Resumen de la Ponencia:

La presente investigación se basa en la importancia que tiene llevar a cabo procesos de comunicación de riesgo efectivos para prevenir padecimientos en jóvenes, por lo que surge el interés por conocer de qué manera impactan las deficiencias más importantes que intervienen en el proceso de comunicación de riesgos, las cuales son: diferencias de receptividad, falta de comprensión del lenguaje científico, credibilidad de la fuente, los medios de comunicación y los factores sociales, económicos, políticos y culturales, los cuales dificultan una comunicación de riesgos en salud efectiva. La salud de los jóvenes constituye un elemento clave en el desarrollo de una sociedad para su progreso social, económico y político. La percepción del riesgo se basa en una visión subjetiva de una situación, ya que la percepción en sí es personal, sin embargo, está completamente ligada a una visión colectiva. Es importante abordar el problema de la comunicación de riesgos en salud desde el punto de vista de los jóvenes, ya que están en una etapa de la vida en la que los riesgos suelen ser percibidos de una manera distinta y el riesgo real al que se pueden enfrentar no lo consideran lo suficientemente alto, posibilitando que los factores de riesgo no sean la causa directa de comportamientos que representen un riesgo, pero aumentando la probabilidad de que una persona joven los adopte. Para lograrlo, su planea utilizar una metodología mixta con el fin de enriquecer los resultados y cumplir con los objetivos propuestos en la investigación. Se tiene en cuenta la percepción de riesgo en salud que tienen hombres y mujeres de entre 15 y 24 años de edad residentes en Monterrey, Nuevo León, México.

Descripción de la Publicación académica:

El libro surge como fruto de un proyecto de investigación FODEIN-USTA, en el cual se vincularon 18 autores, pertenecientes a 5 universidades, 3 de ellas nacionales y 2 de ellas extranjeras.  Estuvo bajo mi cargo como investigadora principal. Soy autora del primer capítulo, la introducción y el epílogo. Elaboré al aporte teórico y metodológico que presenta este nuevo campo disciplinar. Soy editora  académica de los otros nueve capítulos, que poseen un claro enfoque territorial y logran aportar un balance de la implementación del acuerdo final de paz en diferentes regiones golpeadas históricamente por el conflicto armado, tales como la región Caribe, la Orinoquía, el Vichada, el Chocó, la región del Catatumbo, Topaipí y el Meta.  En la presentación se presentará el balance actualizado de lo que va de la implementación, sus principales obstáculos administrativos, sus avances y sus fracasos. 

Resumen de la Ponencia:

Este trabalho fala sobre o dilema dos Mantos Tupinambás. O “Manto de Montezuma” assim foi por séculos intitulado por colonizadores europeus que sequestraram exemplares desde o Séc. XVII e generalizaram a procedência, até que posteriormente fosse constatado como símbolo dos Tupinambás. Estes confeccionavam longos Mantos de penas avermelhadas, elementos de apresentação das lideranças em rituais diversos, e deixaram de fazê-lo pela conjuntura de persecução europeia, que quase dizimou simbolicamente e fisicamente a etnia em questão, antes uma das mais numerosas. Lygia Pape e Daiara Tukano, artistas de mundividências e contextos diversos, trabalharam representações para o Manto. “Memória Tupinambá” (1996-99) e “Carandiru” (2001) são algumas obras em que Pape traz a referência, ativada pela cor vermelha e por alusões às formas e materiais tradicionais. Tukano, por sua vez, elaborou uma réplica que trajou em ativação na Pinacoteca de SP (na exposição “Véxoa – Nós Sabemos”, de 2020) e que expôs na 34º Bienal de SP, como parte da obra “Kahtiri Eõrõ– Espelho da vida”, junto com um espelho, traduzindo uma inversão de um elemento utilizado pejorativamente contra indígenas. Em pinturas de Pedro Américo (um dos maiores herdeiro das missões artísticas francesas contratadas pela corte portuguesa para traduzir o Brasil em imagens e para aqui fundar as primeiras academias de arte), D. Pedro II aparece com indumentárias majestáticas (Museu Nacional de Belas Artes, 2021; Museu Imperial, 2021) com um indício iconográfico significativo (Ginzburg, 2014): a Murça avermelhada, de penas de papo de tucano, contracena provocativamente com os Mantos. Ela revela a dinâmica do perinde ac cadáver, “obedece como cadáver”, lema jesuítico colonial de imposição de obediência e submissão (Gizlene Neder, 2000), que se resolve, dentre outros gestos, numa apropriação instrumentalizada do Novo Mundo, seus símbolos e originárias “imagens” (Didi-Huberman, 2017). Glicéria Tupinambá, liderança indígena da Serra do Padeiro (sul da Bahia), confeccionou em 2006 um Manto em tentativa inicial de aprender a técnica, o qual foi doado para o Museu Nacional (RJ) e foi salvo do incêndio fatal. Os Encantados que regem a sua etnia lhe avisaram, porém, que ainda não era o retorno definitivo, e Glicéria seguiu aprimorando a técnica. Em 2021, por fim, se anuncia: Kwá yapé turusú yuriri assojaba tupinambá. “Essa é a grande volta do manto Tupinambá” (Tugny et al., 2021). Neste trabalho buscamos pensar sobre o Manto como capital simbólico e político em “partilhas de sensíveis” (Rancière, 2009) postas em contexto histórico colonialista de rupturas e continuidades de longa duração. Buscamos também pensar sobre a diferenciação artefato/arte, dilema que recai em especial sobre produções indígenas (Esbell, 2019).

Resumen de la Ponencia:

A construção da sociedade foi, desde sempre, baseada na definição e reprodução dos papéis sociais de gênero, ou seja, o que é ser mulher ou homem numa coletividade. A mulher é normalmente colocada em uma posição de inferioridade e subordinação  e é vítima de diversas formas de violência e opressão advindas tanto do homem,  e da sociedade como um todo. Na visão patriarcal o homem pertence ao espaço público, às decisões políticas, à socialização e à liberdade de ir e vir. Já o gênero feminino fica restrito ao espaço doméstico, no cuidado da casa, dos filhos e do marido e no cultivo dos alimentos. Neste trabalho pretende-se demonstrar como deu-se, desde o início, a relação entre  as mulheres e a natureza, assim como a luta na defesa e preservação do meio ambiente até os dias atuais. No entanto, em cada sociedade a relação da mulher com o meio ambiente é diferente, decorrente de por questões culturais e tradições passadas de geração a geração. Com a finalidade de introduzir o tema serão elencados e elaborados alguns conceitos essenciais utilizados no decorrer do artigo: Ecofeminismo, meio ambiente, desenvolvimento sustentável, povos tradicionais, ribeirinhas e caiçaras. No que diz respeito ao conceito de ecofeminismo, abordar-se-á  a definição de gênero os pressupostos desta teoria e suas diferentes vertentes. Os povos estudados neste trabalho são: as camponesas, as quebradoras de coco babaçu do Maranhão, as indígenas, quilombolas e as pescadoras, tanto ribeirinhas como caiçaras. A pesquisa tem por finalidade analisar e comparar a relação das mulheres desses povos com a natureza e com os demais indivíduos do grupo e estudar de que maneira ocorrem  as relações de gênero. O trabalho fundamenta-se em dois métodos de pesquisa – qualitativa e quantitativa – mas com ênfase no método qualitativo, assegurando que a pesquisa tenha um enfoque mais humanista, ou seja, são pesquisas que defendem o estudo do ser humano e sua interpretação do mundo. A pesquisa utiliza  a revisão bibliográfica por meio da análise de textos de periódicos científicos, documentos, livros, jornais e revistas. Também foram realizadas entrevistas com mulheres caiçaras em diferentes locais no arquipélago de Ilhabela, localizado no Litoral Norte do Estado de São Paulo,  visando compreender como se apresenta a relação das mulheres moradoras das comunidades caiçaras com o meio ambiente, dentro de uma sociedade tradicional e patriarcal,  em contraposição aos estudos sobre ecofeminismo e ecologia, para em seguida responder algumas questões: Como essas mulheres são tratadas pela comunidade? Existem papéis divididos por gênero? As mulheres também pescam? Há uma preocupação ambiental diferente entre homens e mulheres? As respostas podem futuramente ajudar na formulação de políticas públicas para resguardar tanto as mulheres como o meio ambiente. 

Resumen de la Ponencia:

O presente artigo consiste em refletir sobre as mudanças no mundo do trabalho no período da pandemia da Covid-19 no Brasil. A pandemia da Covid-19, decretada em março de 2020 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), agravou e, ao mesmo tempo escancarou, as desigualdades sociais no país.A crise sanitária agregada a crise política, econômica e social intensificou a precarização do trabalho. Precarização esta que em 2017 teve solo fértil com as contrarreformas, previdenciária e trabalhista, que significam o esfacelamento de direitos historicamente conquistados pela classe trabalhadora e, ao mesmo tempo, fazem parte de um pacote neoliberal de ataques aos direitos sociais. Diante deste cenário de precarização, a organização do trabalho vinculada ao uso das tecnologias e plataformas digitais tornam-se em estratégias de contratação da força de trabalho que escondem o assalariamento, pois sua negação de relação de trabalho com a face de cooperação cria a ideia de autonomia e independência para o/a trabalhador/a. A contratação via plataforma (aplicativos) retira a relação empregador e empregado e, simultaneamente, subordinando a relação. Desta forma, por ser caracterizarem como relações colaborativas, ou seja, aparência de não trabalho, fica posto a descaracterização de uma relação de trabalho.Foi diante dessa conjuntura que a pandemia da Covid-19 é decretada. Com todo esse cenário de precarização, que é anterior à crise sanitária, que temos o crescimento especificamente do trabalho sob plataformas, onde tem gerenciado e consolidado um número expressivo de trabalhadores/as informais. A esta modalidade de precarização convencionou-se chamar de “uberização do trabalho”. A uberização é algo que nomeia uma nova condição do/a trabalhador/a, ou seja, o/a trabalhador/a sob demanda, que traz uma nova tendência de controle, de gerenciamento e de organização, porém, sem com que as grandes articulações da estrutura uberizada, perca o controle pelos/as trabalhadores/as.Assim, esse artigo tem por objetivo refletir sobre as diversas formas de precarização do trabalho encontradas no período da pandemia da Covid-19 no Brasil, com ênfase na “uberização do trabalho”.

Introducción:

A reestruturação do capital mundializado se intensificou nas últimas décadas do século XX no Brasil e provocou mudanças qualitativas na organização da força de trabalho. Na década de 1990 começou a ser implementado o neoliberalismo, através, primeiramente, do governo de Fernando Collor de Mello (1990-1992) e seu substituto Itamar Franco (1992-1994) e, posteriormente, por Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Dessa época até os dias de hoje, acompanhamos uma reformulação do Estado brasileiro para um tipo de adequação à lógica perversa do capital que almeja, por exemplo, terceirização, precarização das relações de trabalho, desemprego estrutural e chega em privatizações de empresas públicas com o argumento neoliberal de que o Estado não consegue administrar de forma eficaz as suas próprias instituições.

O mundo do trabalho no contexto pré-pandêmico brasileiro, segundo Antunes (2021), apontava altos índices de informalidade, trabalhos terceirizados, pejotizados, intermitentes, flexíveis, ocasionais, dentre outros exemplos de precarização. Durante a pandemia da Covid-19, decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em março de 2020, este quadro se agudizou. Apesar da crise sanitária provocada pela pandemia, o governo de Jair Messias Bolsonaro (2019-2022) continuou com a sua agenda, dando seguimento ao desmonte de garantias trabalhistas, com a flexibilização das relações de trabalho, causando, consequentemente, o agravamento das expressões da questão social, como pobreza, miséria, desigualdade social, fome, desemprego estrutural, aumento de trabalhos informais e precarização das condições de trabalho em geral.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em 2019, 58,6% dos trabalhadores se encontravam no mercado formal e 41,4% na informalidade. Entre estes trabalhadores, 65% dos brancos se encontravam no mercado formal e 34,3% no informal; enquanto 52,8% da população preta e parda se encontrava no mercado formal e 47,2% no mercado informal.[1] Os níveis de desemprego também explodiram no período da pandemia e chegamos no quarto trimestre de 2021 com 12,0 milhões de desempregados e 64.525 mil pessoas fora da força de trabalho, sendo a taxa de desemprego de 11,1%.[2]

O primeiro tópico deste artigo aponta para as mudanças no mundo do trabalho, com as contrarreformas, como a da previdência e trabalhista, que significam o esfacelamento de direitos historicamente conquistados pela classe trabalhadora e fazem parte de um pacote neoliberal de ataques aos direitos sociais. Já o segundo tópico reflete sobre diversas formas de precarização do trabalho encontradas no período da pandemia da Covid-19 no Brasil, com ênfase na “uberização do trabalho”.

 

[1] Dados disponíveis em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/9221-sintese-de-indicadores-sociais.html?=&t=resultados Acesso em: 30 mar. 2022.

[2] Dados disponíveis em: https://www.ibge.gov.br/explica/desemprego.php Acesso em: 30 mar. 2022.

Desarrollo:

PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO: BREVES NOTAS

Partimos do pressuposto de que as crises capitalistas e suas consequências atravessam a vida dos trabalhadores/as e reorganiza o trabalho – entendendo que a função da crise é recuperar o equilíbrio do sistema capitalista. Com isso, é necessário implementar, por exemplo, políticas de cunho neoliberal que rebaixam os salários, reduzem direitos e políticas sociais, como também é preciso modificar o processo produtivo e do mercado de trabalho.

A nova organização do trabalho é marcada pelo aumento da precariedade, em especial, em países periféricos, onde é exigido o desmonte da legislação protetora do trabalho, crescendo assim, os trabalhos temporários, terceirizados e informais. Atualmente no Brasil, vivemos um contexto de oficialização da desregulamentação do trabalho e de empobrecimento da classe trabalhadora, uma ação política, econômica e cultural de cunho conservador e com maior visibilidade no atual governo.

Ao olhar as formas de mercantilização do trabalho nos país, encontram-se condições de desigualdades marcadas por uma vulnerabilidade estrutural, caracterizada por uma ofensiva do capital contra os/as trabalhadores/as que se configuram com formas de inserção precárias, sem proteção social, com salários baixos (Antunes; Druck, 2015). Assim, este novo momento da crise estrutural do capital é marcado pela precarização do trabalho em escala nacional e, também, global.

A aprovação da regulamentação da terceirização irrestrita em 2017[1] trouxe consigo a preocupação com o futuro da classe trabalhadora. Entretanto, não demorou muito para que a preocupação se tornasse realidade, pois houve uma enxurrada de ataques contra a classe trabalhadora com a “reforma” trabalhista, fim do Ministério do Trabalho, agora vinculado ao Ministério da Economia e com o advento da “uberização”, colocando em xeque a garantia de leis básicas de proteção ao/a trabalhador/a. Todas essas mudanças abrem caminho para abusos como, aumento de horas de trabalho, acidentes de trabalho e acrescenta novos elementos à exploração do trabalho e da vida da classe trabalhadora.

A uberização[2] faz parte das mudanças ocorridas no mundo do trabalho, com uso de novas tecnologias, criando um conjunto de novos modelos de “contrato” de trabalho. Contudo, transfere para o “colaborador”/trabalhador/a a produção, os custos, os riscos e as responsabilidades, além de, distanciar e manipular a regulação do Estado e desmontar as possibilidades de organização dos sindicatos, dificultando ações e fiscalizações que poderiam impor alguns limites à exploração e criar regras que possibilitassem o mínimo de dignidade ao trabalho.

Para Filgueiras e Antunes (2020) a organização do trabalho vinculada ao uso das tecnologias e plataformas digitais, que hoje são inúmeras, são estratégias de contratação da força de trabalho que escondem o assalariamento, pois sua negação de relação de trabalho com a face de cooperação cria a ideia de autonomia e independência para o/a trabalhador/a. A relação construída entre a empresa e o/a trabalhador/a, via aplicativo, retira a relação empregador e empregado e, simultaneamente, subordinando a relação. Somado a isto, há uma relação contraditória, onde a tecnologia possibilitaria “a identificação e a efetivação de direitos aos trabalhadores/as mais fácil do que em qualquer outro período da história. Contudo, com o discurso de que estamos diante de novas formas de trabalho que não estão sujeitas à regulação projetiva” (Filgueiras; Antunes, 2020, p 29), por ser caracterizarem como relações colaborativas, ou seja, aparência de não trabalho, fica posto a descaracterização de uma relação de trabalho.

A pandemia causada pela Covid-19[3] trouxe enormes mudanças para o mundo em todas as esferas. Além dos efeitos devastadores na vida da população mundial e no sistema de saúde, a pandemia também interrompe o acesso e a permanência no mercado de trabalho, aprofundando a crise econômica já existente e expandindo a massa de desempregados/as. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) tem monitorado os impactos da pandemia no mundo do trabalho e aponta que a região mais afetada é a América Latina, sendo as mulheres as que estão inseridas nos grupos mais vulneráveis[4].

A precarização do trabalho durante a pandemia[5] foi expandida para outras categorias de trabalho, não ficando restrita somente na área de serviço e, a “uberização”, já em vigor bem antes, contribuiu para esse contexto de informalidade em outras categorias de trabalho, servindo de experimento para o capitalismo e levando a classe trabalhadora para mais informalidade e trazendo fortemente a ideia de colaboradores, “justificando” a exclusão do não acesso às garantias trabalhistas (Antunes, 2020).

Ao discorrer sobre os impactos da pandemia, David Harvey (2020) defende que as mutações dos vírus existem a todo momento no mundo e o que torna ele letal vai depender das condições ambientais produzidas pelo capital e pelas ações da humanidade. O autor afirma ainda que “os impactos econômicos e demográficos da propagação do vírus dependem de fendas e vulnerabilidades preexistentes no modelo econômico hegemônico” e que a “Covid-19 exibe todas as características de uma pandemia de classe, de gênero e de raça” (Harvey, 2020).

