Resumen de la Ponencia:
A temática de pesquisa investiga a relação entre saúde, medicina, enfermidades e processos de urbanização no decorrer do século XX até as primeiras décadas do século XXI em duas áreas de (i) migração do Rio Grande do Sul. O enfoque consiste em aprofundar questões sobre saúde/doença e a medicina no decorrer do processo histórico que considere os distintos agentes e suas perspectivas socioculturais em meio a um cenário de transformações. A proposta de pesquisa almeja investigar e problematizar a complexa relação sociocultural e histórica existente entre saúde/doenças e medicina no contexto de colonização e processo de urbanização em duas regiões de (i)migração europeia (Vale do Rio dos Sinos e do Rio Taquari)que cresceram e se desenvolveram significativamente no decorrer do século XX até as primeiras décadas do XXI, com vista analisar a construção histórica regional no âmbito do micro, mas em diálogo com o macro no intuito de evidenciar particularidades de uma determinada tecitura social, etnicamente constituída de (i) migrantes e seus descendentes, mas também de negros e de indígenas.Destaca-se que, entre as regiões existem aproximações, como a história local vinculada à imigração alemã e as alterações relacionadas ao processo de urbanização e industrialização em meio aos avanços regionais. A proposta investigativa é resultado de uma parceria entre pesquisadores da Universidade Feevale e da UNIVATES e dos PPGs Processo em Manifestações Culturais e Ambiente e Desenvolvimento,que somam esforços para a elaboração de conhecimentos acerca da região e sua construção histórica no intuito de discutir sua diversidade e pluralidade étnica.O estudo que vincula-se à História Social e Ambiental prioriza a leitura intensiva e a análise de diversas fontes de pesquisa e tem a História Oral como forma de investigação de oralidades e saberes. Como lócus do estudo elenca-se, duas cidades da região do Vale do Rio dos Sinos, Novo Hamburgo e Campo Bom, e duas do Vale do Taquari, Estrela e Lajeado. O projeto de pesquisa conta com o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul- FAPERGS.
Introducción:
O presente texto apresenta de forma sucinta a investigação que está sendo elaborada sob o título de Tempos pandêmicos: O Jornal NH e o contexto da pandemia da Covid-19 (2020-2021). O estudo objetiva trazer à tona como foi representado e divulgado o contexto da pandemia no âmbito regional, bem como as alterações e mudanças ocorridas nos aspectos sociais oriundos do cenário pandêmico.Tal recorte de investigação está vinculado ao projeto intitulado História, Saúde e Urbanização no Vale dos Sinos e do Taquari (RS/século XX aos dias atuais), que conta com fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul-FAPERGS (edital 07/2021).
Desarrollo:
O século XX traz, para o campo da historiografia, uma série de novos objetos, métodos e abordagens, além da possibilidade de utilização de novas fontes de pesquisa. Soma-se, a isso, o estabelecimento do diálogo interdisciplinar com outros campos de conhecimento, os quais possibilitaram que as doenças, as enfermidades e a medicina se tornassem passíveis de problematização pela História. Nesse sentido, discutir doença e saúde passa a vincular-se ao complexo universo da história, da cultura e da sociedade. Conforme Jacques Le Goff (1985), a doença pertence não só à história superficial dos progressos científicos e tecnológicos, como também à história profunda dos saberes e das práticas ligadas às estruturas sociais, às instituições, às representações, às mentalidades. Indo ao encontro desta perspectiva, interessa-nos, neste estudo, pensar saúde, doença e medicina através de um contexto sociocultural, enfatizando sensibilidades e o imaginário. Sendo assim, podemos, por meio da pesquisa histórica, pensar as doenças como construção, sob a égide de conceitos partilhados pelo campo médico-científico, e suas repercussões no campo político e social. Entende-se que, ao discutir o tema proposto nesse projeto, deve-se levar em conta as manifestações vinculadas ao imaginário social (BACZKO,1985;1991), o conhecimento científico e as estratégias institucionais (NASCIMENTO, 2006).De acordo com Schraiber e Mota (2012, p.190), para entendermos o caráter social da medicina, é preciso entender “as diferenças que existem na própria concepção de doença ao longo da História". A partir do século XVIII, com as mudanças dos Estados Nacionais e o surgimento de novidades no campo político, social e econômico, a medicina “passa a responder” pela “pronta reparação dos indivíduos”, sobretudo da recuperação da força física de seus corpos”. Tais aspectos estavam vinculados a um contexto de produção fabril e mudanças sociais e econômicas. Nesse sentido, o corpo e sua estreita relação com as doenças e as curas estão