Resumen de la Ponencia:
O sistema privado de segurança tem se consolidado como um importante mecanismo de normatização e regulação do território, pois cumpre um papel central à realização do capitalismo financeiro internacional. Consequentemente, exercendo a função de articular o processo de centralização e concentração de capital em escala planetária, afirmando-se como operadores econômicos decisivos no processo produtivo. A análise tem sobressaído e ganhado destaque nas pesquisas acadêmicas, nas políticas e na gestão do território, haja vista a forma como este processo se apresenta sob diferentes contextos territoriais, impactando diretamente do local ao global. As dinâmicas espaciais produzidas a partir da intensificação da securização do território, tem promovido complexas relações socioespaciais que, por conseguinte, desencadeiam novas formas de organização do espaço, permitindo-nos reconhecer, geograficamente, a (re) produção de desigualdades que, por sua vez, acarretam em implicações para o território nacional e, alagoano de modo especial. Daí, portanto, o interesse em realizar uma discussão ancorada na concepção de uso corporativo do território, pois é esta quem nos proporciona reconstituir relações e significados da segurança com o espaço geográfico. Partindo deste princípio, o estudo ora em destaque objetiva analisar o processo de expansão da segurança privada no território alagoano e a função desempenhada por estes agentes na gestão territorial, haja vista o “[...] seu considerável poder sobre a criação e o controle das formas espaciais, suas funções e distribuição espacial”, conforme asseverou Santos (2019). Permitindo assim, novas interpretações do território brasileiro, e alagoano em particular, expressando a amplitude e a capacidade do conhecimento geográfico em interpretar temas diversos, mesmo aqueles que só recentemente foram inseridos na agenda de análise e discussão dos geógrafos. Dessa forma, importa ponderar três importantes movimentos no avanço das atividades securitárias no território alagoano responsáveis pelas modificações da sua estrutura e das relações sociais. O primeiro versa sobre o uso corporativo do território pelas empresas de segurança privada, comandado por um significativo refinamento da base tecnológica que acompanha a capilarização pelo espaço geográfico do meio técnico-científico-informacional, expressando o processo de modernização incompleta que atinge de formas distintas os mais variados lugares. O segundo movimento consiste nas novas formas de gestão do território desenvolvidas por estes agentes que tendem a tornar mais seletivo e dotado de maior densidade técnica, os espaços de realização da securização. E, como decorrência destes, um terceiro que diz respeito ao aprofundamento das desigualdades territoriais e da marginalização da população mais pobre. Dessa forma, não parece demasiado afirmarmos que a atividade securitária passa a representar um importante instrumento de realização e difusão do capital, haja vista, a expressividade alcançada através do papel desempenhado por esses agentes no território.