Corroborando com as premissas de Harvey (2020), Antunes (2021, p.15) que deixa claro que “[...] tínhamos um cenário econômico, social e político dilacerado” e “[...] não foi a pandemia que causou essa tragédia social, ela exasperou, desnudou e potencializou exponencialmente um quadro que já existia”.

“TRABALHO UBERIZADO”

Partindo do pressuposto de que a crise sanitária que foi desnudada apontou, conforme Antunes (2021), que as causas dessa tragédia trouxeram à tona uma realidade perversa que, ao mesmo tempo, amplificou as questões já vivenciadas na sociedade. Pois, quando foi decretada a pandemia da Covid-19, oficialmente, em março de 2020, no Brasil já tínhamos 40% da população na informalidade (Antunes, 2021). Dessa forma, é enfático que a crise social que vivemos, hoje, é fruto das respostas do sistema capitalista às suas crises iniciadas há umas décadas, desde os anos 1970, com seu movimento estrutural de superprodução e subconsumo, como apontam Raichelis e Arreguia (2021, p. 139).

No capitalismo tem-se a facilidade de incorporar novas formas de organização como, por exemplo, a celeridade da produtividade, dispondo de tecnologias de base digital. Essas medidas estimulam a redução de trabalho vivo, ampliando a população sobrante, ou seja, essa superpopulação relativa permanece às margens das necessidades médias de valorização do capital.

Nesses termos, a precarização do trabalho não é uma fatalidade, como muitos (as) querem fazer crer, mas uma estratégia do padrão de acumulação capitalista em tempos de mundialização neoliberal, tanto no centro quanto na periferia dependente. Trata-se de um poderoso mecanismo de reorganização do trabalho no contexto do capitalismo hegemonizado pelas finanças, que combina flexibilização, terceirização e informalidade do trabalho. (Raichelis; Arreguia, 2021, p. 139).

 

Portanto, mesmo o trabalho sendo peça fundamental do capitalismo, sua essência se transforma com a dialética capitalista e cada vez mais rechaça os/as trabalhadores/as, como o desmonte dos direitos trabalhistas, assumindo uma postura precarizada. Dessa forma, esse fenômeno do trabalho precário e trabalhadores/as explorados/as, apenas se reformula no cenário contemporâneo, mas não abandona suas raízes preponderantes.

O Brasil é historicamente um país que não investe em condições sociais mínimas de bem-estar, de forma continuada e progressiva. Com isso, em meio as crises, as manifestações da “questão social” ganham espaços com muita facilidade. Assim acontece em relação ao trabalho, pois a população não possui condições adequadas para sua reprodução social, submetendo-se ao trabalho desprotegido e às informalidades. Dentre as expressões submersas pela informalidade, podemos constatar o crescimento especificamente do trabalho sob plataformas, onde tem gerenciado e consolidado um número expressivo de trabalhadores/as informais. A esta modalidade de precarização do trabalho, Ludmila Abílio (2020) vai chamar de “Uberização”, a qual:

[...] refere-se às regulações estatais e ao papel ativo do Estado na eliminação de direitos, de mediações e controles publicamente constituídos; resulta na flexibilização do trabalho, aqui compreendida como eliminação de freios legais à exploração do trabalho, que envolve legitimação, legalização e banalização da transferência de custos e riscos ao trabalhador. [...] a uberização do trabalho define uma tendência em curso que pode ser generalizável pelas relações de trabalho, que abarca diferentes setores da economia, tipos de ocupação, níveis de qualificação e rendimento, condições de trabalho, em âmbito global (Abílio, 2020, p. 112).

 

Ou seja, a uberização é algo que nomeia uma nova condição do/a trabalhador/a, que seria, o que a Abílio (2020) também denomina como trabalhador/a just-in-time – ou seja, o/a trabalhador/a sob demanda, que traz uma nova tendência de controle, de gerenciamento e de organização, porém, sem com que as grandes articulações da estrutura uberizada, perca o controle pelos/as trabalhadores/as.

Essa complexidade já vem expressa na redefinição das próprias relações de trabalho, pois há uma crescente oligopolização das empresas de plataforma. Com isso aumenta em um nível considerável o processo de informalização. Em caráter de exemplo, a ocupação na empresa Uber, já surge na informalidade, “não” há o que se negociar, a grosso modo falando.

Já o processo de informalização fica claro no exemplo que Abílio (2020) traz sobre a ocupação de Motoboys, pois era uma função terceirizada que, em determinado momento, passa por regulações. Então, com esse engajamento da informalidade complexa, no cenário da uberização, há, por exemplo, uma dificuldade para esses Motoboys conseguirem um vínculo celetista em alguma empresa terceirizada.

Por que, quem vai contratar, hoje, um Motoboy “formal”, entre mil aspas, podendo transferir para esse trabalhador a responsabilidade do seu próprio gerenciamento? Podendo deixar esse trabalhador “gerenciando” seu tempo, sua disponibilidade para as plataformas?

No entanto, a complexidade do processo de uberização, está em jogo há bastante tempo, que são seus próprios meios de controle e gerenciamento do seu trabalho. Esse fenômeno (do gerenciamento) não se inicia com as plataformas, porém, ganha visibilidade e potencialidade com elas. Esse fenômeno já vem desde o Toyotismo, onde já eram gestadas formas de trabalho que incorporavam a noção de autonomia, de liberdade, como elementos da gestão do trabalho (Souza Filho; Gurgel, 2016).

Com isso, transferiam para o/a trabalhador/a uma série de questões que constituíam, historicamente, o controle do trabalho. Ou seja, no Fordismo, a gente visualiza a questão do trabalho vigiado, do trabalho controlado com o relógio do ponto, como muito bem apresentado no curta metragem Tempos Modernos protagonizado por Charles Chaplin.

Já o Toyotismo traz um novo modelo disciplinar do trabalho, mas que não foge do controle. Então, esse modelo disciplinar, hoje, com a uberização, também gesta um/a trabalhador/a que tem que ser vigiado e controlado, mas, que “não” tem um gerente. Porque ninguém está ali, materializado, dizendo a que horas o/a trabalhador/a precisa chegar ao trabalho, até que horas ele/a tem que trabalhar, dizendo qual sua meta do dia. Contudo, o aplicativo faz esse trabalho de controle, por exemplo. Mas na cabeça do/a trabalhador/a, ele/a é seu próprio gerente. Então, não há o controle formal, materializado sob algo palpável, não há um contrato formal, pelo contrário, ocorre uma informalização das regras. 

Portanto, essa é a perspectiva que costura toda a presente análise, a uberização não pode ser entendida apenas como uma espécie de ponta do iceberg do neoliberalismo e da flexibilização do trabalho, muito menos como mero resultado da inovação tecnológica. É preciso compreender que ela dá visibilidade, em uma perspectiva global, a elementos que são insistentemente invisibilizados e diretamente associados à constituição da periferia em sua especificidade no desenvolvimento capitalista. (Abílio, 2020, p. 113).

 

Em síntese, a especificidade das plataformas é de conseguir informalizar sem “amarrar” o/a trabalhador/a diretamente, mas o subordina através de inúmeras variáveis como as condições climáticas, por exemplo. Ou seja, quando está chovendo, acontece o aumento das tarifas, o que é conhecido nos aplicativos por tarifas dinâmicas, e também tem o aumento das demandas dos entregadores. Nesse cenário, quem se submete a um temporal para trabalhar? Quem bate a meta? Dada a configuração, esse trabalhador passa a ter um gerente invisível, travestido de plataformas e algorítimos, que o controla por vários ângulos. 

 

[1] A regulamentação da terceirização irrestrita foi aprovada pelo Congresso Nacional e o Projeto de Lei 4.302/1998 foi sancionado pelo presidente Michel Temer em 31 de março de 2017, ganhando o n. de Lei 13.429/2017, que amplia a terceirização e legaliza a contratação de prestadores de serviço para executarem a atividade fim de uma empresa.

[2] Uberização vem da referência à empresa multinacional Uber – plataforma que conecta usuários a motoristas parceiros, prestando serviços via aplicativo na área do transporte privado urbano, através de uma plataforma digital de transporte que permite a busca por motoristas baseada na localização do consumidor.

[3] A Covid-19 é a doença infecciosa causada pelo novo coronavírus, identificado pela primeira vez em dezembro de 2019, em Wuhan, na China. Fonte: https://www.paho.org/pt/covid19. Acesso em: 2 mai. 2021.

[4] 32 Impactos en el mercado de trabajo y los ingresos en América Latina y el Caribe. Disponível em: https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---americas/---ro-lima/documents/publication/wcms_749659.pdf. Acesso em: 24 abr. 2021.

[5] Ainda estamos em período pandêmico no Brasil, com mortes diárias e no mundo, vide China que decretou lockdown no mês de março de 2022. Fonte: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/03/28/china-coloca-xangai-em-lockdown-por-causa-do-aumento-dos-casos-de-covid.ghtml. Acesso em: 14 abr. 2022.

Conclusiones:

Após constatações empíricas sobre o mundo do trabalho no período pandêmico brasileiro e a partir de reflexões de autores e autoras que também pensaram sobre o mundo do trabalho neste período, compreendemos que estamos diante de uma crise estrutural do capitalismo, que na década de 1970 não conseguiu se reerguer e voltar ao seu ciclo. Como resposta a esta crise, houve um processo de reorganização do capital, sendo um dos contornos mais evidentes o advento do neoliberalismo. Várias transformações ocorreram no modo de produção capitalista, como a introdução do Toyotismo. Acompanhamos, dessa forma, a erosão do trabalho regulamentado.

A realidade neoliberal chega ao Brasil na década de 1990, com início no governo Collor e tendo continuidade através dos governos seguintes. Como visto, chegamos ao contexto atual brasileiro com profundos retrocessos aos direitos sociais e às políticas públicas. Além disso, é constante a busca desenfreada pela exploração da força de trabalho, através de contrarreformas, como a trabalhista e a previdenciária. Este quadro trouxe profundas consequências com a chegada da pandemia da Covid-19 o que acirrou a miséria e a exploração da classe trabalhadora. Os segmentos mais empobrecidos da classe trabalhadora foram os mais afetados pelos efeitos da pandemia, pela crise econômica do país e pelas medidas neoliberais instauradas.

Por fim, encontramo-nos em um momento em que a crise do capitalismo intensificou e acirrou as mudanças na esfera do mundo do trabalho, sendo muitos os ataques contra tentativas de resistência da classe trabalhadora. O grande capital investe em tentativas de enfraquecimentos de sindicatos, violência contra movimentos sociais, em mecanismos de alienação da classe trabalhadora, etc. Entretanto, é nítida a necessidade de organização e conscientização dos trabalhadores, a fim de que estes resistam e lutem pelos seus direitos. São muitas as bandeiras de luta levantadas nas ruas através de protestos, mostrando que parte da população é contrária ao projeto neoliberal e busca estratégias para mudar a realidade vigente.

Bibliografía:

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ANTUNES, R. (2020). Pandemia desnuda perversidades do capital contra trabalhadores. Brasil de Fato, 27 de junho. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2020/06/27/ricardo-antunes-pandemia-desnuda-perversidades-do-capital-contra-trabalhadores. Acesso em: 24 abr. 2021.

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FILGUEIRAS, V.; ANTUNES, R. (2020). Plataformas digitais, Uberização do trabalho e regulação no capitalismo contemporâneo. Contracampo, Niterói, v. 39, n. 1, p. 27-43, abr./jul.. Disponível em: https://periodicos.uff.br/contracampo/article/view/38901. Acesso em: 24 abr. 2022.

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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE) (2021). Desemprego. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/explica/desemprego.php Acesso em: 30 mar. 2022. 

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SOUZA FILHO, R.; GURGEL, C. (2016). Gestão democrática e serviço social: princípios e propostas para a intervenção crítica. São Paulo: Cortez.

Palabras clave:

Precarização do trabalho; Pandemia da Covid-19; Uberização.

Resumen de la Ponencia:

En 1995, el gobierno neoliberal de Fernando Henrique Cardoso extinguió el principal órgano de articulación de la sociedad civil con el gobierno federal: el CONSEA - Consejo Nacional de Seguridad Alimentaria y Nutricional. Esta interrupción histórica ha perjudicado y sigue perjudicando la revisión y profundización de la seguridad alimentaria y nutricional (SAN) en el escenario brasileño, para garantizar el derecho humano a la alimentación adecuada - DHAA. La propuesta presentada fue el "Programa Comunitario Solidario", que incluía un consejo para avanzar en la "asociación" Estado-Sociedad. Esta estrategia pretendía abordar la lucha contra el hambre, la pobreza y la exclusión social. Sin embargo, dentro de un plan centrado en el discurso neoliberal, de flexibilidad y asociaciones entre el Estado, el mercado y el tercer sector, el proyecto no avanzó como debería haberlo logrado. Con el Gobierno progresista de Lula, y en medio de las reconfiguraciones neoliberales actuales, se creó el Programa Hambre Cero, que permitió insertar el discurso del pacto social de lucha contra el hambre y la pobreza, la agenda del DHAA y la SAN, como prioridad del Gobierno federal mediante la construcción de políticas intersectoriales, desarrolladas en tres modalidades de intervención: estructural, específica y local. Para esto, se estableció un marco operativo que involucra a varios ministerios, la creación de un Ministerio Extraordinario de Seguridad Alimentaria y Lucha contra el Hambre (MESA), y la reactivación del CONSEA. Después de muchas críticas, fue reformulado, creando el Ministerio de Desarrollo Social y Combate al Hambre (MDS) y transformado, en 2016, después del golpe institucional, en el Ministerio de Desarrollo Social y Agrario (MDSA) en el gobierno de Temer. En 2019, con el gobierno de Bolsonaro, este ministerio fue extinguido a través de la Medida Provisional Nº 870 y sus atribuciones fueron incorporadas al Ministerio de la Ciudadanía; junto con la extinción del CONSEA. El escenario reciente en Brasil es de múltiples crisis, además de la emergencia sanitaria, la deconstrucción de las políticas públicas sociales, los procesos de inestabilidad en la garantía de los derechos sociales y la protección social, como hemos vivido en los espectáculos del hambre, el desempleo y la falta de salud, todo esto agudizado en el contexto de la pandemia del Covid-19. Desde las oportunidades de confrontación colectiva que nos proporciona la actual coyuntura, nos preguntamos: ¿Cómo recomponer las políticas económicas, medioambientales y sociales para luchar contra el hambre y proteger la salud?¿Cómo podemos difundir la conciencia de clase, las actitudes de indignación y la inquietud en la sociedad frente a la realidad actual del hambre en Brasil? ¿Somos capaces de fomentar el deseo de movilización y de lucha continua por la protección social, y de trazar caminos capaces de romper con el neoliberalismo?

Resumen de la Ponencia:

La presente ponencia desarrolla un planteamiento discursivo que busca destacar el rol transformador que desempeñan las Juntas de Acción Comunal (JAC) en el campo del derecho y la justicia en Colombia. Ante la crisis arraigada en el aparato judicial colombiano, las JAC germinan como una propuesta disruptiva de gestión pacífica de conflictos, que ubica el justo comunitario como vector principal de su método, y la coordinación entre diversas instancias y/o entidades involucradas en la administración de justicia como los rieles de su andar, al tiempo que generan la transformación de las relaciones de poder entre el Estado y la sociedad civil.Para lograr abarcar de forma integral la temática anterior, se dará cuenta de un proceso en marcha – a través de una metodología de investigación acción participante desde lo local- que permite, en primer lugar, identificar los modelos pacíficos de gestión de conflictos y garantía de derechos existentes en las comunidades campesinas de una región específica de la geografía nacional de Colombia, la del piedemonte araucano. Esta identificación permitirá caracterizar cada una de las experiencias y sus nodos de articulación a partir de tres categorías: prácticas pacíficas, territoriales y comunitarias de re-existencia popular, modelos de gestión de conflictos y redes vivas de acción comunitaria. En segundo lugar, se esbozarán los modos de acción sobre la gestión de los conflictos comunales por parte de los grupos guerrilleros que históricamente han realizado control social y territorial en la región indicada; así como sus convergencias y contradicciones con las experiencias identificadas en el primer momento. En tercer lugar, a modo de síntesis, se abordarán las posibilidades de articulación de los modelos comunitarios de gestión de conflictos existentes, la oferta de justicia ordinaria local, y el espectro de justicia transicional producto de los Acuerdos de La Habana con la guerrilla de las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia -Ejército del Pueblo (FARC-EP).

Resumen de la Ponencia:

Esta comunicação tem por objeto examinar o estatuto do corpo humano por meio dos projetos de lei acerca da “pele” propostos e discutidos no Parlamento Brasileiro. Busca-se apresentar como a "pele" se constrói enquanto símbolo e quais significados sociais são disputados no processo de criação das leis. A fim de circunscrever a inteligibilidade social da “pele”, examinam-se os conteúdos de propostas legislativas disponíveis no site da Câmara dos Deputados do Brasil. Os estudos sociais sobre a  "pele" inserem-se no recente campo de pesquisa da sociologia do corpo, constituindo-se um subcampo formado por diversas áreas do conhecimento, incluindo-se a antropologia, a sociologia e a história. Como objeto de investigação, a “pele" apresenta-se como limite, isto é, a fronteira entre o corpo e o mundo que o cerca, mas também é, simultaneamente, parte desse corpo. Ao tocar a pele, toca-se o corpo; ao marcar a pele, marca-se o corpo; ao se modificar, agredir ou preservar a pele, está-se fazendo o mesmo ao corpo. A pele também é um marcador de diferenças, igualmente marcado por diferenças. Nesse campo pluridisciplinar invocado pela “pele”, enfrentam-se questões relacionadas com gênero, raça, idade, saúde e doença, identidade, violência e modificações corporais (piercings, tatuagens e cirurgias, por exemplo). Até o momento, foram identificados 150 projetos de lei que abordam a pele sob os mais diferentes ângulos, entre os anos 1968 a 2021. Desse conjunto de propostas legislativas, 47 tratam da proteção e exposição ao sol e 11 sobre tratamentos, conscientização e prevenção do câncer de pele. Há ainda 36 propostas que dispõem sobre outras doenças que afetam a pele, a exemplo do vitiligo, HPV, hanseníase etc. Esses projetos de lei somam um total de 84 proposições referentes à saúde e ao aspecto da pele. Dos 66 projetos restantes, 35 se referem à heteroidentificação, discriminação, injúria e preconceito racial. Há ainda 10 propostas acerca de procedimentos estéticos e cirurgias reparadoras da pele. Desse corpus analítico, destaca-se que o Parlamento Brasileiro constitui-se como palco no qual diferentes aspirações sociais concretizam-se para configurar uma ordem pública do corpo incerta, diversificada e, por vezes, incoerente, confrontando o discurso médico-científico com concepções do senso-comum.

