Resumen de la Ponencia:

A investigação sobre a obra dos Intérpretes do Brasil integra um rico campo de discussão acadêmica. O pensamento social brasileiro no fim do século XIX e início do século XX – através de Francisco Varnhagen, Joaquim Nabuco, Oliveira Viana, entre outros – buscou entender a identidade brasileira, levantando questões como: o que é o Brasil? Qual o significado de ser brasileiro? Quais as razões do atraso do Brasil e como superar os gargalos? Para onde caminha o país?A partir dos anos 1930 até o fim do processo de substituição de importações, visualizou-se um momento de grande impulso das interpretações do Brasil, com obras de maior robustez teórica. Reis (2002, p. 10) assinala: “Interpretar é atribuir sentido a um mundo histórico e determinado em uma época determinada”. É sabido que cada historiador elabora suas perguntas de pesquisa, utiliza-se de diversas fontes e técnicas, apoia-se em conceitos, problemas e documentos. Portanto, tem-se que o conhecimento histórico pode ser aprofundado pelas diversas abordagens e pelo refinamento metodológico ao trabalhar as fontes. Ao resgatar a utilização do método comparativo na historiografia ocidental do século XX, Fausto e Devoto (2004) destacam Marc Bloch como grande referência. Seu diferencial foi conceber o comparativismo como instrumento vinculado à pratica do historiador e não como procedimento teórico. Bloch sugere dois requisitos para a história comparada: certa similaridade nos fatos observados e certa dessemelhança dos ambientes em que eles ocorreram. Por meio dessa combinação, apresenta-se um frutífero campo para a análise comparativa. O presente trabalho não se propõe a realizar história comparada. Apresenta-se como objetivo principal realizar uma comparação das interpretações de Caio Prado Júnior e Celso Furtado, com base em três categorias de análise: Subdesenvolvimento, Estado e Democracia. As diferentes técnicas, approach teórico, fontes e conceitos utilizados por cada autor explicam as distintas visões sobre a evolução brasileira. A história do pensamento de Caio Prado Júnior foi marcada por sua criatividade teórica e independência política e tornou-se pioneiro na utilização do materialismo histórico de Marx na apreensão da formação econômica e social do Brasil.  O livro FEB de Celso Furtado é considerado como obra prima do estruturalismo cepalino, seu pano de fundo é a compreensão do atraso brasileiro e as especificidades do subdesenvolvimento. Revisitar tais pensadores faz-se necessário na medida em que os desafios de uma economia subdesenvolvida e dependente se mantém atuais. O avanço do neoliberalismo e os recentes ataques a democracia brasileira também justificam a recuperação destes autores clássicos para repensar o papel do Estado, entender as especificidades da nossa democracia e repensar nosso futuro. Por fim, este estudo visa contribuir com a área de pensamento latino americano através da sistematização de tais interpretações, qualificando suas posições e críticas sobre as três categorias anteriormente delineadas.

Resumen de la Ponencia:

O objetivo deste trabalho é realizar um estudo sobre a Teoria Marxista no Brasil na visão de Ruy Mauro Marini e Vânia Bambirra para que se possa entender a conjuntura do golpe empresarial-militar em abril de 1964, com a deposição do presidente João Goulart, o qual foi apresentado pelos militares como uma contrarrevolução preventiva. Porém, com a grande repercussão desse fato, principalmente na América Latina e em detrimento das vastas concessões econômicas que haviam sido realizadas para o capital norte-americano, o golpe passou a ser visto como uma intervenção encoberta dos Estados Unidos no país. Assim, a interpretação trazida por grande parte da esquerda brasileira da época não parecia integrada à conjuntura daquele período histórico. Portanto, esse modelo de análise se expressa na perspectiva teórica da teoria marxista da dependência, cuja importância cresce devido ao colapso do social liberalismo brasileiro diante da crise política que exige uma solução radical e uma análise das relações de produção nacional e a posição histórica do país no sistema capitalista. Dessa forma, a questão tomada como problema de pesquisa faz-se da seguinte forma: Como a análise da TMD está interligada com os autores Ruy Mauro Marini e Vânia Bambirra? Dessa forma, o objetivo é abordar o estudo da teoria marxista no Brasil nas décadas de 70 e 80 segundo os autores Ruy Mauro e Vânia Bambirra, para definir sua importância histórica. Logo, Vânia Bambirra aponta que o desenvolvimento capitalista no continente se desenvolveu junto com a expansão do capitalismo mundial, fazendo com que este adquirisse formas específicas de capitalismo dependente em que o funcionamento estava vinculado à dinâmica que assumia os países centrais. Desta forma, percebe-se que Marini e Vânia, como participantes formais da construção da teoria, inseriram debates sobre grandes questões da luta revolucionária na América Latina, iluminando à época os aspectos mais relevantes da realidade latino-americana. Além disso, considera que a dependência apresentava uma realidade que, em termos de funcionamento, não poderia desenvolver-se da mesma forma que as economias centrais. Assim, a importância dessa teoria está na forma como ela demonstra a realidade social, sendo vista como uma crítica à dependência das economias periféricas, e seu crescimento econômico baseado em modelos de exportação de matérias-primas, produtos primários e outros. Por fim, é utilizado o método descritivo que permite a coleta de dados e informações sobre o contexto histórico da teoria marxista e seus respectivos autores.   

