Resumen de la Ponencia:

Partindo do princípio de que a desigualdade social é um processo existente dentro das relações da sociedade capitalista, pode-se destacar algumas características de consenso no debate sobre a exclusão social: ela engloba a pobreza, porém vai mais além, pois se define como a impossibilidade inserção social; exclusão social é um fenômeno multifatorial e multidimensional, englobando às questões econômico-ocupacionais, isolamento dos indivíduos, abalo do sentimento de pertencimento social, anomia, crise de vínculos sociais e de coesão social. Na lógica da experiência do Estado de Bem Estar Social, as políticas públicas correspondem aos direitos assegurados constitucionalmente ou que se afirmam graças ao reconhecimento por parte da sociedade e/ou pelos poderes públicos. Neste sentido, as políticas públicas são fundamentais para minimizar as desigualdades sociais e promover a inclusão social dos mais vulneráveis. De forma geral, a inclusividade como horizonte propõe uma sociedade onde as pessoas, todas elas cidadãs e cidadãos de pleno direito, possam ter acesso a aqueles mecanismos de desenvolvimento humano e inserção em redes sociais que lhes permitam desenvolver seus projetos vitais em condição de máxima liberdade e igualdade, na ausência de relações sociais de dominação, em um contexto gerador de autonomia e de reconhecimento da diversidade. Nenhum sentido contrário , ou o neoliberalismo  justifica a livre circulação de dois capitais e a diminuição da interferência do Estado na economia e nas questões sociais. Há ainda uma perspectiva individualista, ou um mercado sério, portanto, de acordo com a concepção epistemológica neoliberal, ou o único fator racional na organização da sociedade e sua organização econômica, bem como o sistema ótimo de alocação de recursos. Dessa forma, os neoliberais explicam a desigualdade social pela meritocracia e a superação da exclusão depende unicamente do esforço individual de cada um. A incorporação de ideias neoliberais no governo Bolsonaro desmantelou e/ou prejudicou a implementação do sistema de proteção social no Brasil, garantido pela Constituição de 1988. Pode-se apontar a incapacidade do governo neoliberal de lidar com a pandemia, devido às desigualdades evidentes na sociedade e as várias dimensões da exclusão social. Uma nova perspectiva de corte das políticas públicas, de menos Estado e mais economia, inviabiliza ou combate as complexidades das vulnerabilidades sociais. Pretende-se, para efeitos deste trabalho, discutir a incapacidade do atual governo para enfrentar os problemas causados ​​pela pandemia de COVID-19 e analisar em profundidade os níveis de exclusão social no país.    

Resumen de la Ponencia:

Vários fatores influenciam no aumento da violência, como a urbanização acelerada, que traz um grande fluxo de pessoas para as áreas urbanas e também contribui para um crescimento desordenado e desordenado das cidades. Colaboramos também para o aumento da violência contra as fortes aspirações de consumo, impostas pelo modelo capitalista de produção, em parte frustradas pelas dificuldades de inserção no mercado de trabalho. Dessa forma, as causas da violência estão associadas, em parte, a problemas sociais como miséria, fome, desemprego. Mas em todos os tipos de crimes derivados de condições econômicas, como, por exemplo, a violência contra a mulher, que constituem uma das principais formas de violação de seus direitos humanos, tirando seus direitos à vida, saúde e integridade física. É estrutural para a desigualdade de gênero. Disso Alemão, Um Estado ineficiente e seus programas de políticas de segurança pública, contribuem para aumentar o sentimento de injustiça e impunidade. aplicação no sistema prisional brasileiro. A Lei de Execução Penal (LEP), de acordo com a Constituição e suas leis universais (educação, saúde, assistência social), prevê uma série de ações que devem ser utilizadas para a recuperação do indivíduo preso e sua posterior reinserção na sociedade. O objetivo deste trabalho é analisar as políticas públicas implementadas pelo Governo do Estado de Minas Gerais na perspectiva da ressocialização. Mas podemos apostar, segundo a literatura, que há uma série de erros na implementação dos pressupostos da LEP que causam diversas deficiências no sistema prisional brasileiro, dentre as quais podemos destacar: mau tratamento verbal ou de fato; superlotação prisional; falta de estrutura para o desenvolvimento da educação formal; falta de higiene; condições precárias de trabalho; precariedade de dois serviços médicos ou inexistência total; cuidados psiquiátricos precários; altas taxas de uso de drogas; abuso sexual; ambiente propício à violência A situação do sistema prisional em Minas Gerais e, de modo geral, no Brasil tem passado muito com a pandemia causada pela COVID-19. O precário isolamento social aumenta ainda mais a situação dos presos, pois éramos famílias, projetos sociais e projetos religiosos que subsidiavam tanto parte das questões materiais para os presos (alimentação, remédios, higiene pessoal, entre outros). Além disso, agravou-se muito a questão emocional, causando ou aumentando a violência nas prisões e os índices de suicídio.

Resumen de la Ponencia:

Este trabalho busca analisar o percurso da música caipira no Brasil e suas contribuições para a produção musical do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Para tal analisamos as raízes da música caipira, considerando o contexto histórico e politico onde a mesma foi ensaiando seus primeiros acordes. Aspectos geográficos e grupos sociais foram analisados e levados em conta para compreender as composições caipiras e as questões sociais que a mesma se referia em suas letras. Em consonância analisamos as bases musicais que serviram de referência para a constituição das primeiras composições do MST como a conjuntura política brasileira, elementos poéticos e rítmicos. Ancoramos nosso referencial teórico em autores brasileiros que analisam diferentes estilos musicais através de uma ótica social e política como: Tinhorão (1991, 2017), Caldas (1999) e Martins (1975). Nossos resultados apontam que a música caipira envolve um universo que vai para além do entretenimento musical, refletindo a dinâmica de vida do campo, o cotidiano das zonas rurais. São composições coletivas criadas a partir de acontecimentos e festividades, repassadas de geração em geração e utilizadas nas mais diversas ocasiões: comemorações, festas religiosas, épocas de plantações e colheita. Da mesma maneira, o MST enquanto um movimento gestado nas áreas rurais brasileiras que luta pela democratização e acesso à terra imprime em seu universo musical diversas marcas da música caipira impulsionando assim reivindicações já anunciadas por ela. 

Resumen de la Ponencia:

La construcción del valor “Libertad” nació dentro de una concepción igualitaria (y elitista)  de la sociedad. Era la igualdad entre los iguales, el camino  hacia el ejercicio del derecho. Para los pensadores griegos, era un atributo del demos, un demos que representaba a una minoría masculina de la población en las ciudades. Muchos siglos más tarde, la Ilustración francesa y el liberalismo inglés volvieron a ubicar al  valor como uno de los derechos inalienables de los individuos. Sin embargo el lema: “libertad, igualdad y fraternidad” se aplicaba sólo a los burgueses de Francia y, en Inglaterra, la libertad no se repartía pareja dadas las diferencias económicas, tal como el mismo Karl Marx objetaba en sus críticas.  ¿Podemos ser todos libres en un mundo de diferencias? Somos “Iguales en esencia, distintos en existencia” había dicho Santo Tomás, aunque el centro de su teoría se refería a la esencia (igualitaria) y concebía la existencia, como el origen natural de las diferencias. Muchos siglo después, Sartori (2001) reafirmó de una premisa indiscutible: la igualdad no es natural entre los hombres, somos desiguales por naturaleza. Podríamos agregar que esa desigualdad natural se multiplica socialmente, generación tras generación, como podemos percibir en nuestras sociedades latinoamericanas. Y es así, donde nace el problema.En nuestro tiempo, la libertad nos presenta un importante dilema: en sociedades desiguales (que el capitalismo tolera) no todos parecen gozar de la autonomía de elegir y, por el contrario, en sociedades que priorizan los bienes colectivos y la igualdad, la libertad se diluye y hasta se cae en la opresión. ¿Cómo solucionarlo?La respuesta parece venir desde las premisas de la democracia moderna y supone establecer “igual libertad”. En la práctica, este término sólo podría aplicarse a sociedades de verdaderos ciudadanos, con oportunidades y condiciones que permitan decidir con autonomía. Es en este punto que no podemos olvidar el papel que el desarrollo cumple en la distribución del bienestar en la sociedad, un contexto necesario para esa sociedad democrática de igualmente libres. El desarrollo supone crecimiento, pero es un crecimiento que alcanza a todos, que mejora las condiciones de educación y salud, que contribuye a la verdadera igualdad de oportunidades. Según Amartya Sen (1999), en una sociedad de contrastes y de excluidos, los pobres no son libres de elegir y desde esta condición, no tendrían la posibilidad de afianzarse como ciudadanos plenos. Bajo esta visión, desde la premisa liberal de que cada uno en una sociedad es importante, de la defensa de los derechos individuales de todos, es que nos planteamos el análisis de la construcción del concepto de la libertad y su derrotero hacia su consolidación, como  un verdadero derecho, en nuestra región.

Resumen de la Ponencia:

El objetivo de esta presentación es abordar aproximaciones a los movimientos y estudios feministas de discapacidad anglosajones, hispanoamericanos y del Sur Global, junto a algunos apuntes sobre el cuerpo, las sexualidades, la reproducción y los cuidados. Primero, se exponen las discriminaciones interseccionales, violencias y estereotipos dañinos contra mujeres con discapacidad y disidencias a nivel global, en vinculación a procesos de medicalización y deshumanización que habilitan –sobre todo en los casos de discapacidades intelectuales y psicosociales- tasas más altas de negación del ejercicio de autonomía y capacidad jurídica en el ámbito sexual y reproductivo. Con posterioridad, se abordan los estudios feministas de discapacidad, sus objetivos, orígenes, desarrollos y avances hacia una teoría feminista de la discapacidad, y sus articulaciones con otros activismos, experiencias y propuestas. En este marco, se relevan las críticas desde el Sur Global debido a la falta de análisis sociohistóricos, económicos e interseccionales de las condiciones vitales que dan emergencia a binarios especialmente opresivos para aquellas mujeres y personas con discapacidad racializadas. Por último, junto con ahondar en los ejes de investigación y activismo, y los temas y limitaciones de una sistematización de producciones hispanoamericanas; se presentan las distancias entre los estudios feministas de discapacidad hispanoamericanos y anglosajones, así como también con los activismos, en torno temáticas asociadas por un lado a los cuerpos y sexualidades, y, por otro, a la reproducción y los cuidados. 

Introducción:

El objetivo de esta ponencia es abordar aproximaciones a los movimientos y estudios feministas sobre discapacidad anglosajones, hispanoamericanos y del Sur Global, junto con algunos apuntes en ellos sobre cuerpos, sexualidades, reproducción y cuidados.

Actualmente, las niñas y mujeres con discapacidad se encuentran en peor situación que las mujeres y hombres sin discapacidad, en particular en comparación con estos últimos, enfrentando desventajas socioeconómicas y culturales asociadas a la pobreza extrema. Además, con respecto a quienes viven en el Norte Global, enfrentan mayor intervención política e ideológica en sus decisiones reproductivas, implicando a autoridades estatales, la profesión médica y las familias y los cuidadores en condiciones injustas y prácticas discriminatorias.

Por lo tanto, las convenciones internacionales han reconocido la existencia de posiciones que requieren priorización, en consideración a las determinantes de discapacitación, vulnerabilidad y riesgo de violencia que enfrentan, destacando en particular el deber de los Estados de reconocer su capacidad jurídica en igualdad de condiciones con las demás personas y en todos los aspectos de la vida; junto con el deber de adoptar medidas para proporcionar acceder a los apoyos que requieran para ejercerlo.

Asimismo, se ha reconocido que la vivencia de la violencia de género tiene como consecuencia factores estructurantes de sus vidas que necesitan ser examinados desde una perspectiva interseccional. De acuerdo ella, los motivos de discriminación -ya sea directa, indirecta, por asociación, por denegación de ajustes razonables, por acoso o ya sea discriminación estructural o sistémica- interactúan al mismo tiempo y son inseparables, exponiendo a las niñas y mujeres con discapacidad a desventajas únicas. 

Existen también una serie de prácticas nocivas y estereotipos paternalistas, que impiden su ejercicio del derecho a la protección contra la explotación, la violencia y el abuso; contribuyendo consecuentemente a la construcción de su vulnerabilidad. 

Entre las violencias que experimentan están aquellas que se vuelven legal y socialmente permisibles al ocurrir en circunstancias estructuradas en torno a la falta de capacidad mental, lo que las hace imposible para personas que se considera que sí la poseen.

Así se crea una vulnerabilidad específica para las mujeres y niñas con discapacidad a través de la imposición de tutelas y barreras que les niegan apoyo para el ejercicio de su autonomía y capacidad jurídica, especialmente en el caso de discapacidad intelectual o psicosocial, quienes se presume que carecen de agencia y por tanto más se justifican regímenes clínicos, asistenciales, de control y de vigilancia restrictivos (López Radrigán, 2022).

La producción de esta vulnerabilidad configura, a su vez, una forma única de violencia epistémica que luego se acompaña de violencia material, a partir de un ordenamiento jurídico de la violencia como legal o ilegal en referencia a un enfoque medicalizado y generizado de capacidad mental. 

En relación a esto, la salud y los derechos sexuales y reproductivos son un área donde enfrentan múltiples desventajas y violaciones de sus derechos humanos, así como discriminación interseccional y situaciones específicas de riesgo. 

Las barreras y la ausencia o negación de sus derechos en relación a elecciones sexuales y reproductivas es especialmente grave en entornos institucionalizados.

Desarrollo:

Mujeres con discapacidad con un pie en las universidades y otro en la calle desarrollaron los estudios feministas de la discapacidad en el contexto anglosajón; en línea con la institucionalización durante las décadas de 1980 y 1990 de los estudios de mujeres y género en el universidades del Norte Global, y la crítica al discurso androcéntrico del tradicional movimiento desmedicalizante de la discapacidad (López Radrigán, 2020). 

En oposición a un llamado enfoque “fatalista” que había enmarcado hasta finales de la década de 1980 y principios de la década de 1990 algunas investigaciones de doble discriminación, mayor vulnerabilidad y exclusión sociopolítica y económica de mujeres con discapacidad; se recuperaron aportes del modelo social materialista de la discapacidad y teorías feministas críticas y posmodernas. 

Con el fin de resaltar la encarnación de la experiencia de la discapacidad como respuesta a la falta de visibilidad y politización de sus aspectos vivenciales y situacionales, criticaron la invisibilidad de la discapacitación de mujeres en debates públicos, políticas, programas e investigación social y feminista de la discapacidad, acusando la reproducción de una relación opresiva, colonialista, capacitista, discapacitista y sexista. Una relación atravesada a su juicio por un modelo médico normalizador y homogeneizador, basado en la regulación y control de los cuerpos; y entrelazada, además, con un modelo de dominación masculina, que generaliza la experiencia de los hombres con discapacidad como única y neutral, y define a las mujeres en base a sus diferencias corporales como incapaces y dependientes, objetos de compasión y rehabilitación. 

Frente a ello se reivindicó a las mujeres con discapacidad como sujetas políticas, articulando género y discapacidad desde el sentido y la encarnación de experiencias específicas, buscando el reconocimiento y respeto a la diversidad con el foco en el cuerpo como lugar donde los recursos y estrategias de control, la resistencia y la autorrealización se ponen en juego, más allá de las situaciones de exclusión.

Para Thomas (2007), habría dos frentes de trabajo feminista dentro de los estudios de discapacidad. Primero, llevar la teoría y la práctica de la investigación del feminismo tradicional a los estudios de discapacidad, y usarlo para construir nuevas perspectivas y conocimientos. Y segundo, criticar el feminismo dominante por no tomar en serio la discapacidad y el discapacitismo y por no intervenir en los debates en un intento de influir en la investigación teórica y desarrollos feministas.

Así, dentro de los estudios críticos e identitarios, con desarrollos desde Estados Unidos y España; ha habido progreso entrando en el siglo 21 en un teoría feminista de la discapacidad, que recoge el conocimiento de los activismos anticapacistas y disciplinas como literatura, educación, género y estudios de la mujer, estudios africanos, arte, filosofía, teoría queer y estudios sobre sexualidades.

