional a nível local. As categorias analíticas que embasam este estudo são: Fome, Território, Gênero; Mulheres Camponesas e Agroecologia. Assim, nos possibilitará uma compreensão mais aprofundada sobre a totalidade em que se constrói a questão da alimentação. A fome é vista nesta pesquisa como um fenômeno social e coletivo, que atinge determinados grupos sociais em um território, caracterizando-se como fome endêmica, epidêmica, oculta e parcial (CASTRO, 2006). O mesmo autor expõe que a fome é a face do subdesenvolvimento e de nossa condição de país O alimento compreendido como fragmento do território é também fruto das relações sociais, por exemplo, das resistências camponesas em seus recortes espaciais. As etapas do percurso metodológico desta pesquisa foram as seguintes: levantamento bibliográfico, pesquisa documental e trabalho de campo, por meio de registros fotográficos, de áudio, vídeo e entrevistas que tiveram o intuito de captar narrativas de vida dessas camponesas. Assim, as práticas agroecológicas das mulheres camponesas do município do Crato, constrói exemplos de produção mais diversificada, de alimentos com qualidade, fortalecendo os saberes tradicionais, as relações de gênero e trazendo elementos para o debate sobre autonomia e soberania alimentar.PALAVRAS-CHAVE: FOME; TERRITÓRIO, GÊNERO, MULHERES CAMPONESAS E AGROECOLOGIA.
#04185 |
As estratégias de resistência e existência das mulheres das marés e das águas
Os últimos anos foram de muitos desafios para as populações costeiro marinhas, políticas públicas importantes para a permanência nós territórios protegidos cessaram. O atual governo intensificou a flexibilização de leis ambientais, enfraqueceu órgãos fiscalizadores e a participação social nos conselhos e espaços de deliberação. Assim a demanda por justiça socioambiental ecoou dos manguezais brasileiros. Este trabalho traça um breve histórico da luta das mulheres rurais e de sua organização. Destacando-se os processos ocorridos nas reservas extrativista marinhas do estado do Pará-Brasil, como a criação da Rede de Mulheres das Marés e das Águas do Pará, a atuação das mulheres e os discursos envolvidos nas reivindicações por justiça socioambiental. Trata-se de pesquisa qualitativa de caráter bibliográfico. A análise parte da perspectiva da ecologia política e do ecofeminismo. As mulheres rurais (das marés e das águas) sentem diretamente as consequências e riscos de ações contraditórias do Estado ao facilitar um projeto de desenvolvimento econômico em oposição a políticas socioambientais com vistas a sustentabilidade. As estratégias de resistência e ação apontam para a reafirmação do histórico de luta das mulheres em defesa dos ecossistemas marinho e costeiro, evidenciando alternativas para a crise socioambiental.Mulheres das Marés e das águas. Reservas extrativistas marinhas. Justiça socioambiental.
#04277 |
Ecofeminismo, direitos da natureza e justiça climática: teias relacionais e restauração planetária
Verônica Maria Bezerra Guimarães1
1 - Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD.