Resumen de la Ponencia:

El siguiente trabajo se basa en algunos planteos y resultados derivados del proyecto de investigación “Migrantes del sistema educativo”: trayectorias académicas y relaciones con el(los) saber(es) de estudiantes de nivel superior”, actualmente en curso en la Universidad Nacional de Rafaela (UNRaf), Argentina. El objetivo de este proyecto es el de reconstruir las trayectorias académicas de jóvenes estudiantes que han cursado por lo menos una carrera universitaria o terciaria anteriormente a su ingreso a la UNRaf sin haberla finalizado dado que representan un grupo numeroso dentro de nuestra institución y que ha sido escasamente estudiado en la literatura especializada. Nos interesa visibilizar la dificultad que implica que estas/os estudiantes sean clasificados, en muchas ocasiones, en el sistema universitario argentino, como “desertores” a pesar de que se encuentran estudiando en otra universidad. Cabe mencionar que la Secretaría de Políticas Universitarias de nuestro país incorporó en el año 2018 un nuevo indicador denominado “Tasa de cambio entre ofertas académicas” que, si bien resulta un aporte para visibilizar este fenómeno, se basa en lógicas cuantitativas que no discuten las formas de clasificar a los sujetos involucrados. A su vez, las instituciones de educación superior mantienen todavía concepciones temporales ligadas a la modernidad que plantean trayectorias educativas y planes de estudio lineales y rígidos. En este sentido, proponemos la categoría “migrantes del sistema educativo” para referirnos a esas/os estudiantes, intentando dar cuenta de sus desplazamientos y movimientos dentro del sistema educativo como parte de trayectorias educativas posibles y reales que no implican un “abandono” o “deserción” del sistema. Asimismo, pretendemos alejarnos de esas denominaciones que, además de ser insuficientes para explicar estas situaciones, resultan altamente estigmatizantes al estar ligadas, en el sentido común, al “fracaso”. De hecho, han sido utilizadas como argumento privilegiado de políticas neoliberales de desfinanciamiento a la educación pública al considerarla como mercancía que se compra y se vende en lugar de asumirla como un derecho. El enfoque metodológico que adoptamos es de tipo cualitativo apuntando a profundizar las experiencias subjetivas de las/os estudiantes, sus percepciones y sus prácticas, para alcanzar una comprensión integral de las interrupciones en los estudios superiores y los caminos posteriores adoptados. Los principales resultados obtenidos muestran que la interrupción de los estudios superiores fue vivida como “desperdiciar” o gastar “mal” el tiempo que habían invertido en el futuro proyectado. Ese porvenir imaginado estaba atravesado por una lógica moderna de “progreso” vinculada a la propia historia familiar y territorial que mantiene una concepción lineal del tiempo. Finalmente, rescatamos el valor de la investigación situada que implica sostener un punto de vista parcial y localizado dadas las particularidades del contexto socio-histórico en el que se funda la UNRaf y las particularidades del territorio en el que se inserta.

Resumen de la Ponencia:

Esta ponencia se deriva de un proyecto de investigación cuyo objetivo general es explorar y construir reflexiones y propuestas en torno a la enseñanza-aprendizaje de la teoría sociológica de las que puedan beneficiarse estudiantes y docentes de sociología de instituciones de educación superior de América Latina. Por un lado, el proyecto espera volver sobre la pregunta: la teoría, ¿para qué?; una pregunta que vale la pena revisitar cada cierto tiempo para reflexionar sobre el sentido de lo que hacemos en nuestra práctica docente; por otro lado, a partir de esta reflexión, el proyecto espera abordar dos preguntas conexas: ¿qué teorías quiero que los estudiantes aprendan? y ¿cómo quiero que las aprendan? La respuesta a estas dos preguntas dependerá del para qué y tendrá, seguramente, un fuerte componente contextual relativo a los programas, las universidades y la sociedad a la que se espera que contribuyan los egresados de sociología. Sin embargo, en lo relativo al cómo, el proyecto asume que una de las mejores maneras de enfrentar los retos educativos del presente es basar la enseñanza-aprendizaje de la teoría sociológica en el diseño de experiencias de aprendizaje que contemplen lo cognitivo, lo sensible y lo práctico. Ello nos conduce directamente al terreno de la experimentación pedagógica y didáctica: ¿qué propuestas educativas vamos a llevar al aula si queremos que nuestros estudiantes aprendan teoría sociológica y si, además, asumimos como deseable que ese aprendizaje integre unos conocimientos, unas sensibilidades y un saber-hacer? En su primera fase, el proyecto se basa en una revisión sistemática de la literatura académica que en la actualidad aborda los debates sobre el para qué, el qué y el cómo de la enseñanza-aprendizaje de la teoría sociológica. En su segunda fase, el proyecto espera conformar una red latinoamericana de trabajo en torno a la reflexión y construcción de propuestas pedagógicas y didácticas para la enseñanza-aprendizaje de la teoría sociológica. En la ponencia que se presentará en el congreso, se presentarán los primeros avances de la primera fase del proyecto.  

Resumen de la Ponencia:

O presente artigo versa sobre dois paradigmas em disputa no Semiárido brasileiro: o do “combate à seca”, dominante, e o da “convivência com o Semiárido”. Analisar as práticas e princípios do paradigma da “Convivência com o Semiárido” em conflito com o paradigma do “Combate à seca” se mostra estratégico para possíveis formulação de caminhos práticos e teóricos na construção de relações mais harmônicas, ou não, entre a espécie humana e o ambiente ecológico em que está envolvida.O objetivo central deste estudo é analisar as características, a evolução, os resultados e os impactos de cada paradigma, de modo a conhecer os sujeitos sociais envolvidos, suas lógicas, práticas, percepções e representações sociais.Por um lado, o paradigma do “Combate à seca” propõe alterar todas as condições do bioma, aumentar a capacidade de água disponível, substituir vegetação, solos, animais, e ao mesmo tempo, as formas de se organizar, criar, plantar e manejar os recursos naturais e as paisagens nos territórios. Essa proposta se materializa na construção de grandes açudes, barragens, perfuração de poços, transposição de águas e distribuição de cestas básicas, carro-pipa e frentes de serviço.Numa outra lógica, no paradigma da “convivência com o Semiárido” as populações rurais, portadoras de um vasto saber, geração após geração,  foram desafiadas a exercitar a criatividade a tornar seus agroecossistemas produtivos dentro destas mesmas condições, ajustados às especificidades ecológicas, sociais, culturais e econômicas da região. Sob essa lógica, as condições bioclimáticas não são as determinantes das situações de vulnerabilidade social dos grupos e comunidades no Semiárido, podendo ser alteradas a partir de ações políticas e organizativas com potencial para impactar e modificar tal realidade. A convivência com o Semiárido tem na inovação camponesa sua base material, que sistematizada por organizações e intercambiada entre os mesmos, ganha força teórica, e quando ampliada sua escala, pode chegar a ser uma política pública. É o caso do Programa Um Milhão de Cisternas; ou do Programa Uma Terra e Duas Águas, ampliando a produção de alimentos de base agroecológica, valorizam os recursos locais, fortalecem as dinâmicas de segurança e soberania alimentar, e ampliando os processos de reciprocidade nas comunidades e de comercialização em dinâmicas de mercados de circuitos curtos.Este artigo é resultado de uma pesquisa qualitativa desenvolvida por meio de investigação participante se valendo de análise documental e de métodos etnográficos.

Resumen de la Ponencia:

As consequências sociais das tecnologias da informação têm sido um dos principais temas para se pensar uma sociologia do nosso tempo, uma sociologia como ontologia do presente. Existem muitos caminhos possíveis para isso, com as renovações da sociologia da tecnologia; em relação às teorias sociais voltadas para a análise da sociedade em rede; com os estudos empíricos e teóricos a respeito das redes sociais; com as variações na análise da cibercultura, tanto em sua autonomia como na sua relação com a cultura de massas, por exemplo. E, por fim, nos estudos acerca do ciberespaço como espaço social autônomo, a dinâmica própria aos algoritimos, com suas próprias regras e, quem o sabe, até mesmo leis.Entre estes temas, um em especial se destaca: o que podemos chamar de uma sociologia das tecnociências contemporâneas. Por tecnociências contemporâneas entendemos um novo tipo de relação entre ciência e tecnologia, por conta das mediações das novas tecnologias da informação, e o advento de novos campos de saber, como a engenharia genética, a biotecnologia e a inteligência artificial. Existem uma série de possibilidades para se pensar as tecnociências contemporâneas. Elas poderiam ser a forma de realização do pós-humanismo e do transumanismo, através do programa forte da inteligência artificial, da nano-bio-tecnologia e da engenharia genética. Cada um desses campos de saber realizariam, a seu modo, os prognósticos, a um tempo descritivos e normativos, do pós e do transumanismo. Elas seriam expressões de uma nova variação da biopolítica: a biopolítica contemporânea, cuja principal característica é a inserção dos experimentos tecnocientíficos no âmbito da vida humana e da biosfera, mediados pelas corporações transnacionais como principais agentes de comando da política transnacional. Ao lado disso, poderiam ser inclusive as responsáveis por um complexo processo de medicalização da vida psíquica através do acesso aos novos medicamentos produzidos por essas novas ciências, entre outros exemplos possíveis. A proposta desta apresentação é sugerir um quadro possível para a teorização deste campo de estudos ainda em formação na sociologia, procurando delinear as principais características do que seriam as tecnociências contemporâneas e por quê elas podem ser um dos objetos mais importantes para se fazer uma sociologia do nosso tempo, voltada para a análise das sociedades contemporâneas.

Resumen de la Ponencia:

Se presenta a la discusión y análisis una propuesta que, desde el apiturismo, colocado dentro del turismo rural, plantea una idea de resiliencia local, como la forma adaptativa de los entornos locales ante los impactos globales, es decir, que se observa la capacidad desde lo local de contrarrestar los impactos negativos de las crisis contemporáneas o de la modernidad, sustentados en aspectos ambientales, culturales y económicos. El objetivo ha sido, buscar alternativas para el desarrollo local mediante el apiturismo, capaces de generar un proceso de resiliencia local, que consecuentemente contribuyan en la disminución de pobreza y migración en la comunidad. Este trabajo se llevó a cabo mediante una metodología de investigación cualitativa, sustentada en la investigación acción participativa, generando por un lado la capacidad de recuperar la memoria colectiva y por otra parte la capacidad de iniciar un proceso de gobernanza local.El lugar donde se desarrolló el proyecto es dentro del altiplano potosino, una zona llena de magia e historia, una región rica en recursos minerales, con una flora típica del desierto donde abundan las cactáceas, sin embargo, esta región se ha caracterizado por la falta de oportunidades para sus habitantes, donde la agricultura no ha visto sus mejores resultados, las antiguas haciendas hace mucho tiempo que dejaron de producir por temas políticos como lo menciona Lerner, V. (1986), así también, en las últimas décadas el cambio climático a impactado sobre la diversidad de la flora y fauna locales, bajo este contexto se encuentra la comunidad de la Exhacienda de San Antonio del Rul, ubicado en el Municipio de Moctezuma, San Luis Potosí.

Resumen de la Ponencia:

La calidad educativa, analizado como concepto abstracto, intentó instrumentalizarse en el concurso nacional de plazas docentes en el año 2008. Este esfuerzo aparentemente noble del gobierno mexicano durante el sexenio 2006-2012, contrastó por su eficacia al convertir al “outsourcing"” a buena parte del magisterio mexicano por medio de exámenes de conocimientos apelando justamente a la “calidad educativa”. Por ello, el examen de 2008 representó un hito en la calidad educativa, pues, a falta de errar a priori, podríaamos asegurar que dicho instrumento se convirtió en una herramienta para un ingreso medianamente democrático para los futuros docentes de la educación media superior en México a partir de 2008. Esta ponencia pretende dar una mirada crítica a la aplicación concreta de la Reforma Estructural en el ámbito educativo del nivel medio superior en México con la consigna del concepto “calidad educativa”.   

Resumen de la Ponencia:

A comienzos de la década del 2000 y luego de la crisis económica que se registró en Argentina, se implementaron diversas políticas públicas para paliar sus efectos. En la provincia de San Luis, ubicada en el centro del país, el gobierno definió como eje prioritario de su gestión el de la política social. Específicamente, en el año 2003, se llevó adelante la puesta en marcha del Plan de Inclusión Social “Trabajo por San Luis”. Esta política de estado fue ideada como un instrumento para mejorar los índices relativos al mercado laboral ya que entonces la tasa de desocupación era la más alta de la historia de la provincia y tenía la premisa de dar trabajo a todos los desocupados. Este plan llegó a proveer de ingresos a la mitad de la Población Económicamente Activa de la provincia.Si bien desde el gobierno provincial se afirmaba que esta política sería temporal hasta tanto se lograra la inclusión social de los excluidos, luego de casi dos décadas se continúan implementando planes sociales con la misma finalidad y se destinan importantes recursos del estado a ese fin. Y se advierte que no sólo se ha incrementado la desocupación y la cantidad de empleo en la administración pública de la provincia, sino también se ha elevado considerablemente el porcentaje de población que se considera bajo la línea de pobreza, según datos oficiales. De acuerdo a los parámetros establecidos por el Instituto Nacional de Estadística y Censos, esto implica que esa población no cuenta con ingresos suficientes para cubrir una canasta de alimentos capaz de satisfacer un umbral mínimo de necesidades energéticas y proteicas sino también otros consumos básicos no alimentarios (vestimenta, transporte, educación, salud, etcétera)En la actualidad se observa que, más allá de la situación extraordinaria de la pandemia de Covid-19 que afectó al mundo entero, en algunas regiones las definiciones de políticas públicas no pudieron o no supieron modificar la situación percibida como insatisfactoria o problemática por la población. Simplemente se incrementó la incorporación de personas en el sector público y se intensificó la implementación de planes socialesEn este trabajo se analizan políticas sociales a nivel provincial que se plantearon como una herramienta que permitiera a sus beneficiarios insertarse formalmente en el mercado laboral y, por ende, mejorar su situación social. Para su análisis se emplean datos secundarios provenientes de fuentes oficiales nacionales y provinciales e información primaria relevada en el marco de estudios propios del proyecto de investigación al que pertenece el equipo de trabajo.Palabras clave: políticas sociales – planes sociales – inclusión – pobreza - San Luis, Argentina

Introducción:

Breve introducción

La provincia de San Luis, Argentina, ubicada en el centro del país, tradicionalmente ha evidenciado un perfil productivo orientado a las explotaciones agropecuarias de la zona pampeana, pero cambió su esquema a partir de la puesta en marcha de los planes nacionales de promoción industrial en la década de los ochenta, reorientando su actividad económica hacia la industria manufacturera. 

La trayectoria productiva de San Luis quedó de esta forma fuertemente signada por la aplicación de políticas públicas de promoción. Ese proceso de cambio económico de la provincia tuvo impactos directos en el Producto Bruto Geográfico (PBG), que a partir de 1984 evidenció un significativo crecimiento generado por un extraordinario incremento de la participación del sector industrial, que se convirtió en el principal sector de generación de riqueza provincial. (Páez et al, 2000)

A principios de 2003, el mercado laboral provincial presentaba signos de deterioro, no sólo producto de la crisis que afectaba a todo el país sino también de la caída en los beneficios asociados a las leyes de promoción industrial en la provincia. Entre otros indicadores, la tasa de desocupación se multiplicó y alrededor de un 30% de la Población Económicamente Activa (PEA) encontraba problemas para insertarse en un empleo.

En ese marco, el gobierno de San Luis declaró el Estado de Emergencia Social en todo el ámbito de la provincia por el término de un año y para dar respuesta inmediata a esa situación crea el Plan de Inclusión Social “Trabajo por San Luis”. Este plan estaba orientado a “todos los ciudadanos desocupados de la provincia dispuestos a mejorar sus posibilidades de conseguir empleo mediante la inclusión en la Cultura del Trabajo” según lo dispuesto en la Ley I-0001-2004.

Fundamentación del problema

El estado de bienestar moderno surge como una manera de superar la Gran Depresión de la década de 1930, después de la Segunda Guerra Mundial, bajo una forma de intervencionismo estatal para abordar el desempleo, la pérdida de producción y el colapso del sistema financiero que aspira a corregir las injusticias del “capitalismo espontáneo”. Bajo esta perspectiva el Estado sería considerado como responsable del progreso social de la población: es la idea del “Estado providencia”, “Estado de bienestar” o “Estado benefactor” (Farge Collazos, 2007).

El Estado de bienestar aparece como un “conjunto de instituciones públicas destinadas a elevar la calidad de vida de la fuerza de trabajo o de la población en su conjunto y a reducir las diferencias sociales ocasionadas por el funcionamiento del mercado”, operando en el terreno de la distribución secundaria del ingreso mediante transferencias monetarias directas (pensiones, prestaciones por desempleo o asignaciones familiares) o indirectas (subsidio a productos de consumo básico), provisión de bienes (programas de complementación alimentaria) y prestación de servicios (educación o salud). El establecimiento de regulación protectora de las condiciones de trabajo (higiene en fábricas), del medio ambiente o de la calidad de bienes y servicios, es finalmente otro instrumento del Estado de bienestar.

Lo que caracteriza a la cuestión social contemporánea y las formas de institucionalidad que la definen es la tendencia al establecimiento de concepciones estáticas de los “problemas sociales”. (Lo Vuolo, 1998).

