Resumen de la Ponencia:
El avance metodológico hacia formas de hacer análisis de procesos sociales y políticos sitúa horizontes nuevos para estructurar previsiones sobre el manejo de la información y su procesamiento para ello los conjuntos borrosos, la lógica de la programación en cómputo cuántico y las estrategias para el análisis matemático implican formas de estructurar procesos de reflexión metodológica que implican avances a considerar en la reflexión metodológica y que como ejemplo se ubica el tema de los recursos estratégicos para entender dinámicas dentro del paradigma de la complejidad. En ese contexto la presentación ubica herramientas para el uso del desarrollo de análisis y previsiones en las ciencias sociales y sus consecuencias y perspectivas.Resumen de la Ponencia:
Las enfermedades crónicas mantienen un creciente impacto negativo a nivel global, sin que las intervenciones de salud pública logren revertir el aumento en los factores de riesgo, lo cual sugiere que todavía hay cabida a miradas multidimensionales sobre el problema. Este trabajo tiene por objetivo analizar y discutir la importancia de la etnografía y la meta-etnografía como métodos de investigación cualitativa necesarios para investigar la experiencia que representa la enfermedad crónica. Para ello, se recuperan fuentes documentales que examinan la necesidad de abordar la enfermedad crónica desde la investigación cualitativa, y se analizan y discuten los aportes de los métodos planteados para contribuir a dar sentido a esa experiencia. Los resultados indican que el estudio del contexto por aportes de la etnografía permite identificar elementos en la constitución de malestares y padecimientos crónicos, conocer la interpretación de la enfermedad y las alternativas elegidas para su cuidado o atención, sin desconectarlos de los valores sociales y culturales que los modelan. La meta-etnografía proporciona una síntesis capaz de contribuir teórico-conceptualmente y con evidencia. Gracias al conocimiento complementario que estos métodos de investigación cualitativa aportan pueden elaborarse marcos teóricos innovadores, que nutran las políticas públicas y los servicios de salud dedicados a las personas con condiciones crónicas.Resumen de la Ponencia:
A proposta desta reflexão metodológica objetiva refletir sobre um trabalho de campo na pesquisa social, no Seridó potiguar, em dois momentos distintos: o primeiro, no período de seis meses, de janeiro a junho de 1983, e o segundo, de quatro meses, em duas etapas, junho e julho, e outubro e novembro, de 1989. Apesar da pesquisa acontecer em duas etapas, existem dois fatores conectam a investigação: “a temática histórica do fenômeno do coronelismo” e a “estratégia metodológica da pesquisa social”, principalmente pela operacionalização da entrevista semiestruturada como procedimento técnico da coleta de dados da fonte oral, com testemunhantes da terceira idade. A meta investigativa privilegiava entender “a forma da participação do homem do campo no processo eleitoral na estrutura de poder local”, ou seja, a intenção da pesquisa seria compreender “como o camponês seridoense se inseria no sistema eleitoral”. Em função da unidade temática das duas etapas históricas, o coronelismo, a linha de trabalho metodológico definiu uma diretriz de conexão que articulou os dois momentos distintos: o método, o estudo de caso monográfico, e um procedimento técnico, a entrevista semiestruturada. O canal de instrumentalização integrativa foi a técnica semiestruturada, que privilegiou a fonte oral prioritária da coleta de dados oriundos de “eleitores seridoenses da terceira idade”. Portanto, a meta final desta reflexão resgatar e interpretar a experiência singular do que aconteceu e como se deu o trabalho de campo no Seridó potiguar, privilegiando os registros históricos significativos na esfera da investigação social, pois todo o processo de coleta de dados da fonte oral foram gravados e, então, os registros sonoros habilitam a retomada do que foi feito e de como se procedeu na interação social da coleta de dados. Com esta iniciativa reflexiva metodológica, a intenção será mobilizar e estimular outras experiências de trabalhos de campo no campo da pesquisa social, com o objetivo de socialização e, então, compreender o que foi feito e de como se procedeu na proposta da investigação na realidade histórica. Apesar desta argumentação inicial exposta, surge um questionamento significativo em torno da ousadia reflexiva: por que a reflexão surge, depois de um período distante da sua execução?Resumen de la Ponencia:
O presente artigo aponta a experiência como ferramenta interessante para os estudos sociológicos. Sendo categoria analítica, a "experiência" diz respeito à forma como grupos sociais e indivíduos atuam e reagem diante de determinado fenômeno, situação ou encontro com outro, sendo útil para compreender os impactos no processo de reflexividade, modos de ação ou atuação nas dinâmicas complexas de tais indivíduos e grupos. Como questão norteadora, esse texto busca compreender os impactos de eventos e fenômenos traumáticos nos processos nas interações sociais. Para isso, teremos como objeto de análise o trabalho e escrita de Chimamanda Ngozi Adiche no livro “Notas sobre o luto” e o filme “Os amores de Maria” do diretor Andrei Konchalovsky, lançado em 1984. Como recorte analítico-metodológico, baseamos a construção dessa estrutura na fenomenologia social de Alfred Schutz, na noção de experiência de François Dubet (1994) e na noção de reflexividade de Margaret Archer. Tais conceitos permitem interpretar nas nuances da vida cotidiana ou experiência específica, escolhas e comportamentos individuais que, muitas vezes, podem contrariar as expectativas de determinado grupo social, por exemplo. Sugerimos que essa ferramenta analítica possa ser utilizada para pensar o sujeito como um corpo no mundo, como seres que corporificam papéis e funções sociais a partir não apenas da estrutura social, mas também das suas experiências de suas interações. Palavras-Chave: Experiência; ferramenta analítica; Schutz; Dubet, Archer; fenomenologia social.
Introducción:
De que maneira o conceito de experiência é encontrado na literatura? “Experiências sensoriais” (CARVALHO, 2011), “aprendizagem experiencial”, “experiência formativa”, “experiências sociais” (BÔAS, 2017) são alguns dos exemplos de como o conceito aparece nos mais diferentes campos do pensamento. Presente na sociologia, filosofia, psicologia, arquitetura e outros campos de conhecimento, o termo encontra significações singulares, mas que partem de um mesmo ponto de partida: o contato entre corpos — sejam eles objetos ou não, espaços abertos ou não. Partem da noção da percepção através dos sentidos (MERLEAU-PONTY, 2018) que produzem, ou não, sentidos individuais ou sociais (DUBET, 1994). Também presente no campo do marketing e da produção de bens de consumo, experiência se torna lugar comum e ponto de chegada na produção de espaços através da atuação dos agentes (CORREA, 1999), entendendo, como os sentidos sensoriais produzidos naquele ambiente favorece e estimula o consumo. A racionalidade no desenvolvimento produtivo, como uma forma de produzir, assim como uma forma de ludibriar, através de uma noção de reprodutibilidade, é uma questão de pauta em trabalhos de Walter Benjamin1 e Theodor Adorno2.
Como os fenômenos e acontecimentos sociais impactam as formas de condução dos indivíduos? Essa é a pergunta central deste trabalho, ao qual encontra consonância com uma preocupação pontuada por Simmel, em 1902. Simmel, ao observar o desenvolvimento das Grandes Cidades questiona como as novas configurações de sociabilidade e racionalidade na ação (ou a quantificação das coisas) alteram as formas de conduta e provocam situações ou comportamentos no indivíduo. Nesse interim, a intensificação da vida nervosa e a apatia aparecem como efeito e elementos centrais de sua análise como uma das formas de ameaça às identidades.
A partir da pergunta-guia, este artigo tem como objetivo trabalhar a noção de experiência ao nível do indivíduo, buscando descrever e entender, a partir dos acontecimentos externos e sistemas culturais, os impactos no interior do sistema de referência e explorar os rompimentos através das narrativas literárias e cinematográficas. A proposta metodológica para a construção analítica ocorre a partir da fenomenologia social e a descrição das trajetórias, buscando revelar, a partir dos processos de interação, a relação entre choques e experiência.
Encontramos em Alfred Schutz o marco teórico inicial. Em sua análise, a forma de relação com o “mundo da vida cotidiana” ou, apenas, com a realidade, coloca o indivíduo e seu corpo em ambiente de centralidade. Creusa Capalbo (1979) pontua essa relação fenomenológica vista em Schutz e da forma como o indivíduo se percebe e se relaciona com o mundo: “O corpo se percebe como o centro de sua orientação na ordem espaço-temporal do mundo” e continua: “Assim, o mundo aparece sob um certo prisma, sob uma certa ótica, sob uma perspectiva determinada, e eu o organizo num sistema de coordenadas cujo centro sou eu” (CAPALBO, 1979, p. 54-55). Essa perspectiva teórica é encontrada na fenomenologia tanto de Husserl, quanto de continuadores, como Merleau-Ponty. Em Merleau-Ponty (2018), o estabelecimento do diálogo sobre empirismo-idealismo e o debate na dualidade entre agência-estrutura aparecem como fatores centrais em sua Fenomenologia da Percepção. O autor estabelece a dualidade ao pontuar que “o mundo age sobre nossos olhos para fazer-se ver nós, tem-se agora uma consciência ou um pensamento do mundo, mas a própria natureza deste mundo não mudou: ele é sempre definido pela exterioridade absoluta das partes e apenas suplicado em toda a sua extensão por um pensamento que o constrói” (LIMA, apud MERLEAY-PONTY, 1999, p.69). Essas questões também aparecem em Schutz, aos quais suas análises o levam a entender que ocorre uma dupla relação entre o agente e estrutura e que ambas se retroalimentam (SCHUTZ, 2018 [1932]).
Como objeto de análise, partimos da obra “Notas sobre Luto” de Chimamanda Ngozi Adiche e do filme “Os amores de Maria” do diretor Andrei Konchalovsky, lançado em 1984. A hipótese centra-se que o encontro entre os sistemas de cultura e as experiências individuais entram em situação de desacordo despertadas por situações conflitantes ou limítrofes. A partir deste ponto, busca revelar como a noção de experiência constitui-se como uma ferramenta analítica a ser utilizada e captada durante as trajetórias de vida.
Na primeira parte deste artigo, discorremos sobre as implicações das experiências cotidianas como elementos de reflexividade; na segunda parte, pontuamos os encontros e desencontros entre os sistemas culturais e as experiências; por último, o rompimento com os sistemas de referência e a produção de novos sentidos.
Desarrollo:
Experiencia como elemento da reflexividade
“Os problemas sociais têm as falhas particularmente visíveis da experiencia social. É por esta razão que uma sociologia da experiencia social pode, em primeiro lugar, voltar-se para os problemas da escola e da educação, para os da doença, para os problemas urbanos, para os dos trabalhos e, de maneira geral, para as condutas que põem diretamente em causa a inadequação da subjetividade dos indivíduos às expectativas ‘objetivas’” (DUBET, 1994, p. 263)
A partir de qual ponto, a experiência vivenciada passa por um momento reflexividade?
Ivan, protagonista do filme “Os amores de Maria”, apresenta as causas e efeitos de um soldado que esteve na 2° guerra mundial. Impactado pelos choques da guerra, onde as dimensões e encontros com as limitações do corpo humano frente as forças das armas, retorna a sua cidade natal e é recebido como um herói de guerra. Sua comunidade, orgulhosa dos feitos de todos os soldados, estende as gratidões e os palcos para os soldados.
O retorno para o lar surge como primeiro elemento das vivências e os impactos percebidos pelos soldados. Schutz (1970) pontua que: “Muitos soldados na linha de frente ficam atônitos ao ver que faltam às cartas de casa qualquer compreensão de sua situação...” (SCHUTZ, 1970, p. 296). O encontro com narrativas e experiências vividas entram em choque, pois revelam em Ivan um desacordo com as experiências vividas. Ivan, recebido como um herói, não compreendia o fato de ser considerado um.
Parte dessas narrativas heroicas marca elementos de uma propaganda de guerra espedida e reforçada pelo cinema e meios de comunicação. Schutz analisa entre outros aspectos, que a propaganda do heroísmo de homens que foram combatentes de guerra – reforçada no cinema dos EUA –, e o status privilegiado em sua comunidade mascara a realidade vivida por eles e seus próprios sentimentos (SCHUTZ, 1970). Esses elementos presentes no cinema, como aspectos que estão intrínsecos na sociedade, também são revelados pelo trabalho de Kracauer no livro “De Caligari à Hitler” tanto na produção de uma ideia coletiva3 de uma narrativa, como formas de alcançar um apoio massivo e escoamento da produção. Esse é um dos choques vivenciados por Ivan.
A experiência de guerra, no caso do indivíduo enviado aos campos, e o encontro com o sistema de relevância4 aparecem como pressupostos para o choque e desencontros com as vivências, pois o agir consciente, no “aqui-e-agora” estavam ligados às lembranças anteriores.
Esses elementos aparecem como o estabelecimento do choque, pois, os sistemas culturais, ou em termos de Dubet, da experiência coletiva — ao qual coloca pode ser visto como um conceito de alienação em sua análise (WAUTIER, 2003, p. 181) —, associadas com as narrativas midiáticas, criaram o sentido de heroísmo não identificado por Ivan.
O retorno também revela outros elementos de choque com suas lembranças. O choque do encontro com a realidade e o quanto não condizem com os elementos presentes nas memórias. Em seus primeiros momentos do retorno, Ivan visita Maria, sua amiga de infância e amor desde então. Quando a encontrou, Maria estava em um outro momento de vida e com relacionamento com outra pessoa. Ele percebe que Maria está diferente, e até aquele momento ele não se percebe diferente, está vivenciando seu retorno, como uma forma de reconhecer seu lar. Nesse sentido, pode-se afirmar que a vivência não é integralmente percebida quando se vive (SCHUTZ, 2018). Schutz (2018) pontua que a partir da “recordação retrospectiva interativa” que se tem consciência do que foi vivido, para isso define três momentos: “o ser pré-fenomenal das vivências, seu ser antes de nos voltarmos reflexivamente para elas, e seu ser enquanto fenômeno. (SCHUTZ, 2018, p. 81).
Esse estranhamento não aparece como exclusivo ao encontro com Maria, mas também com seu pai. Ivan vivência um estranhamento de estar de volta ao lar, sentindo-se desconfortável e não encontrando um lugar para estar. O embate com seu pai, o questionando-o de suas ações durante a guerra e as motivações de não ter tomado ações necessárias para garantir sua salvação não encontram respostas. Ivan não consegue articular nenhuma palavra.
Para Schutz (1970), o retorno ao lar coloca em questão seu sistema de referências, pois o lar é o “ponto zero” nas coordenadas dos movimentos que fazemos no mundo, e o lar é “um estilo peculiar de vida, composto de pequenos elementos importantes e queridos” (p.291). Ivan retorna ao lar sendo outra pessoa pois, anexado ao seu estoque de conhecimento, há outras experiências que não coadunam com a realidade ou com aquilo que estava estabelecendo suas crenças. Quando ele sai do seu lar e acessa outra dimensão social, então as experiências vividas são substituídas por memórias que possuem significado até esse momento que ele deixa o lar. Há um rompimento aqui que paralisa o desenvolvimento (SCHUTZ, 1970). Essa mesma leitura pode ser feita para com aqueles que permanecem. Schutz, em “O estrangeiro” elenca, a partir dos processos de interacionismo, as formas como os indivíduos acessam o outro espaço e a distância entre aquele que parte e aqueles que ficam. No momento da partida, o conjunto de sistemas de referências tanto para um como para outro são paralisados no instante em que partem, sendo que serão conectados a partir das memórias que se tornam lembranças.
Vimos, até o momento, como situações com grandes dimensões, no cenário das guerras, infligem choques produzindo experiências que não dialogam com as memórias dos soldados. Como essas questões impactam, também, quando são proporções reduzidas?
Em “Notas sobre o Luto”, Chimamanda elabora um conjunto de memórias e passagens sobre a relação com seu pai, James Adichie. Esses escritos aparecem em 2020, no momento mais alto da pandemia do covid-19, ao qual os aeroportos estavam fechados e inviabilizava as viagens. Foi nesse momento, de difícil circulação, que ocorrera o falecimento de seu pai.
A notícia, recebida a partir de uma ligação através de plataformas online, trouxera momento de ruptura e descrença para a escritora: “A notícia é como um desenraizamento cruel. Ela me arranca do mundo que conheço desde a infância” (CHIMAMANDA, 2021, p.12). O choque, provocado através da notícia, surge como um cenário semelhante visto em anteriormente na trajetória construída a partir de Ivan: as estruturas sociais construídas, a partir das memórias, se rompem. O choque, apresenta novas experiências que, por sua vez, aparecem como nossos elementos para a reflexividade. Essa vivência, como algo concebido a partir de acontecimentos externos, provocam sensações antes não percebidas.