em meio à experiência humana, portanto, uma relação envolvida por uma historicidade. A categoria corpo será fundamental nesse estudo, posto que seus entendimentos e significados passam por transformações que ocorrem principalmente a partir da Revolução Industrial e do surgimento das metrópoles, o que traz à tona novas relações entre saúde e doença que serão evidenciadas e “materializadas no suporte da experiência: o corpo”(Sousa, 2011, p.248). Sendo assim, é preciso ficar atento à construção histórica e sua relação com o conceito de saúde, a qual se modifica conforme o tempo e o espaço, bem como às condições científicas e religiosas, as quais também estão vinculadas o entendimento de corpo e possibilidades de cura. No entanto, independente da concepção e de suas características, as doenças (as transmissíveis ou não) acompanham a espécie humana e, portanto, estão presentes nas suas elaborações históricas (Scliar, 2007). As alterações na medicina, bem como a percepção sobre saúde e o corpo doente na passagem do século XVIII para o XIX foram discutidas por Michel Foucault, em O Nascimento da Clinica, que traz à luz as alterações na forma de conceber e efetivar a medicina. Em se tratando de Brasil o controle dos espaços e dos corpos também fica evidenciado a partir do século XIX, já que gradativamente a saúde passa a ser um problema social, passível de controle e regulamentação, o que provoca a vigilância sobre os lugares de “desordem e de amontoados (cortiços, por exemplo) nas cidades, as quais figuravam como perigo urbano, médico e social” (LOPES, p.101). Tais elementos podem ser visitados na obra Cidade Febril: Cortiços, Epidemias na Corte Imperial, do historiador Sidney Chalhoub(2017), que, à luz da História Social, analisa o célebre cortiço “Cabeça de Porco”, no Rio de Janeiro, estabelecendo relações entre saúde, urbanização e medicina, bem como o controle e vigilância sobre os corpos. Sobre o tema, mas com foco em Porto Alegre (RS) e as alterações na saúde, vinculada aos espaços, a partir da urbanização estão presentes no trabalho de Everton Reis Quevedo( 2016) que apresenta o cotidiano da saúde dos porto-alegrenses nos oitocentos, com destaque para a ação da Beneficiência Portuguesa. Os estudos indicados remetem ao cenário do século XIX, que com o advento das descobertas de Pasteur impulsionam a medicina tornando-a científica e desdobrando-se em Saúde Pública, tendo como vertente principal a higiene. Nesse sentido, os espaços e sua organização, em meio ao urbanismo e modernização ocorridos principalmente a partir do século XIX estavam vinculados ao sanitarismo. Para Helena Ribeiro (2015), “no século XIX, os serviços de saúde começaram a entender o espaço com estatísticas e conhecimento da distribuição das moradias, pessoas e doenças no território. O saneamento urbano e os progressos da microbiologia, na segunda metade do século XIX e início do século XX, introduziram programas e ações de controle das condições de saúde baseados em métodos empíricos e em rigor técnico (...)”. Sendo assim, “a profilaxia dos espaços públicos e dos corpos deveria ser, portanto, acompanhada da profilaxia dos lares e dos bairros e do centro,livrando assim as cidades das “convivências tachadas de insalubres e perigosas, sanitária e socialmente” (MARINS, 2002,p.144). Em relação ao Brasil, no século XX as transformações avançam de forma mais significativa principalmente a partir das primeiras décadas republicanas, mas é a partir do anos 30 que “progresso” e modernização ficam evidenciados na política brasileira varguista que incentiva a urbanização e a industrialização. Tais modificações alteraram costumes e cotidianos, bem como incentivam uma nova percepção sobre a medicina, a saúde e as doenças, posto que a partir do século xx existe a “compreensão de que a saúde depende de múltiplos fatores” e como um direito fundamental do homem, cabendo ao “Estado zelar pela sua manutenção”(REZENDE, 2009,p.35). A participação mais efetiva do Estado está vinculada aos avanços médicos e sanitários materializados no século XX que auxiliaram na construção de novas ações sobre o social como a vacinação preventiva , por exemplo. A partir do exposto até o momento e pensando em uma pesquisa histórica, mas que dialogue com outras áreas do conhecimento, lança-se mão também dos entendimentos oriundos do conceito de saúde urbana que aproxima saúde e ambiente urbano, no intuito de compreender as alterações do ambiente a partir da interferência humana e seu vínculo com as doenças, posto que essa perspectiva considera o papel do ambiente físico e social na saúde humana (COMIN; RIBEIRO, 2015, p.15). Assim, entender o ambiente físico e o espaço, bem como seus vínculos com as elaborações humanas subsidia nossa proposta de estudo e possibilita agregar também os conhecimentos da