O presente trabalho provém das investigações realizadas no Grupo de Pesquisa Ecofenomenologia, Ciência da Sustentabilidade e Direito, cadastrado no diretório de pesquisa do CPPQ/Brasil e, em particular das linhas de pesquisa: a) Educação Ambiental Crítica e Direitos da Natureza e b) Ecopolítica, Direitos emergentes e transições ecológicas justas. Trata das correlações entre ecofeminismo, direitos da natureza e justiça climática. Caracteriza-se como um ensaio teórico hipotético-dedutivo com revisão bibliográfica e mapeamento preliminar de litígios climáticos em nível internacional, tendo como base teórica-conceitual a contribuição do ecofeminismo e dos direitos da natureza para a realização da justiça climática. O trabalho aponta correlações entre crise ecológica e desigualdade de gênero através das diversas dimensões do ecofeminismo: distributiva, de representação, de reconhecimento, de capacidades e de participação. As injustiças e relações de poder e de dominação patriarcal que afetam as mulheres dialogam com os processos que afetam os entes não humanos que compõem ecossistemas e biomas. O predomínio da mentalidade androcêntrica contribui para o sistema global de injustiça climática revelada pelas inúmeras desigualdades geopolíticas. As conexões entre gênero e mudanças climáticas podem demonstrar vários aspectos, dentre os quais, a invisibilidade, a vulnerabilidade e o sagrado. Não ser considerada na construção de políticas públicas; na participação da tomada de decisões que afetem, direta ou indiretamente, sua saúde, seu trabalho e sua alimentação e outros direitos sociais e da natureza; bem como não ter as suas especificidades como mulher contemplada no âmbito democrático e de cidadania atinge a concretização da igualdade de gênero. As mudanças e emergências ecológicas e climáticas acentuam vulnerabilidades históricas relacionadas com gênero, raça e classe social. Desta forma, o aporte da interseccionalidade sobre as diversas realidades locais indica impactos sobre as mulheres nos processos históricos do colonialismo, do imperialismo e dos seus modelos de desenvolvimento. O modo de perceber a casa planetária sob o viés do cuidado e da atenção, geralmente, atribuído ao feminino também é um sentir pensar sobre as relações. Os fluxos de restauração da natureza passam pelo saber e pelas práticas do feminino. Portanto, tais aspectos se manifestam nas reivindicações por justiça climática em diversas partes do planeta através de ativismos, como protestos e litigância.
Introducción:
O trabalho aponta correlações entre crise ecológica e desigualdade de gênero através das diversas dimensões do ecofeminismo: distributiva, de representação, de reconhecimento, de capacidades e de participação. Caracteriza-se como um ensaio teórico hipotético-dedutivo com revisão bibliográfica, tendo como base teórica-conceitual a contribuição do ecofeminismo e dos direitos da natureza para a realização da justiça climática.
O ecofeminismo é uma perspectiva espiritual, sociocultural e política para entender as consequências do sistema patriarcal e econômico que opera no mundo. Emergiu em um momento no qual os estudos teóricos, movimentos e práticas políticas sobre ecologia e feminismo se uniram, especialmente a partir da década de 1960. Mulheres em muitas partes têm defendido seus territórios contra poluição, desmatamento, perda de biodiversidade, energia nuclear, mudanças climáticas etc.
As mulheres apresentam questões específicas por causa das mudanças climáticas e desastres ambientais que afetam profundamente sua saúde física e mental, incluindo a maternidade. No entanto, essa desigualdade não é algo inato, é causada pela posição de gênero e pelo patriarcado. Existem diferenças entre as mulheres do norte e do sul do globo. No norte, a maioria dos debates gira em torno do produtivismo e do consumo excessivo. O modo de vida e o bem-estar determinam a retirada de recursos, terras e direitos de outros para viabilizar esse processo. No sul, os direitos humanos básicos, como segurança alimentar, terras agrícolas produtivas, água potável, saneamento, meios de subsistência, estruturas urbanas e rurais são uma prioridade. A mudança climática aprofunda a discriminação e a pobreza, pressionando aqueles que são historicamente marginalizados.
Desarrollo:
Então, o que é um lugar feminista em um contexto social e ecológico? Há muitas histórias de problemas ambientais que afetam direta ou indiretamente as mulheres e suas comunidades. “Quando as mulheres e aqueles com quem se importam são desproporcionalmente afetados, ou são a maioria dos afetados - seja por câncer de mama, exposições tóxicas durante a gravidez e lactação, locais de trabalho tóxicos e de gênero ou a localização de indústrias poluentes - esses assuntos tornam-se questões feministas” (Gaard, 2017).