En este contexto de desocupación masiva y crecimiento de la exclusión, es concebido este modelo para tratar situaciones coyunturales o como lo proponen Lo Vuolo (op. cit.), para tratar necesidades puntuales de carácter transitorio: para indemnizar la exclusión del mercado de empleo de una gran parte de la población, incrementar cada vez más los gravámenes al trabajo, trayendo como consecuencia una reducción del volumen de lo recaudado.

A principios de los años ochenta, el crecimiento de la desocupación y la aparición de nuevas formas de pobreza da toda la sensación de un retroceso, pero no se trata de un simple retorno a los problemas del pasado. Desde las posturas neoconservadoras, se diagnostica una crisis del estado de bienestar señalando el excesivo tamaño adquirido por el sector público, la necesidad de reducir los costos del Estado y fomentando el desarrollo de un amplio sector privado de servicios.

Pierre Rosanvallon (1995) señala tres etapas en la quiebra del Estado de bienestar: las dos primeras, de orden financiero e ideológico, se refieren a que los gastos sociales crecieron a ritmos superiores respecto a los ingresos. La tercera es de orden filosófico: aparece la desintegración de los principios organizadores de la solidaridad y el fracaso de la concepción tradicional de los derechos sociales.

El Estado benefactor en la Argentina se caracterizó por la regulación del mercado, el compromiso social capital-trabajo, la intervención estatal en la reproducción social y la garantía de derechos sociales. Con interrupciones, debido a los continuos cambios de régimen, sus rasgos más notables fueron: el énfasis en el empleo público, el desarrollo industrial y la autonomía económica nacional.

Según Soldano y otro (2006), en la literatura argentina en el ’83 se delimitan por primera vez como políticas sociales a las formas secundarias de distribución del ingreso, en contraposición a las primarias -distributivas y estrictamente económicas.

En las actuales economías abiertas integradas globalmente, muchas de las premisas que sustentaron la construcción del Estado benefactor en la posguerra en los países industriales avanzados ya no parecen válidas. Los problemas que merecen mayor atención son los económicos y demográficos, sumado a una fuerte carga fiscal; la combinación de una baja fecundidad con un índice de envejecimiento de la población en rápido aumento; la familia convencional, basada en los ingresos de un jefe de familia de sexo masculino, está en decadencia (para que las familias lleguen a final de mes, para mantener los niveles de bienestar tal cómo se habían definido, necesitan cada vez más que las mujeres trabajen, constituyendo un cambio revolucionario hoy en día); y las modalidades de vida en general están cambiando y diversificándose. Lo típico es que los problemas económicos que enfrenta el Estado benefactor en Occidente se vinculen con el desempleo. (Farge Collazos, 2007).

Hay evidencias de que un alto costo marginal de la mano de obra y la existencia de derechos laborales muy estrictos conspiran contra el aumento del nivel de empleo; y un modo de enfrentar parcialmente este problema consiste en reducir los aportes sociales a través de la privatización de los programas de bienestar.

En los ’90 se encara un proceso de redimensionamiento del estado y del sector privado. El eje del proceso económico deja de ser el trabajador y su organización pasa a ser el mercado, el consumidor y el management. Este modelo impulsa, además, la flexibilización laboral y da lugar a la precarización de las relaciones laborales. Se asiste al pasaje de un modelo cultural vinculado a lo público-estatal, de solidaridades nacionales hacia otro vinculado al mercado, a la sociedad civil y la competencia. (Iriarte, 2003).

Para Merlinsky (2002) los cambios estructurales en la economía argentina en los años 90 trajeron importantes cambios en el funcionamiento del mercado de trabajo. El llamado "plan de convertibilidad", cuyo principal objetivo fue desarrollar una estrategia que permitiera cumplir con las obligaciones financieras internacionales, y al mismo tiempo producir la apertura de la economía argentina, fue el principal factor que aceleró las tensiones en el mercado de trabajo argentino, produciendo el cierre de establecimientos que no pudieron adecuarse a las exigencias de la competencia externa.

La ausencia de criterios para la incorporación de cambio tecnológico, sumado al descenso abrupto en los costos de los bienes de capital, produjeron una sustitución de trabajo por capital. 

En el caso de las economías regionales, como es el caso de San Luis, este proceso fue aún más grave dado que la producción local, organizada sobre la base del sector metalmecánico, y fuertemente orientada al mercado interno, resultó especialmente dañada por las importaciones sustitutivas. Como resultado de esta contracción en el sector dinámico del área, las dificultades económicas se propagaron al comercio y los servicios, que experimentaron fuertes retrocesos en su nivel de actividad y en su capacidad de ofrecer plazas laborales a quienes quedaron fuera del circuito productivo manufacturero.

Metodología

Para el estudio se emplean datos secundarios provenientes de fuentes oficiales nacionales y provinciales e información primaria sistematizada en el marco del proyecto de investigación al que pertenece el equipo de trabajo.

Para llevar adelante la investigación se realizó un relevamiento bibliográfico y de publicaciones on line, se sistematizó información secundaria proveniente de los Presupuestos anuales de la provincia de San Luis; de la Encuesta Permanente de Hogares (EPH) que releva las características sociodemográficas y socioeconómicas de la población de manera periódica que lleva adelante el Instituto Nacional de Estadísticas y Censos de la Argentina (INDEC) y de Informes técnicos de Condiciones de Vida-Incidencia de la Pobreza e Indigencia.

Desarrollo:

Resultados y discusión

De acuerdo a los objetivos definidos en el Presupuesto de la provincia de San Luis para el año 2004, el Plan de Inclusión Social “Trabajo por San Luis” estaba destinado a “todos los ciudadanos de San Luis desocupados, dispuestos a mejorar sus posibilidades de conseguir empleo mediante la inclusión de la cultura del trabajo” (Ley I-0001-2004).

La primera consecuencia directa de la aplicación del plan fue la abrupta disminución de la tasa de desocupación: del 12,6% que registraba en 2002 -la más alta de la historia de la provincia- se redujo al 3,7% en el segundo semestre 2003 y a 1,2% en el año 2004. (Páez et al, 2019).

El impacto que para la provincia significó que más de cuarenta y cinco mil beneficiarios de esta política pública percibieran un ingreso monetario, y que al ser consultados por los organismos públicos que relevan información sobre situación laboral respondieran que para ellos el Plan “es un trabajo”, se puede observar en el gráfico que se presenta a continuación. Es decir, de acuerdo a su concepción, se había modificado su condición de desocupados. Y por consiguiente, la tasa de desocupación de la provincia se redujo sensiblemente. 

Gráfico N° 1 

Fuente: elaboración propia en base a datos de EPH-Instituto Nacional de Estadísticas y Censos 

Si bien no es posible realizar un seguimiento de la serie completa hasta la actualidad por la advertencia sobre el uso de series estadísticas que realiza el INDEC: “se advierte que las series estadísticas publicadas con posterioridad a enero 2007 y hasta diciembre 2015 deben ser consideradas con reservas y su difusión lo consigne expresamente. El INDEC, en el marco de las atribuciones conferidas por los decretos 181/15 y 55/16, dispuso las investigaciones requeridas para establecer la regularidad de procedimientos de obtención de datos, su procesamiento, elaboración de indicadores y difusión”. Esto se debe a que hubo severos cuestionamientos y denuncias sobre los procedimientos metodológicos y el rigor científico con los que las autoridades del organismo se desempeñaron en ese período. 

En los últimos años se observa que la tasa de desocupación vuelve a mostrar una tendencia ascendente, aunque se reduce en los años impares: se podría relacionar con el hecho de que en esos años hay elecciones para renovación de autoridades legislativas y ejecutivas y en esas instancias se recurre a la implementación de políticas enfocadas a cubrir demandas sociales. 

De todas maneras, año a año s se enfatiza en los presupuestos de la provincia que el Programa de Inclusión Social es una de las principales políticas de Estado: 

“El Programa constituye una de las principales políticas de Estado, brindándole las herramientas fundamentales para la aplicabilidad de la Justicia Social y la distribución de la riqueza, considerando al trabajo como gran ordenador social que permite mejorar la calidad de vida de cada beneficiario en toda la Provincia. 

El Derecho de Inclusión Social ha sido consagrado como un Derecho Humano fundamental del cual gozan todos los habitantes de la Provincia, garantizando la integración social de todos los beneficiarios del Plan de Inclusión Social y de toda persona que se encuentre dentro de los grupos etarios excluidos socialmente, así como de aquellas personas en riesgo de exclusión social y en estado de emergencia social, mediante la capacitación, formación y realización de tareas que les permitan insertarse socialmente, desarrollar un oficio y desarrollar una actividad digna acorde a las capacidades y posibilidades de cada ciudadano” (Presupuesto 2022, Ministerio de Desarrollo Social)

Estos objetivos se persiguen desde el 2004, año de puesta en marcha. La importancia de este Programa se evidencia no sólo en la configuración de Ministerios específicamente creados para contenerlo sino en la asignación de recursos, particularmente en los últimos años, tal como se observa en el gráfico siguiente:

Gráfico N° 2

Fuente: elaboración propia en base a información de Presupuestos de la provincia de San Luis. Ministerio de Hacienda

Si bien a lo largo de todos estos años se continúan asignando fondos a esta política los resultados no serían los esperados: “Este Plan tendrá como objeto fomentar la creación de nuevos puestos de trabajo en los sectores industrial, agropecuario, minero y turístico en el territorio de la Provincia de San Luis” (Presupuesto 2004, Ministerio de la Cultura del Trabajo).

Si se analiza la distribución de la población ocupada de la provincia en base a los grandes rubros de ramas de actividad se puede observar que a diferencia de lo que ocurre a nivel país, en San Luis el mayor porcentaje lo representa la Administración Pública, Defensa y Seguridad Social (Gráfico N° 3). Es decir, el Estado provincial es el mayor empleador.

Gráfico N° 3 

Fuente: elaboración propia a partir de EPH- Instituto Nacional de Estadísticas y Censos 

 

Gráfico N° 4

Fuente: elaboración propia a partir de EPH- Instituto Nacional de Estadísticas y Censos 

Y no sólo no se evidencia que la asignación de fondos públicos genere empleos en sectores productivos, sino que además en los últimos años se registra un fuerte incremento de los niveles de pobreza en la provincia.

Existen diversas perspectivas epistemológicas y posiciones metodológicas para definir la pobreza, ya que algunos autores la relacionan con la dificultad para satisfacer necesidades mientras que otros identifican la pobreza con la marginación social, es decir, comprende a aquellos que no logran insertarse en el sistema productivo. Otros investigadores caracterizan a la pobreza como la falta de ingresos que impiden el acceso a determinados bienes (Beccaria, 1994).

Si bien se reconoce el carácter multidimensional de la pobreza, su abordaje es generalmente de corte cuantitativo, ya que las dimensiones y los indicadores que se contemplan para su medición son relativos a condiciones materiales.

En la Argentina, los métodos utilizados para medir la pobreza son dos: el método directo o de Necesidades Básicas Insatisfechas (NBI) y el método indirecto o de Línea de Pobreza (LP).

El procedimiento de NBI consiste en verificar si los hogares han satisfecho una serie de necesidades previamente establecidas y considera pobres a aquellos que no lo han logrado. En su versión más simple, el método NBI utiliza únicamente información ex–post, ya que no considera la capacidad del hogar para satisfacer las necesidades a futuro. El procedimiento de LP se caracteriza por utilizar líneas de pobreza, las cuales establecen el ingreso o gasto mínimo que permite mantener un nivel de vida adecuado, según ciertos estándares elegidos (Feres y Mancero, 2001). El método indirecto se utiliza para medir la magnitud de la pobreza. La línea de pobreza representa el monto monetario que permite a un hogar satisfacer las necesidades esenciales de sus integrantes y se estima a partir del costo de una canasta básica de alimentos que cubre las necesidades nutricionales, tomando en cuenta los hábitos de consumo del entorno social de referencia, la disponibilidad efectiva de alimentos y sus precios relativos (CEPAL, 2000).

A partir del año 2016 el Instituto Nacional de Estadística y Censos (INDEC) ha reanudado la elaboración y difusión de los indicadores de Pobreza e Indigencia. Estos indicadores procuran establecer si los hogares cuentan con ingresos suficientes para cubrir una canasta de alimentos capaz de satisfacer un umbral mínimo de necesidades energéticas y proteicas, denominada Canasta Básica Alimentaria (CBA). De esta manera, los hogares que no superan ese umbral o línea son considerados indigentes. Los componentes de esa canasta se valorizan con los precios relevados por el Índice de Precios al Consumidor (IPC) para cada período de medición. Asimismo, la “Línea de Pobreza” (LP) extiende el umbral para incluir no sólo los consumos alimentarios mínimos sino también otros consumos básicos no alimentarios. La suma de ambos conforma la Canasta Básica Total (CBT), la cual es también contrastada con los ingresos de los hogares relevados por la Encuesta Permanente de Hogares (EPH). Para calcular la línea de pobreza, por lo tanto, es necesario contar con el valor de la CBA y ampliarlo con la inclusión de bienes y servicios no alimentarios (vestimenta, transporte, educación, salud, etcétera) con el fin de obtener el valor de la Canasta Básica Total (CBT). Mientras que la canasta alimentaria es una canasta normativa, la canasta básica total se construye en base a la evidencia empírica que refleja los hábitos de consumo alimentario y no alimentario de la población de referencia.

De acuerdo a las series publicadas por este organismo, el porcentaje de población de la provincia de San Luis que está por debajo de la línea de pobreza se ha incrementado en un 75% desde el inicio de la serie, tal como se observa en la tabla N° 1.

Tabla N° 1

Pobreza en personas, 2° semestre 2016 a 2° semestre 2021

Fuente: elaboración propia en base a Informes Técnicos de Condiciones de Vida-Incidencia de la Pobreza e Indigencia en 31 aglomerados urbanos de Argentina (INDEC)

 

Gráfico N° 5

Fuente: elaboración propia en base a Informes Técnicos de Condiciones de Vida-Incidencia de la Pobreza e Indigencia en 31 aglomerados urbanos de Argentina (INDEC)

El gráfico muestra que San Luis no sólo registra una tendencia creciente de la línea de pobreza, sino que en la última medición el porcentaje es mayor al del resto de las provincias de la región Cuyo a la cual pertenece. Y no sólo eso, sino que supera en comparación con el resto de los aglomerados del país, tal como se muestra en el gráfico siguiente.

Gráfico N° 6

Fuente: elaboración propia en base a Informes Técnicos de Condiciones de Vida-Incidencia de la Pobreza e Indigencia en 31 aglomerados urbanos de Argentina (INDEC)

 

 

 

Conclusiones:

Algunas reflexiones finales

Desde hace décadas en Argentina se implementan políticas públicas para hacer frente a las crisis económicas que impactan directamente en la vida de sus habitantes. La provincia de San Luis no es un caso aislado. Si bien tradicionalmente su estructura económica estaba basada en actividades relacionadas con las explotaciones agropecuarias de la zona pampeana, cambió su esquema a partir de la puesta en marcha de los planes nacionales de promoción industrial en la década de los ochenta, reorientando su actividad económica hacia la industria manufacturera. 

A principios de 2003, el mercado laboral provincial presentaba signos de deterioro, no sólo producto de la crisis que afectaba a todo el país sino también de la caída en los beneficios asociados a las leyes de promoción industrial en la provincia. Entre otros indicadores, la tasa de desocupación se multiplicó y alrededor de un 30% de la Población Económicamente Activa (PEA) encontraba problemas para insertarse en un empleo. Se implementa entonces una política pública dirigida a “todos los ciudadanos desocupados de la provincia de San Luis dispuestos a mejorar sus posibilidades de conseguir empleo mediante la inclusión en la Cultura del Trabajo”, tal como se define en sus objetivos. 

Luego de casi dos décadas se observa que el Programa de Inclusión sigue vigente. En el presupuesto de la provincia para el año 2022 se enfatiza que “El Programa constituye una de las principales políticas de Estado…garantizando la integración social de todos los beneficiarios del Plan de Inclusión Social y de toda persona que se encuentre dentro de los grupos etarios excluidos socialmente, así como de aquellas personas en riesgo de exclusión social y en estado de emergencia social, mediante la capacitación, formación y realización de tareas que les permitan insertarse socialmente, desarrollar un oficio y desarrollar una actividad digna acorde a las capacidades y posibilidades de cada ciudadano”

Las estadísticas oficiales muestran que en los últimos años la administración pública concentra el mayor porcentaje de población ocupada y que se registra un incremento en el porcentaje de población bajo la línea de pobreza, esto es, personas que no reúnen ingresos suficientes para cubrir una canasta de alimentos capaz de satisfacer un umbral mínimo de necesidades energéticas y proteicas y otros bienes y servicios no alimentarios (vestimenta, transporte, educación, salud, etcétera). 