De esta manera, ha hecho posible resistir y reescribir -todavía desde espacios marginales de la producción académica feminista y los movimientos sociales- las nociones de debilidad, carencia y deficiencia, asociadas al género y la discapacidad, a partir de lo cual la producción de la intersección de ambas como otredad se intensifica.

Asimismo, ha propuesto cuatro dominios (representación, cuerpo, identidad y activismo/militancia) donde la discapacidad permite generar investigación crítica, y abordar temas como la unidad de la “mujer” como categoría, el estatuto del cuerpo vivido, la política de la apariencia, la medicalización del cuerpo, el privilegio de la normalidad, la sexualidad y la construcción social de la identidad, entre otros.

Dentro de los feminismos, los estudios feministas de la discapacidad podrían inscribirse en lo que ha sido denominado “feminismo de tercera ola”, articulándose con enfoques como el político-sexual radical del movimiento feminista de la segunda mitad del siglo XX; y ética feminista del cuidado.

Los estudios feministas de la discapacidad tomaron específicamente de los feminismos interseccionales la posibilidad de situar sociohistóricamente la construcción discursiva de ciertas categorías de identificación, el conflicto que emerge de ello a nivel ontológico al considerarlas condiciones definitorias; y el análisis de los mecanismos que actúan interrelacionadamente en la construcción y configuración de sistemas, relaciones y experiencias simultáneas e interdependientes de dominación y resistencia (López Radrigán, 2020). 

En esta línea, también tomaron el énfasis en la heterogeneidad y diversidad del trabajo teórico y activista y la necesidad de alianzas en una lucha común con otros grupos; por ejemplo, con activismos gordos y de la antipsiquiatría. En este sentido, la "doble militancia" en la participación de académicos y activistas de los movimientos sociales feministas y de la discapacidad ha permitido la incidencia de sus voces, al mismo tiempo que ha promovido el desarrollo de la investigación.

Desde estudios feministas de la discapacidad en el Sur Global (Frohmader y Meekosha 2012; Erevelles y Minear 2017), se enfatiza su potencial radical no realizado debido a la desconsideración en el análisis de los aspectos socio-históricos y condiciones económicas que, mediadas por la raza, la etnia, el género, la clase y la política sexual, influyen en la vida de las personas con discapacidad y dar lugar a binarios opresivos. 

En esta línea, sería importante agregar dimensiones históricas, contextuales y lingüísticas del Norte Global/Sur Global y de poblaciones indígenas al análisis del área; así como explorar la experiencia de opresión socioeconómica e invisibilidad en el Tercer Mundo de personas racializadas con discapacidad, mujeres y/o cuidadores; y para destacar la discapacidad en las discusiones sobre la interseccionalidad como constitutiva de la mayoría de las diferencias y desigualdades.

Si bien la producción hispanoamericana de estudios feministas sobre discapacidad es escasa, del mismo modo que a nivel global las mujeres son el principal sujeto de análisis, expuestas a un mayor número de opresiones (López Radrigán, 2020). 

En particular el cuerpo y la sexualidad se convierten en fuente de patologización para discursos estatales, religiosos, mediáticos y biomédicos, así como para movimientos feministas y de discapacidad donde se las expropia del derecho a decidir sobre ello, asexualizándolas e infantilizándolas.

Las alianzas cuir-crip han relevado la sexualidad como un espacio particular de agenciamiento y lucha por la autonomía, mientras que, desde América Latina, el concepto de transchueco ha sido concebido como una radicalización y politización de la experiencia de discapacidad. Busca democratizar la lucha por un proyecto emancipatorio y la resistencia corporal de grupos sociales ubicados en los márgenes, constituyendo la intersección en un mismo cuerpo de lo sexualmente desviado y lo chueco, cojo, lisiado o tullido (Villa, 2020). 

Una demanda importante dentro de estas alianzas es la asistencia sexual, que está menos presente en la academia que en las voces de los movimientos sociales, suscitando críticas desde el activismo feminista radical español y algunas preocupaciones desde América Latina.

Para autores como Míguez (2020) existe la posibilidad de cosificación de los cuerpos que participan en los servicios de acompañamiento sexual, y también la normalización de la sexualidad y la patologización y la búsqueda de soluciones a través de una perspectiva médica (esto, debido a la probabilidad de que los servicios se estructuren dentro del sector de salud).

Finalmente, en lo que respecta al cuidado y la reproducción, cabe señalar que más allá de la implicancia histórica y la persistencia global de prácticas eugenésicas de negación del ejercicio de la sexualidad y la reproducción a diversos grupos con menor capital social, simbólico y cultural, haciéndose con el control de su cuerpo, reproducción y sexualidad; uno de los grupos más perjudicado por estas prácticas es precisamente el grupo de mujeres con discapacidad y disidencias.

Estas prácticas, respaldadas por discursos médicos y sociales, incluyen diversas violencias médico-legales heteropatriarcales, racistas y capacitistas como: el aborto forzado, la anticoncepción forzada y la esterilización forzada, junto a la prohibición o disuasión del ejercicio de la maternidad y maternaje.

En este marco y arraigado en perspectivas materialistas y políticas de coalición, una agenda de justicia reproductiva feminista de la discapacidad abogaría por la politización de los debates y articulaciones de reclamos en torno a la reproducción y el trabajo de cuidados, históricamente feminizado y precarizado, no reconocido y relegado a la esfera privada. 

Conclusiones:

Una agenda de justicia reproductiva feminista de la discapacidad implicaría reclamar el reconocimiento y la redistribución del trabajo de cuidados, pero considerando la pluralidad de corporalidades que pueden querer ejercer la maternidad y las condiciones en las que hoy en día son habilitadas o no para tomar estas decisiones.

Implica, por tanto, una radicalización de las demandas feministas tradicionales (Erevelles y Minear, 2017), en tanto traza una horizonte anticapacitista de liberación que apuesta por el sostenimiento colectivo de la vida y los deseos de todos los cuerpos, incluidos aquellos que requieren una organización social que diferencialmente les brinde servicios de apoyo y asistencia personal (y sexual), para que puedan y podamos todos podamos ejercer autonomía en todas las decisiones de nuestra vida, incluidas las relacionadas con reproducción. 

Esto permitiría trascender los límites de la tradición feminista eugenésica en luchas por el aborto (López Radrigán, 2020) y de la imagen moderna de un sujeto reproductivo, normativamente capacitado, autosuficiente e individualmente hiperresponsabilizado del trabajo de cuidados (Deutscher, 2017). De acuerdo a esta imagen, dicho sujeto está condenado a brindar protección constante a un otro, en una relación jerárquica, donde la persona cuidada se convierte en una carga y/o un locus de control extremo, debido a la evaluación constante de la sociedad y los Estados coloniales de "habilidades de cuidado normativas”, atravesadas por criterios racistas y capacitistas generizados (Erevelles y Minear, 2017).

Podríamos pensar en el cuidado como un trabajo sexualmente dividido que necesita ser reconocido y redistribuido, pero también como una relación productiva y reproductiva donde se habilitan y deshabilitan vínculos sociomateriales y afectivos, entre seres humanos y no humanos cuyas agencias son siempre interdependientes.

Esto implica situar particularmente al sujeto reproductivo y su toma de decisiones en el marco de regímenes complejos e interrelacionados, atravesados por sistemas heterpatriarcales, capitalistas, racistas y capacitistas, que condicionan no solo las instituciones sino que prácticas cotidianas y subjetividades.

Una agenda de este tipo puede contribuir a desmantelar estas opresiones (internalizadas), en tanto luche por que al menos la consigna “la maternidad será deseada o no será”, muy popular en movimientos feministas latinoamericanos, devenga real para todas las mujeres y cuerpos, incluyendo aquellos con discapacidad.

Bibliografía:

Deutscher, P. (2017). Crítica de la razón reproductiva. Los futuros de Foucault. Buenos Aires: Eterna Cadencia. 

Erevelles, N. y Minear, A. (2017). Unspeakable Offenses: Untangling Race and Disability in Discourses of Intersectionality. En L. Davis (Ed.), The Disability Studies Reader (pp. 375-390). New York: Routledge.Frohmader, C. y Meekosha, H. (2012). Recognition, Respect and Rights: Women with Disabilities in a Globalised World. En D. Goodley, B. Hughes y L. Davis (Eds.), Disability and Social Theory. New Developments and Directions (pp. 287-307). London: Palgrave Macmillan.

López Radrigán, C. (2020). Estudios feministas de discapacidad en Iberoamérica: una aproximación al estado de la discusión. Nómadas, (52), 97-113.

López Radrigán, C. (2022). La Discapacidad Desde Una Perspectiva Interseccional: Apoyos y Barreras en Materia Sexual y Reproductiva. En M. Bach y N. Espejo (Eds.), Capacidad jurídica, discapacidad y derechos humanos: Hacia un enfoque integral (pp. 55-80). México DF: Corte Suprema de México.

Míguez, M. N. (2020). Discapacidad y sexualidad en América Latina: hacia la construcción del acompañamiento sexual. Nómadas, (52), 133-147.Thomas, C. (2007). Sociologies of disability and illness. Contested ideas in Disability Studies and Medical Sociology. UK: Red Globe Press.

Villa, Y. (2020). Ammarantha Wass: experiencia trans-chueca de una maestra en la Universidad Pedagógica Nacional. Nómadas, (52), 243-255.

Palabras clave:

discapacidad

feminismo

 cuerpo

sexualidades

reproducción

cuidados

Resumen de la Ponencia:

Derechos de pueblos, barrios y comunidades originarias en la emergente Constitución de la Ciudad de México. GT05 Pueblos indígenas, originarios y afrodescendientes. Autonomías y la recolonización de los territorios. Línea temática: Derechos de los pueblos indígenas, originarios y afrodiaspóricos.Mario Ortega Olivares, UAM-XochimilcoAunque los pueblos y barrios originarios de la Ciudad de México sufren un agudo procesos de urbanización, siguen reproduciendo costumbres de herencia mesoamericana. Como la elección de autoridades tradicionales en asambleas populares. Quienes han cumplido diversas funciones municipales, pese a que no contaban con reconocimiento oficial. Además tiene sistemas de cargos, responsables de la celebración de las fiestas patronales y religiosas.La Ciudad de México -desde la época colonial a la fecha- ha ejercido formas de colonialismo interno contra estas población de origen étnico. Pero la Constitución capitalina emergente les ha reconocido el derecho a la libre determinación; para manejar sus territorios, aguas y recursos naturales. En calidad de sujetos colectivos con derecho público, con personalidad jurídica y patrimonio propio, dentro del marco de la constitución nacional. En su artículo 59 se incluyó el reconocimiento a sus sistemas normativos consuetudinarios. El derecho a la consulta y consentimiento libre e informado de las políticas públicas que les afecten. Además del derecho a la educación y a contar con radios comunitarias. Si olvidar el derecho a usar y proteger sus sitios rituales y ceremoniales, claro que salvaguardando las normas federales. También el derecho a proteger los productos de la milpa, las semillas, la flora y la fauna endémica. Así como sus danzas, música y juegos tradicionales. Sobresale la atribución de administrar y cuidar sus panteones comunitarios, tan importantes para nuestro ancestral culto a los muertos. Los pueblos urbanos podrán acceder a la medicina tradicional, sus plantas y curadores. Se apoyará la formación de médicos tradicionales y parteras y se permitirá la libre circulación de plantas medicinales. También deberá crearse un Instituto de Lenguas para el fomento del náhuatl y otros idiomas mesoamericanos.  Con esta legislación se abrió la posibilidad de que pueblos, barrios y comunidades de la Ciudad de México, defiendan el medio ambiente en sus territorios. Que aportan a nuestra ciudad: oxígeno, agua y alimentos.Pero el colonialismo interno se resiste a desparecer. En legislaciones secundarias como la Ley de Pueblos,  Barrios Originarios y Comunidades Indígenas Residentes, así como en las de Participación Ciudadana y de Planeación. Los interese políticos han introducido artimañas legales normativas, para anular en la práctica los derechos constitucionales. Lo que está generando un amplio movimiento de resistencia en pueblos y barrios de Xochimilco, Álvaro Obregón, Azcapotzalco, Tlalpan, Magdalena Contreras y Cuajimalpa. Quienes ya han interpuesto controversias para impugnar las legislaciones regresivas.   

Resumen de la Ponencia:

Diversos estudios–sobre Argentina y otras latitudes- abocados a analizar la inserción sociolaboral de jóvenes coinciden en que son uno de los grupos sociales más perjudicados (Salvia y Miranda, 1997, 2000; Cardenal de la Nuez, 2006; Jacinto, 2008; Benítez et al., 2011; ILO, 2015; Bertranou y Casanova, 2015). En consecuencia, se han diseñado programas con medidas específicas de inclusión laboral para los jóvenes, buscando proporcionar un mejor acceso a las oportunidades económicas y al empleo de calidad, facilitando en simultáneo la inclusión social. Ejemplo de ello han sido estrategias tendientes a fomentar la formación y calificación, o bien los servicios de intermediación laboral, el apoyo al trabajo independiente y la promoción de la generación de empleo en relación de dependencia (CEPAL/OIT, 2014; Cetrángolo, 2015).En los últimos años, varias evidencias en Latinoamérica parecieran indicar que, en la medida en que el diseño y ejecución de los programas de formación e inserción sociolaboral de jóvenes responden a los diferentes perfiles productivos locales, aun con todas las precariedades que puedan existir, cuentan con mayores probabilidades de “éxito” (Jacinto y Solla, 2005).Asimismo, se ha señalado la importancia que han cobrado las organizaciones de la sociedad civil en la promoción de la inserción sociolaboral de los jóvenes, ya que: tienen la capacidad de ofrecer modelos más flexibles que atraen a los jóvenes; tienen un profundo conocimiento sobre la realidad local y sobre los jóvenes del territorio (BID, 2014).Así, el objetivo del trabajo es analizar las vinculaciones existentes entre organizaciones de la sociedad civil y actores del desarrollo productivo local (fábricas, cooperativas, etc.), en el marco de las prácticas institucionales (programas e institucionalidades derivadas) orientadas a la inserción sociolaboral de jóvenes en el Municipio de La Matanza, Buenos Aires. ¿Qué articulaciones tienen estas prácticas institucionales con actores del desarrollo productivo local? ¿Qué grado de formalidad tienen estos vínculos? ¿Cuáles son las principales dificultades de estas vinculaciones, al gestionar dichas prácticas institucionales?Los datos se obtienen de un relevamiento realizado entre 2018 y 2019 a organizaciones de la sociedad civil que forman parte del Consejo de Niñez y Juventud del Municipio. Se realizó, por un lado, la confección y aplicación de un cuestionario sobre las prácticas institucionales de cada organización orientadas a la niñez y juventud, así como sobre los vínculos con otros actores (estatales y privados) a la hora de gestionar las mismas. Por otro lado, se hicieron entrevistas en profundidad semi-estructuradas a referentes y miembros de las organizaciones, acerca de sus prácticas y experiencias de trabajo con jóvenes, para la inserción sociolaboral. Se entrevistaron 25 organizaciones, distribuidas en los tres cordones socio-económicos con características diferenciales del Municipio, con el fin de dar cuenta de la diversidad territorial y sus problemáticas. 