“O luto é uma forma cruel de aprendizado. Você aprende como ele pode ser pouco suave, raivoso. Aprende como os pêsames podem soar rasos. Aprende quanto do luto tem a ver com palavras, com a derrota das palavras e com a busca das palavras. Por que sinto tanta dor e tanto desconforto nas laterais do corpo?” (CHIMAMANDA, 2021, p. 14)
O rompimento entre momentos, tanto do “aqui-e-agora” para um novo “aqui-e-agora” na narrativa de Chimamanda, estabelece um choque distintivo com potência para alterar sua percepção. Schutz pontua que a alteração das vivências se modifica, exclusivamente, “a depender se nos entregarmos ao curso da nossa duração ou refletirmos sobre ela, na esfera abstratamente espaçotemporal” (2018, p.75). As novas experiências entram em desacordo com o sistema de referência (ou sistemas culturais), produzindo elementos de reflexividade.
Quais são os novos sentidos que surgem a partir das novas experiências? Ou como ocorre a reflexividade a partir desse novo conjunto de referências que são dadas a partir das novas experiências?
“Arrependo-me das minhas antigas certezas”
Quando os sistemas culturais deixam de fazer sentido?
Na construção do realismo crítica em Archer, a autora estabelece um exercício pontuando que a reflexividade aparece como um elemento de ligação entre a estrutura e agência. A reflexividade é conceituada como uma conversação interna ao qual “executa um papel de mediação entre o indivíduo e a sociedade” (PIMENTEL, 2019, p.86).
“O luto expõe novas camadas em mim, raspando escamas de meus olhos. Arrependo-me das minhas antigas certezas: você certamente deve vivenciar seu luto, falar a respeito, encará-lo.” (CHIMAMANDA. p. 23)
A ponderação proposta por Chimamanda, coloca em encontro o choque estabelecido entre os sistemas culturais e os acontecimentos que produzem estranhamento. As certezas propostas pelo conjunto de vivências acumulados em um estoque de conhecimento, entram em desacordo com as antigas certezas. Desta maneira, o choque gera camadas de estranhamento, necessárias produtoras de novos sentidos que antes não era visto, assim como são cenários não aceitos. Chimamanda (2021) deixa explicito, em dois momentos do livro, discordâncias com os sistemas culturais:
“Esse jeito igbo, esse jeito africano de lidar com o luto tem seu valor: o luto exteriorizado, performático e expressivo, no qual se atende a todos os telefonemas e se conta e reconta o que aconteceu, no qual o isolamento é um anátema e ‘para de chorar’ um refrão. [...] Imagino a incompreensão de alguns parentes, sua reprovação até, quando se deparam com meu fechamento sobre mim mesma com as chamadas que não retorno, as mensagens que deixo de ler. Talvez eles considerem isso uma autoindulgência impossível de entender, ou então uma afetação ligada à fama, ou os dois.” (2021, p.42)
“Minha mãe diz que algumas viúvas foram lhe dizer qual é o costume. Primeiro a viúva deve ter a cabeça raspada — e antes de ela conseguir continuar, meus irmãos vão logo dizendo que isso é ridículo e não vai acontecer. Eu digo que ninguém raspa a cabeça dos homens quando suas esposas morrem; ninguém nunca faz os homens passarem dias comendo comidas insossas; ninguém espera que o corpo dos homens exiba a marca da sua perda. Mas minha mãe diz que quer fazer tudo: “Eu vou fazer tudo o que se faz. Vou fazer pelo papai.” (2021, p.84-5)
As novas experiências aparecem como um elemento que corrompe os sistemas de referência, por não encontrar um elemento de paridade entre aquilo que se sabe com aquilo que se sentiu a partir de um fato. Desta maneira, encontraríamos um ponto limitante na teoria da morfogênese de Margareth Archer.
Partindo do pressuposto que “estruturas sociais e sistemas culturais exercem seus poderes causais organizando a situação de ação através de influências limitadoras e habilitadoras [...] pode-se concluir que os atores mediam ativamente seu próprio condicionamento cultural e social” (VANDERBHERG, 2010, p. 263); as considerações de fenômenos traumáticos não aparecem como um elemento de reprodução, mas de produção de novos sentidos. À medida que a estrutura se configura a partir de um conjunto já esperado de situações, sem que tenha um elemento centralizador de uma mudança radical — tal como um falecimento não esperado, elementos sobre humanos de uma guerra, efeitos de uma pandemia ou de qualquer fenômeno não controlado ao nível individual — a reprodução do sistema cultural e o sistema de referência se perpetua, algo que entra em atrito com os objetos de estudo proposto neste estudo.
A experiência de Chimamanda colocou em posição delicada todo o sistema de cultura e as formas de relacionar com a morte. Chimamanda tinha questões na maneira como as pessoas lidavam, pois, ao nível individual, não entrava de acordo com as sensações que apresentou frente ao caso. Os costumes na Nigéria sobre as esposas também entram em desacordo com os entendimentos individuais. Mesmo que a mãe da autora se permite a passar por todos os fatores culturais, respeitando as tradições, o choque e comparativo com as ações desempenhadas pelos homens, quando colocados em uma balança, são muito distintos.
Esse conjunto de choques e estranhamentos frente ao sistema cultural, gera um conjunto de ações, provocando, em escala individual, desconfortos que, na proposta de Archer, não alteram, necessariamente e pontualmente, o sistema cultural. Mas que, a partir das conversações internas o agente passa a mudar em seguida a própria estrutura.
Partindo da perspectiva fenomenológica, a construção dos sistemas de referência ocorre através dos processos de interação aos quais são geradores do estoque de conhecimento. Esses sistemas culturais, imbuídos de todos os conjuntos de práticas, ações e formas constituem-se como todos aqueles elementos de crença. As formas de experienciar também são aprendidas nesse conjunto de práticas, sendo todo o acúmulo de vivência geradoras da experiência. Até o momento que antecede a morte do pai de Chimamanda ou a ida de Ivan para a guerra, todo o sistema se mantém a partir de uma proposta de reprodução ou manutenção de um espaço, sem que haja elementos disruptivos.
Vale salientar que, os aspectos de transformação não perpassam elementos de choques. O estranhamento pode ocorrer também relativo às formas que o desenvolvimento das ciências, da militância ou de toda maneira que levanta uma demanda ao sistema cultural ocorra. Lahire (2005) elenca que, relativo às perguntas elaboradas pela ciência, podem ser produtoras de novas visões. Isso nos auxilia a entender a importância dessas experiências para o estabelecimento das críticas aos sistemas tradicionais.
O choque, portanto, são os elementos abruptos, não esperados, que podem ocorrer e produzir novos contingentes que vão de encontro com toda o conjunto de referência presentes no sistema cultural.
Em medidas distintas, as experiências presentes na trajetória de vida da Chimamanda e do personagem Ivan, aparecem como elementos do choque como fatores causais de uma transformação nas formas de agir e de pensar. Os elementos presentes no choque, em primeiro momento aparece como uma experiência irrefletida, não se torne, em primeira mão, uma ação consciente. Para que isso ocorra, considerando a noção de Schutz sobre a formação da consciência, a vivência deve passar por um processo de reflexão.
Ivan não encontra as formas de se posicionar frente as novas situações, após sofrer os impactos de um estado de anomia proposto pela guerra; Chimamanda encontra as certezas que deixaram de ser. Há dois pesos e duas medidas, Chimamanda se vê confrontada com uma outra ideia de luto vivida em outras situações de luto que viveu, mas não impactante tanto quanto a morte do pai. Essa ideia de luto que vivia antes da morte do pai, talvez seja uma compreensão mais geral que interiorizada sem a reflexividade proporcionada pelo sentir, pela percepção proposta pelo próprio corpo. O sentir em sua trajetória aparece como elemento transformador.
A sociedade, nestes exemplos, garante a sua reprodução, mas as experiências surgem como elementos que apresentam um sintoma que alteram a percepção das coisas. Schutz pontua que:
“A personalidade do outro não é mais acessível como uma unidade; foi despedaçada. Não existe mais a experiencia total da pessoa querida, seus gestos, seu modo de andar e de falar, de ouvir e de fazer as coisas; o que resta são lembranças, uma fotografia, algumas linhas escritas”. (SCHUTZ, 1970, 291).
“Pouco importa se quero ser mudada, porque estou mudada”
“Uma voz nova faz força para vir a luz na minha escrita, cheia de proximidade com o que sinto em relação a morte, da consciência da minha própria mortalidade...” (Chimamanda, 2021, p. 108)
O qual seria o “motivo-para” de determinada mudança? Após refletir sobre o luto em sua obra, Chimamanda se declara mudada, ainda que não tenha sido esse o seu desejo. Passada a vivência da morte de seu pai, suas reflexões alteram sua forma de encarar suas preocupações, descontroem e reconstroem suas percepções com relação ao sistema cultural.
Da perspectiva da sociologia fenomenológica que a cada vivência de um novo agora “encontra experiências em seu estoque de consciência, tem conhecimento de mundo; tem dele um pré-saber” (SCHUTZ, 2018, p. 129). Portanto, em seu contexto, a produção de novos sentidos ocorre através da síntese entre as antigas noções com as novas experiências. Em suma, a experiência produz novos sentidos quando interpretada a vivência passada pelo eu.
O sujeito da sensação não é nem um pensador que o nota uma qualidade, nem um meio inerte que seja afetado ou modificado por ela; é uma potência que co-nasce com certo meio de existência ou se sincroniza com ele. (MERLEAU-PONTY, 1994, p. 285).
As motivações das mudanças identificadas aqui nesta análise como agir consciente, tem relação com a auto interpretação do agir pelos agentes, e nos casos de Ivan e da Chimamanda, ambos experimentam uma quebra com os sistemas de referências social e cultural. Para Schutz (2018), o agir se fundamenta desde o projeto (em um outro agora-e-assim) onde existia um fundamento significativo, um contexto; o motivo poderia ser justificado ora no “para” (evento futuro), ora no “porquê” (evento passado).
Na frase de abertura deste tópico, utilizamos fragmento do texto onde Chimamanda toma consciência da sua própria mortalidade (a partir de experiencia do luto pela morte do seu pai), ou seja, foi despertada nela a ação de escrever diferente, de considerar sua relação com a morte. Ela se depara não aceitando a morte, ela questiona os rituais culturais quando ela acontece e a deixam em situações desconfortáveis. Situações que ela mesma reproduzia antes de vivenciar as sensações.
No filme, após voltar da guerra e casar-se com Maria, ele estranha a si mesmo ao não conseguir ter relações sexuais com sua companheira; entre outros momentos de estranhamento consigo e com sistema social e cultural em que está inserido, entende que há algo diferente em si. Depois de algumas vivencias e reflexões provocadas, fase a fase, Ivan consegue compreender que está no mundo real de fato e não mais numa fantasia com Maria. As motivações para que Ivan tenha conseguido ter rompido as barreiras subjetivas com Maria, lhe proporcionaram a experiência e o fizeram apreender o seu novo aqui-e-agora. Não mais na guerra, não mais no sonho com Maria, mas na realidade material.
Conclusiones:
Considerações finais
No presente artigo discutimos como os fenômenos e acontecimentos sociais impactam as formas de condução dos indivíduos a partir das suas experiências. Nessa perspectiva, a sociologia fenomenológica de Alfred Schutz oferece caminhos para que a experiência possa ser uma ferramenta analítica e metodológica desse campo do saber na coleta e no tratamento das informações.
Nos dois casos analisados, os atores sociais lidam com um choque, um evento traumático que desconfigura seus sistemas de referências social e cultura, passam a lidar com a inadequação do mundo. A partir das vivências e reflexões, a experiência então se apresenta como elemento que produz significado que possibilita uma auto interpretação e intepretação das ações no mundo da vida.
O material qualitativo mobilizado para este estudo indica dois movimentos básicos que coadunam com as noções de “mundo da vida”: um momento anterior e um momento posterior. Essa análise, criteriosa em observar as nuances e organicidades do fenômeno, sugere olhar não como um elemento episódico ou pontual, mas de que, assim como processo de causalidade, visualizar no continuum da história as experiências como elementos cumulativos. Tanto no caso de Ivan como na narrativa de Chimamanda, os sistemas referência sofrem um rompimento provocado por um elemento que fogem ao controle de ambos.
Essas situações podem ser vistas, também, na literatura de Anton Tcheskov. Um dos elementos principais em sua literatura é a cotidianidade. As descrições sobre o dia-a-dia dos mujiques, de oficiais, de trabalhadores perpassam, sem altos ou baixos, sua produção. No conto “O professor de letras” publicado no Brasil na coletânea “O Assassinato e Outros Histórias” pela editora Cosac & Naify em 2015 e pela editora abril entre 2010 e 2012, trata da mais tradicional história de cotidiano da vida urbana na Rússia. O protagonista, o professor, se apaixona por uma jovem e passa a frequentar sua casa, tal como orienta os costumes e práticas. Situações alimentadas por uma reprodução e manutenção da sociedade, seguindo os pressupostos da teoria da morfogênese de Archer.
Em uma dada noite, ao chegar mais tarde em sua casa e encontrar sua esposa já recolhida na cama, o professor questiona sua companheira sobre suas investidas durante o momento em que eles se conheciam. Nesse interim, a esposa revela que aquele comportamento já era o esperado. Ela e suas irmãs, no início, sentiam dúvidas sobre quem ele gostaria de desposar, mas que suas investidas de nada adiantariam, pois, entre elas, a decisão já havia sido tomada entre elas sobre quem iria ser a esposa.
Esse elemento, na obra de Tchekhov, consiste no choque. O agir projetado do Professor, em que ele seria aquele que tinha a intencionalidade de desposar, entende que havia uma ação arquitetada e que era evidente a ele. Suas certezas — aos quais podem ser lidas como comportamentos de uma cultura masculina — rompem-se por entender que havia uma maquinação que suas experiências anteriores pouco desconheciam.
Diante da presente discussão, concebemos que é na experiencia cotidiana que o indivíduo estrutura suas ações e tomada de decisões a partir de um “repertorio” de ações. No entanto, os elementos que compõem a ação social podem variar em realidades incertas, permeadas por dados temporais, traumas, choque ou adoecimento. Dessa perspectiva, a experiencia como ferramenta sociológica implica em considerar tais elementos para pensar a construção da ação individual. Isso não quer dizer deixar de lado outros elementos como os marcadores sociais, se trata sim de descrever a realidade para melhor interpretá-la.
A Sociologia busca estudar os fatos sociais e fornecer interpretações que sejam mais próximas da realidade, o que é um grande desafio para os cientistas da área, visto que nem todos os elementos de uma realidade estão expostos. À exemplo, na experiencia de Chimamanda com o luto, ela sentiu-se estranha com a morte do pai, e também pela maneira como sua mãe viveu o luto, considerando a tradição nigeriana; como saber sobre os significados que as pessoas dão as coisas? Então, a experiência se constitui como ferramenta para que cientistas sociais possam conhecer a realidade estudada da perspectiva de quem vivência no próprio corpo as sensações, acessar lugares que não conhece, muitas vezes longe da sua própria realidade social. Considerar as experiencias nas pesquisas na Sociologia é abrir espaço para mais indagações, o que sem dúvida, engrandece a ciência.
“Estou escrevendo sobre meu pai no passado, e não acredito que estou escrevendo sobre meu pai no passado” (CHIMAMANDA, 2021, p. 110)
Bibliografía:
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SCHUTZ, Alfred. O Estrangeiro: um ensaio em Psicologia Social. Revista Espaço Acadêmico, n° 113, p. 117-129. 2010.
VANDENBERGHE, Frédéric. Teoria social realista: um diálogo franco-britânico. Editora UFMG. 2010.
WAUTIER, Anne Marie. Para uma sociologia da experiência. Uma leitura contemporânea: François Dubet. Sociologias. Porto Alegre. Ano 5, n° 9, jan/jul. p. 174-214. 2003.
Palabras clave:
Experiência; ferramenta analítica; Schutz; Archer; fenomenologia social.
Resumen de la Ponencia:
La ponencia que se presenta a continuación forma parte de un proyecto de investigación más amplio que se propone describir e interpretar las percepciones del pasado en ingresantes a carreras de la Universidad Nacional de Rafaela (Argentina) que cursan la materia Universidad, Sociedad y Conocimientos (USC) durante los ciclos lectivos 2021 y 2022. La relevancia del mencionado proyecto se inscribe en el cruce de tres aspectos. En primer lugar, las prácticas pedagógicas que se dan respecto del abordaje de la historia de la Universidad y del país en el siglo XX que propone la cátedra de USC y de la cual formamos parte como docentes quienes integramos este equipo de investigación. En segundo lugar, la indagación sociológica por los procesos de estructuración social que, afectados por los cambios tecnológicos, modifican los vectores espacio-temporales de la agencia humana. Para ello se nutre de los aportes conceptuales provenientes de las investigaciones sociológicas referidas a las percepciones y al tiempo; y de los estudios generacionales y de juventudes referidos a la “generación Y”, también denominados millenials, centenialls. En tercer lugar, las discusiones en torno a la didáctica de la historia en relación con las posibilidades de abordar el pasado para la reflexión y comprensión del presente. La metodología propuesta para su ejecución es de tipo cualitativa, en tanto pone el foco de atención en el significado, motivos e intenciones de acción del sujeto. Las técnicas de producción de datos primarios inicialmente seleccionadas contemplaban la realización de entrevistas grupales, la observación no participante en el marco de una aproximación a la etnografía virtual, seguidas por una instancia de investigación-acción educativa. En esta ponencia se presentan los desafíos y oportunidades identificados en torno a la implementación de las técnicas propuestas, a través de un repaso por las circunstancias contextuales y las decisiones metodológicas que a lo largo del año nos condujeron a: a) reformular la estrategia de realización de entrevistas grupales, ante la incapacidad de comprometer a estudiantes para participar de las mismas; y b) reemplazar la perspectiva de la etnografía virtual ante la modificación de la situación epidemiológica y el retorno compulsivo al dictado presencial de la asignatura
Introducción:
La ponencia que se presenta a continuación forma parte de un proyecto de investigación radicado en la Universidad Nacional de Rafaela (UNRaf). Esta última, es una de las casi 60 Universidades Públicas Nacionales que se encuentran distribuidas en el territorio nacional. Fue creada recientemente en el año 2014 y se encuentra ubicada en la ciudad homónima de Rafaela. Esta última, es una ciudad intermedia de poco más de 100.000 habitantes, emplazada en el centro-oeste de la provincia de Santa Fe.