História Ambiental, já que o “grande desafio teórico no contexto da contemporaneidade é pensar o ser humano na totalidade tensa e complexa de suas dimensões biológica e socioculturais”(Pádua,2010, p.83). Pode-se entender, que o comportamento social dos seres humanos em relação ao mundo natural passa pela visão de natureza e dos significados da vida humana. De acordo com as perspectivas apontadas, a história ambiental é um campo de pesquisas diversas e, no momento atual, sua produção é vinculada às realidades florestais e rurais, bem como ao aspecto urbano e industrial, valorizando um diálogo que permeia questões sociais, econômicas, políticas e a culturais (Pádua, 2010). Destaca-se, ainda, que a história ambiental tem atuado a partir de contradições de lugares e experiências vividas, o que vai ao encontro da proposta deste estudo, de pensar a saúde, a medicina e as doenças em suas totalidades no tocante aos cenários e considerando temporalidades e singularidades. Entender o processo urbano com suas alterações e transformações espaciais e ambientais está vinculado a nossa percepção de saúde, doença e do sentido da medicina, da morte, da cura em um dado contexto sociocultural. Portanto, a partir de conceitos e categorias apresentadas, a proposta de pesquisa almeja investigar e problematizar a complexa relação sociocultural e histórica existente entre saúde, medicina e doenças em meio ao processo de urbanização em duas regiões (vale dos Sinos e do Taquari) que cresceram e se desenvolveram significativamente no decorrer do século XX e que nos permitem discutir a construção histórica no âmbito do micro, mas em diálogo com o macro no intuito de evidenciar particularidades de uma determinada tessitura social.
O presente trabalho apresenta os primeiros “passos” do “recorte” da pesquisa voltada para a região do Vale dos Sinos, mais especificamente para a cidade de Novo Hamburgo. A partir do uso do jornal como fonte de pesquisa busca pensar a divulgação e a forma como foi noticiada a Covid-19 através de um dos principais jornais de circulação regional do Vale dos Sinos o NH.
Os jornais como fonte de pesquisa, de acordo com Espig (1998, p. 274), podem ser entendidos como “arquivos do cotidiano, nos quais podemos acompanhar a memória do dia a dia e estabelecer a cronologia dos fatos históricos”. Sendo assim, o jornal está aqui sendo pensado como importante fonte para a pesquisa histórica e entendido como um arquivo do cotidiano. Em um primeiro momento trabalhamos especialmente com as manchetes publicadas no ano de 2020 acerca da pandemia de covid-19 (Sars-CoV-2).O projeto, em sua totalidade, direciona suas ações para o estabelecimento de categorias analíticas, tais como saúde, pandemia, covid, morte, doentes, hospitalização, as quais são elementos norteadores para subsidiar reflexões e análises em outra etapa do projeto. Assim, até o momento, realizou-se o levantamento de um total de 262 edições. Destas, 157 correspondem aos meses de janeiro a março e de outubro a dezembro de 2020. Em relação ao ano de 2021, o total, até o momento, é de 105 edições, correspondentes aos meses março, setembro, outubro e novembro. O material foi fotografado e arquivado de acordo com as categorias elencadas.(MAGALHÃES; SILVA, 2022)
Conclusiones:
O estudo ainda incipiente está inserido em um projeto maior que tem como foco relação entre história e saúde. No momento apresentamos os primeiros “passos” da nossa investigação, que procura ver como o jornal local/regional o NH da cidade de Novo Hamburgo, na região do Vale dos Sinos (RS) veiculou e apresentou a pandemia de Covid-19(Sars-Cov-2). Intenta-se a continuidade da pesquisa buscando nas narrativas jornalísticas possibilidades de reflexões acerca da pandemia. Além disso, outras fontes de pesquisa serão incorporadas no processo investigativo para uma melhor compreensão da complexidade do momento histórico e dos reflexos da pandemia na região do Vale dos Sinos.
Bibliografía:
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FOUCAULT, Michel. O Nascimento da Clínica. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1977.
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MAGALHÃES, Magna Lima; SILVA, Cristina E;LUDKE, Diego C.;TALASCA, Pedro Henrique. Mensagens e desafios de uma pandemia:A Covid-19 no Vale dos Sinos. In:SCHEMES, Claudia; CONTE, Daniel(orgs.).PET:Intedisciplinaridade e produção de sentidos.Novo Hamburgo: Editora Feevale, 2022.p.164-185
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OLIVEIRA, Rodrigo dos Santos. Relação entre a história e a imprensa: breve história da imprensa e as origens da imprensa no Brasil (1808-1930). In: Historiæ, v. 02, n. 03, p. 125-142, 2011.
PÁDUA, José Augusto. As bases teóricas da história ambiental. In: Estudos Avançados, v. 24, n. 68, p. 81-101, 2010.