Resumen de la Ponencia:

A seguridade social foi a maior conquista social que o Brasil vivenciou no âmbito do capital, uma vez que por meio desta inaugurou-se formalmente uma série de medidas voltadas para a proteção social da população velha, em especial. Nesse cenário, com a Constituinte Cidadã a previdência social passa a ser parte integrante da seguridade social, compreendida em seu Art. 194º como um “conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à Saúde, à Previdência e à Assistência Social” (FEDERAL,1988, p.105). Entretanto, o período pós-constituinte foi circunscrito por múltiplas e constantes medidas de contrarreforma, voltadas, sobretudo, para reconfiguração da intervenção estatal no âmbito social.O envelhecimento passa, nesse panorama, a ser colocado sobre o eixo central para as aprovações das medidas de contrarreforma no sistema de seguridade social, sob a justificativa, traiçoeira, de que o aumento do número de pessoas ativas em relação ao número de pessoas inativas (população velha) no mercado de trabalho acarreta um inchaço nas contas da política de previdência social, tornando inviável a manutenção do sistema a longo prazo. A partir desse discurso, efetuado pelo Estado, o envelhecimento toma a ênfase de problema social e econômico.Esses avanços e sistematizações de medidas restritivas, evidenciadas pós-constituinte, demarcam um período de desconstrução do sistema de seguridade social, em prol da implantação do projeto neoliberal, objetivando a criação de novos mecanismos de acumulação de capital. Nesse cenário, o envelhecimento populacional é vislumbrado pelos (as) governantes como mero instrumento de apropriação de capital, mas, não necessariamente como força de trabalho, e sim como papel de consumidor (a), através da mercantilização dos serviços essenciais à sua subsistênciaNesse contexto, inevitavelmente, a ampliação ou restrição das políticas de previdência social irá repercutir na emancipação política da população velha no Brasil, pois esta política possui papel central na proteção social desta população, principalmente no que se refere aos benefícios de aposentadoria e pensão por morte. A política de previdência social é um instrumento de luta vital para o aprofundamento da emancipação política da população velha no Brasil. Portanto, o envelhecimento não deve, em nenhum momento, ser visto como um problema social, de modo oposto, deve-se vislumbrar o envelhecimento enquanto uma conquista histórica e social da humanidade. Não cabe, no olhar desta pesquisa, nenhum argumento e/ou justificativa voltados para a negação ou restrição de qualquer direito para a população velha.

Descripción de la Publicación académica:

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Política Social - PPGPS, da Universidade de Brasília - UnB. A pesquisa investigou as medidas de contrarreforma na previdência social - RGPS, entre os períodos de 2014 a 2017 referentes aos benefícios de aposentadoria e pensão por morte, e suas incidências na emancipação política da pessoa idosa no Brasil. Argumentou-se que as medidas da contrarreforma na previdência social, propostas e efetivadas após a Constituição Federal de 1988, objetivam legitimar as proposições auferidas pelo projeto neoliberal de minimização da previdência social pública e maximização dos incentivos ao mercado financeiro: por meio da expansão dos fundos de pensão, previdência privada, crédito consignado, entre outros. Há um direcionamento por parte desses grupos que monopolizam a atividade política no sentido de fazer com que o Estado atue de forma mínima no âmbito social, responsabilizando os sujeitos e a sociedade pelo trato das expressões da questão social. Nesse panorama, o envelhecimento populacional tem sido uma das principais justificativas para as medidas de contrarreforma no sistema de seguridade social, em especial na política de previdência social, penalizando a população idosa por meio de medidas que restringem o acesso aos benefícios de aposentadoria e pensão por morte. Só em 2015, segundo IBGE (2018), cerca de 75,5% da população idosa recebia algum tipo de benefício previdenciário, representando parte fundamental da renda que garante a subsistências desses sujeitos. Considera-se que o Brasil tem vivenciado um período de distanciamento da emancipação política, por meio da neoliberalização do Estado e do avanço do conservadorismo elevado a níveis cada vez mais extremos, que se pautam por medidas de enxugamento das políticas sociais. Portanto, diante do avanço do projeto neoliberal no Brasil, verifica-se que a política de previdência social é um instrumento importante de luta em prol do aprofundamento da emancipação política da população idosa. Esse processo está condicionado à luta de classes e a uma correlação de forças que possibilite, dentre outros determinantes, o aprofundamento das medidas direcionadas para o fortalecimento e universalização do sistema de seguridade social e a reconfiguração do Estado a partir de medidas direcionadas para a ampliação da democracia.

Resumen de la Ponencia:

a investigação do envelhecimento enquanto fenômeno social deve ser considerado suas múltiplas determinações econômicas, sociais, políticas, culturais e históricas. Estas devem ser averiguadas a partir de um movimento dialético, visando superar suas manifestações imediatas para então compreendê-las em sua concreticidade. Para tal fim, é necessário apreender o fenômeno envelhecimento no interior do modo de produção capitalista, pois “[...] a produção das relações capitalistas implica a reprodução de ideias, valores, princípios e doutrinas, o conjunto de representações sobre a etapa final da vida humana é organizado segundo as determinações básicas do modo de produção” (HADDAD, 2016, p. 60). Há contemporaneamente diversas conceituações sobre o envelhecer e evidencia-se que as investigações seguem direcionamentos teóricos/metodológicos distintos que se correlacionam com posicionamentos políticos e ideológicos. Segundo Haddad (2016), as produções científicas acerca deste fenômeno são, em sua maioria, direcionadas para o silenciamento das desigualdades existentes no modo de produção capitalista, naturalizando suas diversas manifestações na vida da população velha.A realidade da população velha é permeada pelos determinantes da forma societária na qual está inserida, repercutindo, assim, no processo de envelhecimento humano e populacional. Desse modo, a conceituação do envelhecimento e, por conseguinte, da velhice, ganhou maior amplitude a partir do século XIX, entretanto, não é homogênea. Acredita-se, nesta pesquisa, que a construção social do que é ser velho (a) na sociedade capitalista relaciona-se à capacidade produtiva e laborativa dos sujeitos, estabelecendo-se em um marco cronológico para o período determinado como velhice. Na formação social regida pelo capital, essa determinação cronológica instituiu-se para regulamentar formalmente o período considerado produtivo e improdutivo do (a) trabalhador (a), vinculando a velhice à etapa de perda ou diminuição da capacidade laborativa. Deste modo, a demarcação cronológica da velhice se relaciona com o estabelecimento do trabalho enquanto mercadoria, que por sua vez é uma condição essencial para a produção e reprodução do modo de produção capitalista. Portanto, crê-se que a definição cronológica da velhice, na sociedade capitalista, deve servir como instrumento de luta por melhores condições de vida e trabalho para a população velha, possibilitando a sua subsistência e de suas famílias, proporcionando instrumentos para que essa população velha se reconheça enquanto classe trabalhadora condutora da revolução permanente18, tendo como finalidade o rompimento da sociabilidade capitalista.

Resumen de la Ponencia:

Desde el año 2020, la humanidad ha enfrentado un desafío sanitario producto de la pandemia del virus SARS-COV2, causante de la enfermedad conocida como Covid-19, cuyas consecuencias se han traducido en la presencia de saturación hospitalaria, la muerte de millones de personas alrededor del mundo así como la caída de las economías, la restricción de la vida pública y la reorganización de la dinámica laboral, familiar y escolar. Especialmente, en este último ámbito, un asunto central reside en cómo repensar la educación en medio de esta circunstancia histórica que trascienda las salidas remediales enfocadas en el trabajo en línea o el desarrollo de sistemas híbridos para garantizar la continuidad de la escolarización; es decir, plantear qué tipo de ser humano se quiere formar en el marco de la emergencia global por la cual estamos atravesando como sociedad. Como sabemos la educación parte de determinados ideales para perfeccionar nuestra existencia a través del conocimiento de nosotros mismos y del universo que nos rodea. En el actual escenario, resulta urgente hacer un alto en el camino y revisar hacia dónde dirigir los esfuerzos con el objeto de resignificar el compromiso educativo desde visiones integrales, humanistas y alejadas del simple pragmatismo basado en criterios de estandarización curricular. Dicha reflexión nos debe llevar a una mejor comprensión de nuestra condición vital, altamente vulnerable tal y como la pandemia se ha encargado de demostrar, y su estrecha relación con el entorno. Hoy quizá más que nunca la práctica educativa se ve en la imperiosa necesidad de incorporar mayores elementos de entendimiento científico, ético, ecológico, pedagógico y cultural encaminados a enriquecer nuestro pensamiento en torno al vínculo entre el ser humano y la naturaleza, más aún si tomamos en cuenta que el virus causante de la enfermedad, de acuerdo con las versiones más plausibles, se originó por la exhibición y mercantilización de animales exóticos en condiciones insalubres en un mercado de China.  En tal perspectiva, la presente ponencia intenta poner de relieve esta preocupación a través de una lectura educativa de los aportes filosóficos y antropológicos de dos autores: Hans Jonas y Tim Ingold quienes, si bien la educación no es su principal campo de interés, ofrecen algunas vías de reflexión de carácter ontológico y epistemológico que contribuyen a la necesidad de discutir por qué nuestro mundo es concebido, muy frecuentemente, a partir de la fragmentación o desvinculación entre medio ambiente y humanidad, con implicaciones sugerentes para un tratamiento educativo. Para tal efecto, el documento se organiza en dos apartados fundamentales: el primero revisa los planteamientos de Jonas e Ingold, y discute su pertinencia desde un ángulo pedagógico, y el segundo examina los alcances de una mirada eco-pedagógica en nuestras escuelas en el actual contexto.

Resumen de la Ponencia:

COMPRENSIONES DE LA COMUNIDAD DEL BAJO CALIMA DEL MUNICIPIO DE BUENAVENTURA, SOBRE LAS AFECTACIONES SOCIO-ECOLÓGICAS CAUSADAS POR LA PAVIMENTACIÓN DE LA CARRETERA DEL PROYECTO “PUERTO INDUSTRIAL AGUADULCE”ResumenEl presente trabajo de investigación, consiste en interpretar las comprensiones que hace la comunidad del Bajo Calima – Buenaventura, sobre las afectaciones socio-ecológicas que ha causado la pavimentación de la carretera que permite el acceso al puerto Aguadulce.La investigación tiene un enfoque cualitativo de corte hermenéutico.  Se aplicaron 29 entrevistas y se construyó una cartografía social en las comunidades del Bajo Calima. También, para esto, se tiene en cuenta tres categorías de análisis: afectaciones sociales, afectaciones ecológicas y representaciones sociales.Además, se hizo una revisión de la literatura relevante para los puntos de investigación, tales como, representación social, afectaciones, territorio, entre otros.Gracias a los análisis de los resultados, se pudo evidenciar cuáles son las comprensiones que tienen las comunidades sobre las afectaciones socio-ecológicas causadas por el proyecto Aguadulce.Palabras claves:  representaciones sociales, comprensiones, territorio, afectaciones, socio-ecológico.

Resumen de la Ponencia:

Con esta propuesta de ponencia pretendo dar a conocer los hallazgos de una investigación llevada a cabo en la ciudad fronteriza de Tijuana, México, entre los años 2016 y 2018. El objetivo de dicha investigación fue analizar el proceso de construcción del gusto musical de los consumidores de ópera -un género musical de reciente presencia en la ciudad de Tijuana-, para con esto identificar y entender los condicionamientos sociales y culturales implicados en dicho proceso, así como la manera en que opera dicho gusto musical. Al haber seguido una perspectiva caracterizada por Pierre Bourdieu como constructivista-estructuralista, se hizo una reconstrucción socio-histórica tanto de las trayectorias vitales de los individuos entrevistados (16), como de lo que se ha decidido llamar espacio social tijuanense. En términos académicos, los hallazgos de esta investigación permiten poner en discusión teorías como la del omnivorismo, desarrollada por Peterson y Simkus, así como algunas de las críticas a los conceptos bourdianos de habitus y campo. En términos sociales, estos hallazgos permiten develar que, a través del consumo musical, se expresan principios distintivos vigentes en sociedades actuales, como la tijuanense. Del mismo modo, se han identificado estrategias, tales como la oposición, justificación y afiliación con respecto a distintos géneros musicales consumidos y no consumidos, mismas que parecen estar orientadas por los principios distintivos antes mencionados. Las disposiciones para el consumo musical se muestran, por un lado, congruentes con los procesos de socialización estudiados; pero, por otro lado, contradictorias o en conflicto con respecto a la identidad auto atribuida por las personas entrevistadas.    

Resumen de la Ponencia:

O artigo propõe analisar a representação política das mulheres negras no espaço institucional do poder legislativo no contexto brasileiro contemporâneo.  Procura-se problematizar o “lugar” de representação das mulheres negras através das teorias do feminismo negro interseccional e decolonial, articuladas à crítica da sociologia política  sobre a participação- representação de vereadoras negras eleitas  nas Eleições Municipais de 2016, tomando como base o CENSO de 2010 e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE, 2016) nos Estados da Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Esses dados serão confrontados e analisados numa linha de evolução com os dados obtidos sobre as Eleições Municipais de 2020, na cidade de Salvador, na Bahia, no contexto da pandemia da COVID-19. Nosso objetivo é demonstrar, através dos dados do TSE de 2020, quais foram os marcadores que influenciaram na eleição de mulheres negras à vereança no contexto da pandemia em 2020, em comparação às eleições de 2016, antes da pandemia. Interessa-nos identificar se houve mudanças, evoluções e ou permanências acerca da  representação/ sub-representação das mulheres negras nos espaços legislativos de poder durante o início da pandemia até o pleito eleitoral em 2020;  quais foram os avanços das lutas das feministas negras  contra  à exclusão, o racismo,  o patriarcalismo, à violência e a sub-representação política  nos e dos espaços do poder legislativo no Brasil durante a pandemia e na pós-pandemia? As pesquisas atuais sobre a participação e representação das mulheres brasileiras no parlamento apontam uma baixa participação feminina nas esferas de representação no poder Legislativo. Segundo tais estudos, o índice de participação das mulheres no parlamento no ano de 2012, não ultrapassou o percentual 8,6% no total. (MATOS 2011, 2015; ALVES; 2014; p.57). Se o debate sobre a baixa participação das mulheres nos espaços institucionais de poder exigiu um repertório do campo dos estudos feministas na denúncia contra a supremacia masculina nos referidos espaços, quando analisamos a participação e a representação política institucional das mulheres negras brasileiras, este debate é praticamente  silencioso nos centros acadêmicos brasileiros, ou pelo menos era, até o assassinato da Vereadora negra brasileira, Marielle Franco. Argumentamos (PACHECO, 2013; GONZÁLEZ, 1984) que existem vários sistemas múltiplos de representações simbólicas colonialistas produzido sobre os corpos das mulheres negras brasileiras que as afeta e as exclui dos espaços do poder parlamentar.  

Resumen de la Ponencia:

En la actualidad la temática de la producción de alimentos para garantizar una adecuada seguridad alimentaria se torna una prioridad para los estudios científicos. Esta situación en la mayoría de los casos ocasiona otra problemática no menor y es el deterioro del medio ambiente de conjunto con el agotamiento de los recursos naturales e incluso muchas de las zonas afectadas son áreas consideradas por los expertos como sitios de sensibilidad ambiental o ecológicamente sensibles por los valores naturales que en ella se albergan, Asociado a estos fenómenos se manifiesta el hecho de que en buena parte de las experiencias y acciones que se desarrollan  no se promueve la inclusión en los procesos de tomas de decisiones a los individuos que habitan están regiones. En el caso específico de comunidades rurales se hace imprescindible el enfoque sobre la lógica de la producción agrícola en función de la explotación de los recursos naturales, lo cual conlleva a una urgente conservación del medio ambiente. La única manera posible de alcanzar este estado deseado es colocando al hombre, como ser social, en el centro de la actividad. En el caso específico de Cuba, el estudio se dirige a la sistematización de experiencias en proyectos de colaboración internacional dirigidos a la participación social en procesos productivos agropecuarios donde se incorpora la dimensión ambiental como parte de los indicadores, atendiendo a la dinámica sociodemográfica en  función del desarrollo productivo. 