Resumen de la Ponencia:

Esta ponencia se enmarca en el desarrollo de mi investigación de tesis de licenciatura y en ella me propongo el objetivo de proponer algunas bases teóricas que abonen, desde el enfoque del materialismo histórico-dialéctico, a fundamentar el desarrollo de una sociología del conocimiento que nos permita comprender el desarrollo y las transformaciones del conocimiento en general y del pensamiento latinoamericano en específico. Esto a partir de argumentar cómo a partir del método de la teoría materialista de la historia y de la sociedad podemos desarrollar planteamientos de una sociología del conocimiento que nos permita estudiar el pensamiento latinoamericano en su especificidad, como un producto necesario de su tiempo, comprendiéndolo en su íntima y estrecha relación con la totalidad del proceso histórico y social del que es expresión. Esta argumentación la realizaré a través de una investigación documental y la exposición de cuatro ejes temáticos que guían metodológicamente la investigación: 1) la cuestión de cuál es la noción de conocimiento de la que parte el materialismo histórico dialéctico, 2) cómo es que a partir de la relación fundamental que esta noción de conocimiento guarda con la noción de práctica, Karl Marx sitúa la problemática del conocimiento como una problemática específicamente histórico-social, 3) la exposición de algunos elementos relevantes de la discusión que el marxismo ha mantenido con la sociología del conocimiento 4) la propuesta de algunos fundamentos teóricos que una sociología del conocimiento tendría que implementar para poder analizar sociológicamente de una manera concreta y en su especificidad histórico, social y geográfica los desarrollos y las transformaciones del pensamiento latinoamericano. 

Resumen de la Ponencia:

La crisis del marxismo se considera un capítulo incuestionado de la historia política e intelectual latinoamericana. Acompañó una nueva revisión de este paradigma iniciada en la Europa latina desde fines de la década de 1960, principios de la siguiente, aproximadamente, tanto en su nivel teórico como de la práctica política plasmada por la experiencia del socialismo de la Unión Soviética.El marxismo como “teoría finita”, según definiera Althusser, se discutió en encuentros, congresos y publicaciones con la propuesta eurocomunista como trasfondo, motorizada por los principales partidos comunistas del continente (España, Francia e Italia), en relación a la sintonía entre partido, Estado y democracia con connatos de la tradición liberal. Desde el exilio, principalmente en la acogedora México fruto de una nueva sucesión de dictaduras en el Cono sur, un grupo de intelectuales utilizando los mismos medios que sus pares europeos propusieron incorporar estos debates. Se observa en ese ambiente de discusión un notable cambio de agenda respecto a la hegemonía que tenía el marxismo en ese campo. Como lo han expresado Adolfo Sánchez Vázquez y Michael Löwy, el marxismo latinoamericano ha logrado, al calor de la revolución cubana (1959), producir un conjunto de investigaciones y reflexiones originales en torno los procesos de expansión capitalista en la región, el imperialismo, las causas de su subdesarrollo y dependencia, la conformación y correlación de clases sociales. Desde mediados de la década de 1970, con el espectáculo de la represión militar, el temario de debate intelectual se volcó hacia la democracia y la teoría política, privilegiando aspectos de la tradición liberal frente a un marxismo cuestionado. Sin embargo, ¿fue asimilada esta crisis por todo el conjunto de la intelectualidad latinoamericana? ¿Los movimientos políticos de la región no se valieron más del marxismo como teoría de una práctica transformadora? En el presente trabajo nos proponemos revisar de manera crítica la noción crisis del marxismo. Nos lo permitirá la reciente publicación de Domenico Losurdo El marxismo occidental. Cómo nació, cómo murió y cómo puede resucitar (2019) para contornear este desplazamiento intelectual, en lo que incluye y, especialmente, lo que excluye de su universo de intervención.Es posible registrar otras trayectorias intelectuales que recrearon la teoría crítica marxista (así lo hicieron Agustín Cueva, Ruy Mauro Marini, Pablo González Casanova, entre otros casos) alrededor de lo que estaba aconteciendo en la Nicaragua sandinista (1979-1990) en el mismo período- y la proyección en Centroamérica- como un laboratorio intelectual, donde persistía un componente nada ajeno a los marxismos latinoamericanos: el anti-imperialismo.