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Palabras clave:
História, Saúde, COVID-19, Jornal, Vale dos Sinos
Resumen de la Ponencia:
En la región de América Latina y el Caribe se estimó que para 2020, 163 millones de personas habitarían en viviendas precarias o tugurios (CEPAL). El creciente problema habitacional se profundiza con el contexto actual de pandemia: la CEPAL (2021) indica que el 55% de los hogares urbanos pobres de la región presentan hacinamiento con impacto directo en la salud y el ambiente. Así, en el Área Metropolitana de Mendoza (AMM) el déficit habitacional cuantitativo es de 49.108 hogares (INDEC 2010) y, en esfuerzos para reducirlo, se han entregado aproximadamente 1800 viviendas nuevas desde el año 2020.La Organización Mundial y Panamericana de la Salud (OPS-OMS, 1999) resalta que la vivienda debe transformarse en saludable y ser un ente facilitador para el cumplimiento de un conjunto de funciones específicas para el individuo y/o la familia como protección, higiene, desarrollo equilibrado, etc. Por esto, el objetivo de este trabajo es debatir la concepción de la vivienda en las políticas públicas habitacionales del AMM y profundizar su implicancia en la salud y el ambiente en la vida cotidiana de los individuos, familias y comunidades. En este sentido, el movimiento de salud colectiva entiende la relación salud-ambiente como hecho social en que los modos de organización, los patrones de trabajo/consumo, los modos y estilos de vida determinan el proceso salud-enfermedad-ambiente (Breilh, 2013). Lo expresado hace necesario interpelar la producción de la vivienda estatal como objeto funcional con valor de cambio para un individuo genérico donde las pautas de diseño no consideran las dinámicas sociales generales, particulares e individuales ni su relación con los procesos protectores y deteriorantes de la salud y el ambiente; como el hacinamiento, cuya reducción es fundamental para evitar enfermedades transmisibles como el COVID. Desde estas ópticas se repensarán las políticas habitacionales del AMM y la vivienda como estrategia para una mejor salud y ambiente fundadas en las determinaciones sociales y ambientales del proceso salud-ambiente-cuidado-atención y en procesos de co-construcción de conocimiento intersectoriales y transdisciplinares con participación ciudadana, en pos de que sean una herramienta para la protección, promoción y reparación de la vida y el ambiente.Resumen de la Ponencia:
La irrupción de las redes sociales en el mundo ha tenido efectos enormes en el actuar social. Si bien estos efectos pueden juzgarse desde diferentes enfoques o lugares de enunciación, así como también pueden ser valorados en un abanico de categorías a favor y en contra, es innegable el poder que muchas de estas redes sociales presentan como un espacio de emisión de discursos digitales. En ese contexto, ha ocurrido el nacimiento de los llamados “creadores de contenido”, quienes gracias a la emergencia de la Web 2.0 pueden desde su teléfono celular convertirse en una persona con seguidores, adquirir fama en el mundo virtual y en algunos casos, transformarse en un activista digital de causas que representan una identidad colectiva, cultural o un estilo de vida. Dentro de los creadores de contenidos se encuentran aquellos que pertenecen a grupos históricamente excluidos y que han encontrado en las redes sociales un espacio que entrega la posibilidad de hacer activismos políticos. Entre estos se encuentran las personas con discapacidad. En Latinoamérica, Facebook, Instagram y TikTok se han convertido en espacios donde jóvenes y adultos/as con discapacidad realizan activismo, ya sea a través de sus cuentas personales o cuentas colectivas de divulgación y educación sobre discapacidad. A partir de esto, el presente estudio busca analizar el discurso digital de tres mujeres con discapacidad que son activistas en Instagram sobre temáticas relacionadas con la discapacidad, en Chile. Para realizar este análisis, nos hemos posicionado desde tres enfoques. En primer lugar se ha escogido la etnografía digital como enfoque metodológico, que permita entender a las redes sociales como un campo etnográfico; en segundo lugar se ha escogido al feminismo como epistemología, reconociendo en estas mujeres un activismo interseccional y situado; y finalmente, se ha seleccionado al capacitismo como un enfoque de los Estudios Críticos sobre Discapacidad con el objetivo de analizar estos discursos como prácticas en resistencia. Los resultados revelan un activismo que integra objetivos educativos, de denuncia, coalición con otros grupos y de opinión en temas coyunturales nacionales. Las activistas sustentan su discurso en conceptos que se relacionan con el modelo social de la discapacidad, los feminismos, el contracapacitismo, la inclusión y la diversidad. Se concluye que el activismo digital es una herramienta poderosa para el movimiento de personas con discapacidad y es parte de una red de activismos contracapacitistas en resistencia.Resumen de la Ponencia:
¿Cómo se ha transformado la cordura a lo largo del tiempo?, ésta es la pregunta central a la que se busca responder con nuestra investigación. El objetivo consiste en comprender cómo se ha construido, reproducido y entendido la clasificación de la cordura en el mundo occidental a partir del siglo XIX desde la sociología de la locura. La metodología, por su parte, es el inicio de un análisis teórico cualitativo de corte interpretativo y la técnica de recopilación de la información es documental. Hablar de la historia de la cordura es de gran importancia cuando a la locura se le asocia, aunque no necesariamente desde el sentido médico, con la enfermedad mental. Así como a la cordura se le asocia con la salud mental. Pero como veremos, la locura no corresponde precisamente a la enfermedad mental, ni la cordura a la salud mental. Por lo que cuando se realiza un análisis de las patologías mentales es menester aproximarse al estudio de la cordura debido a su carga histórica, para comprender en relación a qué se entiende algo como patología mental. Se expondrá que la cordura corresponde a una construcción social. Tal como hoy la conocemos, la cordura tiene sus antecedentes en los primeros siglos de la modernidad, pero su auge se dio en el siglo XIX, cuando la ciencia occidental pudo imponerse a todo el mundo conocido. La característica principal asociada a la cordura es el uso de razón, la cual durante toda la modernidad fue observada desde lo moral hasta lo anatómico, químico y fisiológico. Hoy en día la cordura no es entendida ni estudiada de la misma manera en que lo fue hace dos siglos, sin embargo, el uso de razón sigue siendo clave para comprender a la cordura. Durante los siglos XIX y XX se construyó un mundo de racionalidad instrumental: la creación de Estados modernos y el desarrollo acelerado del capitalismo, lo que a su vez constituyó prácticas de intervención en lo social. De esta manera, la cordura se legitimó interviniendo de manera involuntaria a los no cuerdos, específicamente el siglo XX desarrolló psicofármacos y un mercado a su alrededor que en los últimos años ha crecido exponencialmente. Se concluye que no es posible entender a la cordura como un hecho natural, sino como una construcción social que se ha modificado a lo largo de los siglos, pero que ha mantenido características particulares desde los primeros años de la modernidad. Finalmente, se analiza si la cordura corresponde más bien a un mito y a un grupo de opresión asimilado a la salud mental.Resumen de la Ponencia:
El presente ensayo gira en torno a la Mascarilla Digital, aplicación de rastreo vía contacto, que fue promovida por el sistema público de salud costarricense durante el 2021, como una herramienta para lidiar con el SARS-Cov-2. El desarrollo de dicho rastreo supuso ponerse al día con otros países tecnológicamente más desarrollados, que desde el inicio de la pandemia lo habían utilizado. Mas aún, se aplaudieron las alianzas público-privadas que posibilitaron este logro, en tanto involucraron empresas de punta que no sólo lideran los mercados de servicios basados en la explotación de Big Data (BD), sino que además se encuentran cada vez más presentes en nuestra vida cotidiana en virtud de los avances que se han dado en el Internet of things (IoT). En este sentido, su introducción y posterior utilización en el país no generó mayores cuestionamientos éticos.Dado lo anterior, en el presente ensayo se expondrán algunas reflexiones críticas en torno a dichas aplicaciones. Se sostendrá que la vigilancia epidemiológica desarrollada a partir de estos avances tecnológicos debe ser acompañada con un cambio de concepción respecto a la ética de la investigación. Las aplicaciones de rastreo vía contacto utilizan un tipo de dato que, si bien es cierto en apariencia se asemeja al que se ha venido utilizando tradicionalmente en epidemiología, varía dramáticamente en sus alcances. A lo anterior, debemos sumar que su recolección y sistematización depende de equipos de vigilancia de alta complejidad, desarrollados por empresas tecnológicas cuya regulación pública no siempre es clara.Resumen de la Ponencia:
El presente escrito analiza la discapacidad desde los estudios críticos y la complejidad. Los estudios tradicionales de la discapacidad muestran que han sido permeados por la esencia y naturaleza del capitalismo, esta lógica sólo produce y reproduce una ideología y teoría del conocimiento dominante en las Ciencias y en las Humanidades para examinar los “fenómenos” y crea soluciones simplificadoras, originando una humanidad alienada que se conduce con una inteligencia ciega desde los siglos XIX y la primera mitad del XX. Iniciamos realizando un breve bosquejo de la construcción socio-histórica de la discapacidad de los siglos XIX y XX, en lo que se observa una carga ideológica y teórica de los estudios de la discapacidad que simplifican, fragmentan y segregan al sujeto y su identidad de la colectividad/comunidad. Es a partir de la segunda mitad del siglo XX que los estudios críticos de la discapacidad se centran en analizar de manera inter, multi y transdisciplinar las desigualdades estructurales de las desigualdades dinámicas y minimizar los costos sociales de la acumulación capitalista. Con este trabajo, no sólo intentamos hacer un simple relato descriptivo de los estudios de la discapacidad sino someter a la crítica el funcionalismo del modelo social de la discapacidad. Otra crítica radica en que no se puede considerar una visión absolutista de la discapacidad sino se debe entender cómo se percibe la discapacidad en este sistema capitalista y cómo la llegan a percibir algunos pueblos. Este trabajo pretende reivindicar la memoria socio-histórica del pueblo afro de Copala, ello mediante la fecundación de razonamientos críticos al sistema económico y social hegemónico que ha invisibilizado todas las particularidades del sujeto y Naturaleza.