Desde su creación hasta la actualidad, la Universidad presenta un proceso sostenido de crecimiento que le ha permitido contar, en la actualidad, con más de 20 opciones formativas distribuidas entre los niveles de grado y posgrado que convocan anualmente a un promedio anual de mil estudiantes.La totalidad de las carreras de grado que se dictan en esta casa de estudios, cuentan con un Ciclo de Formación General que es común a todas ellas y que se ubica en el inicio de sus planes de estudio. El mismo se encuentra integrado por dos talleres [el Taller de Lectura y Escritura Académica (TLEA) y el Taller de Estadísticas y Cálculo (TEC)] y dos seminarios: Problemáticas Contemporáneas (PC) y Universidad, Sociedad y Conocimientos (USC). Esta última materia, de la que formamos parte quienes integramos este equipo de investigación, tiene entre sus principales objetivos, el de estimular en quienes ingresan a la universidad la reflexión sobre el sistema universitario argentino y las transformaciones acontecidas en el mismo a lo largo del siglo XX. Es por ello que el proyecto de investigación que aloja la ponencia que se presenta a continuación, el cual se propone describir e interpretar las percepciones del pasado en ingresantes a carreras de la Universidad Nacional de Rafaela (Argentina) que cursan la materia Universidad, Sociedad y Conocimientos (USC) durante los ciclos lectivos 2021 y 2022; cobra relevancia en el marco de nuestras propias prácticas pedagógicas respecto del abordaje de la historia.En esta ponencia se presentan los desafíos y oportunidades identificados en torno a la implementación de la estrategia metodológica inicialmente propuesta, a través de un repaso por las circunstancias contextuales y las decisiones metodológicas que a lo largo del año nos condujeron a: a) reformular la organización de entrevistas grupales, ante la incapacidad de comprometer a estudiantes para participar de las mismas; y b) reemplazar la perspectiva de la etnografía virtual ante la modificación de la situación epidemiológica y el retorno a la modalidad presencial para el dictado de la asignatura.
Desarrollo:
Propuesta metodológica inicial
Para pensar la propuesta metodológica que permita una aproximación a las percepciones del pasado de los y las ingresantes de la UNRaf tomamos como antecedentes, los siguientes estudios:
El estudio de caso realizado por Ricoy y Fernández-Rodríguez (2013) en España que recurrió a narrativas biográficas para identificar percepciones en estudiantes universitarios sobre la evaluación. El trabajo realizado en Colombia por Arias-Gómez (2018) que aborda el tema de la enseñanza de la historia reciente en relación con la percepción que tienen estudiantes universitarios de licenciatura sobre el pasado próximo de su nación a través de entrevistas, grupos focales y relatos de vida.Y, por último, la investigación desarrollada por Balduzzi (2011) sobre representaciones sociales sobre el saber, el conocimiento,y el aprendizaje en estudiantes de las distintas carreras de la Facultad de Ciencias Humanas de la Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires (UNCPBA) a través de entrevistas y observaciones.
Las técnicas de producción de datos primarios inicialmente seleccionadas a partir de la revisión de estos trabajos contemplaban: 1) la realización de entrevistas grupales a estudiantes; 2) la observación no participante en el marco de una aproximación a la etnografía virtual; 3) la realización de una instancia de investigación-acción educativa.
Entre nuestras primeras tareas para acordar la metodología inicial, tuvimos como objetivos definir cuestiones metodológicas en torno a la configuración de los grupos de discusión (GD), tales cómo: ¿cuántos grupos?, ¿de cuántas personas?, ¿cuán homogéneos/heterogéneos?. Así como también, establecer y acordar el perfil de los estudiantes para la conformación de los grupos.
La idea inicial, fue incluir tantos grupos como segmentos de la población, cuyas ideas nos interesaba conocer. En el proyecto de investigación, decidimos que nos nutriríamos de los aportes conceptuales de los estudios generacionales y de juventudes referidos a la “generación Y”, también denominados millennials y centennials.
Con el objeto de establecer un equilibrio entre la uniformidad y la diversidad, tomamos como componente “homogéneo” lo generacional y académico, mientras que como componente “heterogéneo” debería se consideraría su condición socioeconómica y su desempeño académico.
Por lo que finalmente se determinó conformar 4 grupos de discusión: 1 conformado por estudiantes de 21 años o menos e inscriptos en carreras “tecnológicas”; otro con estudiantes mayores de 21 e inscriptos a carreras “tecnológicas”; otro con estudiantes de 21 años o menos e inscriptos en carreras “no tecnológicas” y un cuarto grupo conformado por estudiantes mayores de 21 e inscriptos a carreras “no tecnológicas”. En todos los casos, los estudiantes convocados, serían estudiantes que ya hubieran rendido la materia, con el fin de garantizar mayor neutralidad en su participación.
No obstante, se encuentran dificultades para cubrir de manera equitativa todas las categorías previstas: carrera (individual y por agregación en tecnológica y no tecnológica), género, edad y condición final. Es por ello que se conforman inicialmente sólo 2 de los 4 GF previstos:
Menores de 21 años inscriptos a carreras tecnológicas - Grupo 1
Menores de 21 años inscriptos a carreras no tecnológicas- Grupo 2
Reformulación de la propuesta metodológica inicial
Una vez definido el perfil de estudiantes para la conformación de los grupos de discusión (GD) tal como lo describimos antes, utilizamos diferentes estrategias para convocar a los y las estudiantes. Esta etapa la llevamos a cabo durante los meses de octubre, noviembre y diciembre de 2021 a través de diferentes estrategias que no prosperaron.
En un primer momento, pensamos la invitación a participar en los GD a través del correo electrónico en el que se invitaba a una “entrevista grupal”, intentando ser claros y evitar algún tipo de confusión para quienes estaban ingresando a la universidad.
Como se observa en el modelo de correo electrónico utilizado, se explicaba brevemente el proyecto y se solicitaba una serie de datos para corroborar la formación de los grupos de discusión. Se enviaron correos electrónicos a 16 estudiantes para GD 1 y 2. Hacia el 19 de octubre del 2021 se registraron sólo 2 respuestas favorables, por lo que se enviaron los mismos mensajes a través del campus virtual de la UNRaF.
Mail para contactar candidatxs
ASUNTO: Invitación a participar en una entrevista grupal
Hola (nombre de pila) ¿cómo estás?
Te escribo porque con un grupo de docentes de la cátedra de Universidad, Sociedad y Conocimientos, estamos llevando a cabo una investigación sobre las percepciones del pasado que tienen nuestrxs estudiantes. El objetivo es que sus resultados nos ayuden a repensar tanto la metodología como los materiales que usamos para el cursado de la materia.
Para desarrollar esta tarea, tenemos pensado realizar entrevistas grupales con estudiantes que ya aprobaron nuestra materia. Es por eso que te escribo para invitarte a participar en una de estas entrevistas.
Si estás de acuerdo en participar de esta iniciativa, te pido que por favor me respondas este mail, agregando los siguientes datos personales:
*Año de nacimiento,
*Carrera a la que te inscribiste
*Comisión en la que cursaste nuestra materia.
Una vez que recibamos tu correo te enviaremos mayor información al respecto.
Tené en cuenta que tu participación es muy importante ya que puede mejorar el cursado para estudiantes futuros. Un saludo,
Gabriela Vergara
Profesora e investigadora UNRaf
Ante la falta de respuesta por parte de estudiantes a la convocatoria realizada a través de correo electrónico y la mensajería del campus virtual nos propusimos buscar vías alternativas de contacto. De esta forma, pensamos dos estrategias consecutivas y complementarias.
En primer lugar, invertir el orden de convocatoria invitando a la totalidad de los posibles candidatos a conformar GD y no sólo a estudiantes ya seleccionados para la conformación de cada uno de estos grupos. Esta nueva estrategia rindió sus frutos y se obtuvieron dos respuestas favorables adicionales.
En segundo lugar, docentes involucrados en el proyecto oficiaron de “contactadores” convocando a aquellos estudiantes que habían cursado la materia en la comisión de la que estuvieron a cargo en el primer cuatrimestre. Ello se llevó a cabo por correo electrónico y a través de Whatssapp. En esta instancia solo una docente obtuvo una respuesta favorable de una estudiante.
Ya en noviembre, decidimos realizar de manera virtual el GD y se fijó como fecha para la realización del GD1 el 07 de diciembre en horario a confirmar en función de la disponibilidad de quienes habían aceptado participar, ofreciendo la posibilidad de elegir entre dos franjas horarias: mañana de 10 a 12 o tarde de 15 a 17.
ASUNTO: Por entrevista grupal - día y hora
Hola Carolina, espero que te encuentres muy bien.
Te escribo para retomar la invitación para la entrevista grupal en el marco del proyecto de Investigación “Percepciones del pasado en ingresantes de las carreras de la Universidad Nacional de Rafaela (2021-2022)", aprobado por la UNRaf.
Queremos concretar una entrevista grupal en la que participarán ingresantes 2021 que aprobaron la materia Universidad, Sociedad y Conocimientos del Ciclo de Formación General que dura no más de 1 hora y media.
La propuesta es hacer una reunión virtual el día: 7 de diciembre, dentro del rango horario de 10 a 12 hs, o bien, de 15 a 17 hs.
Aguardo tus comentarios respecto a la disponibilidad horaria.
Saludos cordiales, Gabriela
Llegamos al día 7 de diciembre, unas horas antes del horario previsto para la realización del encuentro, y dos participantes nos avisan que no van a poder asistir. Consideramos la hipótesis de que diciembre es un mes complicado para sumar actividades (tanto por el cansancio de fin de año como por el hecho de que los y las estudiantes se encuentran afectados a mesas de exámenes) decidimos suspender la actividad para el año próximo.
No obstante como una de las participantes manifestó estar “a disposición” decidimos realizar con ella una entrevista semiestructurada el día martes 14 de diciembre. Los posibles ejes a abordar durante la misma eran los siguientes: Sin embargo la entrevista no pudo concretarse, ya que la estudiante manifestó dificultades para poder reunirse y acabó por dejar de responder. De esta manera, terminamos el 2021 sin poder realizar los GD ante la falta de una recepción positiva de los y las estudiantes.
Ante esto, en el 2022 decidimos reformular la estrategia metodológica. En primer lugar, reemplazamos los GD por actividades áulicas con estudiantes y realizamos los GD con docentes de la cátedra. En segundo lugar, reemplazamos la técnica de la etnografía virtual por observaciones no participantes realizadas en el aula, ante la posibilidad brindada por la vuelta a la presencialidad.
En cuanto a las actividades áulicas realizadas con estudiantes en el mes de marzo, de manera previa al desarrollo de los contenidos históricos de la materia, se propuso un conjunto de ejercicios reflexivos relacionados con el conocimiento de la historia. La dinámica propuesta consistió en dividir en grupos de cuatro personas. Para la conformación de los grupos se tuvieron en cuenta los siguientes criterios: 1) género: se trató que los grupos sean, en la medida de lo posible, equitativos en términos de género (teniendo en cuenta que en algunas carreras las personas que cursan son mayormente varones); 2) edad: se propuso una división por edad, por lo cual había grupos conformados por personas que nacieron antes del 2000 y otros por personas que nacieron de manera posterior a ese año. Decidimos además que éstas actividades serían desarrolladas exclusivamente en las carreras que se dictan bajo la modalidad presencial, excluyendo de las mismas a la carrera de Industrias Creativas que se dicta en modalidad a distancia. Por último, al interior del grupo de carreras de dictado presencial seleccionamos una muestra conformada por seis comisiones: 3 pertenecientes a carreras con un marcado perfil tecnológico (Ingeniería en Computación, Tecnicatura en Mecatrónica y Administración y Gestión de la Información) y las 3 restantes pertenecientes a carreras con un perfil de tipo más social (Licenciatura en Relaciones del Trabajo -dos comisiones- y Licenciatura en Medios Audiovisuales y Digitales).
En esta instancia se desarrollaron dos ejes de trabajo: un eje amplio para pensar la relación tiempo pasado- presente - futuro y la historia; y otro eje más específico centrado en la historia como disciplina.
En relación al GD con docentes, el mismo fue puesto en práctica de forma virtual a mediados de mayo, una vez terminado de desarrollar los contenidos históricos de la materia. En esta instancia la dinámica que tomó esta actividad fue dividir al cuerpo de docentes de la cátedra en dos grupos, en distintos horarios: uno quedó conformado por seis docentes y otro por cuatro en función de su disponibilidad horaria. Cada uno de esos grupos estuvo coordinado por una de las docentes a cargo del proyecto de investigación y contó con dos docentes adicionales que oficiaron de “observadores”. Se plantearon 5 interrogantes a modo de disparadores:
ENSEÑANZA DE LA HISTORIA (EN GENERAL) 1.¿Cómo se enseña la historia? 2. ¿Qué piensan de las formas habituales de enseñar la historia?ENSEÑANZA DE LA HISTORIA (EN SUS AULAS) 3.¿Qué pensaron uds. cuando planifican sus clases sobre cómo enseñar historia? LA HISTORIA PARA ESTUDIANTES SEGÚN DOCENTES 4.¿Qué piensan estudiantes universitarios sobre la historia? (expresiones verbales, actitudes en el aula, etc) LA HISTORIA PARA ESTUDIANTES EN EL MARCO DE ACTIVIDADES ÁULICAS 5.¿Qué pasó en las aulas ante las dinámicas propuestas para trabajar fichas o técnicas? ¿Qué reacciones hubo?
Por último, el reemplazo de etnografía virtual por observaciones no participantes en el aula fue resultado de la vuelta a la presencialidad y se llevaron a cabo a lo largo de las tres clases en que se desarrollaron problemáticas de historia argentina. Las observaciones se realizaron en las carreras de Medios Audiovisuales, Tecnicatura en Mecatrónica, Licenciatura en Administración y Gestión de la Información, Ingeniería en Computación, y Tecnicatura en Entrenamiento Deportivo. Estas observaciones no participantes en el aula fueron registradas por los docentes de cada comisión.
Los cambios propuestos en la estrategia metodológica a partir del 2022, nos permitieron sobreponernos a las dificultades enfrentadas en el año precedente para avanzar en la realización del trabajo de campo, que nos permitiera concretar nuestros objetivos de investigación.
Conclusiones:
Reajustar y modificar la estrategia metodológica respecto de lo planificado inicialmente, es parte de los diseños de investigación flexibles y, por lo tanto, es algo que ocurre frecuentemente a lo largo del proceso de indagación (Marradi, Archenti y Piovani, 2007). Esta premisa cobró una materialidad inesperada en tiempos de pandemia, en los que el aislamiento social obligó a la mediatización tecnológica de esa búsqueda que desplegamos en el terreno y que, en el caso de técnicas cualitativas como las que pensamos inicialmente, suponen el encuentro con el otro. Un ejemplo claro de estos procesos de mediatización, ha sido el uso de aplicaciones de mensajería móvil como Whatsapp para realizar entrevistas en profundidad (Peccoud, 2021).En el caso particular de nuestra investigación, se trató de un proyecto pensado y gestado en pleno confinamiento. Es por ello que la mediatización tecnológica de ese espacio de encuentro no nos tomó por sorpresa. Sin embargo, eso no es suficiente para afirmar que nos encontró en estado de alerta. Por el contrario, asumimos que uno de los errores metodológicos que cometimos y que podría explicar al menos en parte el fracaso de nuestra convocatoria a estudiantes para participar de grupos de discusión, ha sido el de no problematizar suficientemente esa mediatización y sus implicancias sobre la población a la que nos estábamos dirigiendo. En otras palabras: si como docentes, trasladamos nuestra práctica desde el aula al aula virtual; confiamos en que esa misma lógica de conversión funcionaría para convertir al terreno en terreno virtual. Esta respuesta automática y poco reflexiva no nos permitió ponderar los efectos de la mediatización tecnológica sobre la población bajo estudio en lo concerniente, por ejemplo, a la facilitación de la desconexión de vínculos que ésta habilita y que va desde la no respuesta a un correo electrónico, a la “clavada de visto” a un mensaje de Whatsapp, hasta el fenómeno de las “cámaras apagadas” en las clases por videollamada. Por otro lado, la vía de contacto utilizada para convocar a su participación en los GD, si bien formal y acorde a la institución a la que pertenecemos, tal vez resultó lejana a sus dinámicas comunicacionales cotidianas (en términos de su extensión, su lenguaje, su construcción etc) e incluso incomprensible. Esto sobre todo si tenemos en cuenta que se trata de jóvenes que ni siquiera conocían el edificio de la universidad. No obstante, el recorrido en el que tratamos infructuosamente de conocer las percepciones del pasado y los esquemas de clasificación acerca del modo en que este grupo de estudiantes se vinculan con el tiempo, nos ofrece algunas pistas acerca de otras de sus percepciones: en torno a la investigación científica en general (desconocimiento, desinterés) y a esta investigación en particular (sospecha, sentirse evaluados/as desde la materia que cursaron, conocer qué aprendieron y que no) e incluso en torno a la institución a la ingresaron (la Universidad a la que se va a estudiar, que demanda, interpela, pregunta). Estas percepciones operan a modo de supuestos de anticipación de sentido y su consideración nos permitirá repensar no sólo las técnicas que utilicemos en la segunda etapa del trabajo de campo, sino también las vías y las formas de comunicarlas.
