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O presente artigo apresenta reflexões sobre raça e os caminhos da modernização econômica no meio rural paulista. Modelos e projetos civilizatórios foram oferecidos no sentido de chegar a um arquétipo de nação como proposta sobre o sentido do uso e costume da terra e o lugar reservado ao negro no imaginário paulista ao longo do século XX. A compreensão de tais transformações, caminhando entre as leituras de obras literárias, como “Urupês” de Monteiro Lobato e trabalhos científicos para refletir sobre as representações no diz respeito à naturalização, as heranças sociais e econômicas da condição rural, modernização, globalização econômica. A preocupação em modernizar o campo nos anos finais do século XX estava em responder às exigências do mundo globalizado, acompanhar a demanda de “racionalidade” a ser empregada no plantio, nos cuidados, na colheita, na armazenagem, estocagem, empacotamento, transporte e comercialização justificando assim o surgimento de instituições de ensino e de pesquisa aplicada na área da agricultura. O movimento modernizador, a partir de 1970, acelerou as grandes produções no campo que modificaram também as formas de emprego rural e as relações de trabalho no setor, auxílio ao crédito foi um dos investimentos do estado de São Paulo. No Brasil, assistimos o postulado de uma política intensa de incentivo a imigração branca pautada no discurso civilizacional que resultou na estratificação social, sustentadas por pesquisas científicas como de Nina Rodrigues e Oliveira Vianna que também estiveram presentes na literatura como em obras de Euclides da Cunha e Monteiro Lobato. Segundo Seyferth as diferenças de raça são utilizadas para separar pessoas e designar seu lugar na sociedade e sua posição de inferioridade social. Os traços determinantes das diferenças impõem também uma identidade negativa, genérica e pejorativa como vemos vinculada as identidades regionais de migrantes provenientes da região Norte e Nordeste, atribuindo traços fenótipos associados à inferioridade ou à incivilidade sobre uma categoria genérica de “nordestino”, “baiano”, “paraibano”.

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Este texto é resultado dos estudos preliminares do doutoramento em Estudos Étnicos e Africanos na Universidade Federal da Bahia. O objetivo é analisar como o colonialismo e o racismo constituíram a chamada população em situação de rua no Brasil, no caso particular da cidade de Salvador/Bahia. O presente texto está dividido em três eixos principais: a apresentação da formação sócio-histórica do Brasil; a relação das principais construções teóricas de Frantz Fanon sobre o colonialismo e o racismo e, a reprodução capitalista na sociedade brasileira; e, a análise dos aspectos que configuram a população em situação de rua Salvador como o resultado mais tangível do processo colonial. O que buscamos com este trabalho é discutir como a relação entre capitalismo, o colonialismo e racismo, em uma perspectiva dialética, constitui os elementos de subalternização da população negra no Brasil. Para compreender a população em situação de rua no contexto brasileiro é preciso compreender que as bases da sociedade brasileira estão assentadas no capitalismo e no colonialismo escravagista.  afetam sua saúde mental. A lógica de inferiorização da população negra, deve-se a aquilo que Fanon chamou de "mundo maniqueísta [...] um mundo compartimentado" (FANON, 2008). Para ele só é possível ser transformado a partir da mudança da visão de mundo, uma transformação no projeto societário. O que da população negra a elaboração de estratégias de sobrevivência as opressões de um contexto colonizado (FANON, 2021). O colonialismo possibilitou a expansão capitalista, através do extermínio, da escravização e da pilhagem mostram assim como não podemos dissociar capitalismo e colonialismo (FANON, 1968; MARX, 2017). O racismo se mostra como a mais eficaz estratégia do colonizador para expandir sua violência as instâncias mais íntimas das pessoas negras – as suas subjetividades. Apontamos que o lugar do colonialismo e do racismo no capitalismo são fundamentais para o surgimento de uma população em situação de rua. Concluímos que em suas construções teóricas Fanon abordou a constituição de uma população em situação quando afirmava o processo histórico de desumanização das pessoas negras. O que se expressa na realidade da população em situação de rua, inclusive na ausência de reflexões sobre essa população nos estudos sobre racismo, colonialismo e colonialidade.

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A RAÇA COMO ELEMENTO ECONÔMICO E POLÍTICO DE DOMINAÇÃO PARA AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADEntrodução: Tendo como tema de investigação o acesso dos negros à propriedade no Brasil, é fundamental racializar a discussão sobre o direito a terra. A raça, como construção de poder econômico, político e social determina a subordinação de determinado grupo no mundo. A manutenção do compadrio na sociedade brasileira, perpetua os privilégios desde a colonização. Objetivos: Este trabalho apresenta como objetivo realizar uma pesquisa bibliográfica sobre como o fator racial é determinante na estrtuturação das relações sociais, sobretudo negando o direito à propriedade aos negros. Neste contexto, verifica-se como foi construído o lugar do negro e da elite na sociedade, estabelecido a concentração de riqueza e, consequentemente, de poder, onde o poderio estatal é protagonista do processo escravista, uma vez que elabra leis que xcluem a população negra de acessar a propriedade  demais direitos sociais. Metodologia: Para desenvolver o presente estudo serão realizadas pesquisas bibliográfica e documental que abordem os seguintes conceitos: raça, direitos humanos, cidadania, Estado democrático de direito, direito à propriedade, territórios de favela e periferia. Resultados: Como resultado da pesquisa foi possível comprovar que quanto ao direito à propriedade no Brasil, verificamos como operou o colonialismo, que não só negou o acesso a terra, como criou mecanismos de impossibilidade do negro pós-liberto adquiri-la, tendo em vista que estes permaneceram trabalhando nas fazendas sem qualquer remuneração, enquanto os europeus brancos e pobres vieram para o Brasil para trabalhar nas lavouras com direito a terra e educação, no qual se demonstra à qual grupo se destinavam as políticas públicas. Conclusões: Conclui-se então que raça se constituiu através de determinações biológicas e étnico- culturais, contudo, nada tem a ver com a estrutura biológica do ser humano, mas com relação de poder e elemento político, havendo estreita ligação entre a numerosa população negra que ocupa a favela e o regime de escravidão o qual seus ancestres foram submetidos por muitos anos, posto que não lhes foi concedido nenhum tipo de indenização e terras para cultivar, o que não seria suficiente para reparar anos de desumanização e atrocidades, restando como única opção para a população negra a ocupação precária da cidade. Palavras-chave: Propriedade; colonização; raça; poder; 