Introducción:
El concepto discapacidad ha transitado por modelos de análisis y comprensión, entre los que destacan: el religioso, el médico y el social.
Dentro del modelo religioso, la discapacidad es vista como “un defecto causado por un fallo moral o un pecado” (Goodley, 2011). Bajo este modelo religioso la discapacidad conlleva dependencia y vulnerabilidad, lo que desemboca en “caridad y cura” (Lid, 2012).
Para Stone (1984), “el padecimiento de enfermedades se explicaba a través de fuerzas espirituales, y la discapacidad era vista como el castigo de un comportamiento pecaminoso”. Por ello, el modelo religioso coincide en algunos aspectos con modelo médico, el cual considera que “a las PcD hay que bendecirlas, institucionalizarlas, curarlas o rehabilitarlas” (Grue, 2011: 535).
Como puede observarse, el modelo religioso presentó una fuerte carga ideológica basada en la teología, ello obedecía a la palabra divina de un Dios superior y misericordioso; los encargados de diagnosticar los comportamientos extraños era el sacerdote y el médico; sin embargo, el peritaje médico estaba supeditado a la razón teológica.
En cuanto al modelo médico, se puede señalar determinantemente que la discapacidad recae en una sola disciplina: la medicina; ello limitó los aportes de otras disciplinas, tanto de las Ciencias Naturales como de las Ciencias Sociales y las Humanidades. Este modelo “se basa en el diagnóstico clínico y la categorización” (Oliver, 1990), en donde se da total atribución a los médicos, profesionales y expertos en rehabilitación, para que puedan curar este defecto o enfermedad, o que hagan de las PcD lo más normales posibles.
El modelo médico es considerado como “la base conceptual de la medicina científica moderna, donde el cuerpo humano es fragmentado y analizado desde el punto de vista de sus partes, la enfermedad es el funcionamiento defectuoso de los mecanismos biológicos o químicos y la función de la práctica médica es intervenir física o químicamente para corregir las disfunciones de un mecanismo específico”. (Baeta, 2015). En otras palabras, “poseer discapacidad es sinónimo de poseer un cuerpo defectuoso que condiciona y restringe la experiencia vital de la PcD” (Ferreira, 2010).
El modelo médico se presenta con una fuerte carga ideológica hacia una ciencia médica, puesto que considera a la discapacidad como un asunto exclusivamente médico que reside en el individuo como un defecto o falla del sistema corporal que es anormal o patológico y que hay que “corregir” o “normalizar”.
La principal crítica al modelo médico es que se sustenta y promueve un enfoque individualista que reduce y simplifica el problema de la discapacidad a lo que se conoce como tragedia individual, este argumento ha servido para “individualizar los problemas de la discapacidad y así dejar intactas las estructuras sociales y económicas” (Oliver, 2008: 31).
Como resultado del enfoque médico; en la década de los setentas emerge movimientos sociales que exigían no simplificar a la discapacidad, así como no segregar ni fragmentarlos de la población total; con ello emerge un nuevo enfoque de análisis: el modelo social de la discapacidad. El modelo social de la discapacidad centra su diferenciación entre discapacidad (opresión social) e impedimento (limitación física). Partiendo de estas premisas, se sostiene que lo que puedan aportar a la sociedad las PcD se encuentra íntimamente relacionado con la cohesión e integración social y no con la segregación ni fragmentación social. Por lo que, si se considera que las causas que originan la discapacidad son sociales, las soluciones no deben apuntarse individualmente a la persona afectada, sino más bien que deben encontrarse dirigidas hacia la sociedad (Palacios, 2008: 104).