Bibliografía:
ARIAS-GÓMEZ, D. (2018) “El pasado reciente en la escuela. Relatos de estudiantes
universitarios”. Folios, núm. 47, pp. 215-226.
BALDUZZI, M. M. (2011) “Representaciones sociales de estudiantes universitarios y
relación con el saber”. Espacios en Blanco. Revista de Educación, vol. 21, junio, 2011,
pp. 183-218.
MARRADI, A., ARCHENTI, N. Y PIOVANI, J.I. (2007). Metodología de las Ciencias Sociales. Buenos Aires: EMECE
PECCOUD, Catalina, (2021) "Investigar en tiempos de aislamiento social. Decisiones metodológicas en una investigación en curso", ANUARIO DIGITAL DE INVESTIGACIÓN EDUCATIVA. Número 4. pp.112-117.
RICOY, M.C. y FERNÁNDEZ-RODRIGUEZ, J. (2013) “La percepción que tienen los
estudiantes universitarios sobre la evaluación. Estudio de caso”. Educación XX1, vol. 16,
núm. 2, 2013, pp. 321-341.
Palabras clave:
ESTRATEGIA METODOLÓGICO - ESTUDIANTES QUE INGRESAN A LA UNIVERSIDAD - PERCEPCIONES DEL PASADO
Resumen de la Ponencia:
La necesidad de Comités de Ética que respalden las investigaciones ha crecido en los últimos años, debido a los crecientes requerimientos de instituciones educativas, centros de investigación y revistas científicas para una revisión ética de proyectos, incluso las instituciones universitarias se han visto obligadas a crear sus propios comités para la extensión de avales éticos que garanticen el cumplimiento de la norma nacional e internacional, en cada una de las áreas de conocimiento científico. En este sentido, esta ponencia describe la función y estructura de los Comités de Ética para cumplir la revisión del procedimiento metodológico en las investigaciones. Si bien estas instancias se encuentran contempladas en la mayor parte de las regulaciones nacionales, es frecuente observar la ausencia de los mismos o el desconocimiento de los investigadores, sobre todo nóveles para acudir a un Comité de Ética de la Investigación (CEIs), que emita la certificación respectiva sobre el proyecto antes de su ejecución. De este modo, se pueden encontrar muchas investigaciones, que sin contar con el aval respectivo, intentan realizar la publicación en una revista debidamente indexada y arbitrada, o bien acceder a recursos para su ejecución o seguimiento, encontrando rechazo de las instituciones resultante de esa omisión. Solamente las investigaciones de carácter documental y aquellas en las cuales no se encuentre compromiso alguno en la relación del estudio con un ser vivo, estarán exentas de dicha revisión, incluyendo innovaciones o la relación de la tecnología y el medioambiente. La investigación publicada, por lo tanto, no es más que el registro escrito de los procedimientos y resultados obtenidos sobre un eje temático, es así, que es valedero mencionar la ausencia de regularidad en publicaciones orientadoras respecto de la temática, por lo que la retroalimentación de las regulaciones y el papel de los CEIs institucionales es un pilar importante para la producción científica. Así mismo, se toma en cuenta la experiencia propia de los(as) investigadores(as) en el Comité Iberoamericano de Ética y Bioética que además de cumplir un rol educativo en el tema, fomentan la revisión de los procedimientos existentes en los proyectos y/o investigaciones en todas las áreas del saber. Se concluye que los Comités de Ética de la investigación cumplen un rol fundamental en cuanto a guiar a los investigadores sobre los procedimientos a aplicar según el contexto y particularidades de la investigación, lo cual garantiza el desarrollo mismas con mayor seguridad en la replicabilidad y confiabilidad de los estudios velando por la credibilidad del proceso investigativo.Resumen de la Ponencia:
O trabalho intitulado a legislação da ética na pesquisa no Brasil: reflexões críticas sobre o uso pelo Serviço Social, contempla a linha de pesquisa, ética de e na pesquisa social do grupo de trabalho Metodologia e Epistemologia das Ciências Sociais. A legislação voltada para pesquisa científica, sobretudo, pesquisa com seres humanos, surge em 1988 no contexto brasileiro; mas é a resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS)196/1996, 10 de outubro de 1996, que traz mudança significativa, considerada como um divisor de águas para aplicabilidade da ética nas pesquisas; atualmente, vigente é a resolução CNS n.466, de 12 de dezembro de 2012, uma resolução com definições gerais sobre a ética em pesquisas, por isso é referência para todas áreas do conhecimento, contudo, o Brasil dispõe de um leque de resoluções com normas aplicáveis as diferentes particularidades das pesquisas, como a Resolução CNS n.510/2016, de 07 de abril de 2016 que preconiza diretrizes e normas reguladoras para pesquisas em Ciências Humanas e Sociais, uma resolução que considera a ética como uma construção humana, portanto histórica, social e cultural (BRASIL, 2016). O texto visa apresentar algumas reflexões críticas sobre o uso do Serviço Social dessas normativas éticas, a partir das pesquisas com seres humanos realizadas no âmbito do Programa de Pós-graduação em Serviço Social e Sustentabilidade na Amazônia (PPGSS) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) no Brasil. Trata-se de uma pesquisa documental, com abordagem mista, quanti-qualitativa, e de caráter exploratório; o trabalho foi realizado em duas etapas, a primeira, catalogação das dissertações no site do PPGSS/UFAM, coleta de dados, e a segunda, análise dos dados coletados, destaca-se, do universo de 113 dissertações catalogadas na base digital do programa foram analisadas 21 dissertações do período de 2017 a 2020. Os dados revelaram que 76,2%, o equivalente a 16 dissertações, se ancoraram na resolução CNS n. 466/2012; 33,3%, além da resolução CNS n. 466/2012 também se fundamentaram nas normas éticas estabelecidas na resolução CNS n.510/2016; 23,8%, totalizando 5, não incluíram uma anunciação dos parâmetros éticos norteadores da pesquisa; 4%, totalizando 1, aponta outra normativa como guia ético. Diante disso, conclui-se que, as resoluções parâmetros para tratativa ética se concentram majoritariamente em duas, outrossim, mesmo a Resolução 510/2016 se constituir uma normativa específica para Ciências Humanas e Sociais e possuir princípios éticos condizentes com os princípios fundamentais do código de ética do profissional do serviço social, nota-se, o pouco ou falta de uso dessa resolução nas pesquisas em Serviço Social, revelando assim, a necessidade de continuar avançando na discussão da importância dos seus adicionais e preceitos éticos imprescindíveis, além disso, do projeto à comunicação dos resultados há rigor científico e normas, dentre essas, as exigências éticas em pesquisa configuram-se norteadoras no processo de construção do conhecimento.Resumen de la Ponencia:
Entre las perspectivas contemporáneas de la investigación en ciencias sociales está la que considera que su mayor reto no es el de analizar y comprender las complejas relaciones determinantes de los procesos sociales, sino que el conocimiento generado se convierta en un recurso para que los actores involucrados logren un mejor posicionamiento frente a esos procesos, ampliando sus posibilidades de avanzar en la transformación de ciertas relaciones. Para establecer procesos de investigación colaborativos entre diferentes actores se parte de una perspectiva crítica y un compromiso ético frente a la problemática social. Para pasar de esa toma de posición a la práctica, se requiere de formas de trabajo que permitan avanzar en procesos de reflexión, análisis y acción basados en el reconocimiento y la valoración de saberes y conocimientos diversos. Para llevar a cabo ese tipo de procesos desde la académia, se requiere la articulación de tres elementos: i) una perspectiva epistemológica y un marco teórico-conceptual centrados en la acción social; ii) una propuesta de reflexión con un enfoque práctico; y iii) la búsqueda de formas creativas de trabajo que posibiliten la expresión y convergencia de diferentes conocimientos y saberes como base para la gestación de propuestas de transformación. La articulación de esos elementos se expresa en los ámbitos epistemológico, metodológico, teórico y pedagógico; así como en el enfoque, en la relación entre objetividad y subjetividad, en los criterios de delimitación espacial y temporal así como en las formas de interpretación de los procesos.El reto central de éste enfoque es ell desarrollo de conocimientos que sirvan a los actores involucrados para posicionarse con mayor claridad frente a la realidad social, especialmente a quienes pretenden transformar algunas de las relaciones técnicas, sociales, económicas, culturales o políticas que reproducen la explotación, la exclusión o la negación de derechos para amplios sectores de la población.Con esta perspectiva, en el Programa de Investigación “Desarrollo Humano Sostenible” de la Universidad Autónoma Metropolitana ha llevado a cabo, a lo largo de varios lustros, actividades de investigación orientadas a colaborar con diversos actores sociales en sus esfuerzos de transformación, en areas tan diversas como la producción sustentable y la problemática ambiental, la economía solidaria o la acción social contra la violencia. Para ello se han utilizado diversas metodologías, algunas de las cuales fueron afectadas por la pandemia del COVID y tuvieron que adecuarse a las nuevas circunstancias. En el trabajo se reflexiona sobre las características, problemáticas y posibilidades de algunas de las metodologías utilizadas entre ellas: i) las comunidades de aprendizaje; ii) la encuesta participativa; iii) el cruce de saberes; iv) el video participativo.Resumen de la Ponencia:
A partir de un primer acercamiento a una comunidad Ashaninka, con el fin de examinar los procesos de urbanización en la cuenca del Perené (Junín, Perú), se puso en evidencia la escasa sociocompatibilidad entre las reglas de juego y naturaleza de la investigación científica y las formas de interacción de la cultura local. Luego de un tiempo considerable encontramos – de manera casual - una vía alternativa de generar información y relacionarnos con nuestros interlocutores: caminar y pensar con ellos y ellas. La propuesta de “andar-con y pensar-con” como experiencia vivida potencia la reflexividad epistémica (Bourdieau y Wacquant, 1992) y nos invita a pensar de manera crítica-reflexiva sobre conceptos como lugar, espacio y movimiento. Caminar-con nuestros interlocutores en su propio medio nos ayuda a superar de cierta manera la jerarquización entre investigador e investigado. Es además una manera de responder a y habitar un lugar a través de la experiencia vivida del movimiento que además activa modos de participación de manera situada y relacional (Springgay y Truman 2018). Sintonizamos el caminar con la producción de sentido y al mismo tiempo con la construcción del lugar puesto que el lugar no es algo fijo o predeterminado donde entra a tallar los tiempos ritmos de los pasos y cuerpos humanos y no- humanos, la activación de todos nuestros sentidos. En sí mismo el tema de producir conocimiento caminando nos abre una serie de interrogantes. El conocimiento científico, las humanidades, las artes son parte de una historia gestada en y por Occidente y por lo tanto son formas eurocéntricas de conocimiento que la academia en América Latina ha acogido/heredado. ¿Qué tanto hemos incorporado las formas de conocimiento subalterno a los procesos de producción de conocimiento? (Castro-Gómez y Grosfoguel, 2007: 21). ¿En qué sentido mantenemos una razón cartesiana que establece una oposición entre el sujeto que indaga – Europa, la razón – y quién es objeto de la indagación? (Segato, 2014: 51). ¿Cómo repercute todo eso en nuestras consideraciones éticas? Tenemos que respetar los tiempos y formas de comunicación de nuestros entrevistados y observar una validez ecológica (Briggs, 1986) entendida como el grado en que las circunstancias creadas por el/la investigadora armonizan con aquellas condiciones que corresponden a la vida cotidiana de nuestros interlocutores. La investigación en Ciencias Sociales opera en el ámbito público, por lo tanto está sujeta a escrutinio público. La rendición de cuentas y la transparencia de procedimientos, al igual que el trato respetuoso y cordial con nuestros interlocutores es crucial en una investigación (Gaskell y Bauer, 2000). Lo público tendrá que aludir necesariamente a un espacio descentrado, políticamente plural que se construya en conjunción con lo diverso (Tubino, 2015).
Introducción:
A la luz de la articulación entre los objetivos, el marco teórico-metodológico y una ética situada, el propósito es brindar elementos que permitan abordar los dilemas que suponen los encuentros y desencuentros entre las reglas de juego y naturaleza de la investigación científica - en particular en cuanto al diseño etnográfico - y las formas de interacción de la cultura local, lo que se resume en la idea de validez ecológica tal como explicaremos a continuación. Todos estos aspectos tendrán repercusión en la manera cómo interrogamos, comprendemos e interpretamos la realidad.
En primer lugar, destacaremos la importancia de la reflexividad (a diferencia de la reflexión) en la construcción de un paradigma crítico y la apuesta por desarrollar las implicancias epistemológicas de formas alternativas de conocimiento para las ciencias sociales. Nuestro cometido es centrarnos en lo que supone el trabajo de campo, como una situación particularmente gráfica de lo que significa el encuentro con el otro- diferente-a -uno. Luego de referirnos a la experiencia de investigación que nos forzó a imaginar y llevar a cabo procedimientos alternativos de investigación, damos cuenta de la transversalidad de la dimensión ética. Nuestra apuesta en coincidencia con Abad (2016) es por desarrollar una ética situada a la luz del encuentro y comunicación con nuestros interlocutores. El camino a un paradigma crítico no se resume en hallar un modo y técnica diferente de abordar el trabajo de campo desde la razón, sino desde la interacción social en campo en situaciones cotidianas cara a cara, en el aquí y en el ahora, tomando en cuenta también las subjetividades involucradas.
Desarrollo:
Al encuentro de un paradigma crítico alternativoConstelación de saberes dominante y ciencias sociales
La multiplicidad de experiencias, historias y expresiones culturales a nivel mundial fueron articuladas en torno a un patrón de poder cuyo eje central, de carácter colonial, sitúa a los pueblos indígenas en una posición de inferioridad (Quijano, 2004: 229 y 237). La diversidad cultural ha sido encuadrada dentro de un solo gran sistema mundial de dominación que ha subsumido formas de conocimiento, memorias históricas, universos simbólicos y subjetividades, otros saberes y formas de sentido, interceptándolas, obstruyéndolas, anulándolas (Quijano, 2004; 238; Lauer, 2007: 27; Segato 2014: 52). [1]
El conocimiento científico, las humanidades, las artes son parte de una historia gestada en y por occidente y por lo tanto son formas eurocéntricas de conocimiento que la academia en América Latina ha acogido/heredado. ¿Qué tanto hemos incorporado las formas de conocimiento subalterno a los procesos de producción de conocimiento? (Castro-Gómez y Grosfoguel, 2007: 21). ¿En qué sentido mantenemos una razón cartesiana que establece una oposición entre el sujeto que indaga – Europa, la razón – y quién es objeto de la indagación? (Segato, 2014: 51). ¿Cómo repercute todo eso en nuestras consideraciones éticas, así como metodológicas? Por último ¿cómo traducir los conocimientos y modos de pensar de otros pueblos cuando lo que tenemos a mano es un lenguaje y una lógica proveniente de una tradición y paradigma distinta a la que estamos observando? Desglosar y reflexionar todas estas interrogantes escapa a los límites de este artículo, sin embargo, son preocupaciones que nos impulsan a escribir estas líneas.
La ciencia es el referente central de una constelación de saberes dominante que considera a los pueblos indígenas como sociedades del pasado, subdesarrolladas y pre-modernas. Pareciera, en ese sentido, como lo señalan Castro-Gómez y Grosfoguel (2007: 21), que aún no hemos encontrado la manera de acceder a las formas de vida y cosmovisión de los pueblos indígenas de una práctica científica enraizada en principios epistemológicos, ontológicos y metodológicos ajenos a estas.
Reflexividad, diálogo intercultural y trabajo de campo
La investigación científica opera en el dominio público y tendría que estar siempre sujeta al escrutinio público. La rendición de cuentas y la transparencia en los procedimientos metodológicos resulta crucial en cualquier investigación (Gaskell y Bauer, 2000, p. 344).