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El argumento desarrollado a partir de este escrito explora dos concepciones sobre la noción de «sentimiento» que emergen durante el siglo XVIII. La primera está ligada a la filosofía moral predominante en Inglaterra, y sintetizada por Adam Smith en su obra The Theory of Moral Sentiment, en 1759. La segunda se desprende de la experiencia de esclavitud que vive en el Caribe Quobna Ottobah Cugoano, expuesta en su obra Thoughts and sentiments on the evil and wicked traffic Of the slavery and commerce of the human species, en 1787. Desde una perspectiva histórico-filosófica, la obra de Smith y el testimonio de Cugoano revelan dos grandes ideales utópicos de libertad que aún luchan por encontrar las fuentes de su reconciliación: la utopía burguesa capitalista que dio origen a la teoría de la liberal utilitarista instalada en el Estado moderno occidental, y el ideal de libertad emancipadora de todo poder de dominación, de opresión, de exclusión y de devaluación de la dignidad humana. Esta confrontación nos exige examinar los principios del capitalismo como presupuestos de los sentimientos morales y no solo del cuerpo y de recursos materiales.

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Este trabalho tem como objetivo traçar os sonhos de diferentes intelectuais negros brasileiros e suas contribuições para o desmantelamento do chamado mito da democracia racial. Destinados a ter um volume considerável de trabalhos que analisam a questão racial no Brasil, percebemos, portanto, que essas investigações estão voltadas para investigações realizadas por intelectuais brancos, e em sua maioria relacionadas a teorias de assentamento e estudos que inferiorizam negros e indígenas ou como/ nos inserimos em uma posição de passividade diante da opressão - concreta ou simbólica - sofrida. Nesse sentido, Propomos desenhar para destacar acadêmicos negros que consideramos fundamentais para nossos estudos sobre a questão racial no Brasil e que revelarão suas pesquisas invisibilizadas pelo racismo sistêmico que permeia todas as relações raciais no Brasil e que insiste em se manifestar como acadêmico, mesmo em tempos de democratização do acesso para pretos e pardos não no ensino Superior Público Brasileiro. Partindo do entendimento de que as experiências da população negra buscam seus próprios direitos como parte da formação histórico-social brasileira desde a constituição dos dois primeiros Quilombos, acreditamos que as contribuições de dois intelectuais negros que se aprofundam nessa questão são fundamentais para fortalecer os movimentos visavam garantia de dois direitos para cada grupo racial e redução das desigualdades raciais no Brasil. Orientamos nossa metodologia na construção de uma memória que nos permita observar as percepções sobre dois grandes fenômenos de exclusão racial simbólica presentes no Brasil. O mito da democracia racial que durante anos permeou o imaginário do povo brasileiro e que contribuiu fortemente para ações que justificam ou praticam o racismo e que ainda persiste em conviver com as lutas por justiça racial no Brasil, historicamente só foi combatido pelos movimentos de luta pela igualdade entre negros e brancos, mas dentro de duas paredes da academia. Nosso objetivo com este trabalho não é periodizar as produções da intelectualidade negra e suas diversas áreas de atuação de forma estática, mas dialogar com sua história, observando como um fenômeno complexo e dinâmico que vemos envolvendo, ao longo do tempo, Os mais diversos grupos sociais e diferentes estratégias de ação. Palavras-chave: Intelectualidade negra. justiça racial. Ou o mito dá democracia racial. 

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A discussão sobre racismo assume, hoje, no Brasil e em outras partes do mundo, uma relevância urgente política-social, pedagógica, epistemológica e humana. Estruturas e instituições que estabelecem relações de poder político, social, econômico e militar estão articuladas, e produzem o extermínio de povos negros de forma explícita e/ou simbólica. O indivíduo, imerso neste contexto, tem algo a fazer, em nível prático-propositivo, de modo a romper com duas grandes contradições antagônicas (entre desumanização e humanização; entre opressor e oprimido) que afetam negros/as, em sua identidade e classe. O desenvolvimento teórico-vivencial é de metodologia qualitativa na perspectiva de Ludke & André (2015), em que o pesquisador é agente ativo que articula conhecimento com práticas sociais, de forma que não se admite a neutralidade no trato dos fenômenos. Objetiva-se fazer uma discussão teórica de um estado de coisas vivenciadas pelo povo negro brasileiro – algumas situações concretas dos Estados Unidos e pistas de ação no âmbito social-pedagógico. A partir de uma discussão bibliográfica e com base em fatos que afetaram a população negra nos últimos tempos, o texto explicita alguns elementos que demonstram e a existência do racismo tridimensionado: dimensão estrutural com base na etnia/raça; dimensão da linguagem e dimensão física. Com base neste debate se apresenta os fundamentos de uma educação como chave de releitura crítico-analítica, libertadora e transformadora, de forma propositiva. A conclusão aponta que, entre outras possibilidades, essa discussão pode contribuir com uma concepção emancipadora do povo negro, articulando identidades e luta de classes.