Resumen de la Ponencia:
Este trabajo tiene como objetivo presentar los resultados de una investigación histórica y bibliográfica sobre los orígenes del movimiento anarco-feminista que se gestó a ambas márgenes del Río de la Plata hacia finales del siglo XIX y comienzos del siglo XX. Pensamiento asentado en bases críticas y emancipadoras contenidas en el principal medio de difusión de este movimiento: el periódico “La Voz de la Mujer”, que, bajo la consigna: “ni dios, ni patrón, ni marido”, supo incentivar las transformaciones sociales que se consolidaron en las primeras décadas del siglo XX. Hacia finales del siglo XIX, la creciente industrialización de las ciudades sudamericanas aumentaba la demanda por trabajadores cualificados en los diferentes oficios. Tanto Uruguay, a través de la Comisión Central de Inmigración creada en 1865, como Argentina, que promulga en 1876 la Ley de Inmigración y Colonización, atrajeron contingentes de inmigrantes de países europeos. Empero, los nuevos trabajadores supieron traer consigo no sólo sus habilidades y oficios, sino también su experiencia en organizaciones sindicales y sus ideológicas aspiraciones de justicia social. Fue así que a partir de 1860 y 1870 comenzaron a organizarse grupos proletarios, movilizaciones y publicaciones anarquistas fundadas por refugiados y activistas políticos. La mujer de aquel entonces se veía afectada por una doble condición de explotación, soportando las condiciones precarias de trabajo como obrera asalariada y subyugada bajo el peso del trabajo doméstico, ya que sus horas de trabajo no terminaban, al igual que las del hombre, con la vuelta al hogar, sino que se extendían en extenuantes jornadas que le privaban del descanso, de estudiar, de acceder a una mejor formación y de participar de la vida social, cultural y política. A todo esto, se sumaba el hecho de que la mujer competía en el mercado de trabajo en condiciones de desigualdad, asumiendo una brecha salarial respecto al hombre que la desfavorecía, padeciendo falta de licencias y carencia de condiciones adecuadas para ejercer la maternidad. Sin embargo, los hombres anarquistas no estuvieron preocupados por estimular la participación de las mujeres en las luchas sociales. El peso de las responsabilidades domésticas azotaba los cuerpos femeninos doblegados ante el trabajo duro, dentro y fuera del hogar, víctimas, en no pocas ocasiones, del machismo y la opresión de sus propios cónyuges. Virginia Bolten, una legendaria activista, junto con Teresa Marchisio y María Calvia, emprendieron en 1896, en la ciudad de Buenos Aires, la iniciativa de redactar, publicar y distribuir el periódico “La Voz de la Mujer”, que se definía a sí mismo como un periódico comunista-anárquico y exhortaba a las mujeres a liberarse de todas sus fuentes de opresión. Iniciando discusiones que, décadas adelante, sentarían las bases de los debates contemporáneos entorno a la filosofía de género.Resumen de la Ponencia:
O presente estudo tem como objetivo traçar uma reflexão sobre a questão da conquista da cidadania pelas mulheres no Brasil, não passando pelo século XX, analisando se foi capaz de garantir maior participação social e maior igualdade. Como objetivos específicos, foram abordadas questões relativas à cidadania, movimento feminista, direitos políticos e participação política das mulheres. A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste estudo é uma revisão bibliográfica. Esta revisão bibliográfica se dá por meio de artigos científicos e publicações. A pesquisa é do tipo exploratório-descritiva, caracterizada como qualitativa. Em uma análise da trajetória sobre o progresso social das mulheres no Brasil, não passando pelo século XX, foi possível concluir que o resultado foi positivo. Ainda assim, passados pouco mais de setenta anos da conquista do direito ao voto, constata-se que uma mulher brasileira ainda não exerce plenamente seus direitos como cidade. Os problemas, designados femininos, ainda não são referidos como preposições nas agendas políticas atuais.Palavras-Chave: Direito das Mulheres; Igualdade; Movimento Feminista.
Introducción:
Os direitos das mulheres são os direitos reivindicados para mulheres em todo o Mundo, e que formaram a base do movimento pelos direitos das mulheres no século XIX e do movimento feminista durante o século XX. Em alguns países, esses direitos são institucionalizados ou apoiados por lei, costumes e comportamentos locais, enquanto em outros são ignorados e suprimidos. Eles diferem das noções mais amplas de direitos humanos por meio de reivindicações de um viés histórico e tradicional inerente ao exercício dos direitos de mulheres, em favor de homens.
Questões comumente associadas às noções de direitos das mulheres incluem o direito à integridade e autonomia corporais; estar livre de violência sexual; votar; ocupar cargos públicos; celebrar contratos legais; ter direitos iguais no direito da família; trabalhar; salários justos ou remuneração igual; ter direitos reprodutivos; possuir propriedade; e educação.
Os papéis sociais das mulheres no Brasil foram fortemente impactados pelas tradições patriarcais da cultura ibérica, que mantém as mulheres subordinadas aos homens nas relações familiares e comunitárias. A Península Ibérica, composta por Espanha, Portugal e Andorra, tem sido tradicionalmente a fronteira cultural e militar entre o cristianismo e o islamismo, desenvolvendo uma forte tradição de conquista militar e domínio masculino (Alida METCALF, 1990, p. 277-298).
As tradições patriarcais foram prontamente transferidas da Península Ibérica para a América Latina através do “sistema de encomenda”, que fomentava a dependência econômica entre mulheres e povos indígenas no Brasil. Como a maior nação católica romana do mundo, a religião também teve um impacto significativo na percepção das mulheres no Brasil, embora no século passado o Governo brasileiro tenha rompido cada vez mais com a Igreja Católica em relação a questões relacionadas aos direitos reprodutivos (Allen PIKERMAN, 2002, p. 100-101).
Pensa-se que o Brasil possua o movimento de mulheres mais organizado e eficaz da América Latina, com ganhos visíveis ao longo do século passado para promover e proteger os direitos legais e políticos das mulheres. Todavia, apesar dos ganhos obtidos nos direitos das mulheres no século passado, as mulheres no Brasil ainda enfrentam desigualdade de gênero significativa, o que é mais pronunciado nas áreas rurais do Nordeste (CAIPORA ORGANIZATION, 2002, p. 13).
Em 2010, a Organização das Nações Unidas (ONU) classificou o Brasil em 73º das 169 nações com base no Índice de Desigualdade de Gênero (IDG), que mede as desvantagens das mulheres nas áreas de direitos reprodutivos, empoderamento e participação da força de trabalho (INTERNATIONAL HUMAN DEVELOPMENT INDICATORS, 2011, p. 02).
Frente a isto, compete dizer que, tendo como fundamento os estudos e análises direcionadas para a questão de gênero, torna-se admissível averiguar que, por todo o Planeta, a progressiva inclusão da mulher no mercado de trabalho não fundamentalmente constituiu a libertação das mulheres de toda responsabilidade dos afazeres domésticos, bem como do cuidado dos filhos e do lar, mesmo que, assim como os homens, elas encaram um dia completo de trabalho, de cobranças no ambiente de trabalho, dentre demais problemas cotidianos. Pelo oposto, teve-se uma sobrecarga de trabalho na vida da mulher (Lúcia AVELAR, 2001, p. 40-42).
Referente ao preenchimento de cargos de direção, estudos mostram que, tanto nas empresas públicas quanto nas empresas particulares, pessoas do sexo masculino ainda são boa parte na ocupação de cargos de direção, e que não é incomum acontecer de receberem melhores salários pelo cumprimento de colocações análogas ou inferiores aquelas exercidas por mulheres, dentro da mesma organização (Clara ARAÚJO, 1999, p. 50-54).