En países originalmente plurilingües y multiculturales como el Perú, lo público no puede limitarse a ser monolingüe y reducirse a lo culturalmente etnocentrado (Tubino, 2015, p. 33). Lo público implica, por extensión, pensar en una zona accesible, de libre circulación, de uso colectivo, diverso y multifuncional (Borja citado en Vega-Centeno, 2006, p. 124). Lo contrario, nos remitiría a un ámbito autocentrado que se organiza de manera jerárquica, donde se discrimina el acceso y resulta inalcanzable para una gran mayoría de ciudadanos. De esta misma manera queremos entender, metafóricamente o no, la tarea de repensar la posibilidad del quehacer de las ciencias sociales en diálogo con la diversidad social y cultural.
A diferencia del astrónomo, el químico y físico, por ejemplo, el científico social estudia a la misma especie de la que forma parte. Compartimos una naturaleza humana con nuestros sujetos de estudio, pero no podemos simplemente reiterar lo que los actores sociales dicen y piensan (Dubet, 2012, p. 61) con el añadido de advertir las posibles disonancias entre lo que un entrevistado declara realizar y lo que realmente realiza en la vida real. Tenemos que guardar cierta distancia y mantener una disposición interrogativa constante de tal manera que debemos “convertir en problema lo evidente por convención” (Weber, 233). Eso que nos es familiar debemos de tornarlo extraño. No tiene sentido reproducir de manera tautológica lo que aparentemente ya conocemos y terminar en un círculo vicioso redundante, confundiendo el nivel estructural con la coyuntura, culpar, por ejemplo, a ciertos grupos sociales de su propia situación con fundamentos ad hominem y reproducir de manera estereotipada, sin mayor fundamento, ideas preexistentes sobre una supuesta promiscuidad. Tampoco estamos apostando por un relativismo extremo y el “todo vale” y justifica. La generación de nuevos conocimientos nos fuerza, más bien, a una revisión constante de los diversos aspectos del proceso de investigación (Giddens, 1992, p.20)
Dado que los científico sociales nos ocupamos, aparentemente y en términos generales, “de los objetos de reflexión del sentido común y de la reflexión común sobre esos objetos” y suscitamos además (aparentemente) encuentros de una manera parecida que todos los demás miembros de la comunidad mundial, estamos particularmente más expuestos al veredicto “de los no especialistas que se creen más autorizados a dar crédito a los análisis propuestos” de las primeras impresiones, de la ilusión del saber inmediato y espontáneo, (Bourdieu et al, 1979, p. 42). De ahí la importancia de la ruptura no solamente epistemológica y de una polémica ininterrumpida con nosotros mismos, lo que nos tendría que obligar a una actitud de constante reflexividad, es decir, una revisión crónica de nuestras prácticas y conceptos a la luz de los encuentros en campo, entendiendo campo como “una decisión del investigador que abarca ámbitos y actores” y no como un área geográfica debidamente delimitada (Guber, 2005, p. 47).
Los resultados de una investigación en ciencias sociales se generan, entre otros factores, de procesos comunicativos (Bauer, Gaskell y Allum 2000: 5). Investigar es una experiencia de comunicación intercultural, sin embargo, dialogar y comprender lo que el otro dice, no se resuelve colocándose en su lugar y reproduciendo sus vivencias y reiterar lo ya conocido. De otro lado, los riesgos de una sociología espontánea siempre estarán presentes, por lo que tenemos que tomar en cuenta que los marcos de referencia que distinguen a las ciencias sociales son diferentes a las de nuestros interlocutores (Guber, 2005, p. 50). Tenemos que aceptar que el universo de significación de los investigadores es distinto a la de los participantes de un estudio, aún si provienen del mismo grupo o sector social. Lo más probable es que nuestros entrevistados no se reconozcan en nuestros análisis, que los significados difieran apareciendo momentos de tensión, brechas y malos entendidos, divergencias produciéndose un desfasaje y una tensión que debemos saber manejar (Dubet, 2012, p. 62-63) podría interpretarse como sinónimo de haber producido un desacalabro en ciertos conocimientos que se habían naturalizado.
¿Cómo mejorar un diálogo intercultural y al mismo tiempo velar por los criterios de rigurosidad científica?
A nivel de nuestras acciones y prácticas, uno de los desafíos particularmente concluyentes para las ciencias sociales es lograr validez ecológica – concepto acuñado por Aaron Ciocurel – entendida como el grado en que las circunstancias creadas por los procedimientos implementados por el investigador, armonizan con las circunstancias y procedimientos que corresponden a la vida cotidiana y normas de nuestros interlocutores (Briggs, 1986: 24) tanto éticas como estéticas. Nuestros interlocutores responden no solamente a las preguntas que formulamos, a los fenómenos de transferencia y contratransferencia, por ejemplo, sino a la atmósfera que conjuntamente vamos creando en un proceso de negociación de roles y marcos de referencias que traen en ambos casos, el sujeto y objeto de investigación (Briggs, 1986: 24).
Confiar que los resultados de una investigación no son producto de la mera imaginación o especulación del investigador nos remite a la reflexividad. A su vez, reflexividad implicará descentramiento de la propia posición, lo contrario sería mantenerse en una actitud etnocéntrica, unilateral, sesgada o egocéntrica (Gaskell y Bauer, 2000: 344). Es a través de la reflexividad desde una postura crítica llegaremos a identificar las estructuras que nos limitan que aparecen sin haber sido reflexionadas como resultado quizá de una comunicación distorsionada (Bauer, Gaskell y Allum, 2000, p. 15). Tenemos que desarrollar una disposición y actitud interrogativa, formular preguntas que normalmente no nos hacemos, detenernos, ralentizar los tiempos, así como esclarecer valores, creencias, ideas, convicciones propias del proceder de las ciencias sociales y no dar nada por sobreentendido (Dubet, 2012, p. 59)
La reflexividad, sin embargo, deberá de entenderse como resultado de un proceso trasversal que no proviene de la aplicación de etapas secuenciales donde primero la investigadora procede a activar su reflexividad y luego accede a la de los participantes. Más bien, la reflexividad se activa en la interacción misma, en el encuentro cara a cara, en el aquí y el ahora. Como en cualquier relación social, investigadora e interlocutores se influyen mutuamente en sus decisiones, expectativas, actitudes que se resignifican y encuentran un nuevo lugar (Guber, 2005, p. 50). En cada encuentro además se actualizan sentimientos, actitudes y conductas inconscientes y se asignan roles mutuamente a través de fenómenos como la transferencia y contratransferencia (Bleger, 1985, p. 24). El llamado a la triangulación de las perspectivas teóricas y métodos es uno de los caminos para la institucionalización del proceso de reflexión en la investigación.
De esta manera, el trabajo de campo es el momento de ponderar y reconsiderar los objetivos y estrategia de la investigación y no es solo una instancia a partir de la cual realizo la generación de la información (Guber, 2005, p. 53).
Hacia una ética situada
3.1 Caminar y pensar con nuestros interlocutores
Tomando en consideración lo anteriormente expuesto, luego de haber revisado los estudios previos fundamentales y conceptos clave, incidir en la historia del lugar y características socio-económicas, realizamos lo que hemos venido llamando primer reconocimiento de campo, así seamos expertos en la temática en cuestión. En otras palabras, realzamos la importancia de un diagnóstico previo que no necesariamente implica exponer a la población a un interrogatorio general. Más bien estamos proponiendo una primera visita (que pueden ser varias dependiendo el caso). Generar información en esta etapa será algo mucho más flexible y “espontáneo” al dejarnos llevar por la situación, a tal punto que no estamos pensando tampoco en ensayar la guía de preguntas o de observación. Lo que se espera es que empiecen a aparecer aspectos que no habíamos tomado en cuenta en la mesa de trabajo. Se trata de un estar ahí, de dejar que el campo nos interpele, que nos asombre, generar lazos de confianza (también de manera no calculada). La subjetividad del propio investigador pasa a ser el instrumento central en la generación de la información (Hernández et al, 2014, p. 397). Si emprendemos la tarea por descifrar una situación es porque la problemática y por lo tanto, las personas involucradas, nos interesan genuinamente como seres humanos y no simples datos impresos en un formulario.
El objetivo del primer reconocimiento de campo o diagnóstico espontáneo, es conocer, no solamente la perspectiva y maneras de las personas o comunidades a ser investigadas con el propósito de anticipar posibles problemas éticos como lo señala Santi (2016, p. 80), sino también teórico-metodológicos para precisar mejor la formulación del problema de investigación, por ejemplo, respecto a la viabilidad, acceso a la información, darle un sentido a la investigación. Esa etapa que no aparece generalmente en los manuales de investigación y se refiere a un investigar de manera previa para investigar y situarnos menos en la problemática a ser abordada. Con esto no estamos sugiriendo tampoco, ir al campo con una tabula rasa sino ya con una plataforma de información como lo hemos señalado más arriba: revisión de la literatura, estudios previos incidiendo en la historia local y regional en todos sus aspectos, así como en cuanto a la vida cotidiana de los pobladores (siempre y cuando exista ese tipo de información).
3.2 El caso en cuestión: andar y pensar con.
Desde que habíamos formado parte de la Comisión de la Verdad y Reconciliación (2001-2003) como coordinadora de los estudios de profundidad (Tomo V), había quedado pendiente seguir conociendo la Amazonia, región a la que no se había prestado suficiente atención hasta la primera década del 2000. Con el objetivo de comprender los cambios en la configuración del territorio y los modos de vida de la población Ashaninka y realizar un primer reconocimiento de campo llegamos también con la intención de aprender la lengua, cuya complejidad y sonoridad nos impactó desde un inicio. Gracias al maestro Ashaninka Enrique Casanto Shingari, conocimos los principios de la lengua Ashaninka en el Instituto de Historia Andina y Amazónica de la Universidad Nacional Mayor de San Marcos (ISHRA-UNMSM). Me propuso conocer Puerto Bermúdez lo cual no fue posible. Luego surge la idea de visitar una zona menos expuesta al narcotráfico. De esta manera me acerqué a una comunidad de la provincia de Chanchamayo (departamento de Junín, Perú) a la cual visité con frecuencia en el 2011. [2]
La rápida confianza y empatía generada, sin embargo, no fue suficiente para pensar en aplicar las técnicas de recolección de datos e instrumentos. Transcurrido varios meses y de varios intentos de recoger información desde la perspectiva local encontré– de manera un tanto casual - una vía alternativa de generar información y relacionarnos con nuestros interlocutores: caminar y pensar con ellos y ellas.
Fue en un viaje de supuestas vacaciones a la que fui con mi hija al lugar de estudio que nuestro anfitrión nos ofrece una visita guiada a otra de las comunidades del lugar donde se abre para mi fascinación y estupor una dimensión no contemplada. Mientras caminábamos relajadamente, sin mayor planificación, tras indagar por el bienestar de una de las lideres mujeres de la zona, surge de parte de nuestro guía una historia con elementos que en ese instante me fue imposible descifrar y que me condujo a consultar de manera sistemática sobre perspectivismo amazónico. [3]
La propuesta de “andar-con y pensar-con” como experiencia vivida potencia la reflexividad epistémica (Bourdieau y Wacquant, 2005). Caminar-con, desplazarnos junto con nuestros interlocutores en su propio medio nos ayuda a superar de cierta manera la jerarquización entre investigador e investigado. Es además una forma de responder a y habitar un lugar a través de la experiencia vivida del movimiento que además activa modos de participación de manera situada y relacional (Springgay y Truman, 2018). Sintonizamos el caminar con la producción de sentido y al mismo tiempo con la construcción del lugar puesto que el lugar no es algo fijo o predeterminado donde entra a tallar los tiempos ritmos de los pasos y cuerpos humanos y no- humanos, la activación de todos nuestros sentidos. En sí mismo el tema de producir conocimiento caminando nos abre una serie de interrogantes.
Las investigaciones son corporalmente urbanas, basadas generalmente en relaciones asimétricas y dónde la tendencia es asimilar al otro como una identidad pre-establecida (Belaunde, 2012) cuando de lo que se trata es de concebir los encuentros en campo como juegos de alteridad. En un país de grandes brechas socio-económicas, culturales y de poder, la tendencia a negar y subordinar al otro-diferente-a-uno se reproduce en la situación de la investigación, contribuyendo a mantener un orden jerárquico (Walsh, 2014, p. 12). [4] Una forma de reproducción son nuestras prácticas y junto con la comunicación no verbal, nuestras propios cuerpos. Nuestros cuerpos urbanos están adiestrados a permanecer sentados. De lo que se trata, a partir del perspectivismo amazónico es de dar cuenta que cada uno de los participantes en una investigación es un hilo dentro de un entramado y maraña de interrelaciones desde donde las subjetividades tanto del investigador como de los interlocutores emergen.
[1] La relación de intelectuales latinoamericanos como Anibal Quijano, Enrique Dussel, Walter Mignolo, Edgardo Lander, Rita Segato, Silvia Rivera Cusicanqui, entre otros, que están a la búsqueda de una epistemología alternativa al positivismo y la ciencia moderna es cuantiosa. Añadiría igualmente la importancia de los estudios de Viveiros de Castro, Tania Stolze Lima, Luis Elvira Belaunde en la batalla por obtener una mayor claridad de la cosmovisión de los pueblos indígenas de la Amazonía desde sus propios términos. Referido a la cosmovisión andina quisiera destacar los estudios de Marisol de la Cadena. A esta relación se suman pensadores de otros hemisferios, empezando quizá por “los maestros de la sospecha”: Freud, Marx y Nietzsche, que sospecharon que la razón no lo resuelve todo (Patrón, 2012), sigue la Escuela de Frankfurt, estudios subalternos, estudios culturales, etc. Foucault, desde otra disciplina, destaca al mostrar “las opacidades y silencios producidos por la ciencia moderna” que marginaron, suprimieron y desacreditaron “regímenes de verdad” alternativos (de Sousa Santos, 2006: 22). Referirnos a un recuento pormenorizado de esta situación escapa a los fines de este artículo.
[2] La recepción de los pobladores fue abierta y sumamente generosa. En ese entonces, la ISHRA-UNMSM, a cargo del historiador Pablo Macera conducía unos proyectos en la zona. Aunque yo nunca fui parte de ellos, señalar que era profesora de San Marcos me abrió las puertas, además de tener a Enrique Casanto como referente central, emparentado con alguno de los pobladores del lugar. Más allá de mis expectativas y la imaginación, sin embargo, llegué a un lugar completamente empobrecido, árido, trastocado en sus cimentos tal como lo explican Santos-Granero y Barclay (1995). El bosque ya no era bosque. El polvo era lo que prevalecía dentro de la comunidad. Los desperdicios de latas de atún y empaques de avena y galletas provenientes de distintos programas de ayuda alimentaria del Estado pululaban por doquier en un lugar donde no existe un programa del gobierno local que se haga cargo del recojo de desperdicios sólidos. En lo posible, me encargué de llevar, en el tiempo que permanecí (esporádicamente alrededor de una semana en cuatro visitas que realicé) llevaba bolsas para acumular basura que las desechaba en el tacho de la ciudad más cercana.
[3] Fue gracias a Luisa Elvira Belaunde que pude identificar la literatura pertinente sobre el tema en cuestión. Ver Acha (2011)
[4] Las rutinas y dedicación al trabajo eran de tal magnitud que nuestros interlocutores no mostraban disposición de tiempo sea porque partían de madrugada al “monte” o porque llegaban extenuados de las faenas agrícolas. De otro lado, cuando parecía que se daba la oportunidad para una entrevista, las respuestas eran escuetas, rápidas y superficiales, aún con toda la confianza y empatía que habíamos generado.
Conclusiones:
Abordar la complejidad del perspectivismo amazónico sería una tarea demasiado extensa para haberla desarrollado en estos momentos, por lo que escapa a los límites trazados de este artículo, sin embargo, queremos rescatar la idea que toda investigación llevada en la Amazonía con pueblos indígenas tendrá que tomar en serio al perspectivismo amazónico para comprender lo que implica la incorporación del otro en uno.[1] Somos ontológicamente incompletos y necesitamos de los demás (Viveiros de Castro, 2011). Basta mencionar por el momento que, múltiples evidencias etnográficas arrojan que para el perspectivismo amazónico el cuerpo es el punto de vista es lo que permite ver al mundo y verlo desde ese punto de vista. El cuerpo es el lugar de la perspectiva. Personas acostumbradas desde niños a estar sentados tendrán una perspectiva totalmente distinta de aquellos que están en constante movimiento (Belaunde, 2012). Por ende, será indispensable una actitud crítico-reflexiva (reflexividad a la que nos hemos referido más arriba) acerca de las repercusiones ético-políticas, como también de procedimiento metodológico (que no se reducen a ser cuestiones de forma) que se derivan de obligar a nuestros interlocutores a adoptar las formas urbanas de entrevista sentados frente a frente, sin además respetar sus rutinas de trabajo y horarios. [2]
Luego de esta experiencia en campo, queremos dar cuenta igualmente del significado de una dimensión ético-política en la investigación cualitativa para no incurrir en daños ni riesgos para todos los involucrados, incluyendo a la investigadora misma. [3] A la luz de una ética situada con enfoque intercultural como perspectiva, el primer reconocimiento de campo será parte indispensable de la investigación que junto con la metodológica (y también marco-teórico) son aspectos con repercusiones mutuas como ya lo habíamos señalado (Bromseth 2002: 35 citado en Abad, 2016, p. 103).
