Resumen de la Ponencia:

Cresce a participação das mulheres no movimento indígena no Brasil e dentre as bandeiras de luta está a defesa dos territórios e dos direitos indígenas, conquistados através de uma luta histórica. As mulheres sempre atuaram na defesa dos territórios e modos de vida, mas, sobretudo na última década e mais fortemente nos últimos 3 anos, diante do desmonte de políticas e direitos aprofundados pelo governo Bolsonaro, tomam as linhas de frente nas lutas. Preocupadas com a permanência nos territórios, uma vez que este garante a reprodução social dos povos, as mulheres se anunciam como guerreiras e lideranças, construindo estratégias para enfrentamento à expropriação que passam pela organização cotidiana no território, conquista de espaços  dentro das comunidades e do movimento indígena, visibilização das lutas indígenas no cenário político nacional e internacional, além da disputa por cargos parlamentares no congresso brasileiro a fim de barrar o avanço de normativas que sustentam a expropriação. Para tratar da expropriação, emprega-se o esquema de acumulação por despossessão de Harvey (2004), tomando-o desde uma perspectiva crítica em diálogo com olhares feministas e antirracistas. Privilegia-se a abordagem de Fraser (2019), que apoiada em Harvey (2004) e Luxemburgo (1985), afirma a continuidade da expropriação ao longo da história do capitalismo, demonstrando que a violência extra-econômica não apenas caracteriza as etapas iniciais do capitalismo, na acumulação primitiva de capitais,  tal como descrito por Marx (2013), mas está presente como condição não econômica para a acumulação. Conforme a autora, a expropriação está apoiada em dimensões políticas, sendo que a racialização marca a diferença entre sujeitos expropriados (e relegados à expropriação continuada) e os sujeitos explorados, que contam com alguma proteção do Estado na regulação dos conflitos entre capital e trabalho. Feministas marxistas também reforçam que a expropriação do trabalho feminino  invisibilizado, coloca-se como condição para a acumulação capitalista, tendo a expropriação também  um caráter fortemente generificado. Os efeitos da expropriação dos territórios sobre as mulheres são abordados por feministas do campo marxista, que demonstram como os cercamentos atuais - de territórios, da natureza e de bens públicos - afetam diretamente suas condições de vida.  Objetiva-se com este trabalho, argumentar, a partir de uma perspectiva feminista e antirracista, que a expropriação está apoiada na produção da diferença racial e de gênero, e, no caso indígena, aproxima dos povos a contradição entre acumulação capitalista e reprodução da vida. Neste contexto, as lutas contra a expropriação dos territórios são lutas em defesa das condições de reprodução social dos povos, e, no presente momento no Brasil, essas lutas estão protagonizadas pelas mulheres indígenas. O trabalho é parte da pesquisa de doutorado da autora, atualmente em curso. 

Resumen de la Ponencia:

El presente trabajo de investigación busca mostrar tres momentos importantes en la historia de la participación femenina, y feminista,  en las ciencias sociales: Cómo es que las mujeres quedaron al margen de la construcción mainstream de la ciencia y el conocimiento. Las críticas hechas por el feminismo a la ciencia y cómo estás han contribuido a su transformación. Un esbozo de conexión entre nuevas formas del quehacer científico y la participación de las científicas en lo que se ha llamado el giro afectivo en las ciencias sociales. Al observar fenómenos de contenido colectivo, como es el caso de la historia de la ciencia, nos obliga en estos tiempos a mirar la participación femenina, que por diversas razones se ha mantenido relegada, oscurecida y subsumida a la historia de la participación de los varones.  Esta reconstrucción de la participación femenina está entretejida con el feminismo, con el activismo político y con científicas y profesoras que hicieron contribuciones que llevaron al cuestionamiento de los caminos y supuestos para la construcción del conocimiento, así como la generación de nuevas preguntas y temas.Teresa Ortiz Gómez señala que “la experiencia de las mujeres como miembros de un grupo socialmente discriminado proporcionan perspectivas únicas para entender el mundo y construir un conocimiento diferente, y menos parcial y distorsionado, que el resultante de la investigación llevada a cabo por los grupos dominantes” (1997 :191), la experiencia femenina y feminista se vuelve entonces un poderoso lugar de enunciación, que permite por lado una revisión de los conceptos, enfoques, temas, preceptos científicos, y por el otro una mirada (y una crítica) política de la ciencia.  Finalmente, se muestra cómo la creciente participación femenina en los espacios científicos y de conocimiento, ha posibilitado y engrandecido el estudio de los procesos emocionales como constitutivos primordiales de las relaciones sociales y como tal, como objeto de estudio de la ciencia social. La apuesta del feminismo por el “giro emocional” y el “giro afectivo”, ha resultado en una serie de acciones resignificantes de los modelos de las ciencias sociales y las humanidades.  El cuerpo, las emociones y los afectos son vistos como categorías analíticas para lograr el conocimiento.     