Todavia, observa-se que nem todas as dificuldades, bem como os preconceitos aturados pelas mulheres, procedem de ações cometidas por homens. Mesmo entre o público feminino, tendo-se uma profissão, independência financeira etc., certos costumes, valores e visões de mundo, que propõem a cada um dos sexos colocações e espaços sociais caracterizados, conservam-se tão vivos, tão arraigados, tão comuns, que acabam por conceber um hiato entre o que é devidamente assegurado pelas leis e as ações do cotidiano (AVELAR, 2001, p. 40-42).
No Brasil, ainda que a Constituição da República Federativa do Brasil (CRFB/1988) assegure, de forma indistinta, a equidade de todos os cidadãos, o que se observa são mulheres e homens desfrutando de forma desigual dos direitos e obrigações de cidadania (ARAÚJO, 1999, p. 50-54).
Portanto, este presente estudo teve por objetivo trazer uma reflexão acerca da questão da conquista da cidadania pelas mulheres no Brasil, no transcorrer do século XX, analisando se essa foi capaz de assegurar maior participação social e maior igualdade. Como objetivos específicos, foram abordados assuntos concernentes a cidadania, movimento feminista, direitos políticos e participação política das mulheres.
Desarrollo:
A metodologia utilizada para o desenvolvimento do presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica. Esta revisão bibliográfica se deu por meio de artigos científicos e publicações. Todo o material foi obtido por meio de sites de busca e bibliotecas virtuais, tais como Google Acadêmico e Scientific Electronic Library Online (SciELO).
Como critérios de seleção, optou-se por selecionar obras publicadas entre os anos de 1990 e 2020. Após a fase de levantamento bibliográfico, foi realizada uma triagem de todo o material que aborda em específico o assunto em estudo. Os descritores utilizados na busca foram: Direito das Mulheres; Igualdade; Movimento Feminista. A pesquisa é do tipo exploratória-descritiva, caracterizando-se como qualitativa.
A abordagem usada nesta pesquisa foi a qualitativa, em que existiu a coleta de informações para posteriormente serem expostas e analisadas, além da observação de documentos, com a preocupação de colher e atentar para uma maior quantidade de elementos, objetivando assim um entendimento maior e mais profundo do problema trabalhado.
Para se alcançar o objetivo proposto no presente estudo, obteve-se na filtragem vinte artigos de um total de 105 encontrados na busca. Estes vinte artigos filtrados apresentam no resumo os descritores indicados. Em seguida, foram selecionados oito artigos do total dos vinte artigos filtrados. Estes oito artigos aproveitados apresentam resultados mais próximos ao objetivo proposto no presente estudo. Estes oito artigos aproveitados apresentam resultados mais próximos ao objetivo proposto no presente estudo. Para tanto, os artigos selecionados tiveram o cruzamento dos descritores no Quadro 1 abaixo.
Quadro 01 - Cruzamento dos descritores
Fonte: Próprio Autor (2020)
Sendo assim, com os artigos devidamente selecionados por meio de critérios de seleção, procurou-se realizar uma discussão trazendo os principais conceitos e ideias dos autores referentes ao tema e objetivos propostos no presente estudo, que é apresentado a seguir.
A definição de feminismo pode ser compreendo como a prática de aspecto político das mulheres, conglomerando teoria, prática e ética. Pode-se reconhecer as mulheres, historicamente, como indivíduos da modificação de sua própria condição social. O feminismo indica que as mulheres modifiquem a si próprias e ao mundo, manifestando-se em ações coletivas singulares e existenciais, tanto na arte, quanto na teoria e na política (Ana ALVES; Ana ALVES, 2013, p. 12-15).
Os estudos iniciais acerca das mulheres precederam a renovação universitária e devem contribuo aos movimentos feministas que, na busca de recuperação de uma memória coletiva, assentaram as mulheres no palco da história. O intenso impacto dos movimentos de mulheres e feministas sugeriu a valorização dos pontos concernentes às mulheres, por via da sua falda reivindicativa, e provocou uma conveniente discussão teórica e epistemológica no cerne das ciências sociais e humanas, pela crítica aos padrões do universal, do progresso, da neutralidade e da natureza humana, dentre outros (Teresa PINTO; Teresa ALVAREZ, 2014, p. 05-08).
Para tanto, Alves e Alves (2013, p. 01) exibem a trajetória do movimento feminista enxergado como um movimento social, destacando suas maneiras de organização, lutas e desafios, com evidência para a sua origem no mundo e no Brasil, procurando situar tal movimento como expressão do protagonismo social das mulheres, inicialmente das conquistas legais no transcorrer das décadas
No transcorrer da história ocidental, sempre se teve mulheres que insurgiram contra sua condição, que batalharam por liberdade e, por diversas vezes, pagaram com suas próprias vidas. A Inquisição da Igreja Católica se mostrou inexorável com qualquer mulher que reptasse os princípios por ela fixados como dogmas ululantes. Contudo, a denominada “primeira onda do feminismo” ocorrer inicialmente das últimas décadas do século XIX, quando as mulheres, inicialmente na Inglaterra, organizaram-se para batalhar por seus direitos, sendo que o primeiro deles que se difundiu foi o direito ao voto. Elas ocasionaram amplas manifestações em Londres, foram presas por diversas vezes, além de greves de fome (Maria FONSECA-SILVA, 2012, p. 08-09).
Neste contexto, observa-se que a história vem mostrando que os corpos vêm sendo modelados. Frente a isto, é possível considerar, por exemplo, a maneira como dessemelhantes variáveis – educação, moda, atividade física, hábitos alimentares, contextos urbano ou rural, profissional ou de classe, dentre outras – difundem na constituição física – mais conexa e robusta, mais delgada e delicada, mais alta ou mais baixa, de maneiras mais ou menos acentuadas etc. –, assim como nas atitudes e nas atuações, resultando no ajustamento físico dos corpos a parâmetros definidos (PINTO; ALVAREZ, 2014, p. 01-03).
A sexualização dos desportos, que não se configura da mesma forma no transcorrer da história, trata-se de um exemplo evidente de como as representações predominantes de feminidade (e de masculinidade) preceituam normativos físicos. Evidencia-se que a modernidade, com o desenvolvimento do campo da Biologia, b como da Medicina no século XVIII, modificou a representação da diferença sexual – de um modelo unisexo hierarquizado para um modelo moderno de dois sexos –, portanto, de uma concepção monista, de um género com duas modalidades dessemelhantes, para uma concepção dualista, de dois sexos, o masculino e o feminino, cada um deles com uma intensa identidade física e moral (PINTO; ALVAREZ, 2014, p. 01-03).
Neste contexto de modernidade, Pinto (2010, p. 01) busca em sua obra realizar uma reconstrução, em termos muito gerais, da história do feminismo, pondo o movimento dentro do procedimento maior da modernidade, trabalhando também com uma questão teórica sobre a relação entre a mulher e o poder, visando assim debater o problema tanto tomando as suas especificidades como a maneira como ele interatua no enredamento da luta pelo poder e, principalmente, da luta política (PINTO, 2010, p. 02-04).
Abordando a relação entre mulher e política no período entre os anos de 1960 e 1970, designadamente acerca dos aspectos da militância feminina em instituições clandestinas contra o Regime Militar, pode-se dizer que as transformações sociais acontecidas na sociedade brasileira, notadamente inicialmente da década de 1960, acabou por criar condições mais universais para a plena constituição da mulher como sujeito político na batalha por uma modificação das relações sociais e políticas (FONSECA-SILVA, 2012, p, 02-04).