[1] Existe una larga relación de autores que han desarrollado esta línea de investigación. En este texto hemos utilizado dos que creemos son de una comprensión para cualquier tipo de público: Viveiros de Castro (2011) y Belaunde (2012).
[2] En más de una oportunidad he sido testigo de cómo llegan los funcionarios del Estado o del gobierno local para disponer del tiempo de los pobladores sin previo aviso. La distancia, falta de tiempo y problemas de comunicación son factores que no pueden convertirse en una excusa válida. Nos falta cimentar una cultura tanto estatal como académica que incida en los diagnósticos previos y primer reconocimiento de campo como estrategia de acercamiento y discernimiento de los procesos de interacción respetuosos, así como de eventos de retroalimentación donde se realice la devolución de los resultados. De otro lado, también he podido observar cómo los talleres que se organizan para la población no toman en cuenta los aspectos comunicacionales y culturales propios del grupo social intervenido dado el lenguaje técnico especializado utilizado y las maneras tan urbanas de organizar largas sesiones de capacitación donde los participantes son además tratados como niños de la primera infancia.
[3] Santi (2016) habla de varios tipos de riesgos: físicos, psicológicos, sociales, económicos y legales.
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Palabras clave:
Ética situada, reflexividad epistémica, validez ecológica
Resumen de la Ponencia:
Los estudios feministas han venido trabajando fuertemente en el cuestionamiento de las epistemologías tradicionales (Evelyn Fox Keller, 1991; Harding, 2005; Sandra Harding, 1987; Donna Haraway, 1991) refiriendo los criterios androcéntricos y racistas que han guiado la producción de conocimientos.Así, han puesto sobre la mesa la necesidad de desestabilizar críticamente la idea de objetividad (Haraway,1991) y de propiciar epistemologías y metodologías “otras”. Siguiendo estos desarrollos, se expone una perspectiva crítica respecto de las metodologías de investigación tradicional que,como refiere Norma Blazquez (2012) se aproximan a las personas a modo de objetos, descartándoles su propia agencia, radicando en prácticas de secuestro de su propia voz (Georgina Mendez Torres, 2011). Sobre ello, se proponen las Producciones Narrativas (PN) (Marcelo Balasch y Marisela Montenegro,2003) como una práctica que apuesta por la reciprocidad, la colaboración y la co-escritura (Nicolas Schongut, 2015) validando la potencia y autoridad epistémica de las participantes. Además de lo anterior, se adopta una mirada crítica respecto del desplazamiento de la emocionalidad en la investigación, lo que ha conllevado a no pensar en las implicancias que el proceso puede traer para las participantes (Dau García Dauder, 2020). Si bien recientemente se ha puesto el acento en cuestiones como el consentimiento informado y otros aspectos (Dau Garcia Dauder, 2020), pareciera que estas medidas se vuelven accesorias y no ocupan un lugar central al momento de elaborar lo metodológico.Por esto, se refieren lineamientos para una metodología con potencialidad terapéutica acogiendo el aporte de las Prácticas Narrativas (Michael White y David Epston, 1993) los que, en conjunto con las PN, pueden favorecer el dar un paso al costado de prácticas re victimizantes y/o que generan daño, contribuyendo a un proceso que puede resultar terapéutico y dignificante para las participantes de la investigación.Resumen de la Ponencia:
O objetivo deste texto baseia-se na experiência de uma pesquisa documental, que utilizou uma metodologia com técnicas e dados pouco utilizados em pesquisas no campo da sociologia da educação. A partir de então, pretende-se fazer uma reflexão sobre o uso de dados disponíveis nas redes sociais que podem ser primordiais no estudo de diversos fenômenos sociológicos. O texto indaga sobre as possibilidades metodológicas de utilização das redes sociais como banco de dados disponível e acessível para ser explorado no estudo do cyberbullying e suicídio estudantil, considerando que, segundo UNICEF (2019), não Brasil 37% dois estudantes consultados em um estudo , eles vão declarar que foram vítimas de cyberbullying. Em 2015 no Brasil, o suicídio representou a quarta causa de morte de jovens na escola, segundo o Ministério da Saúde (FLACSO, 2018). Dessa forma, tomamos como possibilidade de realizar pesquisas, os dados revelados nas redes sociais, considerando esses dados uma grande base que urge ser revelada. Sabe-se que as redes sociais atraem milhares de usuários, uma parte significativa dos quais são jovens em idade escolar. Em meio à pandemia de covid-19, era visível nas redes sociais histórias de jovens, não isolados, que sofrem de ansiedade, depressão e comportamento suicida. Como o acesso à saúde mental sempre foi precário no Brasil, nesse período de pandemia se acentuou (OMS, 2022), uma pandemia de Covid-19 impactou a saúde mental de dois jovens estudantes e, como redes sociais, tornou-se uma espécie de válvula de escape. Para os Jovens Esses, isolados de suas tribos. Dessa forma, as redes sociais passam a representar um ambiente extremamente rico para estudos sociológicos, mesmo em temas carregados de tabus como este. Esses jovens compartilham desde simples mensagens, materiais multimídia como vídeos e fotos, além de revelações pessoais. Rose (2000) argumenta que não há uma forma moldada de como coletar esses dados, ou melhor, cada pesquisador dará ou seu desenho metodológico, aquele que atenda às necessidades da pesquisa, mas é extremamente importante ser bastante específico e claro que não acesso dados de anos. Ainda assim, esse ambiente representa uma oportunidade para estudos não intuitivos de busca de um ciberespaço, revelando fatos sobre o cotidiano de dois jovens. Por tanto,Resumen de la Ponencia:
El análisis cualitativo comparado (QCA), propuesto por Ragin (2008), se define en función de cuatro características. Primero, es un método basado en la teoría de conjuntos porque los datos que utiliza corresponden a las puntuaciones de pertenencia de los casos en los conjuntos que, a su vez, representan conceptos o categorías de la realidad social que se estudia. Segundo, el QCA es un método comparativo para muestras medianas (de 20 a 50 casos), que combina dos objetivos: tener una visión profunda de los casos y producir un cierto nivel de generalización de las explicaciones que obtiene (Rihoux y Lobe 2009: 223). Tercero, el QCA es un enfoque o diseño de investigación, porque marca la organización general del proceso, en particular: la formulación de la pregunta de investigación, la identificación del resultado a explicar (variable dependientemente); la selección de casos; y la definición de condiciones (variables independientes) (Rihoux, 2017: 54). Finalmente, QCA es una técnica de investigación que involucra una serie de pasos analíticos como: la construcción de tablas de verdad, la minimización lógica y el cálculo de los parámetros de consistencia y cobertura (Rihoux y Lobe 2009).Para operar el conjunto de pasos técnicos del análisis cualitativo comparado de conjuntos difusos o fsQCA, se requiere una matriz de datos numéricos, que serán calibrados. En la calibración se usa la información empírica de los casos y se les asigna valores de pertenencia o "grados de relevancia" en los conjuntos (Schneider y Wagemann, 2012: 32). Operacionalmente, "calibrar es transformar una variable de intervalo o razón, sin límites aparentes, en una variable que oscila entre [0,1]”. (Medina, 2017, p. 120). Entonces, nos preguntamos cómo integrar los datos que no son numéricos (Love and Corr, 2021), cómo transformarlos (Anguera et.al, 2016), o cómo cuantificarlos (Hannah and Lautsch, 2011) para aplicar el fsQCA, en la investigación.En respuesta, la ponencia presenta tres ejemplos de transformación de información cualitativa en cuantitativa. Su base empírica, una investigación comparada sobre los cambios en las estructuras de la Función ejecutiva en Ecuador, durante la presidencia de Rafael Correa. El primer ejemplo, utilizamos simplemente el conteo, en el segundo realizamos un análisis de contenido para medir la frecuencia de palabras clave y en el tercero, medimos las matrices textuales resultantes del análisis temático con escalas de Likert. En los ejemplos, resaltamos el proceso de definición y principalmente de operacionalización de los conceptos; que si bien se realiza antes de la recopilación de la información (momento deductivo), se fortalece con los primeros análisis (momento inductivo). Consideramos que la ponencia, desde la administración pública, contribuye al debate en dos líneas del Grupo de trabajo: en la comparación (10) y en las relaciones entre paradigmas y el aporte de los métodos mixtos (6).Resumen de la Ponencia:
La triangulación de métodos, la combinación y las estrategias mixtas forman parte de los principales problemas y debates metodológicos contemporáneos en ciencias sociales. Por eso, teniendo en cuenta estas discusiones resulta necesario problematizarlas en el contexto de investigaciones teórico-empíricas. Es decir, observar que efectos posee combinar diferentes instrumentos metodológicos en los datos producidos. En esta ponencia, la propuesta radica en comprender la combinación de métodos en el contexto de una investigación doctoral abocada en investigar los proyectos migratorios de las travestis/trans sudamericanas que residen en el Área Metropolitana de Buenos Aires. Estas personas por diferentes hostilidades y vulnerabilidades deben abandonar sus contextos de origen y desplazarse en búsqueda de entornos más propicios para poder expresar sus identidades de género. En el AMBA acceder a derechos mediante la rectificación registral, la salud y la educación, pero también experimentan violencias y discriminaciones. En efecto, la mayoría quedan relegadas del mercado de trabajo formal y deben ejercer la prostitución para poder sobrevivir. En esta investigación realizada durante los años 2017-2019, el enfoque fue cualitativo, el principal método empleado fue la teoría fundamentada y de manera auxiliar se utilizó el relato de vida y la etnografía. Las técnicas fueron la entrevista en profundidad y la observación participante. Con respecto a las entrevistas, se aplicaron de manera individual a 41 migrantes travestis/trans sudamericanas y contaron con guía de pautas semiestructuradas abordando diversos tópicos del proceso migratorio. Las observaciones participantes se realizaron en organizaciones políticas feministas y transfeministas y en la sociabilidad nocturna. En resumen, dentro del enfoque cualitativo se empleó la combinación de diferentes métodos y técnicas. En esta ponencia se demuestra que la combinación de métodos y técnicas al interior de un enfoque permite mejorar la calidad de los datos producidos. Esto se debe a que los diferentes métodos y técnicas poseen ventajas y limitaciones que pueden subsanarse al complementarse mediante un efecto sinérgico. En definitiva, la combinación de múltiples métodos, materiales empíricos y perspectivas teóricas de una investigación debe ser entendida como una estrategia que aporta rigor, amplitud y profundidad a la investigación (Denzin y Lincoln, 2015)Primero se presentan los debates en torno a la triangulación metodológica destacando solo algunas de sus limitaciones y también sus principales ventajas. Luego se describe la manera en que la combinación de métodos se empleó en la investigación mencionada. Por último, en las conclusiones se formalizan las ventajas y limitaciones de la combinación metodológica destacando su pertinencia dentro de la investigación cualitativa.Resumen de la Ponencia:
La centralidad de la investigación y el análisis social, como elementos fundamentales en la formación de sociólogos, demanda la actualización constante de los contenidos teóricos y metodológicos, así como de la continua revisión y selección de materiales de consulta que brinde un panorama amplio de las distintas vertientes que tiene la investigación social contemporánea para afrontar las problemáticas actuales de la realidad nacional.
Frente a esta situación, las instituciones de educación superior se están comprometiendo a formar nuevas generaciones de científicas y científicos sociales capaces de hacer frente a este panorama con la incorporación de nuevas temáticas y perspectivas en sus planes y programas de estudio, como está sucediendo en el proceso de actualización del plan de estudios de la licenciatura en Sociología de la Facultad de Estudios Superiores Aragón (FES Aragón), unidad perteneciente de la Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM).
El presente trabajó tiene como objetivo ofrecer un panorama, que pueda servir de guía, de las diversas temáticas de actualidad que requieren ser incorporadas en este proceso de actualización, el cual es resultado de un rastreo de diversas fuentes que muestran las demandas reales de quienes se están formando en la investigación sociológica, que ponen de manifiesto la necesaria reestructuración de la disciplina desde nuevos paradigmas, así como de la continua exploración de aquellos intereses del alumnado para llevar a cabo una investigación durante y al finalizar su profesionalización, lo cual se traducirá, en un futuro, en la nueva discusión disciplinar nacional y regional.
Introducción:
La centralidad de la investigación y el análisis social, como elementos fundamentales en la formación de sociólogos, demanda la actualización constante de los contenidos teóricos y metodológicos, así como de la continua revisión y selección de materiales de consulta que brinde un panorama amplio de las distintas vertientes que tiene la investigación social contemporánea para afrontar las problemáticas actuales de la realidad nacional.
Los vertiginosos cambios presentes en una sociedad cada vez más compleja a lo largo de las últimas décadas, dieron fin a los clásicos paradigmas generalizadores y abrieron paso a la construcción y consolidación de nuevas alternativas teóricas y metodológicas capaces de brindar herramientas suficientes para explorar, analizar, interpretar y explicar esa complejidad característica de la posguerra y de la entrada al nuevo milenio, sin dejar de lado la necesidad de hacer frente a contextos fuera de Europa y Estados Unidos. Lo anterior, trajo consigo la generación de distintas maneras de abordajes desde la sociología mexicana y latinoamericana, poniendo especial atención en los fenómenos, problemas y procesos sociales propios de la región desde una visión propia.
Frente a esta situación, las instituciones de educación superior se están comprometiendo a formar nuevas generaciones de científicos sociales capaces de hacer frente a este panorama con la incorporación de nuevas temáticas y perspectivas en sus planes y programas de estudio, como está sucediendo en el proceso de actualización del plan de estudios de la licenciatura en Sociología de la Facultad de Estudios Superiores Aragón (FES Aragón), unidad perteneciente de la Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM).
El presente trabajó tiene como objetivo ofrecer un panorama, que pueda servir de guía, de las diversas temáticas de actualidad que requieren ser incorporadas en este proceso de actualización, el cual es resultado de un rastreo de diversas fuentes que logran ofrecer las demandas reales de quienes se están formando en la investigación sociológica, que ponen de manifiesto la necesaria reestructuración de la disciplina desde nuevos paradigmas, así como de la continua exploración de aquellos intereses del alumnado para llevar a cabo una investigación durante y al finalizar su profesionalización, lo cual se traducirá, en un futuro, en la nueva discusión disciplinar nacional y regional.
Desarrollo:
Sociología mexicana y latinoamericana frente a la occidentalización
Al hablar del origen de la ciencia las primeras nociones que vienen a nuestra cabeza tienen que ver con el inicio de la construcción del nuevo mundo material y social, el cual tiene sus bases en el Occidente europeo; sin embargo, no se puede perder de vista que hay múltiples y variados aportes de otros contextos que han dado impulsos significativos a este proceso de generación y difusión del conocimiento.
La occidentalización de la ciencia la ha condicionado a cumplir con ciertos parámetros de ser y hacer, teniendo como consecuencia la constante reproducción de lo ya dicho, cubriendo con un grueso velo aquellas propuestas nuevas y, sobre todo, que no converjan con esta visión del mundo. Esta situación ha sido más que notoria cuando se trata de visibilizar el trabajo de la sociología mexicana y latinoamericana.
Las investigaciones hechas a finales del siglo pasado y parte de lo que va del siglo XXI, que dan a conocer las características elementales de la sociología mexicana y de América Latina, en algunos casos se han basado en una serie de estudios historiográficos en los que constantemente se hace notar la trayectoria de varios personajes conocidos en dicha ciencia gracias a sus aportes dentro y fuera de la academia, así como a rastreos sobre temáticas que han sido parte sustancial de la realidad nacional y regional (Andrade, 1998; Camero y Andrade, 2008; Girola y Olvera, 1994; Girola y Zabludovsky, 1991; Hernández, 1990; Morales, 2010; Moya y Olvera, 2013, 2012 y 2006; Murguía, 1993; Olvera, 2017 y 2004; Puga y Contreras, 2009; Stavenhagen, 2004); sin embargo, y considerando la vorágine en la que se encuentra el mundo y la región, y el cómo responde la sociología a ello, es necesario una exploración más detallada de aquellas temáticas que se hacen recurrentes en los trabajos publicados por diversos medios, más no reconocidos del todo, para elaborar un diagnóstico que permita caracterizar la condición real de la sociología mexicana y latinoamericana actual, en el que se resalte en qué se está trabajando, en dónde, quiénes están trabajando y con quiénes, y con qué otras disciplinas se está colaborando; cómo y en qué condiciones, con qué apoyos se cuenta, en dónde se está llevando a cabo, con qué recursos técnicos, epistemológicos, teóricos y metodológicos se cuenta y cuáles más están en proceso de construcción, etc.; es decir, es necesario realizar un rastreo de aquellos casos en los que se aplica el conocimiento científico, trabajo de quienes han sido formados por el conocimiento acumulado de esos personajes renombrados y que pretenden ser un referente para un presente y futuro.