Resumen de la Ponencia:

Viajar é uma experiência subjetiva que permite a transcendência de questões da vida cotidiana, estando temporária ou permanentemente distante das expectativas sociais estabelecidas. A percepção de diferenças e a possibilidade de autoavaliação fazem parte do processo de expressão da individualidade e construção de projetos identitários. Por isso, a viagem é um espaço-tempo extraordinário propício para a reflexão sobre o relacionamento consigo, com os outros e com a sociedade em geral. Um modo de vida nômade se manifesta como a existência em permanente mobilidade, o desenraizamento de um endereço fixo, do modelo tradicional de família nuclear e de certos bens materiais. Além disso, o abandono da vida sedentária exige a capacidade de desapego para mover-se carregando consigo somente o imprescindível, livrando-se de acúmulos desnecessários. Existem mulheres que elegem as viagens independentes, autônomas e solitárias como modo de vida. A opção por este projeto identitário em particular representa um privilégio material em relação a outras modalidades de deslocamento impulsionadas pela força de fatores econômicos, políticos, sociais ou familiares, como a migração e o refúgio. Como um ritual de passagem, a viagem é uma vivência paradigmática porque transforma a pessoa que realiza. A descoberta de novas formas de enxergar o mundo através da interação com culturas diferentes é uma oportunidade para o desenvolvimento humano. Essa transformação é uma das motivações mais frequentes entre os viajantes, assim como a busca por experiências que não podem ser vividas no local de origem. No caso das mulheres, significa ter autonomia para administrar seu próprio dinheiro, aprender a se comunicar firmemente, saber se defender sozinha e resolver situações-problema. Deste modo, a viagem empreendida sem demais companhias — que algumas vezes acontece por falta de alternativa, mas sobretudo porque assim se sentem mais livres — representa a demanda por novos  modos de atuar na sociedade. Por isso, as viagens solo podem ser compreendidas também como um desvio da norma, uma vez que a renúncia do projeto esposa-mãe cristaliza um transvio do caminho socialmente esperado, abdicando papéis de gênero tradicionalmente instituídos. Este trabalho tem como objetivo central identificar o perfil das mulheres que escolhem viver viajando de forma solitária e independente. Pretendo analisar a construção de identidades, bem como as renúncias que existem por trás. Pretendo conhecer as motivações que impulsionam as viajantes, seus medos e estratégias para enfrentá-los, para o desenvolvimento pessoal de uma mulher e analisar as ferramentas que costumam ser utilizadas como forma de expressão neste processo de construção da subjetividade. Para tanto, será explorada a autoetnografia, que desenvolve a observação de si e a reflexividade sobre a constituição identitária para examinar e interpretar a experiência cultural. Deste modo, proponho o engajamento para compreender o modo como esse projeto de vida vêm sendo construídas e reconstruídas socialmente. 