Decorrente da atuação de vários movimentos sociais, o termo ecofeminismo foi traçado em 1974 pela feminista francesa Françoise d´Eaubonne, conectando o feminismo ao amplo espectro das relações com a ecologia (SHIVA, MIES,1993, p. 24). Neste contexto, o ecofeminismo aponta interligações entre a dominação e a exploração da natureza com a questão de gênero. Em diversas partes do mundo, no pós-segunda guerra mundial, os efeitos do modelo econômico baseado no extrativismo desenfreado, no uso de agroquímicos, na destruição de florestas e no uso de combustíveis fósseis já revelava sinais de crise.
Os desastres ambientais e climáticos têm revelado uma face das desigualdades e injustiças que atingem mais desproporcionalmente as mulheres, as crianças e as comunidades pobres. As decisões políticas sobre o rumo de desenvolvimento dos países têm sido tomadas, historicamente, por homens, atuando em um sistema patriarcal, neocolonialista e capitalista, cujas consequências são sentidas, de modo desigual, na saúde e na vida de mulheres e jovens.
Quanto a saúde, o recente relatório Lancet Countdown on Health and Climate Change (2019) avaliou 41 indicadores-chave sobre o impacto das mudanças climáticas na saúde pública e aponta as consequências em curso sobre a saúde de crianças. O relatório trata de quatro áreas: vulnerabilidade a doenças transmitidas por mosquitos, carvão, poluição do ar e emissões dos setores da saúde (CRUZ, 2019).
As mulheres têm um papel político a desempenhar em defesa das suas especificidades e do cuidado com o planeta. Uma perspectiva ecofeminista, conforme destacam Shiva e Mies (1993, p. 15), necessita uma nova cosmologia reconhecendo que:
a vida na natureza (incluindo todos os seres humanos) mantém-se por meio da cooperação, cuidado e amor mútuos. Somente deste modo estaremos habilitados a respeitar e a preservar a diversidade de todas as formas de vida, bem como das suas expressões culturais, como fontes verdadeiras do nosso bem-estar e felicidade. Para alcançar este fim, as ecofeministas utilizam metáforas como “re-tecer” o mundo”, “curar as feridas”, re-ligar e interligar a “teia”.
Existem várias abordagens desenvolvidas a partir do ecofeminismo, dentre elas, destaca-se a espiritual e a político-cultural. Embora o termo espiritual possua diferentes significados, salienta-se a importância desta dimensão em contraposição ao materialismo histórico, ressaltando-o como um princípio de ligação com todas as coisas e seres. Está atrelado a percepções que vão além do meramente racional, evidenciando-se o aspecto sagrado da vida, numa visão holística das dimensões que compõem a existência. Está correlacionada com a cosmovisão da Terra como mãe; ou na visão andina, a Pachamama; e, na cosmologia rural indiana, a Prakriti, como o princípio feminino de tudo que se manifesta através da criatividade, da ação, da produtividade, da diversidade, da conectividade, da interrelação com todos os seres, da continuidade entre humanos e não humanos e do sagrado da vida na natureza (SHIVA, 1989, p. 40).
A abordagem político-cultural envolve vários processos de luta, reconhecimento, representação e participação em contextos diversos a partir do local onde os efeitos de destruição da natureza ocorrem. Aqui, encontram-se as discussões sobre as consequências do desenvolvimento imprimido pelas economias industrializadas do ocidente, cuja métrica é pautada por indicadores econômicos insuficientes para demonstrar a perda de natureza e o aumento da pobreza e das consequências decorrentes do colonialismo e neocolonialismo para a natureza e as mulheres dos países menos desenvolvidos. Conforme a argumentação de Federici:
a tentativa neoliberal de subordinar todas e cada uma das formas de vida e de conhecimento à lógica do mercado incrementou nossa consciência do perigo que é viver em um mundo no qual já não temos acesso aos mares, às árvores, aos animais e nem aos nossos semelhantes a não ser por meio do nexo econômico (FEDERICI, 2014, p. 146).