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Instituto Nacional de Estadísticas y Censos de la República Argentina (INDEC), Bases usuarias y tabulados Encuesta Permanente de Hogares (EPH)

INDEC (Instituto Nacional de Estadística y Censos de Argentina) - Encuesta Permanente de Hogares 

INDEC (Instituto Nacional de Estadística y Censos de Argentina) - Informes Técnicos de Condiciones de Vida-Incidencia de la Pobreza e Indigencia en 31 aglomerados urbanos de Argentina

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Palabras clave:

políticas sociales – planes sociales – inclusión – pobreza - San Luis, Argentina

Descripción de la Publicación académica:

En el año de 2018 nos reunimos un grupo de académicos de nuestra universidad para atar intereses comunes que nos condujeran a un trabajo conjunto. Consideramos que el Centro de Investigaciones sobre América Latina y el Caribe unido al Programa Universitario Diversidad Cultural e Intercultural, podrían ensamblar sus inquietudes diversas en un proyecto colectivo donde cada instancia pudiese aportar, consolidando la mirada multidisciplinar que nos caracteriza. Los debates sostenidos en varias sesiones, enriquecieron las propuestas individuales para alcanzar una labor que mostrara las expectativas propias. El resultado preliminar fue el proyecto de investigación que llamamos: “Del indigenismo al indianismo, Estados nacionales y políticas interculturales en América Latina”, que una vez aprobado por la DGPA comenzó a funcionar en el 2019. Varias metas nos propusimos y esta es una de ellas. Reflejar el diálogo colectivo en una publicación que, después de meses de debates, encuentros y desencuentros, se presentaría como una revisión de las concepciones y las categorías que nos ocupan, de las posibilidades temáticas y del alcance de las hipótesis, entre otras.Muchos de los debates, que consideramos abiertos y que deseamos redunden en un diálogo no sólo entre quienes participamos en este proyecto, sino que se extienda más allá de las propuestas emanadas desde una academia crítica y propositiva, tienen que ver con el racismo propio de nuestras sociedades, la exclusión de género y la violencia tan normalizada así como conflictos políticos, económicos y sociales que irradian en las poblaciones indígenas. A partir de disputas e imaginarios se abre el presente libro con el objetivo de recuperar numerosascuestiones procedentes del seminario que nos convocó mes con mes. La posibilidad de compartir inquietudes se refleja en tanto se avanza en la lectura puesto que logramos intercalar por un lado, las diversas disciplinas que involucran a quienes integramos el equipo de investigación, lo cual ofrece perspectivas propias para analizar los procesos, así como inquietudes variadas que van desde la intensa participación de mujeres indígenas hasta la consolidación de estructuras organizativas y los embates que deben enfrentar. Pasamos por visiones históricas y de coyuntura que nos abren a ópticas que complejizan las posturas trabajadas. Imaginarios, presencias y representaciones se combinancon muestras de rebeldía en tiempos diversos en algunas regiones del continente que van desde un pasado colonial hasta uno independiente para arribar a nuestros días con nuevos y viejos desafíos. Algunas de las categorías clave que se trabajan tienen que ver con la ventriloquía, la transculturación, los imaginarios, la diversidad cultural, el rol de los traductores, las tradiciones y su impacto en formas de organización, la dominación y las creativas actitudes que conservan, crean y recrean las comunidades indígenas haciendo frente a múltiples problemas internos y externos. 

Resumen de la Ponencia:

O presente trabalho procura analisar , a partir de um estudo comparativo, estratégias de intervenção institucionais nos sistemas representativos latino americanos no período da história política recente. Tendo como foco o impeachment sofrido pela então presidenta Dilma Rouseff, no Brasil em 2016 e a renuncia de Evo Morales na Bolívia em 2019, a pesquisa procurará discorrer sobre as estratégias adotadas na consolidação de intervenções diretas nos sistemas representativos democráticos de tais países, por meio da análise do discurso midiático hegemônico, construído no período dos acontecimentos citados. Para tanto, trabalharemos com uma amostra de alguns jornais de grande circulação nos países latino americanos, tais como O Globo (Brasil), O Clarín (Argentina) e La Nación (Chile). O papel da grande mídia e sua influência nos acontecimentos políticos no continente aparecerão como pano de fundo no cenário de intensas disputas que ocorrem na arena política do continente latinoamericano. A noção de colonialismo interno, definida por González Casanova (2007) nos parece fundamental aqui, na busca pela compreensão sobre tais disputas dentro do contexto histórico de formação, construção e disputa da democracia na América Latina.Ao nos debruçarmos sobre a extensa literatura produzida sobre a democracia na América Latina, devemos destacar também a dificuldade em desenvolver uma leitura não colonial sobre os processos sócio históricos do continente. O olhar subalternizado, lançado por grande parte da produção epistemológica no campo das Ciências sociais, sobre os povos latino americanos por vezes dificulta uma análise que rompa com as estruturas coloniais. Assim, consideramos importante destacar que o estudo da via institucional e representativa não é o único parâmetro para compreender os movimentos democráticos, sendo apenas uma via, dentro da noção polissêmica e em constante desenvolvimento que é a democracia (SILVA, B, LOURENÇO, 2018). Ao adotar o método comparativo (SARTORI, 1994) como principal instrumental de análise partimos da compreensão de que é possível traçar um paralelo entre dois acontecimentos políticos, ocorridos em territórios diferentes a partir de determinadas categorias que possam auxiliar na análise conjuntural dos fatos. Tal compreensão se fundamenta na ideia de que a comparação pode ser considerada inerente ao processo de construção do conhecimento nas ciências sociais. (SCHNEIDER; SCHMITT, 1998)Compreendemos que a relevância do tema se encontra na necessidade emergente fortalecimento de pesquisas cujo objetivo esteja em compreender a fundo a construção histórica da democracia latinoamericana e seus desdobramentos na construção social com demarcadores de raça e classe.Para fundamentar o desenvolvimento da pesquisa, trabalharemos com os conceitos de democracia na América Latina, conservadorismo, autoritarismo instrumental, neoliberalismo, guerra híbrida e novas direitas. 

Resumen de la Ponencia:

En México y en la región central del Estado de México denominado valle de Ixtlahuaca, el cultivo del maíz y otras plantas comestibles, han prevalecido hasta nuestros días como base de la cocina cotidiana tradicional, gracias al aporte de las culturas mesoamericanas y al conocimiento acumulado de generaciones. La cocina tradicional es resultado de la transmisión cultural de los saberes y de la experiencia directa en el manejo de los recursos naturales disponibles en el lugar. En el caso de Perú, los pobladores del Valle Medio Jequetepeque, Distrito Yonán –Tembladera, zona Yunga Andina de Cajamarca, producen y se abastecen de los alimentos necesarios para su vivir; el aprovechamiento de los recursos naturales sustentables en la cocina diaria tradicional del poblador de esta región, establece una relación directa entre el ser humano y su medio natural como es el Río Jequetepeque que ofrece crustáceos y peces; y la madre tierra cuya fertilidad de sus suelos, permite el sembrío de arroz y frutales diversos; reconociendo que la sostenibilidad necesita de esa relación equilibrada, la cual nace de la necesidad humana frente a la capacidad de los recursos que les brinda la madre Tierra.

Introducción:

Esta investigación, resalta en primer lugar la producción y preparación de alimentos tradicionales con maíz, frijol, calabaza, quelites y otras especies comestibles en el valle de Ixtlahuaca, región central de México; en segundo lugar se presenta el caso de la región Yunga Andina del distrito de Yonán-Tembladera, Perú, en donde además del arroz y los recursos lacustres, el maíz, la yuca, el camote, la papa, crianza de aves y ganado, han garantizado la sustentabilidad de una de las primeras necesidades básicas del hombre. Por tanto, consideramos que las cocinas tradicionales de ambos espacios biogeográficos; son parte de la memoria colectiva cultural, constituyendo un patrimonio biocultural tangible e intangible en el mundo globalizado actual. En ese sentido, el planteamiento central parte de cuestionar ¿cómo los pobladores de ambas regiones producen, preparan, consumen y preservan sus identidades culinarias a través de la cocina tradicional?.

La presentación de este trabajo tiene la finalidad de abordar la cocina tradicional y biodiversidad como patrimonio cultural de ambos valles. Asimismo, se describe el lugar de donde proceden los alimentos en relación a su producción. En tal sentido se plantea otra interrogante: ¿En qué consiste la cocina tradicional y biodiversidad como patrimonio cultural?. A partir de este planteamiento, se desarrollan los platos típicos del lugar que forman parte de la cultura alimentaria de los valles estudiados.

Los temas que se discuten corresponden a las cocinas tradicionales de ambas regiones, puntualizando la identificación y selección de alimentos específicos de consumo diario en cada lugar, representando el carácter identitario de las cocinas tradicionales. Se expone la forma en que se producen, preparan y consumen los alimentos, constituyendo el patrimonio culinario cultural de ambos pueblos.

Desarrollo:

Este trabajo analiza la cocina tradicional como una acción sociocultural, que permite la producción, selección y transformación de los alimentos para el consumo humano. El objetivo central consiste en identificar y analizar cómo los pobladores de cada región, producen, preparan y cocinan sus alimentos conservando la tradicionalidad culinaria de sus espacios biogeográficos. Con esta base, se realizó el análisis desde el sustento teórico metodológico de la Antropología de la Alimentación desde la perspectiva de Igor de Garine (2014) sobre el cocinar; así como las perspectivas antropológicas de alimentación y cultura de Jesús Contreras y Gracia Arnáiz (2005), Marcelo Álvarez (2005), Isabel Álvarez (2005), Luis Alberto Vargas (2014) y París Aguilar (2001), entre otros.

Marcelo Álvarez (2005), ha manifestado que la cocina es el punto de amarre de la producción, el lugar donde las relaciones sociales se forman y mantienen, y de donde proceden las artes y las ciencias. Es el espacio donde se inician los comercios, el objetivo de los mercados y también el objeto de la filosofía; el lugar donde la cultura se pone en guardia frente a los sucesivos cambios en la producción y la distribución de los alimentos. Las elaboraciones culinarias, por tanto, resultan de la confluencia de la producción, tratamiento, transporte, procesos y preparaciones de los alimentos. Así el autor identifica en la cocina los siguientes puntos:

Una cocina implica selecciones y elecciones de alimentos, hábitos, maneras y tradicionales, un contexto político y económico, motivaciones, efectos psicofisiológicos. Aún en cualquiera de sus formas minimalistas, una comida representa lo que Roland Barthes ha marcado como “un aspecto dominante, complejo y homogéneo, útil para definir un sistema general de gustos y hábitos”* […]. La comida es un artefacto cultural, un producto que tiene un conjunto de significaciones que trascienden la mera combinación física de alimentos en un plato. Así la semántica de una comida permite a los individuos participar cada día tanto del pasado como del presente de su localidad, región o nación.

Álvarez (2005: 21), sostiene que para entender la importancia y significados de cualquier alimento o preparación es necesaria su ubicación dentro del sistema de relaciones sociales y del “sistema culinario” que pone en foco o ritualiza los valores de una sociedad. De ahí, que de estas consideraciones, el autor, aduce, que “los sistemas culinarios pueden desplegarse en muchas cocinas y diversos y contrastados resultados culinarios”. Al respecto, Álvarez (ídem), expresa:

Un sistema culinario no implica la existencia de cocinas semejantes, ya que a partir de ese modelo abstracto que es el sistema se abren múltiples opciones de combinación, y cada manera de seleccionar la proporción en que se agrupan los distintos elementos del sistema puede dar lugar a cocinas distintas. A su vez, cualquier elaboración de una determinada cocina puede originar una variedad enorme de resultados culinarios con sólo variar el medio de cocción o un ingrediente (González 2001).

Retomando la propuesta de Álvarez Novoa (2005, p. 280), partimos de plantear qué es una cocina regional y cuáles son las características que la definen. Estas particularidades, y la dinámica de la cultura alimentaria en la cual se expresa, son los rasgos que la estructuran. Asimismo, considerar el vínculo entre cocinas regionales y biodiversidad es de fundamental importancia, debido a la constatación de la irracional explotación y consiguiente degradación de la naturaleza, que está destruyendo recursos que han significado siglos de domesticación a nuestras culturas (ídem). Al respecto la autora sostiene:

Creemos que cada cocina regional tiene su propia dinámica y desarrollo. Su caracterización dentro de sus ecorregiones no implica realidades estancas o rígidas, dado que al inicio y al final son construcciones históricas. En tal sentido, en las cocinas regionales tendríamos en principio que intentar distinguir dos cocinas: una de ciudad y otra de campo. La cocina de ciudad es una cocina mestiza, producto de la presencia hispana que se encuentra con los productos e insumos que la región produce, basada en la gran biodiversidad y los ejes de comunicación establecidos para el abastecimiento de las urbes. Las cocinas de campo, a su vez, están sustentadas fundamentalmente en los insumos que la región produce, sobre los cuales gira una lógica particular de alimentación. 

De esta manera, y de acuerdo con Álvarez (ibídem: 55), el hecho alimentario supone un conjunto articulado de prácticas y procesos socioculturales, sus productos y consecuencias –que abarcan desde los recursos naturales. La autora, hace énfasis en que las clases medias, guardan con mucho celo sus recetas de cocina, dado que éstas las distinguen en la preparación, las técnicas o procedimientos, como el uso de condimentos de los alimentos en el momento de cocinar. Estas recetas se guardan para ser transmitidas en el círculo familiar de generación en generación. Este código secreto digamos, imprime ese sello de diferenciación social.

En este estudio, se trabaja con la cocina y alimentos tradicionales de dos zonas agrícolas, enmarcadas en regiones semimontañosas.         

Cocina tradicional en la región central de México

Cocinar es una característica distintiva del comportamiento alimentario humano. Sirve para modificar la composición química y física de los alimentos, lo que mejora la digestibilidad de plantas con un alto contenido de almidón y celulosa, así como de proteínas crudas. El arte de cocinar depende de la tecnología disponible y de las prioridades culturales consensadas para estas actividades. Cada sociedad tiene su propia cocina, en algunos casos se codifica como gastronomía, en la que el conservadurismo y la innovación hacen el mejor uso posible de los productos alimentarios y medios técnicos, con el objeto de proporcionar placer sensorial, basado en el sabor, el aroma, la imagen y el tacto: textura, forma y temperatura (De Garine, 2014, p. 50-51). Cocinar en las sociedades tradicionales, es básicamente una actividad utilitaria, la comida se prepara para ser ingerida y saciar el estómago, cocinar se centra principalmente en la preparación del alimento básico principal.

Cocinar implica procesar, el procesamiento lo constituye “el conjunto de operaciones a las cuales se somete el alimento para su consumo, éstas dependen del tipo y cantidad de alimento a procesar así como del conjunto de nociones que la tradición establece generacionalmente, esto incluye las modificaciones por influencia o inventiva” (Aguilar, 2001, p. 25).

En México la cocina tradicional se integra de alimentos naturales en el sentido de que su obtención, preparación y consumo conlleva procedimientos ancestrales, considerando el uso de alimentos y técnicas básicos heredados de generaciones anteriores. En el medio global en el que vivimos, la cocina tradicional de los pueblos mexicanos se mantiene y se reproduce con algunos cambios de acuerdo con el contexto tratado.

El valle de Ixtlahuaca, espacio del que hablaremos en este primer apartado, se ubica en la región central de México, entre los municipios mexiquenses de Jocotitlán e Ixtlahuaca de Rayón. La región comprende geográficamente entre los 18º 21’ y los 20º 17´de latitud Norte, y los 98º 35´y 100º 36´ longitud Oeste del Estado de México, ubicado éste en la parte central de la República Mexicana. El valle es una planicie de forma alargada con dirección sureste-noroeste, considerado valle abierto y se localiza al norte del valle de Toluca, queda comprendido entre las poblaciones de Ixtlahuaca de Rayón y Atlacomulco (Gutiérrez y Vera, 1979). La región comprende una cadena montañosa que recorre varios municipios del Estado de México.

En la región del valle de Ixtlahuaca el maíz es una de las plantas mayormente cultivadas a través del sistema milpa, por ello la cocina tradicional del lugar se encuentra representada en un abanico de alternativas alimentarias que derivan del cultivo, recolección, preparación  y consumo de maíz; además en esta zona serrana de la región centro de México, se cultiva también el frijol y la calabaza y se aprovechan así mismo como alimento, las plantas silvestres o toleradas conocidas como quelites, que forman parte de la dieta diaria de los habitantes del lugar.

La importancia del maíz en la alimentación nacional representa aproximadamente la mitad de los alimentos que se consumen anualmente en México; la alimentación con maíz tiene dos usos básicos: como elote tierno y como producto derivado a partir de una masa que se prepara con los granos secos, que pasan por un proceso de nixtamalización y molienda. Con la masa se elaboran innumerables guisos, pero sobre todo tortillas. Los procesos domésticos de elaboración de la tortilla son básicamente el manual tradicional y el semimanual, que se hace con tortilladoras artesanales de bisagra de madera o metal (Novelo, 1997).

De acuerdo con Luis Alberto Vargas, la nixtamalización es un proceso al que se somete el maíz para su consumo y éste deberá ser entendido como parte de su evolución y su historia. El proceso consiste en “el remojo durante 8 horas de los gramos en agua caliente a la que se añade un producto alcalino, entre ellos ceniza, conchas molidas de moluscos o cal”. Probablemente el propósito original del proceso fue suavizar la dureza de la cubierta o pericarpio del maíz, con la intención de hacerlo digerible al consumo humano (2014, p.124).

La preparación del maíz en el valle, se realiza de las dos maneras anteriormente señaladas; por lo que la cocina diaria se conforma principalmente de los derivados de la masa de maíz que resulta del proceso anteriormente descrito, que son tortillas de maíz, una variedad de tamales, sopes, tostadas y bebidas como el atole blanco de maíz o atole de masa, que integra en su preparación además del maíz, piloncillo, agua y canela; el consumo de atole es tradicional en distintas festividades principalmente los días 2 y 3 de mayo, en los que se celebra a la Santa Cruz (García, Trabajo de campo, 2016).

Derivado del maíz y siendo parte importante de la cocina tradicional, los habitantes del lugar aprovechan durante la temporada de lluvias el hongo de maíz conocido como “huitlacoche” o “cuitlacoche”, el cual se prepara al vapor o guisado; limpio y picado, se agrega epazote, chile verde, sal, cebolla y ajo picado, así como aceite o manteca. La manera más popular de consumo es en quesadillas, o en una sopa caldosa con granos de elote (García, Trabajo de campo, 2013). Estos hongos apreciados en la gastronomía del lugar, han sido parte de la dieta humana en muchas culturas desde la época prehispánica, llamado huitlacoche (que significa suciedad dormida o suciedad del cuervo), formado por agallas o tumores que se forman en la mazorca del maíz por la acción del hongo “Ustilago maydis”; se recolecta en su forma natural y se vende principalmente en estado fresco (Paredes, 2006). 