Resumen de la Ponencia:

Al asistir a un partido de futbol en México, se pueden escuchar cánticos y algunas piezas musicales entonados por los aficionados con el fin de demostrar su apoyo al club que siguen. Pero más allá de la frontera del estadio, también se da cierta apropiación y consumo cultural del equipo entre los aficionados que son músicos o pertenecen a grupos musicales.Eso los lleva a crear sus propias canciones “no oficiales” sobre el club, buscando generar un valor identitario paralelo al que impone la directiva oficial del equipo, por lo que luchan simbólicamente tocando diversos ritmos con discursos que exaltan la regionalidad, la historia, los campeonatos, la afición, entre otros temas. En contraposición, las directivas de los equipos se ostentan como legítimas dueñas legales y aportadoras del capital económico, funcionando como un Aparato Ideológico (Althusser, 1989), al crear y promover el uso de sus propios discursos propagandísticos expresados en canciones e himnos, mismos que se difunden en sus canales oficiales de distribución de contenido.Esta investigación aún en construcción busca explorar un tipo de relación musical de la afición futbolística mexicana a partir de la ubicación geográfica de cada club, lo cual se intenta hacer a partir de la recopilación de canciones pertenecientes a diferentes géneros musicales, algunas creadas por las directivas de los clubes o que estas legitiman por medio de sus canales oficiales y otras auto legitimadas por los mismos aficionados que las componen, quienes las distribuyen por medio de redes sociales o compartiéndolo con el resto de los aficionados del club al que siguen.En esta primera etapa se ha realizado una búsqueda en redes sociales y páginas web, así como diversas entrevistas informales a aficionados y algunos miembros de las Barras Bravas de estos equipos, triangulando la información obtenida, todo con la intención de crear un mapa de México que marque la ubicación geográfica de cada club mexicano, así como el género musical utilizado por sus aficionados o directivas de clubes, según sea el caso.Bibliografía.Althusser, L. (1989). "Ideología y aparatos ideológicos del Estado (Notas para una investigación)". En La Filosofía como arma de la revolución (págs. 102-151). México: Siglo XXI. 

Resumen de la Ponencia:

La ponencia presentará los resultados principales de la tesis de maestría “Chakas” y “Pibes Chorros”: culturas juveniles “desviadas” en la Ciudad de México y Buenos Aires (UAM-Cuajimalpa). Los objetivos respondieron, por un lado, a indagar sobre cómo se constituyen las figuras de estos jóvenes a partir de los discursos exógenos y, por otro lado, a analizar cómo las mismas culturas perciben sus identidades, siempre en relación a lo que externamente se dice de ellos, aunque de forma resignificada. Se analizaron materiales en plataformas digitales de redes sociales, indagando en los estereotipos que allí se les atribuye a dichas culturas, a través de la revisión de grupos, perfiles individuales, hashtags y memes que aluden de manera discriminatoria a estos colectivos. A continuación, se trabajó con quiénes y de qué manera hablan en cinco audiovisuales, para reflexionar acerca de cómo se mantiene a ambas culturas en un rol de desviados y en una posición subalterna incluso en espacios que pretenden “darles voz” o “defenderlos”: Pibe chorro (2016), para el caso argentino y, para el mexicano, Combos reguetoneros (2013), Pablito Mix y los súper ídolos del cumbiatón (2013), Pablito Mix y la evolución del cumbiatón (2017) y Uzielito Mix (2019). Finalmente, se indagó en cómo las culturas juveniles en cuestión perciben su propia identidad a partir de diversas producciones musicales realizadas por estas mismas culturas juveniles: canciones de reggaeton underground y cumbiatón para el caso mexicano, y de cumbia villera para el argentino. Palabras clave: “Pibes chorros”, Reggaetoneros, desviación, estigma

Introducción:

En la ponencia se presentaron los resultados principales de mi tesis de maestría “Chakas” y “Pibes Chorros”: culturas juveniles “desviadas” en la Ciudad de México y Buenos Aires (UAM, México). En ella abordé los discursos circulantes en torno a dichos colectivos, ambos ligados a las juventudes populares, sumamente estigmatizados, muchas veces relacionados con la delincuencia y, por ello, criminalizados. El objetivo fue indagar sobre cómo se constituyen las figuras de estos jóvenes a partir de, por un lado, discursos que abiertamente expresan su desprecio hacia estos grupos y, por el otro, los que buscan cierta reivindicación o defensa de los mismos. Esa construcción externa resulta en el etiquetamiento de estos jóvenes como desviados, lo cual impacta en como ellos mismos construyen sus identidades; aspecto que se abordó luego. 

En el caso argentino, los jóvenes conocidos como “pibes chorros” son fruto de los procesos de pauperización, marginación y precarización que las sucesivas generaciones fueron sufriendo a partir de los años setenta, y profundizados en los ochenta y noventa (Míguez, 2010, p. 61). A fines de esta década y principios de los 2000, especialmente de la mano la cumbia villera, los “pibes chorros” comenzaron a visibilizarse, y hasta ahora el tema no ha perdido relevancia. Por su parte, en México, hacia mediados de la década del 2000, comenzaron a etiquetarse exógenamente como “chakas” a ciertos jóvenes con marcadores identitarios particulares, provenientes de barrios populares de la Ciudad de México y vinculados con el reggaeton (Ernesto, 2014, p. 54). Ambas identidades juveniles actualizan antiguos estigmas que pesan sobre las juventudes populares. Ahora, mi bien mi investigación se centró en las numerosas representaciones (generalmente negativas) que pesan sobre estos jóvenes, dichas representaciones se relacionan con procesos históricos muy concretos: tanto los “pibes chorros” como los “chakas” son jóvenes que crecen al calor de los efectos materiales de la implantación del neoliberalismo en América Latina ‒en un sentido de reformas pero también en cuanto sentido común y cambio en las sensibilidades, donde todo pasa a la esfera del consumo‒ y de la crisis de las instituciones “tradicionales” de socialización (trabajo, escuela, familia, etc.). 

Desarrollo:

1. “Chakas” y “pibes chorros” en plataformas digitales de redes sociales: el estigma y la desviación

En primer lugar, en el trabajo indagué en los estereotipos que se atribuye a los “chakas” y a los “pibes chorros” en la red social Facebook principalmente, aunque también incluí Instagram, Twitter, Blogspot y Taringa, de modo de encontrar regularidades y dispersiones en la forma de construir sus figuras. En este caso, seleccioné grupos y perfiles donde el desprecio y estigmatización a los jóvenes en cuestión se realiza muy abiertamente. A partir del análisis realizado, y en sintonía con los diversos trabajos que ya han indagado sobre estas identidades juveniles, podemos decir que se etiqueta exógenamente a estos jóvenes pobres como desviados, en tanto “cumplen” (y en ellos se corporizan) ciertos atributos y normas de conducta específicas que los alejan de lo hegemónico. Es decir, de estas identidades juveniles se espera que respondan a ciertas características de acuerdo con su fachada y a su rol social, que los “definen” como “chakas” y como “pibes chorros”. Entre esos atributos, se hallan, por ejemplo, el vestir y una estética particular que se identifica con lo vulgar; música específica, la cumbia villera en el caso de los argentinos y reggaeton (con el perreo como baile asociado) en el mexicano; la pertenencia a los barrios pobres; una religiosidad vinculada con lo popular (el culto a San Judas Tadeo, entre los reggaetoneros y a San La Muerte y al Gauchito Gil en los “pibes chorros”); y un lenguaje vinculado a la ignorancia y a la incorrección.

Además de estos atributos, existen también ciertas normas de conducta que son asociadas con los “chakas” y los “pibes chorros”. En primer lugar, sus formas de esparcimiento, que remiten a su supuesta condición ociosa; el consumo de drogas baratas (la mona en el caso de los “chakas” y el paco en el de los “pibes chorros”); y la violencia y la delincuencia como elementos no solo fruto de todos los atributos y conductas mencionados, sino también como una particularidad que los identifica. Esto es más evidente en el caso de los “pibes chorros”, mientras que en los discursos sobre los “chakas” se trata de una cuestión más que los ubica dentro de lo desviado, pero prácticamente en el mismo nivel que los otros atributos.

Por todo lo hasta aquí dicho, es posible afirmar que la construcción de la identidad de estas culturas se hace en función de cierto estigma sobre ellas, por lo que se convierten en individuos y colectivos desacreditados y desviados, pues la información que transmiten de sí mismos pone en evidencia la diferencia. Estigma y desviación se construyen como tales socialmente, y en un contexto histórico determinado, por lo que no es la información en sí misma (los atributos que especifiqué) la que los hace ser discriminados, sino cómo todas esas características son significadas (Goffman, 2006, p.13). Significación que en este caso tiene que ver fundamentalmente con la cuestión de la clase y, dada la relación de ésta con la raza, con el ser “negro” o moreno.

La desviación de la norma se manifiesta de forma muy clara en numerosos memes, dentro de los cuales destaco dos: “Negro cabeza” y “Anatomía de un Brayan” (ver anexo). En primer lugar, los “chakas” y los “pibes chorros” encarnan todo lo que se aleja de lo hegemónico: son de “tez humilde”, “negros”; pobres que compran ropa clonada o de segunda mano, o que usan vestimenta costosa que levanta sospechas puesto que se contrapone a su condición económica (“no tienen plata”). Por lo tanto, insisto, el estigma se basa, por un lado, en la clase de estos jóvenes. En el marco de la implantación del neoliberalismo en América Latina, los pobres se van construyendo como los enemigos de las urbes. Además, también en este marco neoliberal abundan las ideas meritocráticas de esfuerzo personal y salida individual, que terminan responsabilizando a estos sectores de su situación, lo cual explica la constante ridiculización a la que son sometidos en los discursos analizados o que se los acuse de elegir robar antes trabajar  En segundo lugar, está el tema de la raza. Éste es mucho menos explícito en los discursos sobre los “chakas” que en el caso argentino. En este punto, es posible que los procesos sociohistóricos particulares que se dieron en cada país estén marcando estas diferencias. A grandes rasgos, como dice Quijano (2014), la construcción del Estado Nacional moderno en Argentina se realizó mediante el exterminio masivo de los indios y la recepción de millones de inmigrantes europeos, lo que otorgó una apariencia de blanquitud, así como una identidad más identificada con lo europeo que con lo indígena. Así, “lo negro” o todo lo que tenga la “marca del indio” (Segato, 2007), constituido como inferior, cuenta con una larga y manifiesta historia en el caso argentino.

En el caso de México, no se produjo una eliminación masiva de la población india y mestiza, pero sí se la excluyó de la toma de decisiones en la organización del nuevo Estado, asumida por una minoría blanca. Paralelamente, se emprendió una asimilación de lo indígena en la “cultura nacional”, basado en un proceso que combinó una “desindianización subjetiva” con una fuerte discriminación y disminución de lo indio. Esto quizás explica que, aunque sí haya discursos discriminatorios hacia quienes tienen la “marca del indio”, tanto en los discursos exógenos como en las propias producciones culturales trabajadas esté prácticamente invisibilizado que estos jóvenes pobres son también morenos (Quijano 2014). Asimismo, también cabe decir que una de las cuestiones que más resalta en los memes mexicanos es el tema del género: en estos discursos hay una fuerte subordinación de todo lo que no se amolde a la masculinidad hegemónica (heteronormada), donde las disidencias sexuales están más cerca de lo femenino y, por ello, disminuidas, en una escala menor en la jerarquía de género. 

Por último, sintetizamos todo lo expuesto en dos grandes representaciones que parecen sustentar las formaciones discursivas alrededor de estos jóvenes. En primer lugar, que los “chakas” y los “pibes chorros” tienen atributos que remiten a lo abyecto, porque, como dije, a su vez remiten a su condición de clase y raza. Todos ellos, combinados y portados en los cuerpos de estos jóvenes, los identifica como animales, vulgares, ridículos y, sobre todo, desagradables. En segundo lugar, estas culturas juveniles constituyen una amenaza para “la sociedad” y, por ello, son eliminables. La supuesta amenaza de los “chakas” proviene de su estética o por sus prácticas no apegadas a la norma, mientras que, en el caso de los “pibes chorros”, la construcción de una identidad disminuida recae más específicamente en la figura de la delincuencia y la peligrosidad. Esto está íntimamente relacionado con el hecho de que estos jóvenes se presentan como los sujetos que afectan de forma directa al valor más sagrado de la sociedad neoliberal: la propiedad privada. Si bajo estos jóvenes, por ser pobres y tener “la marca del indio”, recae como mínimo la sospecha de ser delincuentes en potencia, cobra sentido en este marco que se imponga su desechabilidad. De esta forma, los discursos que se han trabajado aquí no se limitan a lo retórico, sino que tienen efectos materiales.

 

2. Subalternidad y hegemonía 

En este apartado explicaré cómo los discursos estigmatizantes sobre estos jóvenes también pueden hallarse en formas más sutiles, incluso por parte de quienes (también externamente) intentan reivindicar sus identidades. En tal sentido, trabajé con cinco audiovisuales de corte progresista: para la cultura juvenil argentina en cuestión, el largometraje documental Pibe chorro (2016). Para el análisis de los reggaetoneros, cuatro videos producidos por VICE: Combos reguetoneros (2013), Pablito Mix y los súper ídolos del cumbiatón (2013), Pablito Mix y la evolución del cumbiatón (2017) y Uzielito Mix (del ciclo Familia adoptiva, 2019). En cada uno de ellos fui analizando quiénes y de qué forma hablan (en el sentido de Spivak, de acceso al lugar de enunciación), con el objetivo de reflexionar acerca de cómo, a partir del etiquetamiento como desviados, estos jóvenes permanecen en una posición subalterna.

Por razones de espacio, en este apartado retomaré solo algunas cuestiones centrales relacionándolas con la discusión que propone Spivak (2003, p.308) sobre los dos significados de representación: como “hablar en favor de” (Vertreten), como en la política, y como re-presentación (Darstellen), como en arte o en filosofía. Confundirlos puede llevar a dos problemas: creer que el subalterno puede dar a entender su mensaje (o sea, que puede hablar) o suponer que el intelectual puede “hablar por él” (Asensi Pérez, 2009, p.14-16). El primero parece ser el caso de los documentales de VICE: se dejan las voces de los reggaetoneros, sin intervención aparente del documentalista. Aunque se da un paso más en permitir que ellos “puedan hablar”, en tanto son los relatores en primera persona, hay algunos juegos muy sutiles que siguen dejando en una posición inferior a los jóvenes, como contradecir lo que los jóvenes dicen sobre sí mismos a través de imágenes o testimonios de otras personas. Esto permite afirmar que estos jóvenes aquí siguen silenciados; no pueden hablar. La asunción de estar “hablando por”, y presentarse como transparentes, por otra parte, se puede estar dando en Pibe chorro; donde las voces subalternas desaparecen completamente: son adultos queriendo hablar por ellos, expresando sus dificultades y justificando, si es necesario, su accionar delictivo. Mientras se cumple el objetivo de evidenciar un discurso que estigmatiza a los jóvenes, se refuerza la idea de un sistema que los lleva al “matar porque ya están muertos” y que no queda otra alternativa para estos chicos. No tienen futuro, no tienen nada que perder. Y ese es el relato que llega al espectador; cierta idea paternalista de que estos jóvenes son víctimas, sin agencia suficiente. Tan incapacitados están de hablar por sí mismos, que nunca aparecen en primera persona.

 

2.1. Jóvenes subalternos y hegemónicos 

En tanto posición relacional y contextualizada históricamente, frente a la figura subalterna siempre hay una figura hegemónica (Fraga, 2013, p.399). Por ello, a partir del análisis de los documentales, construí algunas aproximaciones a la categoría de “jóvenes hegemónicos”, frente a la cual hay desviación y subalternidad. Es decir, no basta con afirmar que estos jóvenes son desviados, sino que hay que explicar respecto de qué se desvían; qué se manifiesta, en este momento histórico, como aspirable y deseable en los jóvenes, seguramente desde una mirada adultocéntrica; y que los “chakas” y los “pibes chorros” no cumplen. 

En primer lugar, me dediqué a recuperar algunas características de esos jóvenes más cercanos a lo hegemónico, a partir de los argumentos de defensa de los “pibes chorros” y los “chakas”. Es interesante ver cómo, al negar ciertos estereotipos que pesan sobre los “chakas” y los “pibes chorros”, nos están diciendo cuáles son las aspiraciones, cuáles serían las características necesarias para pertenecer a esa “comunidad virtual de lo joven hegemónico”. Así, llegué a la idea de que un “buen joven” es inocente o víctima (especialmente en el caso de los “pibes chorros”, porque son mucho más asociados a la delincuencia); no consume drogas baratas; tiene éxito, pero éste ha sido “bien ganado” (donde cobra importancia el tema del trabajo y los estudios); y posee importantes lazos familiares y de amistad. 