Neste contexto, o sexo, que até então era refletido especialmente em termos de identidade ontológica e cultural, adveio a ser visto e analisado de maneira primordial em aspectos físicos. Assim, as pessoas são sexualizadas, notadamente as mulheres que se tornam o seu próprio sexo, e esse torna-se o embasamento da identidade (PINTO; ALVAREZ, 2014, p. 03-05).
Em seguida ao golpe militar do ano de 1964, começou-se um tempo de silêncio coagido dos movimentos de massa. Desde então, as lutas estudantis se energizaram em resistência tanto ao projeto de reforma educativa alvitrada pela ditadura quanto à repressão policial-militar e atos institucionais. Em decorrência, o confronto deixava campo das ideias e ia para as ruas, com a luta armada, e para os porões, local em que ocorria a prática de tortura (FONSECA-SILVA, 2012, p. 02-04).
Isso constitui que, com a ideologia da segurança nacional atribuída pelo regime militar, era impraticável conjugar a ideia de libertação disseminada por qualquer segmento intelectual, artístico, estudantil ou trabalhador. Ressalta-se que, na década de 1970, as mulheres militantes satisfaziam cerca de 16% dos quadros das instituições de esquerda, e a 18,3% da totalidade de militantes armados (FONSECA-SILVA, 2012, p. 05-06).
Nota-se que a anteposição pela história do género incluiu-se em uma convergência mais genérica, desenvolvida inicialmente do começo da década de 1980, entretanto, proeminente no transcorrer da década consequente, de renomeação dos estudos acerca das mulheres em estudos de gênero. Os principais motivos de tal alteração foram o fato da segunda terminologia se conceber, por um lado, mais abarcante, o que admitia abranger demais problemáticas, como a das masculinidades e a das orientações sexuais, por outro lado, um domínio mais científico e teorizável e, finalmente, assinalada da filiação feminista e política (PINTO; ALVAREZ, 2014, p. 06-07).
Nisto, ajuizou-se, igualmente, que a focalização nas relações sociais de gênero, como problemática fundamental do processo histórico, inverteria o caráter da comunidade acadêmica, que se despontara pouco compassiva aos resultados e colaborações da história das mulheres, diferentemente do que acontecera com demais campos relativamente novos da historiografia (PINTO; ALVAREZ, 2014, p. 04-05).
Inicialmente da década de 1980 a inclusão da mulher na política brasileira ampliou. Maria Luiza Fontenele, na cidade de Fortaleza, adveio a se a primeira prefeita de uma capital no Brasil, no ano de 1986, e Iolanda Fleming, do Acre, adveio a ser a primeira governadora, naquele mesmo ano. Luiza Erundina, em São Paulo, foi a primeira prefeita da maior cidade brasileira, no ano de 1989; e Júnia Marise Azeredo Coutinho, em Minas Gerais, e Marluce Pinto, em Roraima, foram as primeiras senadoras selecionadas por voto direto, no ano de 1990 (FONSECA-SILVA, 2012, p. 05-06).
Neste contexto, pode-se discutir que a participação das mulheres no panorama político abre a probabilidade de controverter as representações sociais sobre as funções sociais, pondo em xeque a superioridade masculina no cerne do próprio movimento. Os movimentos feministas alcançaram diversos progressos, especialmente no que se alude à inclusão da mulher no mercado de trabalho, bem como a promoção à cultura de uma forma geral. Entretanto, as modificações sociais conglomeram diversas extensões da vida social, o que acaba fazendo com que tais modificações tão ambicionadas aconteçam de maneira gradual. É então uma luta pela liberdade, para além da equiparação de direitos, e pela deferência à alteridade (ALVES; ALVES, 2013, p. 02-04).
Corroborando o exposto acima, Cristiane Andrade (2018, p. 01) buscou em sua obra debater o panorama político e social internacional que, por um lado, exibe as contradições de ser trabalhadora e, por outro, os progressos para a igualdade no trabalho, com direitos concernentes à conservação no mercado de trabalho e igualmente ao cuidado familiar. A autora aponta assinala as reivindicações do movimento feminista para a inclusão das mulheres na Organização Internacional do Trabalho (OIT), bem como na atuação dos sindicatos.
Observa-se que o século XXI aparece, de tal modo, com eventos assinalados pela memória e contemporaneidade da função política da mulher no jogo de relações de forças no procedimento de transformação social, referente à superação das dessemelhanças de gênero, bem como das relações com as dessemelhantes esferas de poder (FONSECA-SILVA, 2012, p. 03-04).
Frente a este contexto de função, Coelho e Baptista (2009) exibem uma revisão histórica da função feminina na sociedade brasileira, que adjudica às mulheres uma atuação predominadora no espaço particular, o que pode elucidar a pequena compleição das mulheres, como protagonistas, no cenário político. Todavia, apesar de inclusas e intensamente atuantes na política partidária, assim como nas dessemelhantes conjunturas políticas vividas pelo país – movimento operário, luta pelo sufrágio feminino e contra a ditadura – raramente as mulheres conseguem desempenhar um cargo político eletivo ou por nomeação. Essa atividade continua conexa com a função masculino, em uma dicotomia público/privada própria da modernidade. A reflexão proposta destas autoras recomenda que uma maior inclusão feminina no panorama político do país conjectura transformações referente à expectativa social de gênero e, do mesmo modo, questionamentos referentes ao padrão contemporâneo (COELHO; BAPTISTA, 2009, p. 02-04).
Portanto, as contracondutas que ocorrem no cerne de cada racionalidade política recomendam que, juntamente ao desenvolvimento de meios de objetivação que modificavam e transformam mulheres (e homens) em sujeitos/objetos flexíveis e úteis, desenvolveram-se meios de subjetivação através dos quais acontece a plena constituição e modificação da mulher como sujeito político, possuidora de identidade própria, permitindo, dentre demais fatos, o acontecimento de 31 de outubro de 2010, onde Dilma Rousseff foi escolhida a primeira presidente do Brasil (FONSECA-SILVA, 2012, p. 02-04).
Reforçando o exposto acima, Fonseca-Silva (2012, p. 01) mostra em sua obra o interesse das mulheres pela vida pública e a batalha pela representação política, que se mostra como um processo complexo e vem sendo objeto de estudo de estudiosos de vários campos do conhecimento, aceito o caráter multifacetado do objeto. A autora fala que Michel Foucault (1926-1984) alega que as sociedades criaram meios de objetivação que demudam as pessoas em sujeitos (objetos) dóceis e úteis, e meios de subjetivação que decompõem as pessoas em sujeitos conectados a identidades que lhes são adjudicadas como próprias.
No momento em que se busca compreender a função da mulher em meio a sociedade, precisa-se direcionar o olhar para os primórdios da existência da sociedade, oferecendo destaque à concepção do sujeito, seus grupos e classes sociais. Desde o tempo da colonização do Brasil, a função da mulher brasileira decorre por funções às vezes esdrúxulas, ora mortificantes e até mesmo inumanas. Elas foram admiradas, receadas como representantes de Satã, e foram diminuídas a meros objetos de domínio e submissão por auferirem um conceito de “não-função”, tendo sua verdadeira influência no progresso do ser humano, marginalizada e até mesmo extinta (GLAUCE SILVA et al., 2005, p. 02-04).
Até o século XVII, apenas se reconhecia um padrão de sexo, o masculino. A mulher era idealizada como um homem oposto e inferior, portanto, compreendida como um sujeito menos desenvolvido na escala da culminância metafísica. No século XIX, a mulher adveio a ser homem invertido ao inverso do homem, ou sua maneira integrante (SILVA et al., 2005, p. 02-04).