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 Labor: experimentación mariateguista para pensar la clase desde América Profunda El periódico Labor circuló el Perú entre noviembre de 1928 y septiembre de 1929, tras la creación de la Central General de Trabajadores Peruanos, de quien era el vehículo oficial de propaganda.  El breve espacio de tiempo en que fue editado no retira la importancia de su significado en el ámbito de la historia del sindicalismo revolucionario en AméricaLatina: al revés, argumentamos que en sus páginas están presentes ideas todavía actuales para pensar en las características de la clase obrera en nuestra región, atravesada por dimensiones étnico-raciales y de género,  además de la problemática de la superexplotación de la fuerza de trabajo. Partimos del planteo de Fernanda Beigel, para quien Mariátegui fue un organizador de la cultura tras su retorno de Europa, de donde vino “convertido al marxismo”. Como sabemos,  la gira por Europa permitió que Mariátegui  tuviera contacto con lo mejor de la producción crítica de la modernidad capitalista, y, al regresar,  su  “tarea americana” se expresó a través del editorialismo programático y el esfurezo de pensar  lo nacional/local  junto al universal. Trataremos de presentar algunos ejes de este periódico, analizando la manera como fueran articulardos elementos del marxismo occidental con la especificidad de la clase obrera.La organización de la CGTP en  mayo de 1928 y la construcción del proyecto editorial de Labor ocupó sentido particular (lo de dirigirse a aquella clase obrera) en el trabajo de  Mariátegui. El periódico circuló en diversos rincones de Perú, ultrapasando la clásica dualidad costa/sierra que marca la historia del país, llegando a las manos de trabajadores de tradición campesina e indígena, conviviendo con prácticas tradicionales comunales. Intentamos presentarun recurrido por este periódico que puso en el escenario político y teórico de los marxistas latinoamericanos cuestiones todavía actuales, como la imbricación clase-raza, y la persistencia de rasgos comunales en las prácticas cotidianas del pueblo. Labor fue la expresión adelantada de esa comprensión en el sentido de pensar Nuestra América desde la percepción de que el análisis concreto de una situación concreta requiere la delicada articulación de los elementos globales con las particularidades de la región. A lo largo de la revaloración de los pueblos originarios como sujetos políticos en el escenario político de América en las últimas décadas, tenemos el desafío teórico de insertar las nuevas maneras de pensar la presencia indígena articulada a la totalidad capitalista, sin olvidarnos del lugar ocupado por Latinoamérica en la división internacional del trabajo y de la especificidad de configuración de clases en nuestro continente. A nuestro juicio, un retorno à Labor - nos permite pensar en el tema de manera alineadacon los desafíos del tiempo presente.Palabras-clave: Labor – Mariátegui – clase obrera – cuestión indígena  