Luego, trabajé con un segundo abanico de elementos que tienen que ver con lo que en los documentales se afirma que sí son los reggaetoneros y los “pibes chorros”, pero que sabemos que son los atributos que precisamente los ubican fuera de lo hegemónico. Aquí intenté reconocer qué es lo hegemónico a partir de su distancia de lo que sí son los subalternos, en este caso, los “pibes chorros” y los “chakas”, y que, como vimos anteriormente, los construía para la mirada exógena como desviados. Podemos mencionar a la cuestión religiosa (en el caso de estas juventudes subalternas, ligada a prácticas públicas y no necesariamente aceptadas por la Iglesia Católica); y las disputas con la autoridad y con el orden de parte de los “chakas” y los “pibes chorros”, que nos muestran cierta idea de los jóvenes hegemónicos como pacíficos y ordenados. Finalmente, el tema de la clase: el subalterno es pobre y muchos de los atributos que son asociados a las culturas juveniles en cuestión se relacionan con ello. 

Ahora bien, la clase es un eje transversal a todos los otros elementos de la desviación; es la que está marcando que los “pibes chorros” y los “chakas” se alejen de los jóvenes hegemónicos y no logren salir de su condición subalterna. Dicho de otra manera, cada uno de los atributos y normas de conducta que se les asigna son desviados porque remiten a las clases populares. En oposición, los jóvenes hegemónicos son aquellos que cumplen con ciertas características donde lo fundamental no es el qué sino el cómo: no importa qué atributo en sí mismo portan, sino la forma que toman esos elementos y prácticas, que no deben dejar dudas de una condición de clase más alta. 

Por otra parte, como he mencionado, en nuestros países, fruto de la colonia, las clases también están racializadas. Sin embargo, esta cuestión no se explicita en los documentales analizados. Esto no quiere decir que debamos ignorarla, porque, sin lugar a dudas, los jóvenes hegemónicos deben carecer de la “marca del indio” (Segato, 2007, p.156). Tan naturalizada está la jerarquía de razas, que es algo que ninguno de los documentales analizados se pregunta y, justamente por eso, resulta fundamental explicitarlo aquí. Porque la hegemonía blanca se impuso en el control de la subjetividad, del conocimiento y su producción, pero también en los cuerpos físicos e individualizados (Quijano, 2014, p.787). Por lo tanto, nuestros jóvenes de sectores populares no solo son relacionados a todos los atributos desviados que venimos viendo, sino que, además, en sus cuerpos se inscriben todas las “marcas de la subalternidad”.

 

3. Cumbia villera y cumbiatón: construcción identitaria de los “pibes chorros” y los reggaetoneros[1]

En el último capítulo de la tesis me dediqué a hallar algunas formas en que los reggaetoneros y los “pibes chorros” se autoperciben. Es posible pensar que los grupos en cuestión se conforman como sitios de socialización (ante el proceso de “desinstitucionalización” que los atraviesa) y que allí generan una cultura con su propia jerga, vestimenta o música; una identidad en diferencia que no puede ser pensada por fuera de lo que la mirada externa dice de ellos. Sin embargo, esa reproducción no es directa, sino que conforman su identidad también en base a la resignificación de esos marcadores y a partir de la diferencia. Este análisis lo hice a partir de las producciones musicales de estos colectivos, haciendo hincapié en dos estilos que se identifican fuertemente con los jóvenes en cuestión: el reggaeton underground y cumbiatón para el caso mexicano y la cumbia villera para el argentino. 

En primer lugar, trabajé cómo se conforma un nosotros “pibes chorros”, que es fundamentalmente a partir de la oposición y el antagonismo con la policía, los “chetos” y todo el que no sea parte de “la esquina” o “la vagancia”. Es nosotros contra ustedes. Mucho de ese nosotros pasa por la “fidelidad” a los “valores” del ser joven de una villa, que no en pocas ocasiones está en sintonía con los atributos asignados exógenamente. Así, se reprocha a quienes ya no visten de la misma manera (por ejemplo, la vicera y las zapatillas), a quienes cambiaron o a quienes abandonaron “la vagancia”. Es decir, un joven puede dejar de ser un “pibe chorro” porque ya no cumple con esas características. El nosotros de los reggaetoneros, por su parte, aunque también se diferencia de otros, se construye más a partir de lo que los une (lo que sí los identifica) que de lo que los separa de los demás. Aquí, en primer lugar, es fundamental la cuestión de la estética y la vestimenta. En este aspecto es importante decir que, en las canciones analizadas, tanto para los “pibes chorros” como para los reggaetoneros hay referencias a los mismos atributos anteriormente trabajados, pero con una apropiación diferenciada. En el caso de los primeros, la cumbia villera suele reivindicar mucho de lo que los estigmatizaba, incluso la forma de referirse a sí mismos como “pibes chorros” o el ser “negros”. Por parte de los jóvenes mexicanos, también existen las alusiones a los atributos asignados exógenamente pero en ellos es más evidente el intento de “desembarazarse” de ciertos estigmas, especialmente los vinculados con la delincuencia. Asimismo, son notorios los silencios alrededor del mismo vocablo “chaka”, o todas las agresiones que reciben por ser, supuestamente y como si fuera algo malo, afeminados.

Otro tema destacable es el hecho de que en el cumbiatón y reggaeton underground se realizan ciertas “traducciones” de las aspiraciones reflejadas en el reggaeton de origen portorriqueño o producido en Estados Unidos. De esta forma, existe por parte de los “chakas” una apropiación diferenciada de lo que propone dicho género: ya no se viste ropa de marca, sino sus clonaciones; en lugar de automóviles lujosos, aluden a la motoneta; ya no se filman los videos en casas lujosas y rodeados de mujeres con cuerpos hegemónicos, sino en los mismos barrios y con las mismas reggaetoneras, etc. Por otra parte, en la percepción como identidad colectiva, es fundamental el barrio y el territorio, que se van construyendo además como sitios donde, entre otras cosas, se desarrollan disputas políticas. Los barrios se tornan fundamentales en cuanto forman parte de la socialización y del encuentro de estos jóvenes, especialmente a partir del gran crecimiento de sus ciudades y a los cuales fueron asignando sentido como parte de sus estilos de vida (Valenzuela, 2005, p.60). Podemos decir que las colonias y municipios populares de la Zona Metropolitana del Valle de México, así como las villas, son espacios donde se configuran las culturas juveniles en cuestión, alejadas de las instituciones tradicionales como la escuela, la familia o trabajo y donde pueden regir sus propias normas (Garcés-Montoya, 2003, p.29). Además, a través de sus reivindicaciones identitarias (en la lucha por el espacio público, en sus configuraciones grupales o en sus producciones), estas culturas están realizando política, aunque no lo expresen explícitamente o ella se dé por fuera de los canales tradicionales. 

Un concepto que aporta a la reflexión sobre este tema es el de grupo desviado organizado, como último peldaño en la carrera de la desviación de Becker (2009, p.56), porque en él se despliegan acciones que buscan legitimar la pertenencia a dicho grupo; acciones que pueden percibirse como resistencias. Por parte de los reggaetoneros, incluirse en los combos fortalece la identidad “desviada”: tienen una estructura organizada, un nombre en específico, puntos de reunión establecidos y también cierta racionalización de sus acciones. Estos combos podían incluir hasta 1200 personas y, aunque entre las configuraciones había disputas y peleas, el participar de un combo los agrupaba bajo una identificación en común. Otro ejemplo donde el combo como grupo desviado organizado se manifiesta como una acción política es en la disputa por el espacio público, especialmente en el transporte. Los reggaetoneros resisten a la rigidez de las normas sobre su uso (cómo debe usarse, cuánto se paga, cuántas personas deben subir, etc.); reglas que muchas veces logran negociar. Esta situación de los jóvenes asociados a la conflictividad se extiende al tema de las tardeadas (nombre asignado a sus fiestas), frecuentemente prohibidas y, por tal motivo, paulatinamente desplazadas hacia las periferias de la Ciudad y el Estado de México (Ernesto, 2014, p.12). Esta cuestión justamente muestra lo disruptivo de las acciones de estos jóvenes: ante el intento de apropiación del espacio público por parte de los desviados, las respuestas institucionales no han sido en función de propiciar que estas fiestas se pudieran realizar, negociando con los jóvenes y con los vecinos, sino que la salida fue volverlos a expulsar. Ahora bien, también podemos pensar al cumbiatón y al reggaeton underground en sí mismos como una acción política o un espacio de resistencia. En primer lugar, cabe decir que el deseo por el disfrute de estos géneros es un elemento central en la organización de las tardeadas y por lo tanto motiva muchas de las acciones relatadas hasta ahora. Pero, al mismo tiempo, esta música se constituye como un elemento que los aglutina y que expresa esa identidad en diferencia. Así, en el reggaeton mexicano se muestran muchos de los aspectos que son estigmatizados y caracterizados como desviados en las miradas externas, como la forma de vestir, el pertenecer a barrios populares, el consumo de la mona, etc.; pero son explicados y reivindicados desde la propia visión de estos jóvenes de sectores populares. 

En el caso de los “pibes chorros”, la disputa por el espacio público a través de los grupos desviados también puede encontrar algunos ejemplos, pero no hay una configuración equivalente a la de los combos. En donde, ciertamente, existe una mayor identificación y pueden verse intentos de justificar o, al menos, “normalizar” sus atributos de la desviación, es en la cumbia villera. En ella hay, como en la mayoría de los grupos desviados organizados, un repudio hacia las normas convencionales (Becker, 2009, p.58) y un cambio de significación a lo que bajo la mirada externa los estigmatiza. Los protagonistas son los “pibes chorros”, como colectivo; y se burlan de los valores tradicionales y en cambio reivindican (con algunas salvedades) el ser vagos, consumir drogas, no tener trabajo o familia estable, etc. A través de la cumbia villera, además, poco a poco la juventud popular asociada a ella también fue ocupando espacios públicos y privados de entretenimiento, así como barrios diferentes a los de su origen (Chaves, 2018, p.146). Las respuestas institucionales han sido, al igual que con los “chakas”, criminalizantes y prohibicionistas: por ejemplo, cuando la cumbia villera comenzaba a propagarse, el COMFER decidió censurarla. Pero además, como una forma de regular sus comportamientos, los habitantes de las villas, especialmente los jóvenes varones, sufren constante hostigamiento policial, que va desde pedida de documentos, cacheos, hasta torturas físicas y psicológicas más graves. En ese marco, a pesar de la frecuente connivencia entre las fuerzas policiales y de seguridad y las redes delictivas, la mayoría de las soluciones a la “inseguridad” se dan aumentando la presencia de dichas fuerzas, especialmente en los barrios pobres de la Ciudad de Buenos Aires y su Conurbano.

 

[1] Por razones de espacio, aquí solo incluyo algunos puntos que he trabajado. Dejo para otra ocasión el tema del género y de la posibilidad de acceso al lugar de enunciación por parte de estas juventudes. 

Conclusiones:

La investigación que presenté aquí resulta relevante por acercarnos a los discursos que ubican a las culturas juveniles analizadas dentro de lo desviado y de lo subalterno. Más allá de los matices, haber encontrado tantos puntos en común entre dos grupos diversos, ubicados en dos extremos del continente y con sus características propias, pone la problemática en perspectiva latinoamericana: las juventudes pobres en esta región como las que “atentan” a ciertos valores hegemónicos y a la seguridad urbana. 

Queda muy claro que, desde los discursos exógenos analizados, el punto central que tienen en común las dos culturas juveniles es su condición de clase y que es ella la que las ubica en la posición de desviados, que deriva en la fuerte criminalización y estigmatización que reciben. A ello se suma la mencionada asignación de atributos que, en función de que remiten a su condición socioeconómica, también son catalogados como desviaciones. 

A la cuestión clasista se suma también la condición juvenil: en tanto jóvenes de clases populares, “chakas” y “pibes chorros” son “doblemente indeseables”. Aunque la juventud en sí misma es, en cierta medida, subalterna dentro de un mundo adultocéntrico, no todos los jóvenes son catalogados como indeseables y por ello eliminables: es el ser jóvenes y pobres lo que los ubica en el límite de la desviación. 

Por otra parte, a la cuestión de clase se suma la racial: tener una “tez humilde”, o ser “negro” pone (una vez más) a los “chakas” y a los “pibes chorros” en un lugar desviado. Sin embargo, es muy importante recalcar que, aunque desde los discursos más criminalizantes (en este caso, los materiales de las redes sociales) se explicite que ser de raza no blanca es algo negativo, esto desaparece en los discursos más progresistas que intentan “defender” a los reggaetoneros y a los “pibes chorros”. Por más de que la raza y la clase están sumamente imbricadas como fruto de la colonización, hay cierta invisibilización del tema; y esto se vuelve central, en cuanto nos da un indicativo de cuán arraigada y naturalizada está la jerarquía de razas.

Por otro lado, aunque en este trabajo he dado mayor importancia a la clase y la raza como vectores que marcan la desviación de los jóvenes que me interesan, la cuestión del género también se constituye como un eje que atraviesa tanto los discursos exógenos alrededor de estas culturas juveniles, como su propia construcción identitaria. Ahora, en mi trabajo he abordado someramente la cuestión, y más en función de cómo construyen los jóvenes varones su identidad masculina en oposición a lo femenino (tanto las mujeres como todos los que no se apeguen a la heteronorma). Será interesante pensar, en futuras investigaciones, cuál es el lugar que las mujeres ocupan en las culturas juveniles analizadas. 

La última cuestión que quisiera remarcar tiene que ver con la discusión acerca de la posibilidad de hablar por parte de estas culturas. Es importante recalcar que con el análisis que realicé no pretendí “hablar por ellos”, ni “darles voz”. En su condición de subalternos, querer ubicarme en ese sitio sería repetir las críticas hechas a los documentales: ni yo puedo ser “dadora de voz”, ni tampoco puedo decir que mi análisis sea totalmente objetivo y neutral, como si los elementos que señalé que componen las identidades fueran “hallazgos” en el sentido de una realidad “descubierta”. Por el contrario, creo fundamental explicitar que, así como los discursos estigmatizantes construyen al “pibe chorro” y al “chaka”, mis conceptualizaciones seguramente también lo hagan. Esto no implica abandonar la posibilidad de estudiar las problemáticas relacionadas con los jóvenes pobres, sino no pretender ser su representante, su portavoz; pero tampoco suponer que mi trabajo, por intentar deconstruir las miradas hegemónicas, no los esté constituyendo como objetos al mismo tiempo. 

Bibliografía:

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- BECKER, Howard, (2009), Outsiders. Hacia una sociología de la desviación, Buenos Aires: Siglo XXI.

- CHAVES, Mariana, (2018), “Tres apropiaciones o más. Dialogando 10 años después con el texto de Sergio Tonkonoff sobre pibes, choreo, ropa deportiva y la moral del amo”, Cuestiones criminales, Año 1, N°1, julio 2018.

- EMMELHAINZ, Irmgard, (2016), La tiranía del sentido común. La reconversión neoliberal de México, México: Paradiso Editores, Colección Continente Negro.

- ERNESTO, Ricardo Carlos, (2014), Las juventudes en la escena del reggaeton: chakas y combos en el Distrito Federal y Zona Metropolitana del Valle de México. Tesina de Licenciatura en Ciencias Sociales, UACM.

- FRAGA, Eugenia, (2013), “El problema de la identidad en los estudios poscoloniales. Clasificación racial, historias de las minorías, reconocimiento intercultural”, Astrolabio, N.º 11, pp. 386-410.

