Resumen de la Ponencia:
a investigação do envelhecimento enquanto fenômeno social deve ser considerado suas múltiplas determinações econômicas, sociais, políticas, culturais e históricas. Estas devem ser averiguadas a partir de um movimento dialético, visando superar suas manifestações imediatas para então compreendê-las em sua concreticidade. Para tal fim, é necessário apreender o fenômeno envelhecimento no interior do modo de produção capitalista, pois “[...] a produção das relações capitalistas implica a reprodução de ideias, valores, princípios e doutrinas, o conjunto de representações sobre a etapa final da vida humana é organizado segundo as determinações básicas do modo de produção” (HADDAD, 2016, p. 60). Há contemporaneamente diversas conceituações sobre o envelhecer e evidencia-se que as investigações seguem direcionamentos teóricos/metodológicos distintos que se correlacionam com posicionamentos políticos e ideológicos. Segundo Haddad (2016), as produções científicas acerca deste fenômeno são, em sua maioria, direcionadas para o silenciamento das desigualdades existentes no modo de produção capitalista, naturalizando suas diversas manifestações na vida da população velha.A realidade da população velha é permeada pelos determinantes da forma societária na qual está inserida, repercutindo, assim, no processo de envelhecimento humano e populacional. Desse modo, a conceituação do envelhecimento e, por conseguinte, da velhice, ganhou maior amplitude a partir do século XIX, entretanto, não é homogênea. Acredita-se, nesta pesquisa, que a construção social do que é ser velho (a) na sociedade capitalista relaciona-se à capacidade produtiva e laborativa dos sujeitos, estabelecendo-se em um marco cronológico para o período determinado como velhice. Na formação social regida pelo capital, essa determinação cronológica instituiu-se para regulamentar formalmente o período considerado produtivo e improdutivo do (a) trabalhador (a), vinculando a velhice à etapa de perda ou diminuição da capacidade laborativa. Deste modo, a demarcação cronológica da velhice se relaciona com o estabelecimento do trabalho enquanto mercadoria, que por sua vez é uma condição essencial para a produção e reprodução do modo de produção capitalista. Portanto, crê-se que a definição cronológica da velhice, na sociedade capitalista, deve servir como instrumento de luta por melhores condições de vida e trabalho para a população velha, possibilitando a sua subsistência e de suas famílias, proporcionando instrumentos para que essa população velha se reconheça enquanto classe trabalhadora condutora da revolução permanente18, tendo como finalidade o rompimento da sociabilidade capitalista.