Resumen de la Ponencia:
As Revoluções Industriais e o fim das Guerras Napoleônicas, travadas não só dentro da Europa, conduziram o capitalismo a um processo de expansão durante o século XIX: as evoluções tecnológicas e a “estabilização” do continente europeu levaram, dentre outras coisas, a um aumento exponencial da capacidade produtiva e de circulação, tanto de mercadorias, como de pessoas e informações, no centro do capitalismo, além da formação de um mercado de câmbio internacional. Os países da Europa ocidental, bem como Japão e Estados Unidos, demandavam novas fontes de matérias-primas e novos mercados consumidores. A resposta elaborada por essas nações a estas questões foi o desdobramento do colonialismo: fenômeno iniciado no século XVI, o colonialismo entra, a partir do século XIX, em uma nova fase - a ocupação, exploração e espoliação de África e do sudeste asiático. Esta nova faceta do colonialismo recebe o nome de colonialismo imperialista ou capitalismo imperialista colonial. Durante o colonialismo imperial, que vigorou do século XIX ao século XX, dois países emergiram como as maiores potências coloniais: Inglaterra e França. Por esta razão, estas foram as nações que forjaram os dois grandes sistemas de exploração colonial deste período histórico: o indirect rule e o direct rule, respectivamente. No indirect rule, a metrópole colonial delegava muitas das responsabilidades administrativas da colônia a certos grupos nativos, enquanto no direct rule a metrópole colonial se apoderava de toda a burocracia estatal. O que hoje se chama de República Democrática do Congo (RDC) foi, entre 1885 e 1960, um território colonial belga. Este lapso temporal, no entanto, pode ser dividido em dois períodos administrativos distintos: de 1885 a 1908, quando o território se chamou Estado Livre do Congo, uma colônia pessoal do rei Leopoldo II em que foi aplicado um sistema de exploração colonial que se aproximou do indirect rule; de 1908 a 1960, quando o território se chamou Congo Belga, uma colônia administrada pelo governo belga em que foi aplicado um sistema de exploração que se aproximou do direct rule. Este trabalho investiga, por meio do passado colonial da RDC e utilizando a revisão bibliográfica como ferramenta metodológica, como as estatísticas migratórias são capazes de refletir a aplicação de cada um desses sistemas de exploração colonial.