En ese mismo sentido, Eisenstein considera que “la opresión y la explotación no son conceptos equivalentes. Explotación se refiere a la realidad económica de las relaciones de clases capitalistas para hombres y mujeres, mientras que opresión se refiere a las mujeres y a las minorías definidas dentro de relaciones patriarcales, racistas y capitalistas. La opresión incluye a la explotación pero refleja una realidad más compleja” (Eisenstein, 1979: 22-23).
Coincidiendo con Eisenstein y respaldándose en Bourdieu, podemos decir que la opresión se naturaliza y se hace habitus, entendiéndolo como aquellos condicionamientos asociados a una clase particular o un sistema de disposiciones duraderas y transferibles. “Estructuras estructuradas predispuestas a funcionar como estructuras estructurantes” (Bourdieu, 2007: 86).
Para Shakespeare, en el modelo social “el impedimento no es lo mismo que la discapacidad. El impedimento es individual y privado, la segunda es estructural y pública. El modelo social define discapacidad como una construcción social, una relación entre las personas con discapacidad y la sociedad incapacitada” (Shakespeare, 2010: 268).
En ese sentido, Brogna afirma que “la discapacidad es una construcción social que excede el aspecto médico o de salud de un individuo. La discapacidad, como un sistema complejo, puede analizarse a través del modelo de la encrucijada, que distingue los tres factores (particularidad biológica – conductual; cultura y normatividad; y organización económica y política) que, en su interrelación, definen el campo de la discapacidad” (Brogna, 2009). Asimismo, Vite expone que “la categoría discapacidad es un concepto dinámico y que está en constante transformación, por ello, su análisis nunca debe de considerarse como algo aislado sino complejo” (Vite, 2015).
Ante lo expuesto, no podemos asumir una sola definición de la discapacidad como lo establece la Organización de las Naciones Unidas (ONU), mediante la Organización Mundial de la Salud (OMS) y, a través, de la Clasificación Internacional del Funcionamiento, de la Discapacidad y de la Salud (CIF) en la que se define a la discapacidad como “deficiencias en las funciones y estructuras corporales, las limitaciones en la capacidad de llevar a cabo actividades y las restricciones en la participación social del ser humano” (OMS, 2001: 15).
En este marco conceptual (homogéneo y universal) se realiza la Convención sobre los Derechos de las Personas con Discapacidad en 2006, la cual invisibiliza las particularidades de los Pueblos Originarios y Afrodescencientes. Oliver menciona que es importante “analizar con precisión los procesos históricos que derivaron en la situación actual; así como la interacción entre las actitudes de los profesionales y las PcD en sus encuentros, tanto dentro de la vida profesional como de sus vidas cotidianas” (Oliver, 2008). Con ello surge el lema: “nada sobre nosotros sin nosotros”, donde exigen el reconocimiento de las particularidades, procesos históricos para comprender y atender sus necesidades.
Desarrollo:
En Nuestra América también se viven transformaciones económicas, políticas y socioculturales permanentemente, en las que se reflejan las dos particularidades: la adaptación entre desigualdades estructurales y dinámicas (Fitoussi-Rosanvallón, 1996, 73-76 y Mancini, 2015: 237) y el proceso de cohesión social-comunitaria.
Ante ello, y con el objetivo de abonar a los estudios críticos en discapacidad, consideramos pertinente explicar en qué consisten los estudios críticos. De Sousa menciona que “desde hace más de treinta años se logran entrever dos dificultades que persiguen el pensamiento crítico:
Imaginar el fin del capitalismo o imaginar que el capitalismo no tenga fin. Ello fragmenta al pensamiento crítico en dos vertientes:Imaginar el fin del colonialismo ó imaginar que el colonialismo no tenga fin” (De Sousa, 2010: 11-15).
Ante lo mencionado por De Sousa, esta investigación se conducirá a través de la vertiente transclasista que propone crear esas condiciones que permitan minimizar esos costos sociales y reducir la desigualdad social en la comunidad sin tener un impactar en lo externo a la comunidad. Tal como lo expresa Darling, nos queda claro que el sistema de dominación inserto en el Estado no cambia estructuralmente, sin embargo, “cambian los actores, las figuras, los nombres que forman parte del juego y parecen conducirlo” (Darling, 2013, 314).
En los estudios críticos en discapacidad, destacan de manera concreta las formas de nombrar, asumir y reproducir epistémicamente la discapacidad desde las particularidades de sus realidades locales/comunitarias, bajo condiciones discursivas, socioculturales, políticas y económicas de una modernidad colonial. Es decir, no se asume ni se reproduce la lógica sistémica universalista que homogeniza a la discapacidad e invisibiliza lo que se nombra, asume, comprende y reproduce en otros territorios como los Pueblos Originarios o Afrodescendientes.