Evidenciam-se, pioneiramente, o pensamento e a ação ecofeminista de três mulheres que influenciaram gerações nos seus processos ecoativistas: Rachel Carson que alertou sobre os efeitos do uso de agrotóxicos sobre a saúde humana e a conservação das espécies, da água e da terra, dos sistemas que mantém e sustentam a vida nos Estados Unidos, através da pesquisa que resultou no livro Primavera Silenciosa, de 1962; Wangari Maathai, prêmio Nobel da paz, cuja atuação resultou em um amplo movimento de reflorestamento na África, chamado “The green belt movement” e Vandana Shiva, física e filósofa indiana, cujas pesquisa resultaram em obras fundamentais como “Staying Alive: women, ecology and development” e com Maria Mies, o livro “Ecofeminismo”, além de uma ampla atuação socio-ecoativista, como o Movimento Chipko na Índia, em 1973, em favor de mulheres camponesas.
O ecofeminismo se relaciona com a política da diferença e, transversalmente, com todas as chamadas ondas do feminismo, mas para o presente trabalho, o foco concentra-se na quarta onda. Em linhas gerais, a primeira onda (1848-1920) está associada a busca pela igualdade de gênero: direito ao voto, a educação, ao trabalho e dentro do casamento; a segunda (1960-80), ao aprofundamento das raízes da opressão: nas relações sexuais, na família e no trabalho; a terceira (1990-2012), desafia o racismo, sexismo e preconceito de classe, com foco no empoderamento das mulheres como indivíduos.
A interseccionalidade aponta como a interconexão de vários sistemas de opressão é importante para uma visão mais integral da realidade. Nesta leitura, ocorre o cruzamento de múltiplas opressões, entre as quais, gênero, raça e classe social. O termo interseccionalidade foi trazido pela professora norte-americana de Direito, Kimberlé Crenshaw, em 1989, em um ensaio chamado “Desmarginalizando a intersecção entre raça e sexo” e, posteriormente, em “Mapeando as margens” (1991) ela nos traz a perspectiva da interseccionalidade em três tipos: estrutural, política e representativa. Outras escritoras e ativistas feministas negras norte-americanas também desenvolveram este conceito em suas obras, como Angela Davis, Bell Hooks e Audre Lorde.
A interseccionalidade aponta como a interligação de vários sistemas de opressão são importantes para uma visão mais integral da realidade. Gaard (2017) reconhece as interseccionalidades da justiça climática e do ecofeminismo nomeando-as e identificando-as no campo de gênero, raça, classe, sexualidade, idade, habilidade, espécie e meio ambiente. Recentes abordagens sobre justiça ambiental e climática também apontam convergências e simultaneidades entre ecologia e feminismo.
Após 2012, o uso de tecnologias e mídias sociais como instrumento de informação, de mobilização e de lutas tem emergido como o que pode ser considerado uma nova quarta onda do feminismo. O feminismo digital tem facilitado a comunicação de diversos movimentos, no qual um dos meios de propagação nas redes sociais tem sido o chamado “ativismo hashtag” através do uso de palavras e frases de impacto que rapidamente se espalham e se agregam em torno das mesmas. Assim, informações, protestos, denuncias, campanhas, injustiças, violências etc. são compartilhadas em tempo real.
Mary Robinson (2021) em recente edição brasileira do seu livro “Justiça climática: esperança, resiliência e a luta por um futuro sustentável”, apresenta onze histórias em diversas partes do planeta sobre o enfrentamento da crise climática. Muitas destas narrativas são de jovens e mulheres que através das mudanças nos seus lugares de origem e moradia estão vivenciando situações de injustiça climática, atreladas aos processos históricos de pobreza, exclusão e desigualdades.
A superação do que Robinson (2021, p. 21-5) chama de “injustiça intergeracional da mudança climática” passa, necessariamente, pelo comportamento coletivo; pela governança, pela ciência e pela compaixão. E, neste processo, a militância das novas gerações é imprescindível: “os jovens estão tomando a frente, exigindo que medidas sejam colocadas em prática e envergonhando aqueles que têm idade para influenciar e promover mudanças nas políticas públicas (ROBINSON, 2021, p. 24).