Si bien esta tarea ha estado llevándose a cabo por diversos proyectos de investigación, con recursos de la misma UNAM (La articulación teórico metodológica para el fortalecimiento del proceso de enseñanza aprendizaje de investigación en la carrera de Sociología de la FES Aragón (2021-2022), La configuración teórico metodológica de la investigación sociológica en la FES Aragón de la UNAM ante las transformaciones disciplinarias y sociales en México (2011-2021), Conceptos y Fenómenos Fundamentales de Nuestro Tiempo (2016), Vinculación teórico-metodológica en docencia, investigación y titulación en Sociología, Ciencia Política y Trabajo Social (2015-2018), Innovación conceptual y desarrollo teórico en la sociología mexicana contemporánea (2011-2014), solo por mencionar algunos), y quizá otros más, y cuyos resultados han pretendido ser considerados en los procesos de modificación y actualización de planes de estudio de sociología en diferentes entidades, en el caso específico del de la FES Aragón en donde, haciendo hincapié en cómo poder reestructurar los programas pertenecientes a la Fase de Concentración para ofrecer seminarios especializados de interés para la planta estudiantil, se ha llevado a cabo un trabajo exploratorio de identificación de temáticas que están presentes en la actual discusión disciplinar actual, dando forma a la construcción de un currículum formal, pero que teniendo conocimiento de algunas demandas específicas por la experiencia en el aula, surge la siguiente pregunta: ¿cuáles son las temáticas que realmente son de interés para la planta estudiantil a la hora de elegir un tema de investigación a desarrollar en los Seminarios de Investigación I, II y III, y posteriormente en el desarrollo de sus trabajos de tesis, y cómo poder cumplir con esa demanda en el proceso de actualización del plan de estudios?
Frente a esta pregunta, resultó de interés hacer una comparativa entre las posibles temáticas que se están pensando integrarse a partir de una revisión de lo que se imparte en otras entidades académicas, así como en los temas del momento y aquellas que son de interés particular por el alumnado, obteniendo con ello, un listado de lo que se podría priorizar para ser parte del plan de estudios formal. Dicho ejercicio comparativo, y sus resultados, son presentados a continuación.
Proceso de actualización de la fase de concentración del plan de estudios de la licenciatura en Sociología de la FES Aragón, UNAM
El proceso de actualización del plan de estudios de la licenciatura en Sociología de la FES Aragón comienza en el 2018, es decir, diez años después de haber puesto en marcha el vigente, empezando por la elaboración de un diagnóstico para identificar las deficiencias y aciertos del plan de estudios vigente, así como las áreas de oportunidad. Una vez presentados los resultados, en 2019, se dio luz verde para comenzar a trabajar con dicha modificación.
El plan de estudios vigente se divide en tres fases, la Básica, la Formativa y la Complementaria. Las dos primeras se componen de cinco asignaturas durante los primeros cinco semestres (fase Básica en primer y segundo semestre, y Formativa en tercer, cuarto y quinto), y cada asignatura pertenece a una de las cinco áreas de conocimiento específicas (Pensamiento Socio-político, Metodología de la Investigación, Historia y Sociedad en México, Instituciones y Procesos Sociales y Técnico Instrumental).[1]
Para trabajar en las propuestas de modificación de estas primeras dos fases, la discusión radicó principalmente en la necesidad de incluir temas que han surgido en la discusión disciplinar en los últimos diez años; así como en el contexto nacional e internacional de la segunda década del siglo XX; empero, también se llegó a la conclusión de que, dado que aquí se enseñan las bases sustanciales de la disciplina, algunos otros temas deben permanecer con una respectiva actualización en las fuentes de consulta que pueda ofrecer un panorama diferente, quizá más completo por la incorporación de nuevas perspectivas o resultados de investigación, a lo que se expone hoy día en los salones del clase.
Cuando se llega a la fase de Concentración, y tomando en cuenta los resultados del diagnóstico, así como las recomendaciones hechas por la Asociación para la Acreditación y Certificación en Ciencias Sociales (ACCECISO) (ACCECISO, 2019) en el proceso de acreditación de la licenciatura en el 2019, se comenzó a poner énfasis en cómo incluir temáticas innovadoras y recurrentes, que por supuesto no están en la oferta académica actual, para poder hablar de un plan que satisfaga las necesidades y los intereses de la planta estudiantil en cuanto a lo que desean investigar y analizar, poniendo en práctica lo que han aprendido en los primeros cinco semestres de su formación.
Las áreas que integran esta fase son cinco: Investigación, Desarrollo Socio-político de México, Problemas Agro-industriales, Cultura y Organización Social, y Sociedad, Política y Estado. Cada una de ellas cuenta con seis seminarios optativos desde sexto hasta octavo semestre, excepto por la de Investigación, cuyos seminarios son de carácter obligatorio. Dos por semestre.
En cada uno de los seminarios optativos se ofertan diversas estrategias y puntos de vista para poder abordar temas de interés; sin embargo, de acuerdo con el apartado Resultados de la evaluación de la fase de concentración del Plan de Estudios del diagnóstico de dicho plan (Comité de Carrera de la licenciatura en Sociología FES Aragón, 2019, pp. 60-83), se reconocen una serie de puntos débiles coincidentes en diferentes seminarios pertenecientes a cada una de las áreas de esta fase con respecto a las temáticas que se incluyen en cada uno de ellos, tales como:
Repetición de temas vistos en diferentes asignaturas de las fases básica y formativa en los seminarios de Investigación I, de Análisis Social I (área de Investigación) Economía y Sociedad, de Estado Mexicano, de Movimientos Sociales I (área de Desarrollo Socio-político de México), Seminario de Modelos de Desarrollo (área de Problemas Agro-industriales); lo mismo con Ideología y Poder (área de Cultura y Organización Social), así como en los seminarios de Instituciones y Participación Política, de Modelos de Estado y Transición Democrática y de Burocracia, y Políticas Sociales I (área de Sociedad, Política y Estado).
En este mismo sentido, hay ciertos seminarios en los que se repiten contenidos aun estando en la misma fase, como por ejemplo, los seminarios de Actores Sociales I y II (área de Cultura y Organización Social), de Movimientos Sociales I y II (área de Desarrollo Socio-político de México), así como los seminarios de Estado Contemporáneo, de Burocracia y Políticas Sociales, de Modelos de Estado y Transición Democrática, y de Proceso Electorales I y II, todos estos seminarios del área de Sociedad, Política y Estado, que si bien, en algunos casos la forma en la que se aborda es diferente, dando cabida a la posibilidad y necesidad de que se mantengan, no es lo que sucede siempre.
Este exceso en la repetición de contenidos ha traído consigo la saturación de estos y una inadecuada distribución de horas para poder abordar aquellos puntos de mayor interés para los seminarios de acuerdo con sus objetivos, por lo que se pretende depurar las repeticiones y hacer un ajuste con aquellos temas que se quedan, y con ello poder dar cabida a nuevas temáticas propias de una realidad más cercana al alumnado.
La gran mayoría de los seminarios no cumplen con el objetivo de discutir temas contemporáneos ni nacionales, poniendo entre dicho el cumplimiento de los objetivos de cada una de las áreas y los seminarios en sí mismos, por lo que no se está logrando “[…] alcanzar la pre-especialización en campos específicos del conocimiento sociológico y para lograrlo se introduce un bloque polivalente de tópicos de interés actual, con la figura del seminario fungiendo como eje organizador de estos trabajos” (FES Aragón, 2005a, pág. 65), compromiso de esta fase, tal es el caso, sólo por mencionar algunos ejemplos, de los seminarios de Economía y Sociedad, de Movimientos Sociales I y II, y de Política Social I y II (área de Desarrollo Socio-político), así como con los de Cultura y Representaciones Sociales I y II, junto con el Seminario de Subjetividad y Vida Cotidiana (área de Cultura y Organización Social).
Lo anterior va acompañado de una falta de actualización en las fuentes de consulta, limitando así la discusión de problemas o fenómenos sociales contemporáneos desde perspectivas recientes, y que el alumnado pueda contar con herramientas para problematizar y abordar aquellos temas que no solo son de su interés, sino también del gremio académico y laboral respecto a la sociología.
Frente a este panorama en el que se pretende resarcir los vacíos en cuanto al estudio de problemáticas sociales nacionales recientes, aunado a la pregunta que ya se señaló arriba, cuya posible respuesta facilite la búsqueda e identificación de las temáticas más adecuadas a integrar en el plan de estudios de la licenciatura en Sociología, a continuación se presentan los resultados de un análisis comparativo que se llevó a cabo con diferentes fuentes de información en las que protagoniza la necesidad de conocer qué están trabajo y qué le interesa a la planta estudiantil de dicha licenciatura para poder complementar su proceso de enseñanza-aprendizaje en investigación social con referentes cercanos a su realidad geográfica y temporal, y como ello puede ofrecer una panorama de la actualidad sociológica mexicana y regional.
Reconocimiento de temáticas nuevas a incluir
En el apartado Análisis comparativo con otras facultades de la UNAM e instituciones de educación superior que imparten la disciplina, del documento Diagnóstico para el proyecto de modificación del plan y programas de estudio de la licenciatura en Sociología (2019, pp. 30-39), se identificaron una serie de temáticas recurrentes y que no están siendo ofertadas en el actual plan de estudios de la vigente, dejando en evidencia la necesidad de incorporar algunas de ellas para cumplir con la tarea propuesta de formar profesionistas capaces de “[…] realiza[r] investigación interdisciplinaria, para proporcionar un conocimiento científico de los cambios sociales, políticos y culturales contemporáneos” (p. 34), debido a que “[e]l egresado de la Licenciatura en Sociología obtendrá diversos conocimientos, y desarrollará habilidades, aptitudes y actitudes que le permitan comprender, analizar, explicar y proponer alternativas en cuanto a lo social” (p. 36).
Las temáticas más recurrentes dentro del análisis realizado en dicho apartado son las siguientes[2]: género, educación, religión, arte, salud, derechos humanos, sociología jurídica, criminalística, medio ambiente / sustentabilidad, sociología latinoamericana, sociología en México, medios de comunicación, tecnologías de la información, identidades culturales / etnicidad, antropología social y familia.
Algunas con menor notoriedad, pero que también están presentes en la discusión disciplinar contemporánea son riesgo, cuerpo y profesionalización.
Como se puede observar, cada una de las temáticas referenciadas corresponden a las condiciones sociales existentes de estos tiempos, no sólo en el panorama internacional sino también en el nacional, razón por la cual, es de suma importancia repensar su inclusión en el plan de estudios, ofreciendo así una basta cantidad de temáticas a estudiar atrayendo a un mayor número de estudiantes, tanto de primer ingreso como de movilidad.
Frente a esta extensa lista, se hizo necesario definir aquellas que generan mayor curiosidad en quienes cursa y han egresado de esta la licenciatura. Para ello se realizó una revisión, por una parte, de los temas más recurrentes en las tesis de egresadas y egresados y, por otra, se ubicaron aquellas temáticas que son de mayor interés para quienes aún cursan dicho plan.
Temáticas demandadas por la población estudiantil y egresada de la licenciatura en Sociología de la FES Aragón
De acuerdo con un rastreo hecho en la base de datos sobre las tesis de la licenciatura en sociología de la FES Aragón desde sus inicios, y que es parte de los resultados obtenidos por el proyecto de investigación permanente “La configuración teórico-metodológica de la investigación sociológica en la FES Aragón de la UNAM, ante las transformaciones disciplinarias y sociales en México”, se identificaron 90[3] trabajos de investigación para titulación (tesis y tesinas) presentados por aquellas egresadas y egresados que cursaron la licenciatura con el plan de estudios vigente, es decir, durante el periodo 2012[4]-2020 (Camacho, 2022). Durante este rastreo se ubicaron 22 temáticas, las cuáles se ordenan a continuación de mayor a menor incidencia: género (16), educación (10), participación política/política (8), arte (7), minorías (6), trabajo (6), identidad (5), violencia (4), TIC´S (4), profesionalización y ciencia (4), cultura popular (3), religión (3), movimientos sociales (3), instituciones (3), procesos electorales (3), participación ciudadana (3), salud (3), urbanismo (2), medio ambiente (2), teoría (2), masculinidades (1) y juventudes (1).
Algunos objetos de estudio indican el interés a más de una temática específica, pero siguen siendo dentro de las mismas recurrencias.
Aunque en su mayoría las investigaciones son realizadas en la Ciudad de México o la Zona Metropolitana, algunas otras (3) son llevadas a cabo en zonas rurales.
Después de las mujeres, los jóvenes son el segundo sujeto de estudio más recurrente (7).
Quienes asesoraron estos trabajos de investigación para titulación son en su gran mayoría internos (92), lo que evidencia que la planta docente de esta facultad, en un afán de cubrir las demandas de la población que cursa la licenciatura, así como de la egresada, ha estado actualizándose constantemente, lo que la integración de nuevas temáticas al plan de estudios no implicaría un mayor problema, ya que han demostrado su capacidad de adaptación a dichos cambios y con ello poder impartir diversos seminarios específicos de acuerdo a estos resultados.
Se puede observar, por una parte, la relación con varias temáticas existentes en el plan de estudios actual como lo son aquellos relacionados con la política, trabajo, identidad, movimientos sociales, instituciones, procesos electorales, urbanización y participación ciudadana. Por otra parte, se han detectado algunas más que no están presentes, tales como género, educación, minorías, arte, violencia, TIC´S, cultura popular, religión, profesionalización y ciencia, acompañado por temas sobre teoría social, salud y medio ambiente.
Otra fuente de información consultada se trata de los resultados obtenidos de un sondeo de opinión llevado a cabo por la jefatura de carrera durante el “Encuentro de Sociología 2019”, justamente con el fin de identificar las temáticas de interés de la planta estudiantil de esta carrera.
Fueron 91[5] alumnas y alumnos que participaron en dicho sondeo, obteniendo los siguientes porcentajes de acuerdo con las temáticas propuestas por la misma población (Dorantes, 2019): religión (18), género (16), política (10), artes (música y cine) (9), cultura (7), Latinoamérica (6), crimen (5), educación (5), indigenismo (5), deportes (4), economía (4), urbanismo-medio ambiente (3), tecnología (3), ética (3) y medicina (2).
Se ubicaron 15 temáticas en total, de las cuales tres (política, cultura y economía) existen en el plan de estudios actual, siendo política una de las más recurrentes, el resto son temáticas nuevas (12 de 15).
Resultados finales y propuesta de temáticas a incluir en la actualización del plan de estudios
A partir de las tres fuentes de información arriba expuestas, se realizó un ejercicio comparativo para identificar la coincidencia de temáticas en éstas y así poder dar con aquellas que son prioritarias, las cuales se presentan como una propuesta a incluirse en el proceso de actualización del plan de estudios, obteniendo los siguientes resultados:
Teniendo como base las temáticas identificadas en el diagnóstico, se puede decir que aquellas como lo son género, educación, religión, arte, salud, medio ambiente, sustentabilidad y urbanismo; tecnologías de la información; e identidades culturales, etnicidad, minorías e indigenismo, se hacen recurrentes tanto en éste como en aquellas temáticas identificadas tanto en las tesis como en el sondeo, siendo los primeros cinco los más recurrentes de acuerdo con las cifras señalas antes.
Por otra parte, derechos humanos, y profesionalización y ciencia son temáticas que solo se señalan en el diagnóstico y en las tesis; mientras que aquellas como criminalística y sociología latinoamericana solo están presentes en este primero y en el sondeo de opinión.
Por último, la temática de teoría solo se hace notar en la revisión de tesis. Deportes y ética es un interés solo recurrente, aunque mínimo, entre el alumnado de la licenciatura.
Tomando en consideración los resultados anteriores, se concluye que las temáticas que existen en el plan de estudios vigente que deben conservarse son: política, trabajo, cultura e identidad, movimientos sociales, instituciones, procesos electorales, participación ciudadana, urbanismo y economía.
Por su parte, aquellas que se recomienda incluir en función del análisis arriba presentado, y sumando a las recién señaladas son: género, educación, religión, arte, derechos humanos (con inclinación al estudio de las diversas violencias ubicadas en ese campo), salud, medio ambiente y tecnologías de la información. Aquí será necesario poner a discusión cuáles de aquellas temáticas que no se hacen tan recurrentes (aunque varias se hicieron presentes en dos de las tres fuentes analizadas) pueden o deben también ser consideradas para su inclusión tomando en cuenta las características propias del contexto actual, tal es el caso de criminalística vista desde la sociología, sociología mexicana, sociología latinoamericana, cuestiones de profesionalización en las ciencias sociales y construcción de conocimiento científico en las mismas, por una parte, debido a las condiciones nacionales particulares de este momento y, por otra, a la búsqueda de estrategias y recursos para poder resarcir los estigmas existentes de las ciencias sociales en general, de éstas en el país y la región, y el cuestionamiento presente desde su origen sobre su nivel de cientificidad; facilitando con ello el enfrentamiento a algunas de las dificultades que ya se señalaron de la sociología mexicana y latinoamericana con respecto a los hitos de la sociología occidental.
Si bien parece un gran reto la inserción de tantas temáticas, es importante considerar que existen ciertos seminarios en lo que su inclusión sea necesaria o bien recibida a partir de las anotaciones señaladas de acuerdo a los resultados del diagnóstico, mientras que habrá otras que, aunque pueda implicar una ruptura con la academia tradicional de la licenciatura, su aparición como oferta educativa y formativa es más que necesaria para ir a la par de las condiciones y demandas de la realidad social actual.