- GARCÉS -MONTOYA, Ángela, (2003), “Identidad fragmentada... Identidad performativa: del estilo a las culturas juveniles”, Anagramas, Vol. 2, N.º 3, pp. 25-42.

- GOFFMAN, Erving, (2006), Estigma. La identidad deteriorada, Buenos Aires: Amorrortu

-------------------------- (2012), La presentación de la persona en la vida cotidiana, Buenos Aires: Amorrortu, pp. 15-93.

- MÍGUEZ, Daniel, (2010), Pibes chorros: estigma y marginación, Bs. As.: Capital Intelectual S.A.

- OMAÑA, Enrique, (2017), Reggaetoneros en la Zona Metropolitana del Valle de México: radiografía de una cultura juvenil, ICR Maestría en Ciencias Sociales y Humanidades, UAMCuajimalpa.

- QUIJANO, Aníbal, (2014), Cuestiones y horizontes: de la dependencia histórico-estructural a la colonialidad/ descolonialidad del poder, Buenos Aires: CLACSO.

- SEGATO, Rita, (2007), “El color de la cárcel en América Latina. Apuntes sobre la colonialidad de la justicia en un continente en deconstrucción”, Revista Nueva Sociedad, N.º 208, marzo-abril 2007, pp. 142-161.

-SPIVAK, Gayatri, (2003), “¿Puede hablar el subalterno?”, en Revista Colombiana de Antropología 39, pp. 297-364.

- VALENZUELA ARCE, José Manuel, (2005), “El futuro ya fue. Juventud, educación y cultura”, Anales de la educación común, Año 1, N.º 1-2, Adolescencia y juventud, pp. 28-71. 

 

Materiales audiovisuales

- CABRERA, Abelardo, BRYK, Agostina, PERNER, Andrea, VIEDMA, Gloria (productores) y TESTA, Andrea (directora), (2016), Pibe chorro, Argentina: Pensar con las manos. Disponible en https://vimeo.com/136126589.

- MÉNDEZ, Adrián (productor) y RIVERO, Guillermo (director), (2017), Pablito Mix y la evolución del Cumbiatón, México: VICE. Disponible en https://www.vice.com/es_latam/article/43gj5d/no-importa-si-son-de-barrio-o-hipsters-todosperrean-pablito-mix-y-la-evolucion-del-cumbiaton.

- MURRIETA, David (productor) y LOYOLA, Bernardo, (director), (2013), Miscelánea Mexicana: Pablito Mix y los super ídolos del cumbiatón, México: VICE. Disponible en https://www.youtube.com/watch?v=EDv-RQBnI9A

- S/D, (2019), Familia adoptiva: Uzielito Mix, México: VICE. Disponible en https://www.youtube.com/watch?v=DyMjb46GXKY

- WOLDENBERG, Laura, (productora) y LOYOLA, Bernardo, (director). (2013), Combos reguetoneros, México: VICE. Disponible en https://www.youtube.com/watch?v=ro0axN2i5NY&t=4

Palabras clave:

“Pibes chorros”, Reggaetoneros, desviación, estigma

Resumen de la Ponencia:

O objetivo deste trabalho foi analisar uma controvérsia sobre medicação preventiva para a covid-19 a partir de mídias sociais. O objeto de análise foram as mídias de duas pessoas que participaram de uma pesquisa de doutorado como informantes. Tal pesquisa investigou etnográfico-digital e prensencialmente a experiência de residentes da cidade de Olinda-PE (Brasil), com a pandemia a partir de ambientes digitais. O marco teórico se baseou nos modos de existência de Bruno Latour. Metodologicamente utilizou-se o programa Atlas ti7 como auxiliar na análise qualitativa dos dados. Assim, o compartilhamento de mídias sociais por dois informantes selecionados era transferido para o Atlas; depois eram codificados em palavras-chave que remetessem a associações em torno da pandemia; depois de definidas as redes de associações, eram finalmente categorizadas as redes de códigos nos modos de existência. Os resultados indicaram a presença de modos de existência distintos para o tratamento da Covid-19: a) automedicação com base na ratificação da experiência de tratamento a partir de mídias sociais; b) compartilhamento de experiências em formato de mídias sociais que sugeriam alternativas de cura para além da Ciência, com ênfase em bons “hábitos” e manutenção da imunidade, assim como práticas “animistas” (ou do modo de existência da metamorfose). Como conclusão cabe destacar a influência de mídias sociais e de produtores de conteúdo na relação entre tratamento da Covid-19 e uso de certos medicamentos. Em segundo lugar, cabe dizer que a relação entre essas mídias sociais e a experiência individual com o tratamento levam a uma modificação epistemológica que secundariza o que, de fato, circula entre especialistas, e o que está circulando no “tempo” ou velocidade dos ambientes digitais. Uma terceira conclusão é sobre o desaparecimento do “efeito placebo”, enquanto experiência importante para a (bio)medicina, quando o tratamento é referente a automedicação. Isto é: se o placebo é um fator fundamental para especialistas, ele não apareceu no campo de pesquisa nos tratamentos individuais. Ao contrário, em certos casos, ele foi substituído pelo (modo de existência do) hábito.

Introducción:

O objetivo deste artigo foi analisar uma controvérsia sobre medicação preventiva para o tratamento da covid-19 a partir de mídias sociais. Trata-se de um recorte de uma pesquisa de doutorado cujo tema foi pandemia e mídias sociais. Tal pesquisa foi realizada durante os anos de 2020 e 2021 na cidade de Olinda, no Estado de Pernambuco, na região Nordeste do Brasil. O presente artigo tem como fonte as mídias sociais compartilhadas apenas por dois informantes da pesquisa. A justificativa é porque apenas estes informantes lidaram e se posicionaram diretamente sobre o tema da medicação preventiva, compartilhando mídias sociais e mensagens sobre o assunto.

O problema investigativo apresentado neste artigo é derivado do problema de pesquisa mais amplo. Aqui, tal problema se resume à questão seguinte: quais posicionamentos foram defendidos a respeito da medicação preventiva por moradores de Olinda durante o período de 2020 e 2021? Por conseguinte: quais mídias sociais eram compartilhadas por esses informantes? Ressalta-se que o tema da medicação preventiva ou do chamado kit-covid era um assunto não apenas nacional, mas também internacional. Durante o ano de 2020, o então presidente Donal Trump, no EUA, e Jair Bolsonaro, no Brasil, eram defensores desse tipo de tratamento (Furlan & Caramelli, 2021).

Para que se tenha uma ideia de como o assunto da medicação preventiva era defendido pelo Governo Federal do Brasil, em setembro de 2020 foram entregues mais de 12 mil kits covid em um Centro de Triagem do Estado de Mato Grosso (Santos-Pinto et al, 2021). Naquele mesmo ano, previa-se investir 250 milhões de reais em kits-covid que seriam distribuídos para as chamadas Farmácias Populares (Santos-Pinto, et al., 2021). Mas em 2021, o Conselho Federal de Medicina do Brasil, proibiu oficialmente o tratamento precoce com o kit-covid (Furlan & Caramelli, 2021). Diante desse quadro, o presente artigo traz um exemplo de como foram os posicionamentos antagônicos sobre o assunto que surgiram no campo de pesquisa, mas a partir de mídias sociais.

Desarrollo:

O enquadramento teórico da pesquisa se baseou nos modos de existência de Latour (2019). Basicamente, trata-se de uma categorização da experiência numa pluralidade ontológica. Ao invés de nos perguntarmos, neste caso, sobre questões de conhecimento, de verdade, em oposição a crenças e irracionalidade, ou ciência versus negacionismo, coloca-se a investigação sobre os diferentes modos do ser que atravessam a experiência com a pandemia.

Os seres identificados não são estáticos ou imutáveis; eles são abordados em fluxos de experiência, conforme os modos de existência são identificados em cada caso. Importa não cometer erros de categoria, a saber, confundir as características e valores (verdade) de um modo por outro. Por exemplo: confundir as condições de verdade e o sentido da ciência (Referência) com os pressupostos políticos (Política). Esses dois modos, sem dúvida, se combinam Ciência-Política (REF-POL) quando lidamos com a controvérsia sobre medicação preventiva e kit-covid, mas eles possuem suas próprias características e trajetórias. Cada modo de existência estabelece o verdadeiro e o falso em sua experiência específica. Assim, a verdade da religião (REL) não é a mesma da ciência (REF) ou da política (POL), tampouco o que é falso para a experiência de um modo não se aplica a outro. No total, Latour (2019) sugere que identificou doze modos de existência “habitando” o mundo “moderno” (doze modos mais três modos de metalinguagem de investigação). Entretanto, não aprofundo a descrição dos modos aqui, contentando-me apenas em me ater aos que foram identificados no campo a respeito do objetivo aqui proposto (Cf. Brito, 2022, para uma introdução aos modos).

Do ponto de vista etnográfico, o enquadramento se baseia nos conceitos de mídias sociais e de ambientes digitais. Segundo Miller et al (2019, p. x), os ambientes digitais são os “meios” em que a vida habita, por meio dos componentes materiais que lhe dão forma digital, como “bytes e linguagem de programação”. Tais formas, estetizadas por design digital, interagindo com forças físicas, como ondas eletromagnéticas, ondas de rádio e energia elétrica, entre outras, constituem os conteúdos que chamamos de mídias sociais, como sugerem Leitão e Gomes (2017). As mídias sociais que se tornaram dados ora analisados são mensagens de WhatsApp, vídeos de YouTube e posts de Instagram.

Metodologicamente utilizou-se o programa Atlas ti7 como auxiliar na análise qualitativa dos dados. Assim, o compartilhamento de mídias sociais pelos informantes selecionados era transferido para o Atlas; depois eram codificados em palavras-chave que remetessem a associações em torno da pandemia; depois de identificadas associações entre os códigos, eles eram categorizados a partir dos modos de existência (Latour, 2019). O primeiro passo, portanto, era identificar redes (modo RES) e sentidos (modo preposição-PRE). Esses dois modos, considerados metalinguagem de investigação, demonstram a trajetória e as conexões dos modos e os seres que participam dessas formas específicas de experiência. Porém, só a rede [RES] não demonstra as diferentes verdades, valores e sentidos específicos de um modo; é o modo da preposição [PRE] que auxilia a identificação dos diferentes sentidos que, por conseguinte, pertencem a cada um dos modos. Em outras palavras, é cruzando [RES] e [PRE] que identificamos cada categoria ou modo de existência.

A covid-19 não é uma "gripezinha”

Uma das primeiras controvérsias sobre tratamento para covid-19 no Brasil foi, sem dúvida, sobre a hidroxicloroquina (doravante cloroquina):

Nesse contexto incerto e plurivocal, no início de 2020, a cloroquina – uma substância utilizada, até então, no tratamento e profilaxia de alguns tipos de malária – surgiu como agenciador possível no enfrentamento do coronavírus. Presente nos discursos de sanitaristas e lideranças políticas, a cloroquina virou o centro de uma série de controvérsias no cenário público brasileiro, que envolvem discursos de políticos, médicos, pacientes, além de uma série de pareceres técnicos sobre testes, eficácia, indicação e suspensão de seu uso nos tratamentos da Covid-19 (Gonçalves, 2020, p. 2).

 

            O artigo acima contextualiza a presenta da cloroquina no Brasil. Em torno deste medicamento, orbitam questões científicas e políticas. Por isso apresento a opinião do primeiro informante: 

A covid 19 não é uma "gripezinha", como o trevoso e seus cúmplices quadrúpedes afirmaram. [...] A maioria esmagadora dos mais de sessenta mil mortos, pela covid 19, são das periferias brasileiras. A cloroquina e penduricalhos não é panacéia, como afirmou o trevoso e apaniguados [...] Andrezinho Das Olinda” (Comunicação pessoal, via WhatsApp, 6 de julho de 2020).

 

            A comunicação acima, esclarecendo a metodologia, não foi resposta a uma entrevista ou aplicação de questionário. Trata-se de uma mídia social, em formato de mensagem, cujo autor, autointitulado Andrezinho Das Olinda, costuma produzir e compartilhar via aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp. Essas mensagens foram compartilhadas por mais de um ano com o autor deste artigo e, é claro, com a rede de contatos do informante.

            Para iniciar o diálogo com o aporte teórico, já é possível observar que a estetização, a forma dada, a parte narrativa, de quem conta fatos (“como o trevoso [alusão ao presidente Jair Bolsonaro] cúmplices quadrúpedes afirmara”, “A cloroquina e penduricalhos não é panacéia, como afirmou o trevoso e apaniguados”), mas numa linguagem informativa-conscientizadora, é a figuração da experiência pandêmica a partir do modo de existência da ficção [FIC]. O que não significa dizer que não se trata, portanto, de nosso informante tornar a pandemia uma “ficção”, no sentido irreal do termo; muito pelo contrário, ao estetizar a pandemia, ele denuncia a maneira pela qual o governo federal – e “apaniguados” – lidam com a mesma. Enquanto um modo de existência, a [FIC] possui sua própria participação na realidade. Sua verdade particular, ou condição de felicidade, é a de fazer crer, manter; em oposição a fracassar, perder (no sentido dos seres da ficções serem “esquecidos” ou abandonados). Curiosamente, é via [FIC] que nosso informante nos pede para crer na realidade da covid-19, assim como na ineficácia (“não é panaceia”) da cloroquina.

            As mídias sociais que nosso “narrador-personagem”, Andrezinho das Olinda, compartilhava não se resumiam à figuração anterior, isto é: não era apenas narrativa de quem utiliza diferentes gêneros literários para falar sobre a pandemia; ele também buscava distribuir outros formatos de informações relativas à pandemia (ver "CPI da pandemia faz audiência pública: ‘cloroquina não funciona em animais e humanos"’. TV Senado/Band News.'" CPIPANDEMIA - CPI da Pandemia - Atividade Legislativa - Senado Federal).

            Primeiramente, a mídia social foi compartilhada quase um ano após a mensagem mencionada anteriormente (13 de junho de 2021). O tema da cloroquina continuava, no Brasil, com audiência. Nosso informante, ao compartilhar essa mídia social, trouxe o conteúdo de uma cidade distante, de outra região do país, para sua rede de contatos. A fala da pesquisadora em microbiologia, Natália Pasternak, ocorrendo em uma instituição política, assume a forma de bytes e segue via internet para o aparelho celular de Andrezinho das Olinda. Outros dois modos de existência saltam para o primeiro plano: o modo de existência político [POL], que gira em torno do objeto “cloroquina”; e a rede [RES]. A conexão entre nosso informante e a CPI sobre a cloroquina nos possibilita identificar um posicionamento: nosso informante está a favor de uma especialista que é contra o uso da cloroquina para tratamento da covid-19. Neste sentido, ele estendeu uma rede [RES] com o compartilhamento de uma mídia social, que leva aos laboratórios e artigos de microbiologia que a pesquisadora Pasternak se referenciou. O que nos leva à presença do modo de existência da referência (o científico) [REF], circulando no campo desta pesquisa.

            A seguir, apresento o segundo caso deste artigo. Trata-se do posicionamento oposto ao até aqui analisado.

 

Medicação preventiva

            Em 21 de janeiro de 2021, quase um ano após a chegada do novo Coronavírus à Olinda, uma profissional de saúde e atualmente funcionária pública da área de segurança, que chamarei de Berenice, aceitou participar da pesquisa. Tanto ela quanto sua família tinham sido contaminadas pela covid-19 até aquele mês de janeiro. Segundo Berenice, cada enfermeiro ou enfermeira seguiria suas próprias formas de lidar com a pandemia. E em sua experiência (conforme caderno de campo), tanto na rede privada quanto na pública, isso não mudaria.

            Essa “individualidade” para lidar com a terapêutica da pandemia segue priorizando a expertise de cada profissional de saúde e suas equipes. Neste sentido, a expertise de profissionais de beira de leito, no caso pandêmico, segue na esteira da crise entre uma ciência sancionada, com avaliação de pares às cegas, testes com placebo e grupos de controle, e uma ciência de “beira de leito”, tal como ocorrido na ocasião da epidemia de vírus Zika no Brasil (Cf. Diniz, 2016).