As injustiças climáticas são reveladas pelas inúmeras desigualdades geopolíticas, dentre os quais:
* não ser considerada na construção de políticas públicas;
* na participação da tomada de decisões que afetem, direta ou indiretamente, sua saúde, seu trabalho e sua alimentação e outros direitos sociais e da natureza;
* não ter as suas especificidades como mulher contemplada no âmbito democrático e de cidadania.
A justiça ambiental e climática está relacionada a uma distribuição intra e intergeracional do acesso ambiental justo. As exclusões aprofundam a exposição a riscos ambientais e de saúde, poluição e presença industrial em comunidades carentes, quebra de infraestrutura, desinvestimento econômico público, subsistência vulnerável, baixo nível de qualidade escolar, desemprego constante e outras ausências e/ou baixa qualidade de serviços municipais como esgoto, coleta e destinação de lixo. A presença de um movimento global de justiça ambiental e ecofeminista em localidades rurais e urbanas pode ser encontrada em muitos países.
A partir dos diálogos entre movimentos ecossociais e acadêmicos, vários nomes surgiram para identificar a justiça ambiental, como: racismo ambiental, epidemiologia popular, ambientalismo dos pobres e indígenas, biopirataria, plantação de árvores não é floresta, dívida ecológica, justiça climática, soberania alimentar, grilagem de terras e justiça hídrica, entre outros. O Atlas de Justiça Ambiental (disponível em http://www.ejatlas.org) sistematiza vários movimentos (MARTINEZ-ALIER, 2016, p.3).
Os direitos da natureza em uma leitura ecofeminista caminha na direção da despatriarcalização, propondo mudanças feministas em direção ao cuidado e defesa da natureza e das comunidades, com base em valores interculturais de respeito, reciprocidade, convivência, complementaridade e outros modelos para promover uma transição justa. Neste sentido, enfrentar o patriarcado é essencial para refundar a política ecológica em todos os níveis da sociedade e da governança.
Conclusiones:
O clima é um tema que está na agenda política internacional desde os anos 70, conduzido pelas Nações Unidas, muitos acordos e Leis Climáticas foram construídos para regular a segurança climática no planeta. Este é um desafio transnacional porque tem implicações diretas no sistema econômico hegemônico.
Todas as ondas feministas e teorias, práticas e movimentos de justiça climática precisam trabalhar juntos para reforçar os caminhos transformadores para uma sociedade mais igualitária em nível planetário. Destacar que as mulheres são as mais afetadas pelas mudanças climáticas não é suficiente para avançar em uma direção não discriminatória. A complexidade das relações de poder aponta para uma profunda mudança na sociedade, incluindo a superação do trabalho de cuidar e do trabalho doméstico como atividades essencialmente femininas.
O sentir pensar sobre as relações e os fluxos de restauração da natureza passam pelo saber e pelas práticas do feminino. Tais aspectos se manifestam nas reivindicações por justiça climática em diversas partes do planeta através de ativismos, como protestos e litigância. As linhas de frente feministas da justiça climática e das soluções para as crises climáticas passam pela construção de sistemas em que as mulheres devem exercer protagonismos das teias relacionais da vida e da restauração planetária no caminho das transições criativas.
A construção de muitas visões de mundo ecofeministas baseadas na diversidade cultural e biológica de todas as formas de vida está em andamento. Os caminhos de um pluriverso se manifestaram nas economias solidárias, ecossistemas regenerativos, comunidades cooperativas, sistemas de partilha de bens e serviços, agricultura orgânica e sistemas agroflorestais, valorização dos espaços comuns entre outras transições criativas e corajosas que já estão acontecendo no norte e no sul.
As alternativas pós-desenvolvimento buscam igualdade e formas de vida sustentáveis. Nesse sentido, o reconhecimento dos direitos da natureza é fundamental para reorientar a economia extrativista de exportação e equilibrar as relações de poder entre o norte e o sul globais. Respeitar os direitos da natureza é respeitar os limites da Terra e os direitos de outras espécies, incluindo uma valorização integral da justiça e equidade socioecológica.