Mesmo no Brasil recente, existiam diferenças entre homem e mulher, relacionando sua submissão a sua estrutura física e biológica. Se a diferença entre gêneros era direcionada para a relação anatômico-fisiológica, o sexo político-ideológico gere a oposição e a descontinuidade sexual do corpo, oferecendo estrutura, justificativa, e até atribuindo diferenças morais às condutas masculinas e femininas, ficando em conformidade com a exigência de uma sociedade burguesa, capitalista, colonial, individualista e imperialista existente, igualmente, nos países da Europa (SILVA et al., 2005, p. 02-04).
As colaborações da produção historiográfica em estudos acerca das mulheres e do género arduamente têm integrado a educação de História, como evidenciam as contradições entre a História-conhecimento que a ciência ressalta, a História- conhecimento que o currículo pronuncia e que os programas de História escolhem e a História ensinada/aprendida que as práticas pedagógicas de dessemelhantes gerações de docentes implantam e que os manuais escolares amparam (PINTO; ALVAREZ, 2014, p. 01-03).
De tal maneira, o movimento feminista, bem com os demais movimentos sociais, alonga a obtemperar de forma afirmativa à parte secundária da questão e a serem muito evasivos acerca da primeira, com a argumentação de que mulheres que não se reconhecem como indivíduos políticos não batalham pelas causas das mulheres de modo geral (PINTO, 2010, p. 01-03).
Silva et al. (2005, p. 01) ressaltam em um estudo de amostragem que, para compreender o lugar da mulher dentro da sociedade, tanto na antiguidade quanto hoje, precisa-se percorrer e conhecer a história da mulher, compreendendo a formação de sua identidade, de seus grupos sociais, e, especialmente, seu posicionamento na conjuntura familiar. Uma das maneiras de se compreender o lugar da mulher dentro da sociedade, é conhecendo a relação afetiva que essa constitui com seus pares (companheiro, filho(s) e familiares). Portanto, analisar e entender a construção de sua sexualidade no transcorrer da história e o que transcorre no seu imaginário referente ao companheiro selecionado, traz um entendimento de sua realidade coeva e do progresso que ela vivenciou até então.
Mesmo que a alegação seja correta, pode-se partir de um outro ponto de vista e asseverar que a mera compleição de mulheres como vencedoras, sejam elas feministas ou não, em um panorama amadurado de afluxo eleitoral, se mostra bastante revelador da disposição preenchida pela mulher no envolvente público da sociedade. Em certas localidades em que o movimento feminista conteve um contexto histórico extenso com ampla visibilidade e com conquistas significativas na área dos direitos das mulheres, tem uma quantidade significativa de mulheres no pleito eleitoral, bem como nos cargos do Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário (PINTO, 2010, p. 02-03).
Pinto e Alvarez (2014, p. 01) buscaram demonstrar as colaborações da história das mulheres, bem como da história do género, para que houvesse a renovação da ciência histórica e problematizar as suas reverberações na história instruída e na história comunicada de modo geral
Sendo assim, observa-se que, com uma história ensinada/aprendida que componha o conhecimento histórico acerca das mulheres e que, a par da leitura científica nova advenha a ser uma história dessemelhante e crítica, mudando de maneira expressiva a concepção de sujeito histórico e a probabilidade de enfoque do processo histórico, a história pode vir a ter um papel de preparação para ponderar questões complexas (PINTO; ALVAREZ, 2014, p. 01-03).
Como visto aqui, a mulher surgiu na ordem do predomínio, do mundo público, como um sujeito que necessitaria ser controlado. A ela foram adjudicados espaços aceitos e espaços interditos. Permaneceria contida em determinadas alocuções e afastada em outros. Isso tudo ocorreu por causa de dois vetores: a dinâmica da construção atual do Estado nacional no Brasil e do próprio capitalismo, bem como pela força antagônica arquitetada pela luta das mulheres, em geral, e do feminismo, particularmente. Dos espaços proibidos, tranquilamente o ambiente da política era o mais abertamente proibido e, logo, o mais complexo de romper (PINTO, 2010, p. 01-04).
No fim de 2008, a cidade de Porto Alegre passou por uma experiência eleitoral singular em toda sua história, quando surgiu três candidatas à prefeitura, sendo elas deputadas federais de grande evidência e tendo pelo menos duas delas legítimas chances de serem nomeadas. Em pesquisa feita, inicialmente dos programas eleitorais gratuitos veiculados na TV e nos programas editados nas páginas da Internet, observou-se uma quase integral falta de referência à condição de mulher das candidatas, sendo que a mulher foi a maior ausente no discurso de campanha veiculado na TV (PINTO, 2010, p. 02-03).
Os motivos dessa ausência precisam ser procurados tanto na conduta das próprias candidatas como no atendimento do discurso pelos eleitores e eleitoras. Considerando que as questões reminiscentes aos direitos das mulheres surgem nos programas escritos de muitas dessas candidatas, até de maneira bem detalhada, a falta de qualquer alusão a elas no programa eleitoral de TV semelha advertir que as candidaturas não admitem a existência de uma quantidade expressiva de eleitoras e eleitores que se sensibilizariam com esse tipo de temática (PINTO, 2010, p. 02-03).
Na atualidade, debatendo a temática da representação feminina, reconhece-se três maneiras através das quais a representação se consolida: interesse, opinião e perspectiva. Interesse é aquilo que afeta ou é formidável para a perspectiva de vida das pessoas ou para os objetivos das instituições, tendo-se um fim característico. Deste modo, a opinião pode ser descrita como princípios, valores e prioridades de um indivíduo que condiciona seus julgamentos acerca de quais políticas precisam ser seguidas e que fins alcançados (PINTO, 2010, p. 02-04).
Conclusiones:
Em uma análise de trajetória acerca do progresso social da mulher no Brasil, no transcorrer do século XX, foi possível concluir que o resultado foi positivo. Todavia, advindos pouco mais de setenta anos de conquista do direito ao voto, constata-se que a mulher brasileira ainda não desempenha de modo pleno seus direitos enquanto cidadã. Os problemas, designadamente femininos, ainda não são enxergados como anteposições nas agendas políticas da atualidade.
Constatou-se que, embora a luta feminista ter viabilizado, com a aquisição dos direitos políticos, a ascensão da mulher a uma condição de cidadã, ela não foi satisfatória para pôr fim aos preconceitos e estereótipos referentes às mulheres. Portanto, torna-se necessário continuar com o procedimento de liberdade e equidade, com medidas e políticas públicas efetivas que possam vir a preencher a lacuna vivente entre a teoria e a prática.
Por fim, ressalta-se que é premente atenuar o desnível que prevalece sobre a sociedade feminina na atualidade e, assim sendo, torna-se imprescindível arquitetar novos conceitos, fundamentados em atuais reflexões acerca da posição que a mulher vem ocupando dentro da sociedade contemporânea.
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Palabras clave:
Direito das Mulheres; Igualdade; Movimento Feminista.