Resumen de la Ponencia:

La violencia en México constituye una problemática de gran magnitud y con muchas aristas, la cual, en la Academia ha sido analizada desde diferentes disciplinas; por ejemplo, desde la perspectiva jurídica, la sociológica, la histórica y la psicológica. A su vez, los estudios interdisciplinarios nos ayudan a realizar estudios en donde intervengan otros campos de estudio. Este es el caso de la lingüística y la filosofía. Dentro de la lingüística, se tiene el análisis del discurso, el cual establece que un discurso puede ser todo aquello que se enuncia con una intención comunicativa y contiene presuposiciones ideológicas, lo cual puede ser analizado como objeto de estudio.Por otra parte, la “teoría de la deconstrucción” creada por el filósofo Jacques Derrida, al realizar una crítica al lenguaje. Dicha teoría ha sido usada por otros teóricos de ciencias sociales y humanidades. Se pueden ver su uso en ramas como la filosofía, el lenguaje, la literatura, el arte visual, el derecho, en la filosofía, entre otras. La “teoría de la deconstrucción” además de estar en el campo lingüístico y filosófico, se ha desarrollado en el terreno ideológico. Esto, debido a los usos que se dieron a través de los teóricos como Julia Kristeva, Jacques Lacan, Michel Foucault, Judith Butler, entre otros. Asimismo, su influencia se hace visible en las redes sociales. Esto, a través de los discursos que emiten diversos usuarios; por ejemplo, cuando se manifiestan discursos de resistencia en relación a la violencia de género. Se pueden ver enunciados que incluyen los intercambios jerárquicos de poder, tal y como se plantean en las obras teóricas de Michel Foucault y Judith Butler, específicamente. Por lo tanto, en esta ponencia se pretende realizar un breve análisis de los usos que se le están dando a la teoría deconstructiva en México, en los discursos sobre la violencia de género en las redes sociales en el México del siglo XXI, esto, con el fin de aportar a los estudios de filosofía, lingüística y a la sociedad. 

Resumen de la Ponencia:

O estudo teve como objetivo investigar as representações sociais de mulheres rurais sobre o processo de participação em espaços de tomada de decisão. Metodologicamente, teve como delineamento a pesquisa qualitativa, através da pesquisa documental. Para tanto, tomou-se como lócus de pesquisa o canal do youtube e instagram da União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária de Minas Gerais (UNICAFES), sendo utilizadas 2 lives, como corpus de análise, uma denominada “Histórias que Inspiram: Mulheres e suas Trajetórias de Sucesso” e a outra “A mulher no mundo dos negócios cooperativistas”. Além disso, analisou-se as publicações do Instagram da organização sobre o projeto “Mulheres que Transformam”, publicado em alusão ao dia internacional das mulheres e a postagem sobre o Dia Mundial da Mulher Rural. Como aporte teórico, utilizou-se a perspectiva das Representações Sociais, tendo sido os documentos transcritos na íntegra e submetidos à análise do discurso foucaultiana. Na interpretação dos resultados, foram identificadas quatro categorias de análise: espaços ocupados e/ou reivindicados pelas mulheres rurais; pautas defendidas; dificuldades enfrentadas e/ou identificadas para sua participação política; estratégias de enfrentamento a problemas práticos vivenciados neste contexto. No que se refere a primeira categoria, em sua grande maioria, as mulheres eram produtoras ou trabalham diretamente com agricultoras e ocupavam espaços diversos, tais como: cargos de liderança em movimento sociais, direção de entidades, ocupação de cargos políticos e vinculação às instituições de ensino. Além disso, as descrições biográficas mesclavam sua participação no âmbito profissional, de militância política e no contexto familiar. No que se refere a segunda categoria, destacou-se o empoderamento feminino, no qual o uso do termo referiu-se à participação feminina no mercado e, em outras falas, ancorou-se em uma perspectiva que fomenta sua participação em espaços de tomada de decisão, com possibilidades de transformação do status quo. No que tange a terceira categoria, foram observadas inúmeras dificuldades enfrentadas dentro da família, nos espaços coletivos, institucionais e políticos, dentre elas: a sobrecarga com tarefas domésticas e atividades de cuidado, distanciamento social, entre outros, enfatizando o acirramento destas condições em decorrência da pandemia da COVID-19. Quanto a quarta e última categoria, para os diferentes problemas vivenciados pelas mulheres, as estratégias envolviam a importância da luta coletiva e da participação ativa nos espaços de tomada de decisão, visando transformar a realidade perpassada por opressões, subordinações e violência. Deste modo, as estratégias visibilizavam a importância das mulheres como sujeitos políticos, capazes de construir propostas para os problemas que afetam simbólica e materialmente suas vidas. Assim, através do estudo foi possível observar que as mulheres rurais têm ocupado um lugar de visibilidade nas mídias sociais da UNICAFES Minas Gerais, o que contribui para publicizar suas pautas políticas e problematizar as hierarquias sociais presentes nos espaços sociais e políticos.

