Descripción de la Publicación académica:
As primeiras tentativas de integração latino-americana mostraram um caráter altamente pragmático, sem muitas preocupações com projetos de médio e longo prazo. A principal preocupação era ampliar o comércio intra e extra-regional. No entanto, desde a década de 1980 (década considerada perdida para a América Latina), quando as crises da dívida externa e as políticas de ajuste recomendadas pelo FMI levaram a região a uma maior taxa de pobreza devido aos custos sociais de tais políticas, a América Latina tem repensando sua integração.A criação da LAIA - Associação Latino-Americana de Integração, em 1980, substituindo a LAFTA -Associação Latino-Americana de Livre Comércio, em 1960, e seus esquemas de integração sub-regional visando mudar a trajetória de crescimento econômico da América Latina.No âmbito da ALADI, o Mercosul foi criado, com o objetivo de promover a expansão do comércio intra e extra-regional por meio da eliminação de barreiras tarifárias entre seus membros, implementando uma Tarifa Externa Comum. Os membros plenos do Mercosul são Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. O bloco conta ainda com membros associados: Bolívia, Chile, Peru, Colômbia, Equador, Guiana e Suriname. Este trabalho foi desenvolvido para verificar se o Mercosul, com a eliminação das barreiras tarifárias entre os membros plenos e a Tarifa Externa Comum, tem conseguido cumprir seu objetivo principal, que é ampliar o comércio intrarregional entre seus membros. As metodologias utilizadas para este fim foram a estatística descritiva e a revisão da literatura. Com o objetivo de avaliar a taxa de variação anualizada do comércio no período coberto, optou-se pela utilização da Taxa de Crescimento Anual Composta (CARG), que é um diferencial desta pesquisa. Os resultados mostraram que dentro do bloco, o Brasil tinha a Argentina como seu principal parceiro comercial. Observou-se que houve uma expansão do comércio intrarregional entre 2016 e 2018, seguida de uma redução considerável desse comércio durante o período 2019-2020, mas que o Brasil ainda continuou sendo o membro que obteve os maiores saldos comerciais intrarregionais. O Paraguai, por sua vez, não apresentou a mesma tendência de redução comercial para todos os demais parceiros em 2019 e 2020. Além disso, em 2020, mesmo com a pandemia do COVID 19, o Paraguai conseguiu aumentar suas exportações para o Brasil e Argentina, mostrando um comportamento contrário tendência apenas em suas exportações para o Uruguai. O Uruguai, por sua vez, ampliou suas importações de parceiros ao longo do período, com exceção do Paraguai em 2020, onde suas exportações superaram as importações. Com relação à Argentina, suas exportações para os membros começaram a cair em 2019 e aumentaram em 2020, principalmente em relação ao Brasil. O país também reduziu drasticamente suas importações do Brasil e do Paraguai em 2019 e 2020, embora também tenha expandido consideravelmente as importações do Paraguai.