Resumen de la Ponencia:
El presente trabajo se enmarca en el debate sobre la promoción de la equidad de género, y surge a partir de una situación problemática identificada en el barrio “Los Sitios” de la capital cubana. De acuerdo con un estudio realizado por el Centro Loyola, la realidad de la mayor parte de las familias que asisten a uno de sus proyectos se caracteriza por la sobrecarga que experimentan las mujeres, asociada a la realización de tareas domésticas, cuidado de los miembros de la familia y apoyo educativo a la descendencia, así como la ausencia o insuficiente participación de los hombres en la dinámica familiar.En este sentido, el objetivo general de la presente ponencia es reflexionar sobre el proceso de promoción de la equidad de género en las familias, y sus objetivos específicos son identificar los principales factores que afectan la equidad de género en el espacio familiar, así como describir prácticas efectivas para el logro de un equilibrio de poder entre mujeres y hombres. La desigualdad por motivo de género se encuentra tan arraigada socialmente que más de medio siglo de concientización y acción colectiva no han sido suficiente para llevar justicia a las relaciones de género, situación agravada con la crisis sanitaria causada por el SARS-Cov2, que ha agudizado la brecha de desigualdad. Lograr la paridad de género requerirá aún más tiempo del previsto (Foro Económico Mundial, 2021). Según los análisis, el impacto de la pandemia ha sido mayor en las mujeres. Por tanto, resulta imprescindible favorecer la trasformación del pensamiento y la acción en espacios menos accesibles, pero con elevado impacto en la subjetividad individual y social como la familia. Es en este grupo donde por primera vez se entra en contacto con contenidos de género específicos del contexto (Solbes-Canales et al., 2020), los cuales quedan impregnados en forma de estereotipos y prácticas frecuentemente discriminatorias, afectando el desenvolvimiento sano de las personas discriminadas y discriminantes. La revisión bibliográfica subyacente a este artículo se basa en métodos teóricos como el análisis y síntesis e histórico-lógico, a fin de documentar los procesos asociados a la promoción de la equidad de género en el contexto mundial, regional y nacional. Los resultados arrojan que entre las principales cuestiones que afectan la equidad de género en las familias están la discriminación por género en la participación y el acceso a oportunidades de las mujeres, así como la división desigual del trabajo doméstico y la atención no remunerada. En el tratamiento de estas problemáticas, resultan efectivas las acciones educativas, interventivas y de acompañamiento familiar orientadas a desmontar prejuicios y estereotipos de género, así como la promoción de la corresponsabilidad y la ética del cuidado como valores fundamentales para el funcionamiento familiar.Resumen de la Ponencia:
El reconocimiento y la consideración de la tarea de cuidar como un trabajo es una deuda que perdura durante siglos con la población femenina, así como la puesta en valor de los aportes productivos y económicos de la gran mayoría de las mujeres. La enfermería es una profesión que contribuye a la salud, a la seguridad física y al desarrollo de habilidades cognitivas, físicas o emocionales de las personas y se centra en el cuidado de cuerpos enfermos; en el contexto de emergencia sanitaria, su importancia y visibilidad es indiscutible. Sin embargo las condiciones laborales, precarias y flexibles, lejos de transformarse, se intensificaron. Con el propósito de acercar nuestra lente a las trayectorias laborales de quienes entraron en contacto cotidiano con personas con Covid, en una escala territorial reducida, y aportar las particularidades regionales, recurrimos al análisis de relatos de vida. Los relatos biográficos se constituyen en una herramienta metodológica útil para rescatar la diversidad de sentidos atribuidos por las personas a los acontecimientos vitales por los que han atravesado, que aspira a desentrañar un entramado complejo. Por un lado los elementos, en gran medida familiares, que permiten conceptualizar la profesión como una relación de cercanía e interacción. Por otra parte, la tensión permanente entre la “responsabilidad moral y el servicio comunitario” con la vida íntima afectiva y familiar en pequeñas localidades de La Pampa, provincia del centro de Argentina. De esta manera, ayudará también a develar las construcciones sociales que otorgan sentido a la enfermería como actividad propia innata a las mujeres, en tanto se desprende de sus “condiciones naturales”. Palabras clave: cuidado-enfermería-género-trabajo-vocaciónResumen de la Ponencia:
Para los países latinoamericanos, el siglo XIX no solo significó una época de independencia. Como Estados alejados de la producción central de conocimiento eurocéntrico y en la época de difusión de la Ilustración española y de la Revolución Industrial, los nuevos países independientes debieron afrontar un proceso de adquisición de conocimiento y de implementación de políticas públicas en educación. Frente a ello, los diversos estudios sobre las primeras universitarias latinoamericanas pocas veces consideran las diferencias existentes en el siglo XIX, como los estudios universitarios menores y superiores, y sus procesos históricos para ser incluidos como parte de las carreras universitarias. Esto ha significado que haya habido mujeres que estudiaron profesiones universitarias que no necesariamente eran superiores, lo que repercute en su calidad de pioneras en estudios universitarios. Lo más evidente fue el caso de las obstetrices o parteras formales, pero también de algunas profesionales en Farmacia y Arte. Asimismo, su intención de estudiar implicó un proceso que no siempre terminó en una titulación, pero sí en demostrar que tenían capacidad e interés para estudiar carreras más allá de las áreas de cuidado. La revisión bibliográfica de los textos con estudios sobre ellas, además de los publicados por las universidades en el siglo XIX e inicios del siglo XX, ha permitido encontrar indicios de otras formas de interpretar y evidenciar la existencia de mujeres universitarias. Es por ello que se hace necesario mencionar no solo las carreras superiores e incluir a las carreras menores que también estaban vinculadas con la universidad. De este modo, recobrar el diálogo entre jerarquías de estudios nos permite estar atentxs a las percepciones y acciones nacionales que siguen estando en disputa en la educación femenina, en relación al género que es predominante en las carreras universitarias en la actualidad. En otras palabras, se puede entender de que lo que se establece desde el Estado para una profesión o un grupo de profesiones no necesariamente es homogéneo, porque dependerá de los intereses estatales, de los grupos de poder o de la ciudadanía interesada.
Introducción:
La época de independencia de las colonias españolas implicó establecer una nueva estructura educativa. Los modelos europeos se copiaron y adecuaron a la realidad local, teniendo en cuenta que los países latinoamericanos no eran productores de conocimiento científico, como sí lo era Europa occidental. Es decir, el conocimiento ancestral y tradicional fue despreciado y entendido como parte de supersticiones. Por otro lado, la educación femenina fue incorporándose a las políticas públicas paulatinamente, pero principalmente con el enfoque de preparar a las mujeres para el cuidado del hogar. No fue prioridad que tuvieran una educación secundaria similar a la masculina ni mucho menos que tuvieran estudios profesionales para solventar su economía. Sin embargo, debido al mismo contacto con los procesos europeos y norteamericanos, se sabía sobre la incursión de las mujeres en las universidades. Esto se acoplaba con la necesidad de los países latinoamericanos de contar con profesionales que pudieran responder a los progresos generados por la Revolución Industrial y por el conocimiento científico. En este sentido, es importante conocer cómo las mujeres latinoamericanas lograron estudios de nivel universitario en medio de los cambios del primer siglo de independencia.
Desarrollo:
Encuadre teórico-metodológico
Se ha realizado una revisión bibliográfica de autores y autoras especializadas/os en educación universitaria del siglo XIX, así como quienes han escrito sobre el ingreso de las mujeres a la universidad en el mismo periodo. También, se ha revisado los textos emitidos por las universidades en los que se registran a las y los ingresantes y egresadas/os, que han sido publicados en el siglo XIX y comienzos del siglo XX. La revisión ha incluido textos sobre las modalidades de profesionalización que existieron en dicha época.
Análisis de la información
La información revisada muestra que la educación universitaria del siglo XIX tuvo cambios en su delimitación de niveles, así como en su forma de enseñar y certificar los estudios (Serrano, 1994). Asimismo, como se trataba de una época en la que Latinoamérica empezó su vida independiente, al mismo tiempo que mantuvo la influencia de la Ilustración española y recibió los efectos de la Revolución Industrial europea, debió ajustarse a los cambios curriculares de Occidente a la vez que recién formaba una ciudadanía autónoma como excolonias (Quiroz-Pérez, 2012). Por tanto, en virtud de ello, se ha dividido la información revisada en cinco aspectos.