Resumen de la Ponencia:

O trabalho tem como tema central traçar uma análise do pensamento marxista sobre a liberdade e o sistema patriarcal numa articulação que envolve o sistema capitalista e o trabalho social. A partir da perspectiva do feminismo marxista, discutimos a libertação das mulheres e uma discussão sobre gênero e o sistema capitalista e a lógica das relações de produção. Percebemos também uma compatibilidade com outras correntes feministas, não um cenário de dominação de dois homens sobre as mulheres. Construímos uma análise sobre o pensamento marxista tomando como princípio a lógica do materialismo histórico e a questão de gênero, questões que, respectivamente, marcam decisivamente a formação do pensamento marxista e a discussão que justifica mudanças na sociedade atual, como a desigualdade de gênero. Utilizamos autores como Heleith IB Saffioti, Juliet Mitchell e Bell Hooks. discutem a construção da dominação masculina a partir do modo de produção capitalista e sua organização para tal dominação. Nesse sentido, buscamos traçar esta análise para contribuir com a lógica da emancipação feminina como variante do modo de produção e reprodução capitalista. Pretendemos estudar o pensamento de Marx em profundidade teórica. Analisamos o campo do feminismo marxista aberto à discussão a partir de uma perspectiva materialista histórica e dialética. Esta pesquisa está ancorada em uma ação política que luta pela liberdade e emancipação humana, especialmente a construção de uma lógica anticapitalista e machista que influencia a educação e a cultura, por isso é necessário discutir onde o marxismo e o feminismo se encontram. , individualmente, É preciso ter uma única dimensão: ser social, ser coletivo para repensar as estruturas econômicas capitalistas, raça e classe). Uma discussão sobre liberdade, revolução e emancipação, pois nos faz repensar as relações sociais e as contradições e conflitos que as permeiam. o trabalho que ocorre por uma divisão sexual e não o seu próprio trabalho que está envolvido na cultura e na educação. Esta pesquisa contempla o método de pesquisa qualitativa, e inicia-se com um estudo bibliográfico sobre a questão da mulher, a liberdade e o sistema patriarcal. 

Resumen de la Ponencia:

As eleições municipais de 2020 contaram com o aumento significativo da proposição de candidaturas coletivas. Estas candidaturas são aquelas em que duas ou mais pessoas se agrupam para que, juntas, possam ocupar uma única cadeira em um cargo eletivo. Em 2020 os dados do TSE apontam para o registro de 257 candidaturas que pretendiam ser exercidas em coletivo. Para as eleições de Goiânia, capital de Goiás, existiram registros de candidaturas coletivas para a vereança. Dentre eles esteve a Mandata Coletiva Agora é que São Elas, agregando a pauta feminista e anticapitalista. Com o slogan “Porque a mudança é coletiva, feminista e popular”, se inseriu na dinâmica nacional de apresentação de diversas candidaturas coletivas e feministas. E para abordar estes aspectos, a candidatura se apoiou no feminismo classista e na necessidade organizativa de combater coletivamente o capitalismo. O programa publicado nas redes sociais abordou diversos temas e pode ser analisado à luz das teorias feministas. Este mostra a potencialidade de ocupação de espaços de poder e de envolvimento coletivo para o funcionamento da proposta política. Além disso, esta candidatura apresentou em seu programa a necessidade de mudança a partir dos pilares do feminismo, da coletividade e da participação popular contra o capitalismo.