Descripción de la Publicación académica:
Inserido no contexto neoextrativista latino americano, o estado do Espírito Santo (ES, Brasil) fortalece seu papel na cadeia produtiva global nas últimas décadas, reafirmando a sua trajetória desenvolvimentista, iniciada na década de 1970 com mega projetos visando a internacionalização econômica através da exploração e exportação de recursos naturais. Tais foram se instalando em suas cidades litorâneas (como a capital Vitória), modificando-as em plataformas logísticas portuárias num processo de transformação capaz de vulnerabilizar seus territórios social e ambientalmente. Os diversos problemas socioambientais advindos destas instalações em ambiente urbano demandam dos atores da governança cidade-porto pensar a sustentabilidade de suas ações, visando contribuir para políticas públicas sustentáveis. A presente comunicação pretende discutir as cidades portuárias enquanto atores capazes de influenciar o sistema internacional através da análise de práticas sustentáveis de complexos portuários no mundo com impacto social positivo em seu entorno. Trazendo a perspectiva da Teoria Verde das RIs e a noção de soft power, assume-se que as cidades portuárias consideradas sustentáveis têm potencial de atuação como atores do soft power verde, ou seja, capazes de influenciar outros atores / cidades desta governança. Parte-se da noção de que, tendo uma responsabilidade social e ambiental, os portos implementem experiências de boas práticas como estratégia de consolidação de um projeto de cidade sustentável tendo como princípios orientadores de seus projetos na complexa relação cidade-porto os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, Agenda 2030.O World Port Sustainability Program aponta alguns portos europeus preocupados com a sustentabilidade de suas áreas. Do seu site, foram selecionados e estudados seis portos com práticas sustentáveis visando a integração à dinâmica das cidades: cinco europeus (Hamburgo, Vigo, Marselha, Londres e Gotemburgo) e um caso latino-americano: o Porto do Açu, em São João da Barra, RJ, Brasil. A análise aponta para aspectos que poderiam ser contribuições para o contexto periférico latino americano de cidades portuárias na cadeia produtiva global. Por exemplo, a questão da integração cidade-porto estar atrelada às especificidades de cada uma destas cidades, as quais orientam a formulação das boas práticas para o respeito e a preocupação em mitigar problemas locais. Tais como as estudadas, as cidades-portuárias, enquanto atores econômicos globais, podem ter um papel na disseminação do princípio sustentabilidade atuando como um ator do soft power verde no sistema internacional.