Primera observación: Tipos de estudios universitarios en el siglo XIX
A diferencia de cómo encontramos los estudios universitarios en la actualidad, en el siglo XIX, por ser una etapa en la que los conocimientos científicos comenzaban a ser aceptados e incorporados a las políticas públicas, necesitó un proceso de incorporación paulatina de las carreras a un espacio común. Por ejemplo, lo que ahora se denomina carrera de Educación era enseñada, en su nivel primario, en las denominadas Escuelas Normales (más conocidas como “las Normales”). Estas escuelas no requerían estudios secundarios y aceptaban el ingreso de mujeres. Dada la segregación por género de la época, hubo Normales para mujeres y otras para hombres (Rivero, 2016).
De forma similar, existía una división del resto de estudios profesionales. Los estudios universitarios en el siglo XIX se dividían en menores y superiores (Valladares-Chamorro, 2012; Palermo, 2006). Podían variar ligeramente de nombres según el país, pero lo que les caracterizaba era la cantidad de años de estudios, los certificados de estudios secuenciales dentro de la universidad y los prerrequisitos en cuanto los estudios primarios y secundarios. Bajo estas pautas, los estudios universitarios menores estaban compuestos por las carreras de Farmacia, Obstetricia (Perú y Chile) / Matronas/Parteras (Argentina) y Odontología/Dentístrica. Sin embargo, el hecho de que el conocimiento científico y profesional estuviera en proceso de adecuación en Latinoamérica como espacio lejano del centro de producción científica (Europa) implicaba que los primeros planes de estudios fueran incrementando los certificados secuenciales (Serrano, 1994).
Para entender la complejidad de ello, se puede mencionar la profesión de Farmacia en Chile. No se exigió el Bachillerato en Filosofía y Humanidades para obtener el título de Farmacéutico hasta 1897 (Sapag-Hagar, 2000) o 1911 (Guerín de Elgueta, 1928), dependiendo del año que indiquen las fuentes consultadas. Asimismo, la carrera estuvo bajo la responsabilidad de la Sección Universitaria del Instituto Nacional hasta 1847, para luego ser parte de la Universidad de Chile. En lo que se refiere a la cantidad de años de estudios, hasta 1886 tuvo un plan de estudios de 3 años, para después ser de 4 años hasta 1897, y finalmente regresar a ser de 3 años con el prerrequisito del bachillerato.
En el caso de los estudios universitarios superiores, estaba compuestos por: Jurisprudencia (Perú)/ Leyes y Ciencias Políticas (Chile), Medicina, Ciencias Físico-Matemáticas, Ciencias Naturales, Filosofía y Humanidades, y Teología. Estos fueron los de máxima dificultad para ser accedidos por mujeres, no por falta de capacidad o interés, sino por los distintos tipos de bloqueo que las universidades, los Estados, los estudiantes hombres y los docentes hicieron para evitar el ingreso de ellas.
Segunda observación: Estilo de dictado de clases para obtener título universitario
Tal como lo explican Sol Serrano (Chile, 1994) y José Tamayo (Perú, 1978), el estudio universitario menor y superior durante el siglo XIX no implicaba necesariamente recibir clases en la universidad. En muchos casos, se podía solo estudiar de forma particular e ir a rendir los exámenes de final de carrera o para certificar el bachillerato a la universidad. Por ejemplo, Tamayo señala que, hasta 1866, la universidad San Antonio Abad de Cusco se dedicaba principalmente a conferir grados, no a brindar enseñanza ni a hacer investigación. En el caso de Chile, Sol Serrano detalla a lo largo de su libro cómo era difícil hacer seguimiento a la forma de tomar los exámenes, dado que había diversas instancias estatales heredadas de la Colonia y otras construidas por el nuevo Estado chileno que entraban en competencia. Además, la historia señala que hubo un proceso durante el siglo XIX para instalar el modelo de una universidad docente, que era uno de los usados en Europa occidental.
Teniendo en cuenta estos cambios y adecuaciones, se puede mencionar que, en el caso de las parteras en Perú, su primer centro de estudios fue el Colegio de Partos, dentro de la Casa de la Maternidad de Lima (Garfías-Dávila, 2009) desde 1830, bajo dirección de la obstetra francesa Madame Benoîte Pauline Cadeau-Fessel. Posteriormente, los estudios continuaron en dicho colegio, pero los exámenes de titulación se hicieron desde 1860 en la Facultad de Medicina San Fernando de la Universidad Mayor San Marcos de Lima (Álvarez-Carrasco, 2017). Por tanto, las estudiantes obtenían un título a nombre de la universidad.
Una situación similar ocurrió en Argentina, específicamente en Buenos Aires, que estableció la enseñanza de Partería a mujeres en una etapa más temprana que Córdoba. Desde 1822, fue obligatorio que las mujeres parteras siguieran un curso anual dictado en el Hospital de Mujeres (Sánchez, 2012), lo cual se considera el inicio de la Escuela de Partos o Parteras. Desde 1826, se creó la cátedra de Partos para los estudiantes hombres de Medicina. Sin embargo, a pesar de que la Universidad de (la provincia de) Buenos Aires se fundó en 1821, la reglamentación de la enseñanza de partería para mujeres permitió que la Escuela de Parteras fuera anexa a la cátedra de partos, y por tanto a la Facultad de Medicina, recién en 1856.
Tercera observación: Intereses políticos y culturales estatales para formar a las mujeres en estudios universitarios menores
La historiadora chilena Sol Serrano (1999, citado por Sánchez-Manríquez, 2006) explica que existieron dos tipos de reformas que se hicieron para acceder a la educación superior. En los casos de que el impulso hubiera sido desde el Estado, se denomina “reformas desde arriba”. De forma opuesta, si ha sido desde la sociedad civil, lo llama “reformas desde abajo”.
Bajo estos conceptos, en el caso de la formación de las obstetrices o parteras formales, la reforma fue desde arriba, dado que se trajo parteras europeas como parte de la visión eurocéntrica de que la única manera de realizar los partos sería con el conocimiento científico europeo. Tal es el caso de la gestión hecha por el gobierno peruano para la llegada de la partera francesa Madame Benoîte Pauline Cadeau-Fessel en 1826, cuya función fue fundar el Colegio de Partos en Lima. De forma similar, en Argentina, se gestionó la llegada de la partera francesa Verónica Pascal en 1827, quien se convirtió en la primera mujer en Argentina con un diploma revalidado en Obstetricia. Como se mencionó en el punto anterior, el interés estatal porque se diera educación formal a las mujeres en partería y que esto se volviera un estudio universitario menor a partir de la segunda mitad del siglo XIX, se convirtió en una primera forma de inclusión de las mujeres en las universidades latinoamericanas.
Cuarta observación: Integración de las carreras menores a las facultades universitarias
Tal como se ha señalado anteriormente, la educación en carreras menores tuvo un proceso para que pueda ser parte de los estudios universitarios. En referencia a Obstetricia o Partería, es de resaltar que, al ser una carrera creada por los gobiernos latinoamericanos para que sea dirigida (casi exclusivamente) a mujeres, la inclusión de esta carrera a la universidad implicó que fueran las primeras universitarias, y en varios casos esto significaba una aceptación formal de mujeres en estos espacios. Si bien en casos como la UBA los docentes hombres pedían la separación de las clases de partería para mujeres de las que daban a los estudiantes hombres para Ginecología o Medicina, la Escuela de Parteras siguió estando adscrita a la universidad.
