Resumen de la Ponencia:
Buscaremos nesta proposta de comunicação demonstrar que estamos vivendo em um estado de guerra permanente. A batalha, o conflito constituem parte das nossas relações interpessoais e, por sua vez, alicerça o modo de operar do poder político; ou seja, do Estado contemporâneo. Acreditando que a filosofia se faz através de seus problemas, evidenciaremos em que medida podemos utilizar a perspectiva de
estado de guerra permanente como grade de inteligibilidade do
nanoracismo e do
Racismo de Estado. Este último deve ser compreendido como um “racismo que a sociedade vai exercer sobre ela mesma, sobre seus próprios produtos; um racismo interno, o da purificação permanente, que será uma das dimensões fundamentais da normalização social” (FOUCAULT, 1999, p.73). Nesta proposta buscaremos promover todo um diálogo com breve colocações em torno desse conceito que é apresentado ao longo da filosofia política moderna e contemporânea (Hobbes à Foucault), atualizando com os pensadores de(s)coloniais (Fanon, Mbembe, Quijano) e olhando para a realidade brasileira. Uma vez que esta tem exercido duros golpes a população negra, sobretudo no atual (des)governo, que sempre ver no Negro as grandes mazelas da sociedade. O pensamento racista, a colonização e o racismo científico ferozmente buscaram esvaziar, em suas teorias/práticas, a humanidade que de mulheres e homens considerados negros. Objetivaram e animalizaram seus corpos como também empenharam em destruir sua cultura, saberes e práticas. Todos os estes feitos tiveram como objetivo tornar estes corpos, dóceis, coisas, objetos, de modo que justificasse a utilização deles como instrumentos de trabalho. Nesta mecânica, houve a colonização não somente dos territórios africanos e suas diásporas, mas também dos corpos, das mentes, e sobretudo do saber, para tornar estéril todas as demais concepções de mundo que diferisse do pensamento eurocentrado. O racismo é o que estrutura o Estado brasileiro, historicamente. Sendo algo estrutural, ele constitui e organiza o modo de se relacionar afetivamente, socialmente, profissionalmente, culturalmente e institucionalmente com as pessoas negras e de outras etnias, que não compartilham do Eu hegemônico branco. Neste sentido, regula as ações consciente e inconsciente dos indivíduos, tornando-se um elemento notável no processo de normalização social. Neste processo de decodificação, o corpo negro, em suas linhas, traz os discursos pejorativos construídos a respeito de sua raça. A começar pelo adjetivo que seu corpo carrega: NEGRO! Termo inventado, conforme Achille Mbembe para “significar exclusão, embrutecimento e degradação, ou seja, um limite sempre conjurado e abominado.” (MBEMBE, 2017a, p.19).