El frijol complementa la cocina tradicional del valle de Ixtlahuaca; el cultivo de frijol, junto con el del maíz, representa una tradición productiva y de consumo en la dieta cotidiana. Su presencia a lo largo de la historia lo ha convertido no sólo en un alimento tradicional, sino también en un aspecto de identificación cultural. En México, la producción de frijol se destina en forma directa al consumo humano, representando una de las principales fuentes de proteína para amplios sectores de la población mexicana. Históricamente, se acepta que el frijol del género Phaseolus, al que pertenece el frijol común denominado científicamente Phaseolus vulgaris; tuvo su origen y domesticación en Mesoamérica, específicamente en México, de ahí se difundieron algunas especies hacia el sur del continente (Paredes, 2006, p. 59-63). 

En lo particular en el valle, se cultiva una especie de frijol llamado “criollo”, existiendo formas diversas en su preparación y consumo, aunque la más común, es cocer el frijol y guisarlos en olla, para ello se requiere remojarlos un día antes para lograr ablandarlos ligeramente, posteriormente se colocan en una olla de barro con agua hirviendo, se adicionan rodajas de cebolla, dientes de ajo y aceite. Una vez cocidos se guisan agregando sal y epazote al gusto (García, Trabajo de campo, 2013). 

Otro recurso natural que forma parte de la cocina tradicional es la calabaza, cuyo nombre científico es (Cucurbitapepo) y que los antiguos pobladores de México en náhuatl la llamaban ayolt y que junto con otros cultivos domesticados en el centro de México han constituido la base de la alimentación de los habitantes de esta región. La calabaza es una hierba o planta cuyo ciclo es anual, alcanzando una longitud de hasta 10 metros, su tallo es acanalado; las hojas son acorazonadas, lobuladas y cuando la planta florea, que es al inicio de la temporada de lluvias, las flores que son de color amarillo intenso son colectadas para preparar alimentos (Paredes, 2006). 

Con la calabaza o calabacín y sus flores, las mujeres cocinan diversos guisos tradicionales del lugar, como son tortas capeadas con huevo rellenas de queso en salsa verde o roja, charales con flores de calabaza en salsa roja, calabazas rellenas de queso guisadas en salsa verde, se usa como complemento en ensaladas y sopas o como verdura en caldo, cocida al vapor. Otra variedad de la calabaza denominada “calabazate” se usa para preparar dulce o “calabaza en tacha”, tradicional en el lugar durante la celebración de día de muertos. De la calabaza son aprovechables también las semillas, que se consumen tostadas con sal (García, Trabajo de campo, 2013 y 2016). 

La cocina tradicional de las comunidades del valle, también incluye el uso y la preparación de plantas o hierbas comestibles llamadas “quelites”, cocinadas comúnmente al vapor, cobran importancia en la cultura gastronómica del lugar por crecer alrededor de la milpa o entre los cultivos, existe una amplia variedad de éstas y se les identifica con nombres diversos de acuerdo al lugar en el que crecen, abundan principalmente en la temporada de lluvias. Se identificaron diversos quelites con los nombres de verdolagas, huauzontles, nabos, berros, quintoniles, cenizos, carretón y enredadera (García, Trabajo de campo, 2015). 

El nopal es otro recurso natural que forma parte de la cocina tradicional del lugar, lo obtienen del contexto en el que habitan o en los mercados y tianguis regionales, representa un patrimonio gastronómico al estar disponible en su medio natural, así como por ser un alimento de antaño que han aprendido a colectar y a preparar gracias a los saberes tradicionales locales y heredados de generaciones. Por su adaptación al medio natural, el nopal es junto con el maíz, el frijol y la calabaza, principales vegetales que consume la población del lugar. 

Llamado “nopalli” por los nahuas, significa “tunal o árbol que lleva tunas”, árbol o planta xerófita, originario del continente americano y perteneciente a la familia de las cactáceas; actualmente forma parte de la cocina de distintas culturas indígenas en el Estado de México como la de los nahuas, mazahuas y otomíes, entre otros. Del nopal no sólo se comen sus hojas ovaladas y carnosas, sino también su fruto dulce y jugoso conocido como tuna, al que nuestros antepasados nahuas bautizaron con el nombre de “nochtli” que significa tuna (Ochoa, 2003, p.16).

Los habitantes de las comunidades del valle lo preparan en platillos salados, lo hierven con sal y carbonato para permitir que su color verde prevalezca, se observó preparado en ensalada acompañado de jitomate, cebolla, aguacate y cilantro, es muy común adicionarle chicharrón de cerdo y barbacoa y consumirlo en lo que se conoce como “taco de plaza”; las familias lo preparan para su consumo o para vender en el tianguis regional del municipio de Ixtlahuaca el día lunes de cada semana. El nopal se incluye en otros guisos que son parte de la cocina tradicional, como son los nopales navegantes, la sopa de nopales, los nopales con charales en salsa verde, la ensalada de habas y nopales, o asado con sal sobre un comal; en temporada de vigilia se incluye como ingrediente básico en guisos de la cocina tradicional como el revoltijo, o las tortitas de camarón en salsa verde (García, Trabajo de campo, 2016).

La gastronomía tradicional del lugar incluye como complemento el uso de chile, en estado verde o seco y aunque no se cultiva allí, es un recurso natural disponible, el cual los habitantes de las comunidades conocen, preparan y consumen por el saber tradicional, saber que han aprendido de familiares, padres o abuelos. En México decimos que es un condimento universal y necesario en la cocina, porque se consume en distintos guisos dulces o salados.

La cocina tradicional del valle de Ixtlahuaca, se encuentra fundamentada en la relación naturaleza-cultura, ya que los alimentos que la abastecen son cultivados de forma natural en la milpa; por otro lado, se fortalece con el conocimiento tradicional, es decir con lo que la gente aprende de sus antecesores y lo transmite a través de la experiencia a las nuevas generaciones, por lo que en su conjunto los alimentos y el conocimiento, forman la cocina tradicional del lugar.

Cocina tradicional en la región Yunga Andina, Perú

El Perú ha sido moldeado por una multitud de comunidades fundadoras de civilizaciones, que en su quehacer cotidiano, como la faena de siembra, el cultivo de la tierra día a día labrada entre bosques verdes todo el año, selvas en la que todas las estaciones son primavera, cumbres altísimas y nieves eternas, hermosos valles, ríos caudalosos, llanura de abundantes pastos, buenas y feraces tierras vueltas fértiles por incansable y tenaz labor de innumerables pueblos que domesticaron todo género de legumbres, hortalizas, cereales, árboles frutales, y de la misma manera aprehendieron los secretos del comportamiento la gran variedad de especies animales que pueblan tanto las aguas de los ríos y océanos, dando origen a una forma especial de alimentarse y que con esto crearon una tradición única para elaborar y aderezar la comida, un gusto particular y una gastronomía con perfiles propios (Leuridan Huys, 1999, p.7). Así la biodiversidad de pueblos se han adjudicado una singularidad en la producción, elaboración y preparación de sus alimentos típicos del lugar como combinando nuevos productos y especies.

La zona yunga o valle interandino cálido de Yonán –Tembladera, pertenece a la Provincia de Contumazá, Departamento de Cajamarca (norte andino de Perú), ubicado al norte de la Cordillera de los andes peruanos. Es el tercer espacio geográfico con mayor población en Perú, después de Lima y La Libertad. Cajamarca está conformado por 13 provincias y tres regiones naturales: a) la región yunga marítima de 500 a 2300 m.s.n.m. (20%) al este; b) la región quechua entre 2300 y 4100 m.s.n.m. que corresponde al Atiplano (40%) en el centro; y c) Yunga pluvial entre 1000 y 2300 m.s.n.m. al oeste del departamento (40%). Sobre la región Yunga (del quechua yunka: valle cálido), Benavides (1969, p.108-109), explica que el clima es cálido con ligera humedad en la región yunga marítima; mientras que en la yunga fluvial, el clima es seco, siendo las lluvias con mayor intensidad en este tipo de yunga (enero a marzo). 

El área yunga andina peruana se preserva diversidad en la producción de alimentos y cocinas tradicionales desde los pequeños poblados rurales a lo largo de las geografías desde la franja costera norte, que diverge hacia la sierra del norte andino peruano y hacia la región de la Amazonía peruana. Cada pueblo tiene su propia distinción culinaria, haciendo énfasis que la madre Tierra o mamapacha, también proporciona sabor y color singular en la producción de productos alimenticios como del arroz y frutales. Igualmente la cría de animales resaltan en cada zona. La producción de alimentos desde terrenos agrícolas del valle yunga del distrito de Yonán–Tembladera, son resultado de la interacción de los distintos caseríos, aledaños a este valle; y todos los domingos en el mercado del valle, se comercializan entre los pobladores que consumen dichos productos; es decir hay una interrelación de los productos alimenticios, estableciéndose una relación dialéctica entre los que se produce y consume para la preparación de los alimentos en las cocinas tradicionales del lugar; prevaleciendo el plato típico hasta hoy de ‹‹ceviche de camarones›› y ‹‹sudado de lifes››, los cuales proceden del Río Jequetepeque que transita a un costado del valle de Yonán –Tembladera.

El relieve de la zona Yunga de Yonán –Tembladera, se caracteriza por estar formado por las estrechas quebradas, angostos valles y empinados flancos o laderas de los contrafuertes andinos. En cuanto a la vegetación está conformada por las cactáceas columnares de las laderas, el molle, la cabuya, la achupaya, etcétera. “Ésta última muy usada como adornos decorativos para confeccionar el paisaje navideño del nacimiento del niño Jesús” (notas de R. Yépez, 2020). La población se concentra en los estrechos valles y se dedican al cultivo de frutales autóctonos: palta (aguacate), chirimoyas, guayabas, pacae (guaba), pepino. Entre los productos importados están: el manzano, durazno, naranjo (Yépez M., 2000 y 2008). 

Tembladera inmortal eres, por tener miles de anécdotas, como granos de arroz nacidos en tus chacras pródigas y eternas. Color el de las “sirguelas” […], olor el de los mangos del lugar, el delicioso ceviche de camarones, sabor el del caldo de gallina vieja. Para el asentamiento chapas o chicha en poto y el pisco en copa. Enriquecido de recuerdos pueblo mío, no quisiera se los llevara el olvido ni el río en su crecida, si, airearlos al viento de tu cielo y sembrarlos en tu fértil suelo; y ¡qué verdes sauces guardaban tu chacra feliz y enamorada¡ luciste con orgullo lindas ojotas, y no digamos del poncho de lana y botas” (E. Encomendero, 2017, p.159)”. Estas letras de Don Edgardo, como himno al amor, a esta tierra hermosa y a su padre, agricultor de tierras arroceras y frutales de mango (Don Edgardo Encomendero Yépez, Ayeres de mi Tierra, octubre, 2020).

Los escritos de don Genaro Yépez, a quien se entrevistó y se sostuvo largas horas de diálogo y pláticas (2015-2016), dejó sentir lo profundo de su ser para embellecer el renacimiento del pasado yunga andino de este valle. Así, ha plasmado esos saberes empíricos y teóricos en la publicación de sus dos libros titulados: a) La riqueza arqueológica de Yonán. “…una visión sugerente para el Tercer Milenio” (2000); y, b) Sabiduría de la Prehistoria Andina de Yonán (2008). En este último inscribe esa filosofía andina antigua del valle yunga. Ofrece vocablos lingüísticos castellanizados que se hablan en Yonán –Tembladera y que están relacionados a la comida del lugar. Don Genaro describe (2000: 85-91): Cancha (maíz tostado cómo un plato presente en las comidas andinas y que sirve de acompañamiento junto con el ceviche de camarones), Chacra (terreno de cultivo en especial de arroz y árboles frutales), Choclo (mazorca de maíz fresco), Choro (caracol1), Guallpa (gallina), Huminta (maza de maíz envuelto en panka de choclo, en México es tamal), kcallana (fragmento de cerámica para tostar el café, el maíz, el cual, al ser tostado toma el nombre de ‹‹cancha››), Muti (maíz sancochado), potaje (comida), Rocro (sopa de maíz, zapallo, frijol, calabaza, habas y carne), Poroto (cereal verde). Y para expresar lo rico que está la comida, la palabra usada hasta hoy es ‹‹añañay o añañao››, palabras de mi bella tierra que me vio nacer, han calado la profundidad de mi inconsciente donde se guarda, la herencia de nuestros progenitores en la mamapacha. 

El conocimiento antropológico recuerda el libro titulado ‹‹etnográfica de los lugares›› de Abilio Vergara (2015) quien plantea ¿Por qué seguir haciendo antropología del lugar?: diría porque a pesar de la velocidad de las altas tecnologías en este mundo globalizado, poseemos una raíz identitaria personal y colectiva de nuestro entorno bio-zoo y fitogeográfico en el que el hombre está enlazado y vinculado a preservar y continuar produciendo saberes diversos, como la cocina tradicional de sus lugares de origen; y eso da sentido y valor a la existencia cotidiana del ser humano. 

Otros alimentos que se siembran y producen en el referido valle yunga son: plátanos, ciruelas, mameyes, guayabas, pacay (huabas), manzanas, mango ciruelo, paltas (aguacates) diversas, naranjas, etcétera. Después de cada cosecha arrocera; dejaban descansar a la madre Tierra, para sembrar el maíz y un determinado frijol llamado “yunya”. También se agenciaban y continúan utilizando los recursos lacustres que proporciona el Río Jequetepeque, en cuyas aguas se producía y reproducen hoy aquellos camarones verduscos con sus enormes garras, que se prepara para conformar el plato típico de la localidad: el ‹‹ceviche de camarones›› de Yonán –Tembladera, plato por excelencia de la dieta del poblador de este Valle como de muchos turistas que visitan el pueblo. El segundo plato de exquisitez es el guisado de ‹‹lifes›› un pez que vive en aguas dulces. También sobresalen el arroz con cabrito,  guisado de pescados diversos que llegan del Puerto de Pacasmayo (a una hora del valle), Caldo de gallina, Shambar, etcétera.

Antúnez de Mayolo (1993, p.19) ha manifestado que la salud del aborigen peruano comenzó a deteriorarse desde el coloniaje español, debido a la epidemias introducidas por los descubridores primero y por los inmigrantes después; así como el despojo de sus tierras de labranza que obligó a los nativos a cultivar en breñales y pedregales, con la correlativa reducción de su alimentación; además por tasas impositivas que obligaba a toda la familia a laborar todo el año para poder pagar; así como ‹‹trabajos obligatorios›› en minas, fundos y viviendas.

Lo expuesto lleva a reconocer que la apropiación de los recursos naturales para el autoconsumo promueve discutir la sostenibilidad en la dieta diaria del poblador; como de los cambios que han surgido en la cocina tradicional yunga andina con relación al saber culinario en la preparación de los insumos alimentarios típicos, como parte del patrimonio biocultural. Lo tradicional y representativo en esta zona, es el ‹‹ceviche de camarones››, un crustáceo que se localiza en la parte alta del valle en referencia; y el ‹‹sudado de lifes››2, que vivían de manera natural en las aguas del río Jequetepeque, las mojarras, las charcocas.  Al modificarse el medio ambiente y ecología, por la desaparición de tierras fértiles para el cultivo, con la construcción de la represa Gallito Ciego, se han insertado de manera artificial nuevos peces para su producción en las aguas del río Jequetepeque. Otro de los alimentos que se preparan son los tamales y las humitas de maíz. Aunado a la preparación, está el uso de los utensilios de barro y la manera como se preparan los alimentos conservando la originalidad y el uso de los ingredientes preservando la identidad culinaria entre la biodiversidad cultural. Esta etnografía nativa de vivencias, afectos y experiencias reflejan la antropogeografía de este valle Yonán –Tembladera. 

 

 

 

 

Conclusiones:

La cocina tradicional en las regiones del valle de Ixtlahuaca, México y en la zona Yunga andina peruana de Yonán-Tembladera, ha sido y continúa siendo un elemento de identidad y desarrollo local, ello ha permitido su persistencia frente a la cultura globalizada actual.

A pesar de las transformaciones globales y la inserción de alimentos procesados, la cocina tradicional en ambas regiones preserva los ingredientes, técnicas y recetas tradicionales en la preparación y conservación de los alimentos tanto el consumo cotidiano como el festivo.

La agricultura tanto en México como en Perú, es fuente inagotable de recursos naturales destinados al autoabastecimiento alimentario de las familias locales, fortaleciendo así, la persistencia de las cocinas tradicionales, que se desarrollan en este trabajo. 

El maíz producto de la agricultura en ambas regiones, ha sido y es un alimento básico representativo de la cultura Mesoamericana en México y de la cultura Andina en Perú, desde tiempos ancestrales hasta hoy en la sociedad contemporánea.

Las cocinas tradicionales son espacios culinarios de preservación y conservación de alimentos, que conjuntan un patrimonio material e inmaterial y son parte de la memoria colectiva cultural del pueblo mexicano y peruano.

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Palabras clave:

Cocina tradicional, patrimonio y alimentación.

Descripción de la Publicación académica:

El presente libro se dispone responder cómo, por qué y para qué Chile, como Estado Latinoaméricano ha utilizado el discurso político-visual vertido en su papel moneda a través de la iconografía política con fines de legitimación en el periodo de 1973 a 2012. Asimismo pretende mostrar, analizar y hacer una crítica sobre cómo una derivación del discurso político-escrito oficial se refleja en el discurso visual, contenido en billetes y monedas chilenos, a modo de termómetro en la región. Es también importante señalar que para no perder de vista el marco regional latinoamericano será muy útil el diálogo constante, aunque bien acotado, con el resto del discurso visual de América Latina. 