En el caso de Chile, la Escuela de Matronas o Colegio de Obstetricia, ubicada en el Hospital San Borja, dependía de la Facultad de Medicina, que a su vez fue parte de la actual Universidad de Chile desde 1842. Para el caso de la carrera de Farmacia, esta dependía del Protomedicato, supervisado por la Universidad de Chile (Serrano, 1994), de 1833 a 1876 (Sapag-Hagar, 2000), aunque la carrera pasó a estar supervisada por la universidad desde 1847. Teniendo en cuenta estas fechas y transiciones, se puede entender que Glafira (o Grafira) Vargas Ravanal fuera una primera mujer en Farmacia, al graduarse en 1867. En el caso de la Academia de Artes en Chile, esta instancia dependió de la Facultad de Filosofía y Humanidades desde 1849, por lo que una primera estudiante de Arte fue Agustina Gutiérrez Salazar en 1866.
El caso argentino, dado que no tuvo muchas mujeres fuera de las carreras superiores, salvo en Obstetricia, fue detallado en el punto anterior. Lamentablemente, no se ha podido ubicar nombres y fechas exactas de las obstetrices o parteras formales argentinas, además de las que revalidaron sus títulos extranjeros.
A continuación, se indica como referencia los nombres de las primeras mujeres universitarias que lograron estudiar en Perú, Chile y Argentina.
Cuadro 1. Primeras mujeres universitarias en Sudamérica, por país
Fuente: Elaboración propia
Quinta observación: Discriminaciones a mujeres en carreras menores y superiores
Si bien hubo un poco más de apertura para que las mujeres puedan estudiar carreras menores, sobre todo Obstetricia, esto no fue impedimento para que las que estudiaran sufrieran algún tipo de discriminación, en ambos niveles educativos. Esto partía de la premisa social que la naturaleza femenina solo permitía dedicarse a profesiones relacionadas al cuidado del hogar y de la familia, especialmente las de salud (Antúnez, 2020). Por tanto, se asumía que los estudios universitarios debían representar la prolongación de la división sexual del trabajo. Esto se manifestó principalmente dentro del área de la salud, en la que se consideraba que las mujeres debían ocupar los espacios considerados inferiores.
Un ejemplo de ello fue la UBA de Argentina. Hasta 1892, se impartía una enseñanza mixta de partería a mujeres y obstetricia a hombres en las mismas aulas. Sin embargo, los profesores reclamaban la diferenciación de las clases, bajo el argumento de que las mujeres no necesitaban manejar algunos conceptos y que sus estudios previos escolares no las habían preparado para “asimilar los conocimientos de sus compañeros” (Martín, 2018). Es decir, del avance en la igualdad de dictado de clases, se evidenció un retroceso a fines del siglo XIX contra la educación de las mujeres en obstetricia.
Otro caso fue el de Élida Passo, primera farmacéutica profesional argentina. Según lo explicado por Alicia Palermo (2006), Passo siguió esta profesión universitaria menor porque, al intentar estudiar primero en la Facultad de Humanidades y luego en la de Ciencias Exactas, Físicas y Naturales, pudo haber percibido el medio universitario como un espacio poco propicio para la presencia de estudiantes mujeres. A pesar de ello, tuvo que hacer sus estudios en Farmacia acompañada por su padre. No solo sucedió eso, sino que, luego de terminar la carrera de Farmacia, postuló a Medicina. Se le rechazó el ingreso, por lo que tuvo que solicitar a un recurso judicial que ordenara su inscripción.
Conclusiones:
Conclusiones
Para hacer un análisis histórico de los estudios universitarios del siglo XIX, especialmente de las mujeres universitarias, es necesario situarnos en los procedimientos y términos de aquella época. La jerarquización de estudios difiere de la que existe actualmente. Esto implica que los procesos de inclusión de carreras menores a la universidad y de entidades supervisoras repercutan en valorar el ingreso de las mujeres en dichas carreras.
Por ende, priorizar solo los estudios universitarios superiores en la historia de la educación puede implicar la invisibilización del esfuerzo y de los procesos que otras mujeres hicieron para estar en las universidades o vincularse a ellas. Esto se hace visible en el hecho de que haya habido 200 a 300 mujeres en Chile que hayan estudiado Obstetricia debido a las reformas desde arriba, sin que esto signifique que se deba incluir a todas, por cuestiones históricas, ya que una parte estudió cuando la Escuela de Parteras todavía no estaba vinculada a la universidad. Lo mismo es pertinente para el caso de mujeres que, si bien no concluyeron sus estudios universitarios, si mostraron su intención de seguirlos.
Asuntos pendientes
En cuanto a asuntos pendientes en estudios de las mujeres universitarias del siglo XIX, existen varios. Para empezar, se puede mencionar la escasa información sobre mujeres que entraron a estudiar y no terminaron los estudios, así como las que se quedaron a nivel de bachillerato. Esto se evidencia en el caso de Chile, en el que los Anales de la Universidad cuentan con información incompleta o con irregularidades en la sistematización anual. Lo mismo sucede con respecto a los nombres de las estudiantes y tituladas de Obstetricia, especialmente notorio en el caso de la UBA de Argentina. Esto implica que sea necesario ahondar en documentos que contengan la información de la presencia de mujeres en estudios universitarios menores, por la cantidad de inscritas y egresadas, y porque una forma de reivindicar su aporte es rescatando sus nombres.
A su vez, y dado que fue un proceso similar en varios países, se propone la creación de una base histórica latinoamericana de las primeras mujeres con estudios universitarios, menores y superiores. Especialmente, existe escasa información sobre mujeres que entraron a estudiar y no terminaron los estudios, así como las que se quedaron a nivel de bachillerato. Esta base latinoamericana tendría que tener algunos consensos, porque es necesario disminuir el efecto de la irregularidad de los procesos para obtener títulos universitarios en la falta de reconocimiento a las mujeres universitarias.
Bibliografía:
Álvarez-Carrasco, R. (2017). Camilo Segura y la refundación de la Maternidad de Lima. Revista Sociedad Peruana de Medicina Interna, 30 (1), 35-42. http:// medicinainterna.net.pe/images/REVISTAS/2017/numero_1/nota_historica.pdf
Antúnez, C. (julio 2020). Notas en torno al papel de las primeras graduadas y docentes en la universidad argentina. En Campo Universitario, revista de Educación Superior, 1 (1), 34-36. Buenos Aires: Instituto de Investigaciones en Educación Superior, Universidad de Buenos Aires. https:// campouniversitario.aduba.org.ar/ojs/index.php/cu/article/download/13/21/55
Garfías-Dávila, M. (2009). La formación de la universidad moderna en el Perú. San Marcos, 1850-1919. (Tesis de licenciatura, Universidad Nacional Mayor de San Marcos, Facultad de Ciencias Sociales). http://cybertesis.unmsm.edu.pe/ bitstream/handle/cybertesis/2136/Garfias_dm.pdf
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Martin, A.L. (2018). Partear y cuidar en Buenos Aires (1877-1920). Una aproximación comparativa Anuario del Instituto de Historia Argentina, 18 (1), e061. https://www.memoria.fahce.unlp.edu.ar/art_revistas/pr.8836/pr.8836.pdf
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Serrano, S. (1994). Universidad y Nación. Chile en el siglo XIX. Santiago de Chile: Editorial Universitaria y CONICYT. http://www.memoriachilena.gob.cl/ archivos2/pdfs/MC0008005.pdf
Tamayo Herrera, J. (1978). Historia social del Cuzco Republicano. Lima.