            A individualização do tratamento, seja para a profilaxia ou da terapêutica da doença, da  covid-19, segue um critério de autonomia da expertise médica que já foi notado por Blanca, Koch e Prates (2022), quando de sua análise em torno do tratamento preventivo para covid-19. O caso de Berenice demonstra apenas um exemplo de pessoas que passaram pela experiência de tratamento para a covid-19 nos moldes do que a literatura vem registrando, como um efeito não só pandêmico, mas que vem ocorrendo de modos diferentes na relação entre ciência e sociedade.

            Para Berenice, ter se medicado garantiu que não desenvolvesse casos mais graves da covid-19. Sua experiência no tratamento da doença dialogava com mídias sociais que ela compartilhava durante a pandemia, defendendo o uso de medicações do chamado “kit covid” e do tratamento preventivo para a doença (conforme mídia social compartilhada via WhatsApp, no dia 6 de janeiro de 2021, cujo conteúdo era um link para um canal do YouTube que armazenava um vídeo intitulado "As verdades que não querem que você saiba sobre o COVID - 19). O conteúdo foi compartilhado comigo após Berenice ter adoecido.  No vídeo, defende-se a autonomia de médicos no tratamento precoce ou terapêutico para a covid-19. O que segue, novamente, corroborando o trabalho de Blanca, Koch e Prates (2022), no que tange a essa postura de certos especialistas defensores da medicação preventiva ou kit covid.

            Em uma conversa com Berenice, perguntei-lhe o que achava do conteúdo do vídeo acima. Ela respondeu o seguinte:

 

Eu gostei muito. [...] Procurei o hospital pra me afasta e pra ser medicada e isso não aconteceu. Por conta própria tomei medicação e fiz o meu exame no centro de convençõe. Isso tudo na primeira quinzena [de novembro de 2020]. Depois de de uma semana apresentei febre e dores no corpo procurei pela a quarta vez fui no hospital pra falar o que estava acontecendo comigo. Pq até então não tinha me afasta do trabalho e sabe que estava contaminado. Meu exame que fiz no dia +/- dia 14 de novembro e resultado só saiu final do mês dia 28 de novembro e deu positivo. Fiz outro exame tbm no fiz do mês pelo o meu plano e novamente deu positivo. Se eu não tivesse tomando as medidas de prevenção poderia ter o caso grave da doença.”

Não conferir os artigos [citados no vídeo que ela compartilhou]. Mas conferir o currículo dele e seu histórico na vida profissional

E médicos que eu sigo segue ele e falar muito bem dele. [1]

 

             A experiência de Berenice, como dito, reforça o que Diniz (2016, Cap. I, pp 13-19) chamou de crise de ciência de bancada, na ocasião da epidemia de Zika. Não se trata da mesma crise, pois na ocasião da epidemia de Zika o que estava em foco era a experiência de mães de anjos – como ficaram conhecidas as mães de crianças com Síndrome Congênita do Vírus Zika –, ou mães de micro, e especialistas como médicos, pediatras e demais profissionais de saúde que atuavam na linha de frente com as mães.

É importante ressaltar que a epidemia de Zika precedeu a de covid-19 em poucos anos e que seu epicentro foi o Nordeste do Brasil (Cf. Scott et al., 2020). Para algumas autoras, aliás, esse tempo da epidemia de Zika não é apartado do tempo da pandemia para essas mães: trata-se de uma continuidade e aumento das desigualdades (Cf. Matos, 2020[2]; Santana et al., 2022).

Retornando à covid-19, a experiência de Berenice, a defesa da autonomia médica, assim como a medicação preventiva seguem, por sua vez, o que Cesarino (2021), à guisa de Zoonen (2012), denominou de ipistemollogy (eupistemologia), assim como Blanca, Koch e Prates (2022), ao analisarem mais detidamente o percurso que iria do kit covid e tratamento preventivo à questão das vacinas e seus opositores. Segundo Berenice, a eficácia da medicação preventiva é a garantia de um tratamento adequado. Entretanto, de um ponto de vista teórico, esse sentido de eficácia do medicamento gera uma trajetória da experiência ligada a uma realidade específica. Ao falar de eficácia e utilizar o vídeo acima exposto, ela corrobora uma validação científica para seu argumento. E sua experiência segue em consonância com outras mídias sociais e relatos de experiências. O link que Berenice compartilhou leva a um canal de um médico, no YouTube (conferir: : “As verdades que não querem que você saiba”. Canal Victor Sorretino. YouTube. 4. Jan. 21. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=XowhxM9u1Jk. Acesso: 2 fev. 2022).  

Analisei não apenas o conteúdo do vídeo, mas também as experiências compartilhadas no chat (apenas no YouTube). Seguindo os passos metodológicos, cheguei a trinta e cinco códigos que vão desde minerais, como zinco, a raízes como gengibre, passando por limão, vitaminas até jejum intermitente (entre outras). Trata-se, diria com Latour (2019) do modo de existência do hábito [HAB] associado a saberes individuais ou alternativos, reforçados pela experiência individual coletivizada por mídias sociais e, mais, vinculada à expertise dos médicos produtores de conteúdo que dão uma aura científica para esse conjunto de mídias. Essa epistemologia se liga, defendo, à eupistemologia de Zoonen (2012), como já foi sugerido por Blanca, Koch e Prates (2022) e, mais ainda, possui uma continuidade com o que Cesarino (2021) já vinha analisando em relação à pós-verdade, mas não se restringe a isso.

Fast Science or ipistemology (eupistemologia ou ciência acelerada)?

            Evidencia-se que existe uma implicação da circulação de controvérsias entre especialistas para um público de não especialistas. O que quer dizer que não se trata apenas de uma controvérsia entre especialistas, mas do alistamento de especialistas para controvérsias que ganham vida própria fora do laboratório. Em segundo lugar, outra questão que precisa ser mencionada é a do que significa ter uma controvérsia entre especialistas em aberto, mas circulando, como mídia social, por plataformas digitais. A hipótese, adianta-se, é de que o tempo das mídias sociais é mais acelerado do que o tempo que a ciência precisa, via de regra, para encerrar suas próprias controvérsias. O que, por conseguinte, demonstra um caminho na contramão de movimentos a favor da desaceleração da ciência, como o manifesto Slow Science, de 2010, lançado pela Slow Science Academy que, basicamente, sustenta a ideia de que a ciência precisa de tempo, não pode ser apenas “acelerada”[1].

            Stengers (2019) também participou da defesa da Slow Science. Aqui, no entanto, importa mais entender a sua ideia de fast Science. Para Stengers (2019, p. 10), a fast Science começou a se desenvolver no século XIX, com a formação de profissionais e cientistas. O ideal era manter a autonomia científica, não desperdiçar o tempo com questões “externas” à prática científica. O que garantiria confiabilidade, já que em ambientes controlados, como no laboratório, objetividade e racionalidade estariam seguras, em oposição à contingência/arbitrariedade ou à “confusão do mundo”. Entretanto, essa forma especifica de abstração, científica, tinha uma postura semelhante ao desenvolvimento industrial, alheio a questões que hoje são caras ao mundo moderno, como a crise ambiental, a desigualdade social etc. O que importava era manter os aliados por perto, outros cientistas, e deixar que destinatários dos resultados da ciência se mantivessem passivos, sem perturbar o desenvolvimento da ciência.

            Atualmente, no entanto, e ainda segundo Stengers (2019), estamos assistindo a um apagamento das fronteiras que garantiam com que a fast Science mantivesse sua autonomia. Com esse apagamento, as consequências para a fast Science são relativas à confiabilidade, mas não apenas. A fast Science passa a participar da “confusão do mundo”. Com isso, a ordem social e política é que passa a importar mais do que àquela de dentro do laboratório, entre especialistas. Essa consequência é importante para refletir sobre mídias sociais e pandemia. Se a fast Science tinha o caráter de conhecimento desincorporado, que ignoraria a confusão do mundo (externo), as mídias sociais, argumento, sugerem uma ordenação desse mundo a partir de posicionamentos políticos, ao menos durante a crise sintomatológica e, depois, terapêutica em decorrência da pandemia.

            Ao invés de uma postura apenas “industrial”, assistimos a uma fast Science política, deslocada dos laboratórios, em ambientes digitais em que produtores de conteúdo, médicos e cientistas, contribuem com a produção de mídias sociais que, supostamente, ordenam a confusão terapêutica. A defesa da autonomia de outrora, com a fast Science, assume outra face diante da pandemia e do tratamento preventivo, como alertaram Blanca, Koch e Prates (2022, p. 11): “[...] Claiming to be a signatory of the [Helsinki] Declaration, the AMB [Brazilian Medical Association] published a statement on the 19th of July 2020, titled “Hydroxychloroquine: AMB defends medical autonomy.” 

            Segundo Blanca, Koch e Prates (2022, p. 18), novamente com Cesarino (2021), essa “reorganização epistêmica” ocorre nos ambientes digitais em uma espécie de tentativa mal sucedida do neoliberalismo para agilizar relações ao remover mediadores no processo, neste caso, científico. Reforço esse argumento ao trazer as mídias sociais para o primeiro plano, diante da pandemia, com o deslocamento dos fatos e controvérsias para os ambientes digitais ratificando experiências individuais de cura. No entanto, enfatizo uma característica de “perda” da experiência científica, ou do modo de existência da Referência [REF] e sua substituição pelo hábito [HAB], a saber: a dos efeitos placebos, pois fora do laboratório, a “reorganização epistêmica” não inclui o placebo.

 

[1] Fonte: Site do Ateliê de Humanidades. https://ateliedehumanidades.com/2019/01/15/manifesto-por-uma-slow-science/.

 

 

[1] Fonte: WhatsApp, comunicação pessoal, dia 21 de janeiro de 2021.

[2] Fonte: Boletim de Cientistas Sociais, n. 53. Portal de Ciências Sociais Brasileiras. Disponível em: Boletim Cientistas Sociais | n. 53 (anpocs.org). Acesso: 9 jan. 2023. 

 

Conclusiones:

Como conclusão cabe destacar a influência de mídias sociais e de produtores de conteúdo na relação entre tratamento da covid-19 e uso de certos medicamentos, pois os resultados indicaram a presença de modos de existência distintos para o tratamento da covid-19. O compartilhamento de experiências em formato de mídias sociais sugeria alternativas de cura para além da Ciência, com ênfase em bons “hábitos” e manutenção da imunidade. Além disso, cabe dizer que a relação entre essas mídias sociais e a experiência individual com o tratamento levam a uma modificação epistemológica que secundariza o que, de fato, circula entre especialistas, e o que está circulando no “tempo” ou velocidade dos ambientes digitais. Daí falar sobre o desaparecimento do “efeito placebo”, enquanto experiência importante para a (bio)medicina, quando o tratamento é referente à automedicação. Isto é: se o placebo é um fator fundamental para especialistas, ele não apareceu no campo de pesquisa nos tratamentos individuais. Ao contrário, em certos casos, ele foi substituído pelo (modo de existência do) hábito.

            Uma importante lacuna deste trabalho, devido ao uso de apenas dois casos que, embora participem de redes, o que, neste caso, elimina a preocupação com a representatividade quantitativa, é que não ficou completamente autoevidente em que medida os dois casos possuem características semelhantes. Estas, adianto, serão avaliadas na elaboração final da tese. Entretanto, por ora é possível destacar que um elemento comum entre os dois casos (e outros em análise na tese) é a defesa de explicações amigo-inimigo em assuntos ligados à pandemia. Porém, resta saber se casos como o de Andrezinho, posicionando-se contra essa “bolsonarimso”, possuem sua própria dose de eupistemologia amigo-inimigo, o que, paradoxalmente, ratifica, de um lado, a experiência dos laboratórios, isto é, da ciência [REF], mas, por outro, defende apenas uma única verdade, a despeito de outros (seres e) saberes.

Bibliografía:

Bibliografía

Blanca, G. D., Koch, E. R. da S., Prates, C. D. (2022). Facing the Pandemic in Brazil: controversies surrounding “early treatment” and vaccination. Vibrant: Virtual Brazilian Anthropology, v. 19. http://doi.org/10.1590/1809-43412022v19e903. 

 

Brito, G. F. de. (2022). Mídias sociais e as diferentes experiências de cura durante a pandemia do novo Corona vírus. 33ª Reunião Brasileira de Antropologia, online. http://www.portal.abant.org.br/anais-rbas/. 

 

Cesarino, L. (2021). Pós-Verdade e a Crise do Sistema de Peritos: uma explicação cibernética. Ilha – Rev. de Antropologia, v. 23, n. 1. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ilha/article/view/75630. 

 

Diniz, D. (2016). Zika: do Sertão Nordestino à ameaça global. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2016.

 

Furlan, L., & Caramelli, B. (2021). The regrettable story of the “Covid Kit” and the “Early Treatment of Covid-19” in Brazil. The Lancet Regional Health - Americas 4 (2021) 10 0 089. https://doi.org/10.1016/j.lana.2021.10 0 089.

 

Gonçalves, F. R. (2020) Medicalização da política: a vida social da cloroquina e seus demais agenciamentos. Ponto Urbe, revista do Núcleo de antropologia urbana da USP, 27, 1-14. https://journals.openedition.org/pontourbe/9382.

 

Latour, Bruno. (2019). Investigação sobre os modos de existência: uma antropologia dos modernos. Tradução Alexandre Agabiti Fernandez, Vozes.

 

Leitão, D. K.; Gomes, L. G. (2017). Etnografia em ambientes digitais: perambulações, acompanhamentos e imersões. Antropolítica – Revista Contemporânea de Antropologia, n.42, Niterói, p. 41-65, (1º sem.). http://www.revistas.uff.br/index.php/antropolitica/article/view/546.

 

Matos, S. (2020). “Unidos pelo contágio?” Novas precarizações das famílias que têm filhos com a Síndrome Congênita do Zika Vírus em tempos de pandemia da COVID-19. Boletim de Cientistas Sociais, n. 53. Portal de Ciências Sociais Brasileiras. Disponível em: Boletim Cientistas Sociais | n. 53 (anpocs.org). Acesso: 9 jan. 2023. 

 

Miller, D., Costa, E., Haynes, N., McDonald, T., Nicolescu, R., Sinanan, J., Spyer J., Venkatraman, S. (2019). Como o mundo mudou as mídias sociais. Tradução: João Osvaldo S. da Matta. http://ISBN:978-1-78735-654-2.

 

Santana, J., Lustosa, R., Brito, L., Ambrogi, I., Ysis, M., Simas, A. (2022). Renda básica do zika à covid-19: amparando as trabalhadoras do cuidado em emergências humanitárias.  Áltera, Número 14,  e01406, p. 1-28. RENDA BÁSICA DO ZIKA À COVID-19 | Áltera Revista de Antropologia (ufpb.br). 

 

Santos-Pinto, C. D. B., Miranda, E. S., Osorio-de-Castro, C. G. S. (2021). O “kit-covid” e o Programa Farmácia Popular do Brasil. CSP. Cadernos de Saúde Pública. n. 32 (2). Espaço temático: covid-19 - contribuições da saúde coletiva. http://10.1590/0102-311X00348020.

 

Scott, R. P., Lira, L., Matos, S. (Orgs.). (2020). Práticas sociais no epicentro da epidemia de Zika. Editora UFPE.

 

Stengers, I. (2019). Outra ciência é possível: um apelo à Slow Science. Cadernos do Ateliê. V. 1, n. 5, faz., 1. https://ateliedehumanidades.com/2019/01/15/manifesto-por-uma-slow-science/.

 

Zoonei, L. (2012). I-Pistemology: Changing truth claims in popular and political culture. European Journal of Communication, V. 27, I. 56, 29 Mar. https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/0267323112438808. 

Palabras clave:

Medicação-preventiva. Mídias-sociais. Pandemia.

