Resumen de la Ponencia:
Este estudo de caso, compreende uma pesquisa em andamento, visando verificar as condições de vida e de trabalho das trabalhadoras domésticas, situada na cidade de Ouro Fino, na região Sul de Minas Gerais, Brasil. A temática sobre a formação das relações raciais e de gênero é fundamental para compreender a dinâmica do trabalho na atualidade, em especial o trabalho doméstico. Historicamente, o trabalho doméstico possui suas raízes no passado de escravização da história nacional em nosso país, principalmente, na questão da delegação deste trabalho realizado, em sua maioria, por mulheres e, muitas vezes, por mulheres mais pobres que, no Brasil, tem um grande contingente da população preta. Ouro Fino possui uma relação tênue, de continuidades e descontinuidades entre o rural e o urbano, visto que o grande fluxo do centro urbano com as regiões rurais fornece um movimento de trocar de mercadorias e pessoas. O debate da sociologia rural e urbana será pautado, entre uma definição do que é rural e urbano, a fim de fornecer um debate teórico-conceitual. Sua realidade social, trabalhista e econômica, devido suas dimensões históricas, pode fornecer elementos e contribuir para uma análise sociológica sobre a realidade brasileira, mas, principalmente, sobre a América Latina. A metodologia, inicialmente, foi elaborada com procedimentos de triangulação metodológica, de seleção de textos e materiais de significantes da vida social, para captar e atribuir compreensão à realidade social estudada, conjuntamente com a mensuração do tempo de trabalho realizado pelas trabalhadoras. Devido ao cenário internacional pandêmico pela Covid-19, a pesquisa consiste em análise de documentos e textos produzidos na cidade e análise de dados do IBGE e secundários oferecidos por plataformas digitais, bem como de dados historiográficos da população ourofinense no que tange sobre a formação racial e de gênero da cidade. O debate conceitual apontou o campo e o rural, em contextos colonizados, se valeram de uma estrutura econômica de opressão e dominação, racial e de gênero, antes mesmo da chegada da urbanização. Devida à insuficiência de dados nas estatísticas oficiais sobre o emprego doméstico e da não inclusão deste nos indicadores econômicos na cidade, fez-se necessário incluir para a pesquisa a visibilidade deste emprego através da mensuração de seu tempo de trabalho, etapa ainda em andamento. Optou-se pelos aportes teóricos e metodológicos da Teoria da Reprodução Social para mensurar o trabalho doméstico e seu tempo de trabalho, pois, no capitalismo, a economia produtiva se apropria de trabalhos não-valorizados social e economicamente, que é o caso do trabalho doméstico. Justamente devido à sua capacidade de reproduzir as condições dos trabalhadores, isto é, o trabalho doméstico é uma categoria de ocupação responsável pela reprodução da produção capitalista.