Resumen de la Ponencia:

Hacia finales del siglo XX, al buscar fortalecer las capacidades de investigación en sus sistemas de educación superior, varios países latinoamericanos comenzaron una nueva fase de su dependencia intelectual (Beigel) o de su integración subordinada con el exterior (Kreimer). En México, como ha argumentado Gil Antón, ciertas políticas tomaron como ideal a emular la universidad de investigación norteamericana y se instauró lo que Álvarez Mendiola denomina un nuevo patrón de legitimidad académica inspirado en modelos de los llamados países desarrollados. La formación científica de mexicanos en el exterior y la atracción de científicos extranjeros fueron estrategias fundamentales para acelerar la transformación de la profesión académica nacional en esa dirección.Ante este panorama, actualmente desarrollamos una investigación que analiza la participación que académicos formados en el extranjero han tenido en el desarrollo de las ciencias sociales en el noreste de México entre 2000 y 2020. Concretamente, en esta ponencia comparamos las trayectorias de los científicos sociales según su lugar de estudio de posgrado (México o el extranjero), respecto a su contribución al fortalecimiento de capacidades de investigación en la región.El estudio tuvo un enfoque cuantitativo. Los datos fueron recabados mediante un cuestionario sobre trayectorias aplicado a una muestra representativa de 264 académicos activos en las diez instituciones de educación superior regionales más relevantes para la práctica de las disciplinas sociales. Se analizaron datos sobre su participación entre 2000 y 2020 en actividades relacionadas con la institucionalización de sus disciplinas científicas, la investigación, la formación de nuevos investigadores, la colaboración interinstitucional (nacional e internacional) y la vinculación con sectores extraacadémicos. Para cada una de las categorías de actividades consideradas se determinó la tasa de participación de los miembros de cada grupo y, para algunas, también la frecuencia de esa participación.De forma general, los resultados muestran patrones similares en las tasas y las frecuencias de participación de ambos grupos, pero con al menos ligeras ventajas en favor de los formados en el extranjero en todas las actividades principales consideradas. Estas ventajas se acrecientan en algunos de los indicadores que suelen acarrear mayor reconocimiento y acceso a estímulos, como son la participación en proyectos de investigación financiados (más marcadamente cuando reciben recursos de fuentes privadas o internacionales) y en los que colaboran investigadores de instituciones extranjeras, en la pertenencia a redes de trabajo académico internacional y en la dirección de tesis en posgrados acreditados por las autoridades científicas nacionales. Por otra parte, los sujetos formados en posgrados nacionales muestran mayor protagonismo en la colaboración con colegas de la región y en algunas formas de vinculación con actores extraacadémicos, es decir, en actividades relevantes para el fortalecimiento de la comunidad científica y para su legitimación social en los contextos locales.

Resumen de la Ponencia:

Esta contribuição busca explorar as respostas estatais às mortes produzidas pela polícia, propondo um modelo de análise a partir da descrição de um caso específico – o da Bahia.  No Brasil, ações letais produzidas pelas polícias constituem um desafio de longa data e mobilizam a sociedade civil ao menos desde o final da década de ‘70, especialmente através de organizações negras que denunciam a notória caraterização racial das mortes produzidas pela polícia e lutam para enfrentar esta forma de violência estatal. Para dar lastro empírico a nossas análises, observamos inicialmente as estatísticas da Bahia, maior estado do Nordeste em termos populacionais e Unidade da Federação com a maior proporção de pessoas negras (IBGE, 2010). Só em 2020, primeiro ano de pandemia, a Bahia registrou 1.137 “mortes decorrentes de intervenções policiais” (FBSP, 2021), que representam 17% das mortes violentas intencionais registradas no Estado. Neste contexto, nos interessa abordar a seguinte questão: quais as lógicas institucionais mobilizadas pelos poderes públicos, nos discursos e nas decisões, diante de episódios letais envolvendo as polícias? Na tentativa de responder, dividimos a comunicação em três partes. Inicialmente, abordamos o problema da letalidade policial no Brasil, com destaque para as formas de responsabilização estatal relativa a essas mortes, explicitando os nós institucionais identificados na literatura. Em seguida, observamos as peculiaridades do contexto baiano, no período de 2015 a 2020, tendo como insumos para análise os documentos produzidos pelo próprio Estado, retratando as posições e a atuação dos três poderes frente às abordagens policiais com resultado morte, incluindo:  estatísticas oficiais de mortes decorrentes de intervenções policiais –  com os desafios inerentes à sua contabilização –, registros de decisões institucionais documentando o tratamento jurídico e político dado à  letalidade policial na Bahia, como sentenças, decisões de governo ou atos do poder legislativo e, enfim, outras manifestações públicas de autoridades estatais, como declarações oficiais para a imprensa. Enfim, buscamos oferecer um quadro analítico das respostas estatais à letalidade policial, considerando tanto os discursos quanto as decisões oficiais dos três poderes: judiciário, executivo e legislativo. Mais especificamente, pretendemos detalhar e confrontar analiticamente três posições distintas – maneiras de pensar e de fazer – frente à polícia que mata: a ostracista, caracterizada por condenação veemente, castigo exemplar, exorbitante, ou até cruel, com possível desrespeito às garantias elementares; a legalista, distinguível pela exigência de condenação nos moldes do devido processo legal, sendo a pena entendida como retribuição devida ao ato culpável; a simpatizante, marcada não só pela ausência de condenação – moral, política ou jurídica –, como pelo consenso  diante da letalidade policial, entendida como justa resposta a demandas sociais por punição e eliminação dos “criminosos”, sendo a morte produzida pela ação policial entendida como resposta política, jurídica e eticamente admissível, do próprio Estado.

Justificación del Panel:

La emergencia del tsunami feminista en América Latina se visuliza al menos desde el año 2015. Distintos países muestran diferentes trayectorias y también composiciones de lo qye se puede denominar el feminismo masivo o callejero. Sin embargo, la juventud, es un actor principal en todo ello. Particularmente, en México, desde el año 2018, el movimiento de las estudiantas, que se autodenominó de Mujeres Organizadas, hizo temblar a la Universidad Nacional y logró una serie de transformaciones, muchas de ellas aún en curso. El interés de este panel es reflexionar sobre los alcances y sentidos de esta transformación que desde las mujeres organizadas está ocurriendo en la Universidad, pensando también a esta institución, sus limitaciones y potencias.

Resumen de la Ponencia:

Cabe señalar que aunque el tema propuesto originalmente para el Congreso ALAS México 2022 era: “¿Existe en México un proceso histórico que inicia con los movimientos sociales de 1968 y culmina con el proceso electoral de 2018?”, decidí, para la publicación, presentar sólo una parte de dicha investigación; la cual aborda el tema: “Los jóvenes punks mexicanos y sus formas organizativas después del levantamiento del Ejercito Zapatista de Liberación Nacional en 1994.”, toda vez que, al estarse aún desarrollando la investigación, no me era posible presentar un resumen viable y, sobre todo, conclusiones aceptables para ser publicadas.

Introducción:

En la segunda mitad de la década de los noventa se observó un proceso de convergencia y acompañamiento entre el recién aparecido Ejercito Zapatista de Liberación Nacional (EZLN) y los jóvenes punks de las zonas marginales de México; particularmente de la Ciudad de México y su Zona Metropolitana. El fenómeno señalado se originó a raíz del levantamiento armado del EZLN, el 1 de enero de 1994 en Chiapas, estado suroriental del país latinoamericano. Dicho movimiento, conformado mayoritariamente por indígenas mayas de aquella entidad, sacudió la vida del país, redefiniendo las relaciones de poder en toda la geografía política y social. (Gilly, 1997, p. 24)Dicho cambio también afectó las formas de participación, pues modificó el discurso político e hizo evidente el desgaste de las estructuras políticas tradicionales (partidos políticos, sindicatos y organizaciones sociales ortodoxas) (Vázquez y Vommaro, 2008:, p. 490), como estaba sucediendo en esos momentos en toda la geografía latinoamericana (Regalado, 2006, p. 228). Aquel levantamiento logró la simpatía de amplios sectores de la población, muchos de los cuales no tenían experiencia de participación política, pues habían sido marginados de las estructuras políticas tradicionales; entre estos grupos encontramos a los jóvenes punks de las zonas marginadas de México. (Velázquez, 2016, p. 44).Entender ¿cómo? y ¿por qué? sucedió aquel proceso de convergencia entre indígenas organizados en un ejercito levantado en armas y cientos de jóvenes reunidos en  grupos o pandillas representado sus barrios, es el eje central de esta investigación. Sobre todo, porque se intenta entender el fenómeno más allá del contexto de precarizacion  provocado por las medidas neoliberales en todo el mundo y, en particular en la región. (Trejo, 2012, p. 99). En este sentido, se apuntará a estudiar el fenómeno desde la convergencia de la condición de subalternidad y marginalidad, así como de nuevos movimientos y actores sociales. 

 

Desarrollo:

Definiciones y precisiones.En esta investigación entendemos a los jóvenes como un grupo social bien diferenciado y activo a partir de la segunda mitad del siglo XX, sobre todo en occidente (Feixa, 1999, p. 41), y que más allá de identificarse por un rango de edad determinado, lo hace desde una perspectiva generacional (Vázquez y Vommaro, 2008, p. 492). Dicha enunciación nos sirve para entender la situación de los jóvenes autoidentificados como punks en México, pues cumplen con tal caracterización; sin embargo, comprender la particularidad de estos jóvenes implica, más allá de escuchar música punk y entender el proceso histórico del cual surge esté fenómeno musical, analizar cómo un fenómeno social y cultural europeo y norteamericano (Marcus, 2005, p. 30) se asimila con tanta rapidez entre los jóvenes latinoamericanos y, en particular, mexicanos, hasta lograr un mimetismo casi sincrético. (Feixa, 1998, pp. 107-108).En este punto, vale recuperar las reflexiones que comparte Rossana Reguillo (2000a) en el sentido de cuestionar los modos en los cuales se ha abordado el tema de la culturas juveniles en el campo de la cultura, toda vez que el punk es una de las distintas culturas que se aborda desde la generalización homogénea, como si todxs lxs jóvenes fueran iguales y tuvieran el mismo comportamiento (p. 103). En este sentido también se manifiesta Maritza Urteaga (2019), al señalar que la aparición de lo joven como sujeto social tiene mas de un siglo, pero lo que entendemos hoy en día por “joven” o “juventud” dista mucho de lo que se entendías en aquellos años; por lo cual, es necesario siempre considerar la evolución de los conceptos y entender al sujeto en su contexto. (p. 60). Tema que Sandra Souto Kustrín (2018) aborda desde la evolución historiográfica. (p. 16)Los actores abordados en la investigación tienen su punto de contacto o convergencia dentro de los movimientos sociales; entendiendo como movimientos sociales a una diversidad de de actores que se organizan en torno a una problemática en colectivo que chocaría con los intereses de otras personas; en donde, generalmente, los gobiernos son los destinatarios de dichas peticiones o árbitros de tales disputas (Tilly y Wood, 2001, p. 21); aunque estos autores tratan de hacerlo desde fuera del Estado (Gramsci, 2000, p. 182) y desde la vida cotidiana (Vanegeim, 1998, p. 19), por lo cual, se pueden identificar como movimientos sociales autónomos, desde una óptica territorial (Almeyra, 2004, p. 71) y no institucional (Vázquez y Vommaro, 2008, p. 492).El elemento autónomo, ademas, resuelve la dicotomía rural-urbano que suele acompañar a la definición tradicional del termino; sobre todo porque la organización neozapatista es en definitiva rural y los colectivos de jóvenes punks son un fenómeno urbano. Por otro lado, se podría dudar que los jóvenes punks conforman un movimiento, como si son los miembros del EZLN, pero quienes han tejido redes de solidaridad en la marginalidad de las ciudades mexicas así lo consideran (Comunidad Punk, 2008, p. 1); por lo cual, en la investigación utilizamos dicha caracterización para describirlos. Por último, es importante entender desde donde se encuentran y convergen los actores señalados en la investigación. Si bien se comentó en el párrafo anterior que los actores convergen en un espacio mixto, tanto rural como urbano, como movimientos sociales, también es importante entender que lo hacen desde un espacio de exclusión y rechazo, por lo cual definir la situación como marginal o desde de la marginalidad social es imperativo (Delfino, 2012, p. 19) y, como ya la habíamos comentado con anterioridad, reformando a Gramsci, autónomo y subalterno (Gramsci, 2000, p 179); pues si bien han sido excluidos, estos se organizan y resisten para transformar su realidad.

Antecedentes históricos (Punks por todo el mundo).Comenta Greil Marcus (2005) que el hecho de que Malcolm McLaren se tomara en serio los desplantes de un chico, casi adolescente, que se hacia llamar Johnny Rotten y le construyera una imagen de “póster viviente” con la vestimenta que encontró en la tienda de ropa que regenteaba en el centro de Londres, cambió la historia de la escena musical y, posiblemente, el de la juventud occidental del último cuarto del siglo XX (p. 38). Como sea, se sabe que, en términos musicales, la aparición de Sex Pistols no fue la primera manifestación musical de punk-rock, pues ya antes Los Saicos, en el Perú de 1964, habían tocado la histórica canción “Demolición” y un grupo llamado Death lo había hecho en Detroit a inicios de los años 70. (Howlett y Covino, 2012)Ya fuera que la palabra punk haya sido una invención atinada proveniente del ingenio de los publicistas Malcolm McLaren y Vivienne Westwood; ya sea que haya sido el impulso de una parte de la juventud estadounidense e inglesa a mediados de los sesentas, lo que es una realidad es su insubordinación a las normas establecidas por las generaciones que les anteceden. El punk nació asociado con lo subterráneo, lo sucio, lo marginal, lo sórdido. Esa fue la manera como los jóvenes de una generación querían verse identificados frente a una sociedad consumista, hipócrita y sumamente conservadora. (Marcus, 2005, p. 42)El punk nace de un espíritu contestatario contra lo establecido. En aquella generación está más que viva la frase de Roaul Veneigem (1998) “No queremos un mundo en el que la garantía de no morir de hambre equivalga al riesgo de morir de aburrimiento”. (p. 8). Bandas de música de toque electrizante cambiaron para siempre la escena musical a la que estaba acostumbrada la audiencia, y con esta forma tan peculiar de tocar y trasmitir sus mensajes, dieron origen al movimiento musical punk y a todos sus derivados y asociaciones. (Lydon, 2007, p. 8)La música surge como una manera de transmitir la sensación de hastío prevaleciente en el cotidiano caótico de las urbes occidentales. Mientras el capitalismo entra en una de sus peores crisis después de su “época dorada” de pos guerra, los jóvenes marginales amanecen con una nueva realidad: desempleo, inflación, falta de libertades democráticas, desintegración social. (Gilly, 2002, p. 65). No es fortuito que el primer grito cohesionador punk, como nos lo recuerda Greil Marcus, haya sido aquel alarido de Johnny Rotten: “No hay futuro!”. Este parecía ser el concepto que una parte de la juventud inglesa tenía de la vida, y este fenómeno o estado de animo no tardó en expandirse por todo el mundo con su disco Anarchy in the UK. (Marcus, 2005, p. 13)Para los jóvenes punks, provenientes en su gran mayoría de las clases subalternas, el enojo contra el mundo era total, el no futuro tendía hacia la autodestrucción… Pasarían algunos años más para que el punk volviera a la senda del do it yourself, (hazlo por ti mismo, a tu manera) con mayor politización y fuerza. A partir de varias experiencias alrededor del mundo, los punks se van consolidando como un movimiento en el que sus integrantes se saben participes de un proceso global. Es así como surgen múltiples expresiones de una experiencia punk transformada en movimiento internacional, las cuales intentan autodefinirse para potenciar su alcance e influencia política. Aquella anarquía de aparador pregonada por The Sex Pistols se convierte en una mas consistente, ideológicamente hablando, y por ella hablan grupos como Crass y un movimiento underground articulado en varias partes del mundo. (Comunidad Punk, 1997, p. 1) 

Levantamiento zapatista y los punks en la Ciudad de México.Ya sea que el punk se iniciara en Londres o en New York City (en el legendario CBGB donde tocaron, antes de los Sex Pistols entre otros: New York Dolls, y Ramones), lo cierto es que con la aparición del punk se dio voz a un sector de la juventud que no había tenido la oportunidad de expresar su frustración después de la derrota de los movimientos del 68 y la consecuente reestructuración del capital desde el neoliberalismo (Anderson, 2003, p. 11). Aún así, el punk inició como un proceso europeo y estadounidense; es decir, del centro a la periferia y, en ese sentido, siguió formando parte de ls procesos de “domesticación” cultural, pues fueron las clases medias acomodadas quienes tenían acceso a la música Rock and Roll y, posteriormente, al Punk Rock (Agustin, 2017, p. 144); es decir, aunque el punk comunicaba un discurso contestatario, agresivo y rebelde, no reflejaba las condiciones de marginalidad y represión por el cual atravesaba la juventud mexicana.Es hasta la década de los 80 que el punk se recupera en los barrios marginales de las grandes ciudades latinoamericanas y, poco a poco, se va convirtiendo en parte de la cultura popular. (Feixa, 1998, p. 156). En México el punk se afianzó en las zonas marginales de la Ciudad de México y en su Zona Metropolitana; también lo hizo en ciudades fronterizas como Tijuana y Mexicali y en otras urbes importantes como Guadalajara y Monterrey. (Comunidad Punk, 2008, p. 6). En la voz de los punks de aquella primera época, las primeras referencias y acordes que llamaron a los punks, fueron los del punk proveniente del Estado Español y el país Vasco, porque comentaban acerca de la marginalidad, la represión social y estatal, la cerrazón de la familia; en fin, que la sociedad estaba podrida y los jóvenes “No eran nada”. (Comunidad Punk, 2001, p.1)Entre un proceso dinámico de marginalidad, toma de consciencia y organización los punks mexicanos hacen contacto con el EZLN, pues los primeros se levantan en armas y le dan vos a “todos los sin voz” (Documento del EZLN recuperado en Comunidad Punk, 2003, p. 13). Después del 1 de enero los jóvenes punks de inmediato se sienten identificados con el neozapatismo, por su discurso, sus planteamientos de autogestión y autonomía, por ser parte de ls marginados de la historia y por plantear un “mundo en el que quepan muchos mundos” (Zenk, 2008, 30). Desde ese momento los jóvenes punks acompañaron las iniciativas del EZLN y, en el proceso, forjaron su identidad como Comunidad Punk; tejieron redes de solidaridad de alcance nacional e internacional, con otros punks y otros movimientos sociales. (Comunidad Punk, 2003b, p.  2).En sus inicios el punk fue un impulso musical y estético emanado del estado de animo de una parte de la población, esta primera manifestación se fue transformando en sus motivaciones y objetivos, pasando de ser una forma de vida indisciplinada, la cual rondaba los ámbitos de la delincuencia y la degradación (Falcón, 2008, p 11), hasta convertirse en un movimiento articulado que pugnaba por una transformación social y se sumaba a otras rebeliones para protestar en contra de un sistema asfixiante y excluyente. (Comunidad Punk, 1996, p. 1).