[1] Para conocer la distribución de materias y asignaturas del Plan de estudios de manera más clara, véase el mapa curricular inserto en el tomo I del Proyecto de modificación del plan y programas de estudio de la Licenciatura en Sociología de la FES Aragón (2005, p. 82).
[2] Las universidades consultadas en el apartado anteriormente señalado sirvieron como referentes para la ubicación de estas temáticas recurrentes (Facultad de Ciencias Políticas y Sociales (UNAM), FES Acatlán (UNAM), Universidad Autónoma de Tabasco, Universidad Autónoma de Nuevo León, Universidad Autónoma de Tlaxcala, Universidad Autónoma Metropolitana Azcapotzalco, Universidad Autónoma Metropolitana Iztapalapa, Universidad Autónoma de Morelos, Universidad Autónoma del Estado de México, Universidad de Sonora, Universidad Veracruzana, Universidad Autónoma de Querétaro, Universidad Autónoma de Sinaloa, Mazatlán; Universidad Autónoma de Sinaloa, Culiacán).
[3] Es importante señalar que exista la posibilidad de una mínima variación en el total de trabajos considerando que algunos de los titulados entre este periodo son egresados de planes anteriores, sin embargo, también existe una gran probabilidad de que los temas expuestos en sus investigaciones correspondan más a las necesidades sociales que observaron durante el periodo de reconstrucción de sus proyectos y su proceso de titulación, por lo que pueden seguir funcionando como un referente contextual del periodo señalado, reduciendo así dicha variación.
[4] Se contempla el 2012 como el año en que comienzan a titularse los primeros egresados de la primera generación que cursa el plan actual (2008-2011).
[5] Esta muestra equivale el 25% de la población total (361) de la planta estudiantil registrada entre el 2019 y el 2020 (Macedo, 2020, p. 8).
Conclusiones:
Como se puede observar, romper con el esquema tradicional de que un proceso de actualización como este necesita solo de conocer y enfocarse en la discusión disciplinar, dejando de lado el punto de vista de quienes están cursando los planes y programas de estudio y observando “nuevas realidades” desde donde se encuentran parados, puede ofrecer una enriquecida propuesta de cambio, no solo haciendo más atractiva la oferta académica, sino también otorgando una mayor cantidad de herramientas para que aquellas generaciones que se están formando puedan analizar la realidad social y buscar alternativas más viables para su mejoramiento.
La romantización de la ciencia ha traído consigo la consolidación de una visión estrecha de lo que significa la generación de conocimiento y de quien participa en ello a partir de una visión clásica, positivista y occidental, logrando de esta manera, una versión vertical del proceso enseñanza-aprendizaje, y cuya realidad se hace tangible en los planes y programas de estudio de cualquier disciplina, limitando en algunos casos el poder creativo de quienes se están formando, como sucede con las ciencias sociales frente a la gama inmensa de objetos de estudio y de sus abordajes.
Si bien es de suma importancia no dejar de lado la idea de que uno de los fines de este proceso formativo es dotarles de recursos epistemológicos, teóricos y metodológicos necesarios para el cumplimiento de los perfiles deseados, es necesario que también se incentive el carácter intuitivo e innovador del quehacer científico en el alumnado para que no se limite a interesarse por lo que solo ve en los salones de clase, sino para que esos recursos los use fuera, en la realidad misma, por lo que una revisión constante de los planes y programas de estudio se vuelve urgente en este siglo.
Hoy día es necesario tener en cuenta que “[…] la ciencia debe ser entendida como [… una] tradición acumulativa de conocimientos, factor principal en el mantenimiento y desarrollo de la producción y una de las influencias más poderosas en la conformación de las opiniones respecto al universo y el hombre” (Sandoval, 2012, pp. 57-58), y por ello la necesidad de deconstruir y reconstruir la imagen de la sociología como una ciencia que responde a las demandas actuales, y qué mejor que dando voz a quienes están por enfrentarse a la generación de nuevo conocimiento, por lo que la actualización del plan de estudios se convierte en una gran oportunidad para ello, la cual se debe aprovechar y no ver solo como un requisito para estar a la vanguardia institucional, sino también académica e investigativa.
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Palabras clave:
Sociología, discusión disciplinar, actualización disciplinar, planes y programas de estudio
Resumen de la Ponencia:
La producción de estadísticas de criminalidad constituye un significativo capítulo en la historia de la Ciudad de Buenos Aires, especialmente desde su federalización en 1880. Podemos referir de modo ilustrativo a la labor estadística que realizaba la Policía de la Capital, cuyos resultados eran dados a conocer principalmente mediante el Boletín de Estadística de la Policía, y en las memorias anuales desplegadas por el Departamento de Policía. Tal como ha sido destacado por distintos autores (Olaeta, Sozzo, entre otros), las estadísticas policiales eran leídas en ese entonces por criminólogos, policías y políticos como una manera de sustentar y corroborar el vínculo causal existente entre inmigración y criminalidad.Inspirado en este antecedente, aunque con la mirada puesta en el presente, es pertinente destacar que si bien existen distintas estadísticas sobre la criminalidad disponibles para su consulta (Sistema Nacional de Información Criminal, Sistema Nacional de Estadísticas Judiciales y Sistema Nacional de Estadísticas sobre Ejecución de la Pena), en Argentina carecemos de información estadística oficial suficiente acerca de las detenciones policiales con respecto a los migrantes. Con miras a realizar un aporte frente a esta vacancia presento una sistematización de relevamientos, realizados por distintos organismos y dependencias públicas, con el objetivo de brindar un panorama cuantitativo acerca de las prácticas desarrolladas por la policía durante el gobierno de la Alianza Cambiemos (2015-2019).Al tratarse de una fuente secundaria de datos, describo asimismo distintas aristas relativas a la elaboración de una necesaria y pertinente vigilancia metodológica, orientada a identificar quién produjo los datos, así como también el contexto espacio-temporal y las condiciones del relevamiento. Ambos propósitos, así como la ponencia en su conjunto, forman parte de una investigación postdoctoral más amplia cuyo objetivo es indagar en las relaciones que pueden establecerse entre los discursos gubernamentales que contribuyeron, entre los años 2015 y 2019, a problematizar públicamente los vínculos entre inmigración y delito –especialmente, donde el uso de las estadísticas desempeñó un rol significativo– y las prácticas policiales de detención por delitos y por averiguación de identidad, llevadas a cabo hacia personas migrantes en el ámbito de la Ciudad de Buenos Aires.Resumen de la Ponencia:
Los registros administrativos en distintos ámbitos tanto de la gestión pública como en instituciones y organizaciones aparecen en la actualidad como una valiosa fuente de información para la construcción de datos estadísticos y su análisis para la producción de conocimiento, así como también para la toma de decisiones en las distintas áreas de gestión. Si bien en los países centrales estos registros han contribuido a la producción de datos hace ya algunas décadas, en América Latina su desarrollo es más reciente y presenta distintos desafíos.Algunas de las características que hacen de los registros administrativos fuentes de particular interés son su actualización continua, su cobertura temática y territorial y el relativo menor costo en su producción en comparación con los operativos de campos requeridos por los estudios en base a encuestas.Los desafíos que plantea el uso de estos registros como fuentes para la producción de datos se basan fundamentalmente en que su diseño y uso obedece a fines específicos vinculados a la gestión y no a su tratamiento como datos estadísticos.Esto plantea diversas consideraciones a tener en cuenta para poder utilizarlos de forma adecuada para producir datos de calidad para la producción de conocimiento tanto en ámbitos académicos como también para la evaluación de los procesos de gestión y la toma de decisiones.Las principales dificultades para su utilización, se relacionan en primer lugar con la ausencia de definiciones conceptuales y metodológicas a la hora de la identificar las variables y de la construcción de los instrumentos de captación, así como de la falta de procedimientos de control de calidad en el momento del registro y en el procesamiento de las bases que se conforman -consistencia, duplicaciones, casos incompletos, completitud, etc.-. La ponencia presentará algunas reflexiones sobre experiencias de trabajo concretas de producción de datos a partir de registros administrativos en distintos ámbitos y temáticas -trabajo, violencia de género, educación superior, industrias culturales-, en las cuales la importancia de las definiciones teóricas y metodológicas en los procesos de construcción resultó la dificultad principal. La inconsistencia de los datos -omisiones, duplicaciones, falta de registro de variables y de criterios homogéneos para el registro- también aparecieron como uno de los principales obstáculos.El trabajo de capacitación y sensibilización con los actores que producen estos datos es uno de los principales desafíos para mejorar estos aspectos para los distintos usos de los datos que se pueden construir a partir de ellos. Además, un buen registro en la identificación de los casos permite también la construcción de nuevos datos a partir de la relación entre distintos registros si se cuenta con dicho “ecosistema de bases” haciendo la potencialidad del uso de registros administrativos para la producción de datos aún más interesante.Resumen de la Ponencia:
Investigar la realidad social es un modo de intervenir en ella. Durante el trabajo de campo y su delimitación, quien investiga, se enfrenta una serie de decisiones metodológicas previas, vinculaciones efectivas/afectivas con los demás agentes y sus propias sensibilidades sociales. A nivel general, puede suponerse que las intervenciones sociales (desde la investigación, la extensión, el voluntariado o la militancia universitaria) buscan producir resultados en la realidad, acompañándola, reflexionándola con intenciones de “mejorarla”. Más allá de las buenas intenciones, las prácticas de comunicación y recolección de información se realizan siempre desde un anclaje teórico. La formación disciplinaria de quien investiga, sus percepciones del mundo y de las “problemáticas sociales”, son condicionantes comunes a todo proceso en el que se relacionan teorías, metodologías y datos. Más aún cuando se opta por una estrategia cualitativa y se decide observar siendo partícipe del fenómeno en estudio, a través de inter-acciones con los agentes de interés. En un nivel, las propuestas de intervención pueden ser entendidas como una modalidad de sociología aplicada. En otro nivel, el Trabajo Social es socialmente reconocido por su vínculo con el mandato de invervención (Danani, 2006). En ambos casos, la intervención social se encuentra condicionada, al menos, por tres elementos: a) el acervo teórico sobre la “cuestión social”; b) la construcción de instrumentos operativos para dar respuestas y/o resultados específicos (relativamente “inmediatas”); y c) la orientación ético-política de todo el proceso (Rozas Pagaza, 2005, 2006). Así, quien interviene en el campo puede presentarse como tallerista, voluntario, militante o estudiante unversitario (según guste o considere más apropiado), siendo a la vez parte de una comunidad académica-científica (no en pocas ocasiones estas “credeciales enclasadas” son las que habilitan el posicionamiento anterior) (Freire, 1973). En este marco, en la presente ponencia proponemos reflexionar respecto al proceso de investigación/intervención reparando en instrumentos como el diseño de planificación participativa (Villansante, 2019) y la auto-etnografía (Scribano y De Sena, 2009). En ese sentido, las experiencias previas invitan a recordar propuestas de intevención “desbordadas” por las vivencialidades y sociabilidades involucradas en investigaciones sociales interesadas en ampliar la autonomía de las personas y comunidades involucradas.Resumen de la Ponencia:
El propósito de esta ponencia es mostrar la experiencia de uso de metodologías cualitativas rápidas en una investigación evaluativa que se desarrolló sobre el proceso de implementación y ejecución del programa Casas Compartidas para Jóvenes, realizado en Chile en la Región del Bío Bío, dirigido a jóvenes en situación de calle o en riesgo de estarlo. El programa fue diseñado y mandatado por el Ministerio de Desarrollo Social y Familia de Chile, e implementado y ejecutado durante los años 2020 y 2021 por uno de los organismos colaboradoras de esa entidad. Usualmente se ha entendido que las metodologías cualitativas de investigación son un recurso investigativo que demanda largos periodos de tiempo, tanto para la recolección de datos como para el análisis de estos (Vindrola-Padros y Johnson, 2020; Aspers y Corte, 2019), lo que ha desincentivado su uso para el análisis y evaluación de programas y políticas públicas, que requieren la obtención de resultados rápidos en cortos periodos de tiempo (Tierney y Clemens, 2011). Sin embargo, en la última década, la idea respecto a la extensión temporal de la metodología cualitativa ha comenzado a cambiar, particularmente en el campo de la investigación aplicada en salud, y se ha empezado a tematizar la adecuación de las metodologías cualitativas para ser utilizadas en contextos temporales breves que permitan informar la toma rápida de decisiones en la ejecución e implementación de políticas y programas públicos. A partir de la experiencia de investigación antes mencionada, se discutirá: a) el alcance y descripción del programa Casas Compartidas para Jóvenes a) la pertinencia del uso de metodologías cualitativas rápidas en la investigación aplicada de políticas y programas públicos, b) el posicionamiento de las metodologías cualitativas rápidas como un modelo emergente dentro de los enfoques cualitativos de investigación c) los fundamentos epistemológicos de las metodologías cualitativas rápidas d) la utilidad que reporta la investigación cualitativa rápida para la toma de decisiones durante la ejecución de programas.Resumen de la Ponencia:
Consideramos que la teoría sociológica de Hartmut Rosa (1965), con la integración epistémica de la filosofía social y la sociología, nos permite comprender las experiencias sociales que ocurren en nuestra realidad latinoamericana en la sociedad moderna tardía, a través de la investigación empírica. En esta indagación se establece la interrogante ¿qué es una buena vida socialmente significativa y porque no accedemos a ella? Esta última pregunta ha recorrido todas las generaciones de la Teoría Critica, desde el joven Marx transcurriendo por Max Horkheimer, Theodor W. Adorno, Herbert Marcuse, Walter Benjamin, hasta llegar a Jürgen Habermas y Axel Honneth. Sin embargo, perteneciendo a esta corriente -en su cuarta generación-, Hartmut Rosa incorpora nuevos elementos en el análisis de la calidad de vida contemporánea, a partir de las estructuras temporales en sus dimensiones micro y macrosociales. De esta forma, observa que las decisiones y acciones de los individuos se encuentran constreñidas por estrictos imperativos sistémicos de regulación, coordinación y estructuración de un invisible régimen temporal, dominado por la lógica de aceleración social. Incursionando en la autoobservación de la modernidad tardía, el autor destaca los procesos de aceleración de la vida social y su impacto material, subjetivo y social en los sujetos. De tal manera, examina tres elementos empírico-analíticos de la aceleración social: la aceleración tecnológica, la aceleración del cambio social y la aceleración del ritmo de vida. Estos procesos son inducidos, a su vez, por los motores de aceleración social: 1.- El motor social de la lógica de la competencia; 2- El motor de la promesa cultural; 3.- El ciclo de la aceleración como sistema autopoiético. Ante ello como alternativa, se reconsidera una crítica de las condiciones de comunicación (Habermas) y de reconocimiento social (Honneth) que conlleve una propuesta de Teoría Crítica contemporánea fincada en la resonancia. Hartmut Rosa (Lörrach, Alemania,1965) es profesor titular en el Instituto de Sociología de la Universidad de Friedrich-Schiller de Jena y director del Max Weber Center for Advance Cultural and Social Studies de la Universidad de Erfurt, Alemania. Profesor invitado de la New School of Social Research, de Nueva York y coeditor de la revista 'Time and Society'. Por sus investigaciones ha recibido el Premio Tractatus, 2016, el Premio Erich Fromm, 2018 y el Premio de Investigación de Turingia, 2021. Su última obra importante es Resonancia. Una sociología de la relación con el mundo, Buenos Aires, Katz, 2020.Resumen de la Ponencia:
Este artículo se enmarca en un proyecto de investigación PIDUNTDF (2019- 2021) denominado “Consumos culturales: transformaciones tecnológicas y sentidos en disputa de los jóvenes de la UNTDF”. Se trata de avanzar en una triangulación metodológica de un primer y segundo momento de análisis que abarca los resultados de los análisis de 30 ( treinta ) entrevistas semiestructuradas en profundidad ( Car, Ader, 2021; Car, Naranjo, 2022) y los resultados de dos Focus Group, ambas instancias realizadas a estudiantes de las diferentes carreras de la universidad de Tierra del Fuego. Estas dos instancias de análisis que se abordaron desde diferentes técnicas cualitativas se utilizaron como insumos para procesarlos con un método cuantitativo a través de un software de análisis estadístico textual denominado Alceste, (Romano, Car, Locher, 2020 ) desde una perspectiva socio semiótica (Verón, 1985, 1987, 2013). Se trata indagar en los consumos culturales de manera exploratoria desde una triangulación de estrategias metodológicas diferentes y complementarias que permite articular los enfoques cuali y cuantitativo donde lo previamente trabajado y aprehendido se pone en disponibilidad de manera hermenéutica para profundizar en la comprensión de los sentidos que los y las estudiantes universitarios le atribuyen a sus consumos de ficción. De manera complementaria se trata de poner en evidencia los posibles aportes en el uso del método Alceste que nos permitirá continuar reflexionando de manera crítica sobre las restricciones y potencialidades de una mediación tecnológica en la producción social de conocimiento.