Resumen de la Ponencia:

Neste estudo, examina-se o impacto do efeito-território na integração socioeconômica dos moradores de cinco bairros populares de Salvador, Bahia, partindo-se de uma leitura comparativa das contribuições teórico-metodológicas acerca desse conceito na sociologia americana, europeia e brasileira. Recorrendo ao método do estudo de caso estendido de Burawoy, a pesquisa se concentra na análise das articulações entre grupos socialmente distantes vivendo em proximidade geográfica. Conforme os resultados preliminares, uma maior fragmentação da organização socioespacial — que também se comprova em outras cidades latino-americanas — também pode ser evidenciada no caso de Salvador. Esse padrão de segregação na escala “microssocial” deve ser compreendido tanto como característica intrínseca ao desdobramento espacial da cidade desde o período colonial, quanto como resultado mais recente da construção de condomínios fechados de elite em regiões majoritariamente habitadas pelas classes baixas. Diferentemente dos contextos americano e europeu, as configurações de proximidade espacial entre grupos socialmente distantes emergiram sem a intervenção do governo municipal, por meio de políticas de dessegregação ou de social mixing; convém ressaltar que grande parte da população pobre de Salvador ainda se concentra nas regiões periféricas da cidade, conforme demonstra o caso de São João do Cabrito. Essa proximidade espacial a bairros das classes média e alta favorece a integração socioeconômica das populações pobres no seu entorno? O estudo sugere uma interpretação cautelosa dessa relação “virtuosa” de proximidade entre grupos socialmente distantes, dado que apenas sob determinadas condições as chances de integração socioeconômica se vêem potenciadas.Não obstante a maior “dispersão espacial” da pobreza em certas regiões da cidade, que se produziu a partir da construção de condomínios fechados de elite em regiões habitadas pelas camadas baixas, uma ampliação das geografias de oportunidades apenas se evidencia no bairro Calabar, localizado em uma região central da cidade onde há tradicionalmente maior inserção socioeconômica dos habitantes. Entretanto, as articulações sociais e econômicas entre os grupos socialmente distantes diminuem significantemente no caso do Bate Facho e se tornam praticamente inexistentes em Vila Verde, nomeadamente por dois motivos: 1) a falta de espaços públicos, que se conjuga com o forte isolamento físico dos condomínios fechados, e 2) elevadas taxas de criminalidade, que contribuem para a estigmatização territorial das populações locais. O estudo sugere a ampliação de pesquisas qualitativas que examinem as consequências das recentes alterações nos padrões de segregação residencial a partir das articulações econômicas, sociais e simbólicas entre grupos socialmente distantes em diferentes cidades brasileiras ou latino-americanas para verificar se mecanismos e processos similares operam em outros contextos de segregação residencial. 

Resumen de la Ponencia:

La presente ponencia explora a partir de la corporalidad de las mujeres rurales los conflictos provenientes de la heteronormatividad y las tensiones territoriales que configuran sensaciones, percepciones desde el cuerpo, configurando procesos de acción organizativa y vulnerabilidad. Tales tensiones forman parte de los cambios estructurales que han sucedido en el territorio agrario, los cuales posicionan a las mujeres como objeto de políticas públicas acrecentando sus exposiciones corporales, al sostener prácticas y experiencias que provienen de las diferencias del sistema sexo/género. En este sentido, las mujeres del Valle del Aconcagua no sólo han tenido que hacer frente a los cambios en las dinámicas del territorio, o al trabajo agrícola que transforma el ingreso económico de la familia campesina y por tanto su sostenibilidad en el campo, sino también a violencias concretas que suceden en el territorio y sus cuerpos debido a las tensiones neoliberales que se desarrollan en el mundo rural. El acercamiento metodológico se plantea desde la epistemología feminista descolonial, lo que ha sido fundamental para el proceso investigativo, ya que forma parte del trabajo etnográfico colaborativo con organizaciones de mujeres y se asienta en las profundidades de los territorios rurales latinoamericanos, ello ha permitido ahondar sobre las categorías analíticas de cuerpo, territorialidad, sistema sexo/género y memoria. La investigación forma parte del programa doctoral en Ciencias Sociales de la Universidad de Guanajuato México, y se lleva a cabo con agrupaciones de mujeres rurales en la zona de Olmué y Petorca en Chile. Para el proceso metodológico se establecieron acercamientos a instituciones y organizaciones sociales en el Valle del Aconcagua para identificar el impacto de las políticas públicas y registrar los conflictos políticos-territoriales. Las técnicas de recolección utilizadas han sido: historias de vida, observación participante y entrevistas a profundidad. Cabe destacar que, para el caso de las mujeres se organizaron también talleres colectivos en los cuales utilizamos registros fotográficos, cartografías territoriales y corporales junto a material visual. Los hallazgos parciales permiten establecer la importancia del cuerpo como lugar desde el cual se registra la experiencia de las mujeres, desde el cuerpo se siente, se percibe y se generan emociones que no son ajenas a los sucesos del territorio rural. Tal comprensión del espacio que se habita y de la conciencia de lo que se vive en la exposición del cuerpo, crea procesos de organización que surgen de opresiones como: las tensiones económicas neoliberales sobre el cuerpo y el territorio; la apropiación hegemónica del conocimiento; disputa de las memorias; sostenibilidad de la vida; las jerarquizaciones de la diferencia sexual; la colonialidad como elemento transversal en los territorios rurales y la promoción de talleres y cursos desde las políticas públicas. 

Resumen de la Ponencia:

Este trabalho faz parte de uma sequência de estudos e pesquisas sobre o “Movimento Hip-Hop Organizado no Quilombo Urbano Maranhão”, desenvolvido pelo Mestre de Sociologia do PPGS da UFAL. Um dos objetivos desta pesquisa é tentar fazer uma análise teórico-política e também decolonial de uma atividade anual organizada pelo Movimento de Hip-Hop Organizado no Maranhão Quilombo Urbano, do qual citaremos este apenas como Q.U. O movimento em questão com seus militantes residente na cidade de São Luís-MA, Brasil. A Marcha da periferia faz parte de um conjunto de atividades culturais, políticas e de militância, e é organizada e realizada anualmente no dia 20 de novembro, data que é comemorada como o dia da consciência negra, mas vale ressaltar que nem sempre foi realizada neste dia. A partir de 2022 foi para a sua décima quinta edição e anualmente apresenta um tema diferente que é escolhido de acordo com a situação política e social de cada época. Em uma primeira apreciação básica da atividade podemos levantar uma primeira hipótese de que as questões estão diretamente ligadas aos tipos de opressão que o público negro e periférico sofre cotidianamente. Vários movimentos sociais como negros, LGBTQI+, mulheres, mulheres negras, quilombolas, indígenas, movimentos estudantis, movimentos sindicais, partidos políticos, entidades representativas, público sem vínculo político-partidário, movimentos culturais, movimentos religiosos, todos tentando construir a unidade de luta contra os problemas que os assolam. A marcha como atividade política e cultural exterioriza os sentimentos expressos pelos grupos supracitados subdivididos em várias pautas reivindicatórias expostas de formas mais variadas. As metodologias de pesquisa utilizadas nesta pesquisa são variadas, incluindo etnografia com pesquisa participante, entrevistas, história oral, revisão bibliográfica e qualitativa, além de diversos registros fotográficos e vídeos. Nossos objetivos básicos são tentar entender como articulam a política com a cultura, e o desenvolvimento de atividades como a marcha. No momento da elaboração deste resumo, não podemos apresentar conclusões e resultados completos, pois a pesquisa está em pleno desenvolvimento, mas em uma apreciação mais básica, podemos explicar que a marcha é uma atividade política, cultural e com viés ideológico que consequentemente constroem redes de sociabilidade através das pautas e interesses em comum.

Resumen de la Ponencia:

La necesidad de Comités de Ética que respalden las investigaciones ha crecido en los últimos años, debido a los crecientes requerimientos de instituciones educativas, centros de investigación y revistas científicas para una revisión ética de proyectos,  incluso las instituciones universitarias se han visto obligadas a crear sus propios comités para la extensión de avales éticos que garanticen el cumplimiento de la norma nacional e internacional,  en cada una de las áreas de conocimiento científico. En este sentido, esta ponencia describe la función y estructura de los Comités de Ética para cumplir la revisión del procedimiento metodológico en las investigaciones. Si bien estas instancias se encuentran contempladas en la mayor parte de las regulaciones nacionales, es frecuente observar la ausencia de los mismos o el desconocimiento de los investigadores, sobre todo nóveles para acudir a un Comité de Ética de la Investigación (CEIs), que emita la certificación respectiva sobre el proyecto antes de su ejecución. De este modo, se pueden encontrar muchas investigaciones, que sin contar con el aval respectivo, intentan realizar la publicación en una revista debidamente indexada y arbitrada, o bien acceder a recursos para su ejecución o seguimiento, encontrando rechazo de las instituciones resultante de esa omisión. Solamente las investigaciones de carácter documental y aquellas en las cuales no se encuentre compromiso alguno en la relación del estudio con un ser vivo, estarán exentas de dicha revisión, incluyendo innovaciones o la relación de la tecnología y el medioambiente. La investigación publicada, por lo tanto, no es más que el registro escrito de los procedimientos y resultados obtenidos sobre un eje temático, es así, que es valedero mencionar la ausencia de regularidad en publicaciones orientadoras respecto de la temática, por lo que la retroalimentación de las regulaciones y el papel de los CEIs institucionales es un pilar importante para la producción científica. Así mismo, se toma en cuenta la experiencia propia de los(as) investigadores(as) en el Comité Iberoamericano de Ética y Bioética que además de cumplir un rol educativo en el tema, fomentan la revisión de los procedimientos existentes en los proyectos y/o investigaciones en todas las áreas del saber. Se concluye que los Comités de Ética de la investigación cumplen un rol fundamental en cuanto a guiar a los investigadores sobre los procedimientos a aplicar según el contexto y particularidades de la investigación, lo cual garantiza el desarrollo mismas con mayor seguridad en la replicabilidad y confiabilidad de los estudios velando por la credibilidad del proceso investigativo.

Resumen de la Ponencia:

La propuesta plantea en sentido diacrónico cómo ha crecido territorialmente la ciudad de Mérida en función de un boom inmobiliario que ha privilegiado la oferta de vivienda media y de gama alta, en detrimento de la oferta de casas de interés social. En este sentido, los municipios metropolitanos han jugado un doble rol, de acuerdo al tipo de vivienda que ofrecen, ya sea económica o de lujo, según cada caso, acentuando el nivel de segregación socioespacial que ya caracterizó la urbe durante el siglo pasado. Con ese contexto se analiza la ciudad de Mérida y su zona metropolitana para establecer parámetros de calidad y equipamiento de la vivienda y de los servicios municipales, por lo tanto, de confort material. Esto explica, al menos en parte, cómo Mérida se ha convertido en una “ciudad marca” que se promueve a través de instancias oficiales y empresas inmobiliarias como destino para invertir, o bien como destino de segunda residencia o de vivienda para adultos mayores, esto en función del nivel de equipamiento de (ciertas zonas de) la urbe y del nivel de seguridad pública que siempre la ubica como una de las que mantiene índices delincuenciales más bajos en el país. El corolario de este auge en ciertas zonas es que existen otras que se han deteriorado de forma considerable 

Resumen de la Ponencia:

La presente ponencia se propone hacer un abordaje desde el cono sur del continente americano de lo que fueron y son las políticas públicas en materia sanitaria llevadas adelante tanto por la Unión de Naciones del Sur, más conocido como UNASUR como en el contexto del Mercado Común del Sur, el Mercosur. En primera instancia se repasarán brevemente las iniciativas que dieron lugar a la constitución de ambos bloques, sus particulares coyunturas, sus andamiajes, su composición, sus desarrollos y las acciones  más significativas llevadas adelante en materia de salud para cada caso. Cabe destacar que ambos bloques regionales intergubernamentales ven su creación cada uno en ejes distintos. Por un lado, el Mercosur, con una impronta más bien económico – comercial  y por el otro, la UNASUR con un fuerte foco en la problemática social, la defensa de la democracia, la soberanía y la promoción de la autodeterminación de los pueblos. Sin embargo ambos bloques encuentran supeditado su accionar a las decisiones de los gobiernos de turno, que en concordancia con sus ideologías van estableciendo para los mismos distintos lineamientos a seguir.Estudiaremos el camino de las políticas sanitarias a lo largo del tiempo, es decir desde su surgimiento hasta el presente,  en ambos organismos para lo que se tornará de suma importancia poder contextualizar las mismas en los diferentes momentos por los que han sido atravesados ambos bloques regionales. Es decir, en consonancia con las oleadas progresistas y de neoliberalismo tardío tal como lo denomina A. García  Asimismo, se mencionar como la catastrófica  pandemia del covid-19 puso en jaque a los sistemas sanitarios nacionales y  se topó además con una integración regional desmembrada. Característica ésta que cuanto menos, complejizó la situación sanitaria en la región por la falta de una cooperación y  una coordinación planificada  a mayor escala que permitiera sortear los avatares de la pandemia de forma organizada a un nivel superador de la escala nacional.Para la realización del presente trabajo cualitativo, nos basaremos en primera instancia en los tratados constitutivos correspondientes a  cada bloque, y las variaciones en sus políticas mediante las diferentes decisiones y acciones llevadas adelante por lo grupos de trabajo a los cuales les atañe el tema. Información que se recopilará de las páginas oficiales, sus publicaciones y documentos así como también retomaremos trabajos publicados referidos a nuestra temática.Por último se intentará, a  modo de conclusión, pensar en cuál sería el mejor de los escenarios para ambos bloques en esta parte de nuestra Latinoamérica de cara al futuro. Palabras claves: Políticas sanitarias, bloques regionales, integración.  

Resumen de la Ponencia:

O presente trabalho objetiva caracterizar os conflitos socioambientais envolvendo os povos indígenas no Brasil. Para tanto, realiza-se discussão sobre a “questão ambiental” no contexto da crise do capital e os aspectos particulares da formação sócio-histórica brasileira, bem como os processos de territorialização e desterritorialização que marcam decisivamente a relação entre o Estado e os povos indígenas. Argumenta-se que tal debate não pode desconsiderar a produção de mercadorias, o trabalho, a exploração dos povos e a relação sociedade-natureza enquanto externalidades menores, mas como expressões de uma recolonização, expediente do neoimperialismo. Observa-se que os conflitos socioambientais contemporâneos são fruto do estágio atual do desenvolvimento do capitalismo neoimperialista e neocolonial. Os povos indígenas no Brasil lutam pela manutenção e reconhecimento legal de seus territórios – fundamentais para a produção e reprodução da vida. Passados mais de 500 anos da colonização originária, a população indígena permanece sendo atacada pelas invasões territoriais, exploração do trabalho, degradação ambiental, racismo e êxodo populacional. Tal realidade se relaciona às violências e disputas territoriais enfrentadas pelos povos indígenas no Nordeste, desde o processo de colonização até a contemporaneidade, gerando conflitos. Os principais recursos ambientais envolvidos nas disputas são a terra e a água, além dos minérios. Metodologicamente, as informações são provenientes de investigação exploratória, delineada pela pesquisa bibliográfica e documental, do tipo qualitativa-quantitativa. Para a coleta de dados documentais lançamos mão do mapeamento realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), no qual se releva que os povos indígenas estão entre os principais sujeitos impactados pelos conflitos socioambientais. O método de apreensão da realidade é o materialismo histórico-dialético, que visa identificar as determinações dos conflitos socioambientais em tela. Os resultados preliminares do estudo revelam a expansão da indústria do agronegócio e hidronegócio no Brasil, por meio de um conjunto de atividades predatórias. Uma tal expansão recoloca o país no circuito mundial de exportação de matérias-primas, sejam elas em estado bruto ou não (as commodities), como ocorre em outros países da América Latina, num processo que também vem sendo analisado como recolonização da região e seu papel na geopolítica mundial dos recursos naturais. O Estado neoliberal atua no sentido de dar suporte legal às investidas das empresas privadas sobre estes territórios indígenas, postergando as decisões judiciais favoráveis às demarcações ou anulando-as, em favor do grande capital, com ênfase naquele portador de juros.