Comunidad Punk como colectivo y otras experiencias.En México surgen fanzines, revistas independientes, tocadas organizadas por los mismos punks –Francisco Valle, el Iti, asegura que al movimiento punk se le debe la primera tocada plebeya en el Zócalo de la Ciudad de México-. Se da vida al Tianguis Cultural del Chopo (lugar de encuentro de punks con otras expresiones juveniles), surgen bandas de música representativas de los punks mexicas: YAPS, Rebel´d Punk, Síndrome del Punk, Atoxxico, MELI, Vómito Nuclear, Masacre 68, que proliferan en un ambiente donde está en pleno apogeo el fenómeno de las bandas juveniles: Los Panchitos, Los Mierdas Punk, Los Rotos, Los PND (Punk Not Death), el MPN (Movimiento Punk de Neza) y las BUN (Bandas Unidas de Neza). (Detor  y Hernández, 2011: 38).A finales de los años ochenta y principios de los noventa el punk dio un vuelco, convirtiéndose en un fenómeno social con aspiraciones claras y objetivos a largo plazo. Si bien aún no se ha llegado a contar con un programa y plan de acción en común, los punks han estado trabajando en este sentido, fundando experiencias como la Internacional Anarkopunk, creada en 2002 en la ciudad de Toluca, Mexico, y tratando de encontrarse un par de ocasiones más en encuentros internacionales y múltiples encuentros regionales y nacionales. Particularmente en México, los jóvenes punks dieron un giro y llenaron de mayor sentido su rebeldía, al vincularse con movimientos sociales en resistencia, que van desde el movimiento urbano popular hasta el zapatismo. (Comunidad Punk, 2002, p. 2). También los punks han participado y convocado acciones en contra de políticas impositivas en distintos partes del mundo y han fortalecido su posición en el movimiento anarquista internacional y el hacktivismo. (Chiwy, 2012, 10).Para los jóvenes punks articulados, por ejemplo, en las Juventudes Antiautoritarias Revolucionarias (JAR), el levantamiento zapatista fue el corolario de un proceso organizativo que se venía gestando desde la tragedia del sismo del 19 de septiembre de 1985, el cual  devastó la Ciudad de México. Como muchas personas en la Ciudad de México -conocido como Distrito Federal en ese momento- los punks de distintas latitudes de esa ciudad y, sobre todo, de su zona metropolitana, salieron a auxiliar a quienes habían perdido sus casas, a un familiar o a quienes estaban en shock por la enorme destrucción causada por el sismo. Como muchos otros y otras, los punks se fueron conociendo en el proceso de apoyo y se articularon con otros movimientos sociales (Monsiváis, 2001, p. 19), sobre todo con el incipiente movimiento urbano popular y, con quienes serían “como sus hijos” o ellas su madres, según lo cuentan algunxs de quienes vivieron ese proceso: Las costureras (Comunidad Punk, 2008, p. 3. Las mexica punks)Las costureras fueron un grupo de mujeres dedicadas a la costura industrial afectadas por el sismo de 1985 en el Distrito Federal, quienes se quedaron sin trabajo porque el lugar donde laboraban se vino abajo y muchas de ellas quedaron atrapadas en ese sitio. Larga fue su lucha por recuperar su fuente de trabajo, exigir compensaciones para su compañerxs desaparecidas y castigo a los culpables de las negligencias que provocaron el colapso del lugar y la imposibilidad de salir del mismo. En ese proceso lxs jóvenes punks se acercaron a las costureras y aprendieron el proceso de autogestion y, en general, toma de consciencia política desde espacios autónomos e independientes. (Garcia-Zapata, 2008, p. 32).Poco a poco fueron siendo “parte de algo”, aprendiendo a organizarse con otros colectivos y formando parte del incipiente movimiento urbano popular (Monsiváis, 1987, p. 237). En eso años aprendieron a reconocerse como punks, a saberse marginados y entender que estaban por todos lados, en casi todas las ciudades; fueron años de aprendizaje y crecimiento político; iniciando con la creación de colectivos punks locales, luego ampliando las redes de solidaridad a otros territorios o zonas y, finalmente, coincidiendo con el EZLN. Mi primer colectivo se llamó “liberación autónoma”. Participamos en las protestas de 1992 por los 500 años de opresión por la conquista de América. También participamos en la Radio Pirata que coordinaba Marco Rascón, en Insurgentes y Reforma. No estábamos de acuerdo con él, pero siempre tuvimos libertad para decir lo que queríamos. Al mismo tiempo trabajábamos en una ocupación de los Panchos Villa en Iztapalapa. Buscábamos espacios de participación en todas partes.Siempre marchábamos el 2 de octubre recordando la masacre de 1968. Para la marcha de 1993 nos juntamos con otros colectivos: Acción Libertaria, del Estado de México, y Contra lo Establecido, de San Bernabé, juntos decidimos llamarnos Juventud Antiautoritaria Revolucionaria (JAR). Poco tiempo después fue el levantamiento de los zapatistas. Primero los apoyamos por su ímpetu rebelde, luego nos dimos cuenta que tenían un planteamiento autónomo y vimos que podíamos coincidir con ellos en muchos aspectos. Eramos tantos punks que en la Convención Nacional Democrática de 1994 que el sub tuvo que mencionarnos. Fue la primera vez que un movimiento social de alto perfil se fijaba en nosotros. (García-Zapata, 2008, p. 30).

El relato describe y sintetiza con claridad el proceso por el cual transitaron los punks mexicanos en un corto tiempo; mismo que se podría describir de la siguiente manera: autoidentificación, organización autónoma y convergencia con diferentes movimientos sociales; entre ellos el movimiento aglutinador que resultó ser el EZLN. En este sentido,   varios procesos protagonizados por la juventud latinoamericana se observaron en distintos países de la región; similares en complejidad e “intensidad”, reflejan un tiempo de grandes transformaciones en todo el mundo; como lo comenta Sergio Rodríguez Lazcano (2010, desde la reestructuración del capital, el neoliberalismo y el papel del EZLN, en México (p. 69), y desde la experiencia argentina, a finales de los años noventa (Vázquez y Vommaro, 2008, p. 486).La participación de los jóvenes en el Movimiento de los Trabajadores Desocupados (MTDs) es un reflejo de la situación de crisis política desencadenada por la caída del bloque soviético y la proliferación del neoliberalismo en todo el mundo. Ante la “desaparición” de las utopias revolucionarias y el desgaste de las estructuras políticas tradicionales, los jóvenes, tachados de apáticos y nihilistas, buscan y construyen nuevos espacios de militancia, formas de organización autónoma y estrategias de autogestión política (Vázquez y Vommaro, 2008, p. 493). Miriam Krieger (2017), refiere que se da una “recuperación” de “la política” a inicios del siglo XX, sobre todo porque aumenta el interés de los jóvenes por “lo político”, detonando distintos ciclos de participación juvenil en la argentina (p. 71). Politización juvenil que tiene su sustento en las primeras incursiones de los jóvenes y las jóvenes de la Argentina en los MTDs autónomos y de organizaciones independientes como Hijos por la Identidad y la Justicia contra el Olvido y el Silencio  (H.I.J.O.S) (Vázquez y Vommaro, 2008, p. 494). Es decir, el fenómeno de participación política de las y los jóvenes de la Argentina en colectivos y organizaciones autónomos, creación de procesos de convergencia y construcción de redes sociales autogestivas  es similar al que sucedió entre los jóvenes mexicanos, particularmente autodefinidos como punks, y el EZLN.Por otro lado, Laura Kropff (2011) documenta como jóvenes mapuche incursionan en las organizaciones y espacios autónomos de los poblados argentinos de Barriloche, Río Negro, Neuquén y Chubut (p. 78). Dicho participación política es de relevancia para la presente investigación, porque los jóvenes mapuche referidos en se autoidentifican como punks o metaleros, y se organizan autónomamente desde dicha condición. Estos jóvenes, excluidos de las “bondades” de la modernidad capitalista y, mas recientemente, de las promesas del capitalismo, comparten con los jóvenes punks mexicanos su condición de marginalidad y subalternidad. (p. 71).Como lo describe Kropff, la situación de los jóvenes argentinos mapuche se explica desde su gusto por la música contestataria punk, pero también por un proceso de perdida de identidad y desterritorialización a la que se han visto sometidos desde hace mucho tiempo, pero que se agravó en los últimas décadas por las políticas neoliberales que se han descrito en la presente investigación. Este es el espacio de convergencia que pueden tener los jóvenes punks mapuches y mexicanos, y desde ahí construyen una politicidad contestataria, subalterna y autónoma: la música punk les dio la oportunidad de organizarse y reconocerse entre iguales, además de brindarles argumentos ideológicos desde las canciones y los discursos, y el contexto de explotación capitalista y marginación  histórica las condiciones para el ímpetu rebelde. Sin embargo, no podemos dejar de lado que dichas similitudes y convergencias tienen  limitantes. La primera, Laura Kropff la describe dentro de la aboriginalidad; es decir, “una construcción de alteridad caracterizada por interpelaciones etni­zadas y racializadas que se basa en la presunción de autoctonía de sujetos colectivos” (p. 80); es decir, la pertenencia a una comunidad originaria de los jóvenes mapuches, lo que les da esa condición de etnicidad que los jóvenes punks mexicanos no tienen, pues son abrumadoramente mestizos -característica que si comparten con el EZLN. Segundo, la dualidad campo/ciudad que caracteriza a los jóvenes punks mapuches no es condición de los jóvenes mexicanos; pues provienen de un contexto netamente urbano, y la condición de campo/ciudad caracteriza a sus padres, no a ellos. Por otro lado, a parte de compartir la condición de marginados y subalternos, lo hacen desde el punk, siendo jóvenes y, es necesario recalcarlo, como activistas autónomos, autogestivos y libertarios. Estos elementos hacen posible la convergencia de estos jóvenes en redes de solidaridad más amplias, regionales, continentales e internacionales, como los encuentros punks internacionales o las iniciativas “intergalácticas” convocadas por el EZLN. 

Conclusiones:

La crisis económica de los años setenta, en comparación con la relativa bonanza que aún se vivía en la década anterior, provocó una enorme inconformidad y desencanto entre grandes sectores de las sociedades occidentales, incluidos los jóvenes. Sumado a lo anterior, en la represión como respuesta gubernamental a los movimientos de protesta de los sesenta, particularmente los del 68: los jóvenes vieron clausurada la posibilidad de participación política por vías pacificas y, sin llegar a la opción armada –a la que sí recurrieron muchos jóvenes de todo el mundo, optaron por una actitud de confrontación y abierta rebeldía.Entonces, el desencanto provocado por la crisis económica, la respuesta autoritaria a las reivindicaciones democráticas y la insatisfacción frente a un sistema mundo  promotor del consumo y las guerras, el cual se legitimaba desde una supuesta superioridad moral civilizadora, deslegitimaron las formas de dominación, desgastadas de por sí por el crack del 29 y la primera y segunda guerra mundiales. Es decir, la crisis de dominación en la que había caído el sistema liberal dejaba claro que el capitalismo tendía a destruirse a si mismo y, con esa dinámica, ponía en riesgo a toda la humanidad: el énfasis de la protesta no estaba ya en querer crear un mundo diferente, sino destruir desde su base una sociedad inocua y represiva.Fue necesario que los punks se vincularan conscientemente a los movimientos sociales, que volvieran a sus raíces para que se convirtieran en un movimiento contracultural y antisistémico. En algún momento del camino hubo conciencia del mercadeo del que eran objeto por parte del sistema, el cual se estaba apropiando de sus símbolos y aspiraciones; fue entonces que vincularon sus luchas con los procesos estructurales de protesta y se politizarse aún más. Ante la posibilidad de ser confundidos con modas intrascendentes y oportunista, creadas por el mercado, los punks se vieron en la necesidad de tomar consciencia de su marginalidad y su historia subalterna, voltear a ver su pasado y revisitar las calles que los vieron crecer.Las condiciones de marginalidad y exclusión en las cuales crecieron los jóvenes punks a finales de los años 90 en América Latina los obligaron a organizarse, cuestionar sus condiciones de marginalidad y exclusión, a la vez que ampliaron sus horizonte de acción y fueron construyendo una red de alianzas y solidaridades que los llevaron a confluir en espacios de convergencia urbanos y, posteriormente, en territorio zapatista. En los primeros momentos del levantamiento del EZLN y durante varios años más, los jóvenes punks mexicanos los acompañaron en sus iniciativas y en ese proceso fueron conociendo más como ellos que, en otros países, construían movimientos juveniles basados en la horizontalidad y la autonomía. Creo que una parte considerables de los jóvenes punks  de aquellos años tenía clara la actitud que Veneigem (1998) sintetizó en la frase: “Los que hablan de revolución y de lucha de clases sin referirse explícitamente a la vida cotidiana, sin comprender lo que hay de subversivo en el amor y de positivo en el rechazo de las obligaciones, tienen un cadáver en la boca” (p. 19). En ese sentido, creo que han intentado moverse a un ritmo distinto al elaborado por la filigrana del poder y darse el tiempo para vivir a su manera. O, como lo comenta Rossana Reguillo (2000b), construir una subjetividad diferente, desde modos colectivos de gestión, desde lo cotidiano. (p. 5) 

Bibliografía:

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Palabras clave:

Movimientos Sociales, 1968, Levantamiento Zapatista (EZLN), Jóvenes.

Resumen de la Ponencia:

En la presente ponencia ofrecemos los resultados de investigación sobre prácticas docentes y de investigación durante la pandemia COVID 19, en profesores de tiempo completo en Medicina. En un escenario sin precedentes, la pandemia de COVID-19, sorprendió de manera global a las diversas actividades de la sociedad. En México las Instituciones de Educación Superior cerraron sus puertas para atender las medidas sanitarias emitidas por el gobierno federal, dando paso al tránsito de la presencialidad a las modalidades en línea y a distancia para continuar con sus actividades sustantivas (López & Rodríguez , 2020).La presente propuesta, analiza los retos y continuidades pospandemia COVID-19 en las actividades sustantivas de investigadores en la Universidad Nacional Autónoma de México, dando continuidad a la investigación denominada Cambios en las prácticas de los investigadores en el contexto de la pandemia COVID-19, cuyo objetivo central fue el poder analizar los cambios en las prácticas científicas de las personas que realizan actividades de formación y científicas de tiempo completo en el marco de la pandemia COVID-19, en el periodo julio 2020 – julio 2021 (Garcia & Castañeda, 2022). Retomando el método de historias de vida y por medio de la saturación de categorías, se recuperan las percepciones de los investigadores sobre los retos y continuidades en la práctica científica. Referencias López , M., & Rodríguez , S. A. (2020). Trayectorias escolares en la educación superior ante la pandemia ¿continuar, interrumpir o desistir? En J. Acosta, A. Alcantara, F. Alvarez, R. Amador, C. Barron, & M. Bravo, Educación y pandemia. Una visión académica (págs. 103-108). Ciudad de México: Universidad Nacional Autónoma de México, Instituto de Investigaciones sobre la Universidad y la Educación .Garcia, O., & Castañeda, X. (2022). Cambios en las prácticas de los investigadores en el contexto de la pandemia COVID-19. Pesquiseduca, 35-57. 

Resumen de la Ponencia:

Nuestro trabajo plantea, en un primer momento, un acercamiento teórico y operativo del concepto de gobernanza. En un segundo momento muestran las lógicas internas que dan vida a los consejos consultivos en el contexto de la administración gubernamental, como un mecanismo para fomentar la participación ciudadana dentro de la política pública, describiendo un “deber ser”, contenido en el plan nacional de desarrollo. Un tercer momento que nos refiere a las escalas municipales como reflejo de la acción de ese ejercicio de política pública. Y un último momento en el que pretendemos triangular analíticamente estos tres momentos previos, intentando colocar en la mesa alguna reflexión crítica y propositiva.En esta postura de ejercer una política pública, se asume la emergencia de una nueva relación entre Estado y sociedad, en la que el Estado, deje de ser el centralizador del poder político y se articule con los intereses colectivos, generando confianza, siendo esta, una categoría analítica sumamente rica, sobre todo si la asociamos al ejercicio de una esperanza como construcción de realidades alternas o a la de gobernanza como elemento fundamental en la de-construcción de horizontes zemelmanianos de futuro posibles.Esta estrategia de gestión de los asuntos públicos y de las formas de “hacer”, se sostiene sobre la transparencia y la participación de la sociedad civil en lo local, lo regional, lo nacional y lo internacional, pero, además demanda la participación de la sociedad en acciones públicas que le afectan directamente. Requiere de relaciones horizontales y la búsqueda de equilibrio entre poder público y sociedad civil. Requiere de la expansión de las organizaciones no gubernamentales implicadas en asuntos de orden público ahora, junto con la emergencia de iniciativas comunitarias locales. La interacción y las interdependencias entre estos diversos actores públicos y privados es fundamental, e implica que las personas puedan participar en la toma de decisiones posibilitando el aseguramiento de ciertos niveles de comunalidad; condición mínima para una vida digna, así como la trascendencia de las políticas a lo largo del tiempo. Esta condición de ejercicio del poder requiere, sin duda, que los ciudadanos asuman en ese contexto cierta noción de libertad de expresión, de asociación, un respeto y fortalecimiento de sus derechos humanos por parte de los organismos que los regulan, así como de un proceso constante comunicación entre los que gobiernan, los que deciden, los que hacen y los que viven en este contexto.Este proceso puede ser democrático si y sólo si se tiene los medios para participar de manera popular (atendiendo al concepto de Gilberto Jiménez) en el establecimiento, seguimiento y observancia de las metas propuestas; bajo un riguroso proceso de rendición de cuentas que permite evaluar las actividades de quienes actúan en nombre del público.