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O presente trabalho apresenta alguns dos subsídios teóricos para análise da inserção da América Latina na economia capitalista de plataforma e dataficação do mundo social. Situado no marco da nova divisão internacional-informacional do trabalho (DIIT) (ROLDÁN 2016), buscamos caracterizar os efeitos do avanço e expansão da economia política dos dados digitais em contexto dos países do Sul-global, para demonstrar como o modelo econômico fundamentado na extração massiva de dados pessoais nestas regiões e que reproduz o modelo colonialista de desenvolvimento subordinado agravando a lógica da dependência condicionada pela mineração e extração de recursos (TORRES et al. 2018). O objetivo do trabalho é definir o “extrativismo hi-tech” como uma categoria conceitual, central para a análise social, política e econômica do atual contexto do capitalismo na era digital. Para tal objetivo, buscamos integrar os postulados e conceitos oriundos da Teoria da Dependência desde autores como: Prebisch (1949), Furtado (1958[2020]), Marini e Sader (1977) e dos Santos (1968 e 1978). Além disso, são incorporados os fundamentos teóricos de análise propostos por Mejías e Couldry (2019) que tratam do “colonialismo de dados''. Com isso esperamos a partir da integração das teorias clássicas e contemporâneas mencionadas, fornecer uma via conceitual interdisciplinar atualizada que contribua para futuras análises sobre a realidade econômica latino-americana no contexto de reestruturação produtiva na nova relação existente entre tecnologia e sociedade na organização do mundo econômico capitalista. Para tanto, o trabalho se divide em três partes intituladas: O colonialismo reatualizado; Planificação e dependência - Extrativismo Hi-Tech: a nova planificação do SXXI e Um novo colonialismo: novas relações coloniais e colonialidade 4.0. Na primeira, buscamos demonstrar a transformação histórica no modelo de exploração colonialista, até chegarmos ao processo que engloba a exploração do cotidiano e subjetividades como um recurso de capital passível de ser mercantilizado no mercado internacional. Por meio desse processo é que definimos o extrativismo hi-tech (ExHT), tomando como base os modelos conceituais sobre extrativismo na América Latina de Eduardo Gudynas (2009 e 2016) e  Horácio Machado Araóz (2013). Na segunda parte, analisamos o caráter histórico da planificação econômica no continente, para identificar os desafios e dilemas a serem enfrentados pelas ciências sociais latino-americana com relação ao colonialismo e dependência na planificação do século XXI. Por fim, no terceiro e última parte, problematizamos o atual colonialismo de dados ao demonstrar o papel desempenhado pelas plataformas digitais de sociabilidade, consumo e logística na estruturação e reprodução social do cotidiano como mediador das novas relações de dados num processo ligado à colonização e extrativismo hi-tech.

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O presente trabalho tem como objetivo analisar os pressupostos e as consequências da enquete operária, projeto de pesquisa com trabalhadores proposto por Marx no final de sua vida. Em seguida, busca-se entender como tal empreitada pode ser útil para a pesquisa sobre trabalho e capitalismo na América latina atual. Proposta por Marx já nos últimos anos de sua vida, a enquete operária se desenhava inicialmente como um longo questionário (101 questões) abordando o contexto de trabalho e luta do operariado no final do século XIX (Marx, 1880). Tal projeto marxista, deixado incompleto em razão da morte do autor, foi retomado por correntes estadunidenses, francesas e italianas ao decorrer do século XX, que enfatizaram, cada uma a sua maneira,  o potencial da enquete de questionar os pressupostos da sociologia industrial e a teorização do ponto de vista do capital. (Asad e Haider, 2013) Em suma, o propósito aqui era de construir uma teorização sólida sobre o movimento e as transformações do capitalismo, tendo como ponto de partida e chegada as narrativas, atitudes e descrições operárias do ambiente de trabalho. Neste sentido, é possível traçar um paralelo interessante entre esta situação e o contexto latino americano, no qual categorias dedutivas e projetos político-econômicos antipopulares, gestados em outros contextos, insistem em figurar nos trabalhos sociológicos (Ramos, 1995). A crítica a estes pressupostos deve ser acompanhada, portanto, de mecanismos que coloquem em marcha ferramentas de investigação e descoberta (Tronti, 2019) baseadas nas experiências cotidianas dos povos do continente. O argumento com que trabalha-se aqui é que a enquete operária marxista, ao propor uma análise do ambiente de trabalho do ponto de vista dos trabalhadores, e uma teorização sobre o capitalismo desde baixo, abre possibilidades de descoberta que permitem questionar tanto a imposição abstrata de teorias estrangeiras quanto a visão tecnocrática (desde cima) dos modelos e paradigmas neoliberais que vêm sendo impostos (Guimarães e Cruz, 2021). Ela inaugura, portanto, um mecanismo orgânico de pesquisa e resistência, focado na construção de teorias enraizadas no cotidiano e experiência dos trabalhadores, e que pode ser bastante construtivo na elaboração de políticas focadas na e para a realidade latino americana no século XXI. Bibliografia:Marx, Karl. “Enquête ouvrière” and “Workers’ Questionnaire” in Marx-Engels Collected Works vol. 24. New York. International Publishers, 1880.. Tronti, Mario. Workers and Capital. London, New York. Verso. 2019Haider, Asad e Mohandesi, Salar. Worker’s Inquiry: a genealogy. Viewpoint. Issue 3. 2013Ramos, Alberto Guerreiro. Introdução Crítica à Sociologia Brasileira. Rio de Janeiro. Editora UFRJ, 1995Guimarães, Juarez Rocha e Cruz, Estevão. Neoliberalismo e Ciência Política: contribuições teóricas sobre a crise da democracia . Revista Sociedade e Cultura. V 24. 2021