Bibliografía:
CRUZ, Matheus. Mudanças climáticas prejudicam saúde de crianças no mundo. Agência Fiocruz de Notícias, 18 nov. 2019. Disponível em: http://informe.ensp.fiocruz. br/noticias/47668. Acesso em: 23 jan. 2022.
FEDERICI, Silvia. O feminismo e as políticas do comum em uma era de acumulação primitiva. In: MORENO, Renata. (Org.). Feminismo, economia e política: debates para a construção da igualdade e autonomia das mulheres. São Paulo: SOF – Sempre viva organização feminista, 2014. Disponível em: https://www.sof.org.br/wp-content/uploads/2015/08/Economia-e-poli%cc%81tica-web.pdf. Acesso em: 13 mar. 2022.
GAARD, Greta. Feminism and Environmental Justice. In: HOLIFIELD, Ryan, CHAKRABORTY, Jay, WALKER, Gordon (eds). Handbook of Environmental Justice. London: Routledge, 2017.
MARTINEZ-ALIER, Joan et al. Is there a global environmental justice movement?. The Journal of Peasant Studies, v. 43, n. 3, p. 731-755, 2016.
ROBINSON, Mary. Justiça Climática: esperança, resiliência e a luta por um futuro sustentável. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2021.
SHIVA, Vandana, MIES, Maria. Ecofeminismo. Lisboa: Instituto Piaget, 1993.
El concepto de crímenes de lesa humanidad ha sido reconocido por el derecho internacional desde hace mucho tiempo. La vinculación entre las desapariciones forzadas y los crímenes de lesa humanidad fue explícitamente reconocida por la resolución 666 /XIII-0/83) de 1983 de la Asamblea general de la Organización de los Estados Americanos (OEA), la cual describía la práctica de las desapariciones forzadas per se cómo un crimen de lesa humanidad.La desaparición de personas actualmente en México es considerado un delito de lesa humanidad, debido a que el mismo ha sido y es generalizado, así como sistemático, atentando contra la sociedad, mediante el asesinato y los desplazamientos forzados de las comunidades del país. Vulnerando con ello derechos tanto jurídicos como humanos de las personas, los cuales están tutelados tanto por los tratados internacionales como por las normas nacionales, siendo esta ultima la Constitución Política de los Estados Unidos Mexicanos. En cifras actuales emitidas por el Registro Nacional de Personas Desaparecidas (RNPD) en el Estado se encuentran bajo el estatus de desaparecidas, 100,008 personas. Si bien es sabido la desaparición de personas en la actualidad es multicausal por lo que es casi imposible definir la causa del hecho ilícito, sin embargo, lo que estas cien mil personas evidencian es la aquiescencia del Estado en la comisión de estos crímenes de lesa humanidad. Si bien es cierto La desaparición de personas no es un problema reciente, es una situación que se viene generando desde años anteriores, este tipo de acciones era utilizado ampliamente por las dictaduras militares en su momento, las mismas se practicaban con reiteración en los conflictos internos, especialmente a manos de gobiernos que intentaban reprimir a opositores políticos o de grupos armados de oposición, actualmente en algunos países se llevan a cabo las desapariciones de personas por los grupos criminales, los cuales tienen diferentes motivos para efectuar estos delitos, como primer motivo se puede establecer la incorporación de personas a sus corporaciones, el segundo motivo, la venta de órganos y como tercer motivo, el tráfico de personas, en todos los actos mencionados con anterioridad y en otros tantos no contemplados, estos hechos ilícitos privan de la libertad a las personas y en muchas de las ocasiones las desaparecen sin dejar rastro. La desaparición forzada o involuntaria de personas implica la ejecución extrajudicial de la persona, violando su derecho a la vida, y la desaparición del cadáver sin que se vuelva a tener rastro de su paradero, lo cual niega incluso el “derecho a la muerte”.