Valladares-Chamorro, O. (2012). La incursión de las mujeres a los estudios universitarios en el Perú: 1875-1908. Cuadernos del Instituto Antonio de Nebrija (CIAN), 15 (1), 105-123. Madrid, España: Universidad Carlos III de Madrid. https://e-revistas.uc3m.es/index.php/CIAN/article/download/1544/758
Palabras clave:
Mujeres universitarias, siglo XIX, inclusión
Resumen de la Ponencia:
Este trabalho é oriundo da pesquisa “Mais uma história: feminismos no Brasil nas décadas de 1980 e 1990” e tem por objetivo analisar os feminismos brasileiros no período, tomando como marco a redemocratização da sociedade pós ditadura civil militar instalada em 1964 e que durou até 1985. Nesse texto, os feminismos são situados como parte das lutas sociais e das resistências dirigidas à normatividade cis-hetero-sexista e racista, bem como à lógica capitalista. Para tanto, nos valemos da noção de “ativismos feministas”, na perspectiva de um “campo discursivo de atuação/ação” (Álvarez, 2014). Assumimos que essa compreensão permite capturar um conjunto diversificado de experiências que não necessariamente se autointitulam feministas, mas que incidem na problematização de relações de gênero e interseccionalidades. Estudos recentes no campo feminista em sociedades que se situam fora dos centros hegemônicos, europeus e estadunidense, têm apontado a importância de produzir conhecimentos sobre as condições sob as quais lutas em defesa das mulheres ocorreram nesses cenários, interferindo também nas suas linguagens e pautas ativistas. Questionam a maneira universal com que são narradas as lutas feministas desconfiando que muitas histórias são, desse modo, apagadas. O objetivo deste trabalho é expor uma narrativa da história dos feminismos no Brasil dos anos 80 e 90 em articulação com as experiências do feminismo negro brasileiro e do movimento de “mulheres” em muitos cenários - indígena, do campo, das dissidências sexuais e de gênero (LBT) -, visando enfrentar o problema das lacunas sobre a diversidade, particularidade e interrelações produzidas nas lutas feministas e de mulheres no Brasil. A metodologia se baseou em pesquisa junto a Teses e Dissertações acadêmicas sobre diversos movimentos do período, bem como pesquisa bibliográfica. Trata-se de “mais uma” narrativa que intenciona articular gênero, sexualidade, raça-etnia e classe em contextos de colonialidade, na perspectiva de um “feminismo afrolatinoamericano” (González, 2018). Nos dizeres de Ailton Krenak, importante liderança indígena brasileira, “...a minha provocação sobre adiar o fim do mundo é exatamente sempre poder contar mais uma história.” (Krenak, 2019).Resumen de la Ponencia:
La asociación civil Patlatonalli - fundada en 1986 - fue una de las colectivas lésbicas más longevas del país, y con un doble mérito al desarrollar sus actividades en Guadalajara, bastión del conservadurismo mexicano. Organizaron el Primer Encuentro Nacional de Lesbianas (1987), formaron parte del Comité Organizador del XIII Congreso de la ILGA (International Lesbian and Gay Association, 1991), y publicaron la colección de cuentos infantiles Todos Somos Familia (2008-2011), entre otras actividades. Aunque priorizaron la atención a mujeres lesbianas, se interesaron por la salud reproductiva, salud mental, derechos sexuales y civiles de las mujeres sin importar su orientación sexual.En 2022 las dos miembras centrales acordaron donar su archivo a la Biblioteca Estatal de Jalisco, que forma parte de la Universidad de Guadalajara. Este trabajo versa no sólo sobre la sistematización de más de 30 años de documentos, sino en la evocación emocional y de memoria que representó abrir gavetas y carpetas, recordar nombres, ex parejas, amigas fallecidas, amenazas, desencuentros con la misoginia de los grupos gays, negativas gubernamentales, apoyos aliados, y reconstruir la historia de una ciudad que ha sido escenario de sus logros, amores, y frustraciones. La información que este fondo documental proporciona complementa y llega a cuestionar los trabajos de Mogrovejo (2000) y Fuentes (2015), mismos que representan lecturas imprescindibles en la temática del movimiento lésbico organizado, así como mi propia tesis doctoral (Paz, 2020). Al digitalizar y socializar los materiales se espera que más investigadoras analicen las genealogías lésbicas, sus discursos, y producciones.Como producto del trabajo de archivo presentaré en el Museo Cabañas la exposición “Mujeres juntas y conjuntas: 30 años de Patlatonalli” en junio 2022 en el marco del Festival Andrógina Diversa, donde las activistas originales se reunirán para recibir el reconocimiento y agradecimiento de mujeres jóvenes que las reconocen como ancestras y pioneras. Parte del material será incluido en la exposición “Presentes: 40 años de visibilidad LGBT en Guadalajara”, proyecto auspiciado por la Secretaría de Cultura, donde también colaboro - siempre buscando la inclusión y defensa del quehacer político lésbico.Resumen de la Ponencia:
A comunicação problematiza a perspectiva de gênero e interseccionalidade, aqui tratada de forma heurística[1] como chaves de compreensão histórica no espaço-tempo da cidade de São Paulo, região sudeste do Brasil, no século XIX, conferindo características de uma história de mulheres trabalhadoras durante o fim do período colonial e durante o Império, com definições sociais, segundo a cor, tipo de ocupação e modos de vida na cidade, configurada por novos processos econômicos e urbanos. A propósito do campo político de gênero,(Scott, 1993, pp.17-50) há destaque às relações de poder estabelecidas e às sociabilidades engendradas pela religiosidade e seus símbolos, atributos adaptados dos costumes originais da colonização na América portuguesa.Para assegurar o contexto tratado, incluem-se algumas circunstâncias históricas da capital paulista e da ocupação das ruas e espaços pelas mulheres, livres ou cativas, muitas sós, de acordo com um perfil majoritariamente mestiço entre brancas, negras e indígenas. Disso importando reler como a vida urbana permitia a emancipação antes pela autonomia, do que liberdade no sistema patriarcal, de que dispunham para a sobrevivência e na prestação de serviços, fazendo desses sujeitos históricos, protagonistas principais de todas atividades, até a chegada dos grandes grupos de imigrantes, parcialmente desistentes do trabalho nas fazendas produtoras de café, sobretudo no início do século XX. Mesmo sem tratar das grandes rupturas que adviriam no estabelecimento do Estado republicano laico no final do século XIX, o artigo estabelece uma conexão com os pressupostos das profundas mudanças que eliminaram o regime do Padroado Régio[2] e instituíram todo o aparato jurídico e normativo, como o código civil e posturas municipais, que redefiniram a presença feminina nos espaços remodelados da cidade burguesa, coibindo a função mercadora das mulheres nas ruas e áreas de compra e venda de qualquer natureza (Perrot, 2014, 23-44). Interpelando sobre a invisibilidade das mulheres da cidade de São Paulo, entre outras cidades nos estudos históricos, procura-se dar ênfase à problematização das desigualdades básicas que têm historicamente estruturado as relações e posicionamentos das mulheres e como, possivelmente ao longo do tempo-espaço têm gerado aspectos de desempoderamento (Crenshaw, 2002, p.177). Com esses atores/sujeitos históricos busca-se reiterar, portanto, a importância estratégica das escolhas feitas pelo pesquisador e sua liberdade ao decidir pelas fontes, documentos e abordagens sobre o campo, e pela referência da interseccionalidade crítica, tornando possível reordenar e reposicionar problemas sociais necessários ao entendimento relacional entre a história, a cidade e a abordagem de gênero de maneira interdisciplinar. [1] Ainda que comentários sobre a potência da interseccionalidade como teoria social crítica apareçam no artigo (Collins, 2022, pp.58-61 e pp.76-84)[2] O Estado brasileiro sob a Coroa portuguesa, manteve uma dupla função política e religiosa, o que afastou a atuação do Vaticano, favorecendo uma geografia católica com práticas populares próprias.