Ante lo expuesto, es necesario recordar que la crisis que ha atravesado a Nuestra América ha sido por cuestionar el paradigma dominante, lo que ha desencadenado una diversidad de movimientos sociales, los cuales fueron configurándose en torno a realidades concretas y locales. Para Darling estos movimientos sociales tienen miras a recuperar la dinámica de reivindicación, los contenidos de los reclamos manifiestos, así como el proyecto delineado en expectativas que los colectivos movilizados enarbolan (Darling, 2013, 303).
Este nuevo sujeto social se constituye en la lucha, por medio de coaliciones amplias y que tiene como base el fenómeno de la desintegración social provocada por las políticas del neoliberalismo. En palabras de Oliver, su lucha se constituye a partir de una sociedad civil llena de particularidades como la fragmentación social, el desempleo masivo, la exclusión, la informalidad (Oliver, 2008: 7).
Para Melucci, aunque más reaccionario, menciona que “en Europa algunos intelectuales basaron sus análisis en un acercamiento “estructural” sistémico que atribuía la formación de nuevos actores. En tanto que otros teóricos en América intentaron explicar cómo se constituye un movimiento en términos de movilización de recursos” (Melucci, 1999: 33-34). Estas teorías estructurantes de los años setentas no respondieron dos grandes incógnitas: “1) no explican cómo un movimiento se establece y mantiene su estructura y 2) quienes trabajan con un modelo de movilización de recursos, ven esta acción como mero dato y no pueden examinar su significado y orientación” (Melucci, 1999: 34). Por ello, considera que los movimientos sociales analizados desde esas teorías estructurantes de los setentas no sólo muestran la acción colectiva sino que también tratan de mostrar ese sistema de relaciones internas y externas que se constituyen en acción concreta.
Y clarifica al sostener que los movimientos son construcciones sociales. Más que una consecuencia de crisis o disfunciones, más que una expresión de creencias, la acción colectiva es “construida” gracias a una inversión organizativa. Aquí la “organización” no es una característica empírica, sino un nivel analítico. Mantener organizados a los individuos y movilizar recursos para la acción significa distribuir valores (Melucci, 1999: 34). Ello nos conduce a trabajar con esos grupos oprimidos no sólo en momentos de crisis sino organizativo, en el que se compartan valores e información que permita fortalecer la cohesión social.
Castells considera que la disolución de las identidades compartidas equivale a la disolución de la sociedad como sistema social significativo (Castells, 2001, 394). Este argumento pudiera parecer antagónico a lo planteado por Melucci, sin embargo, es una nueva forma de organización del sistema social, el cual se cimienta en la era de la información de las redes de ordenadores. En ella, dice Castells aumenta nuestra capacidad productiva pero al mismo tiempo se están privando de sus derechos ciudadanos a las sociedades (Castells, 2001, 91).
Es necesario señalar que los movimientos sociales tradicionales y los movimientos sociales modernos conforman una compleja totalidad de resistencia, en la que se construyen identidades y se expresan valores individuales y colectivos que muestran su esencia y naturaleza reivindicativa. Por ello, que los movimientos sociales de la modernidad buscan contribuir a la construcción de nuevos tipos de sociedades, diversas y dinámicas.
A pesar de que el colonialismo ha cesado en muchas partes del globo, “la colonialidad del poder continúa definiendo relaciones entre occidente y el resto del mundo” (Mendoza, 2014). Por lo que Pino y Tiseyra (2019) intentan delinear e iniciar posibles caminos a fin de articular la teoría decolonial con los postulados de las perspectivas críticas de la discapacidad al mencionar que “la narrativa de la modernidad desde una perspectiva de los estudios críticos de la discapacidad, podría contribuir a decolonizar nuestras miradas y percepciones sobre las personas con discapacidad e invitan a transitar un camino desde un enfoque interseccional, que abogue hacia un cuestionamiento profundo de la compleja trama de relaciones de poder que operan tanto a nivel geopolítico como a nivel individual-corporal-subjetivo” (Pino y Tiseyra, 2019).
Es a principios del siglo XXI cuando se desarrolla la Convención Internacional Amplia e Integral para Promover y Proteger los Derechos y la Dignidad de las Personas con Discapacidad (2001), la cual fue la antesala para la realización de la Convención sobre los Derechos de las Personas con Discapacidad en 2006. En el documento normativo de la Convención (que consta de 50 artículos) establece en su en el art. 3 los principios generales:
El respeto de la dignidad inherente, la autonomía individual, incluida la libertad de tomar las propias decisiones, y la independencia de las personas.La no discriminación.La participación e inclusión plenas y efectivas en la sociedad.El respeto por la diferencia y la aceptación de las PcD como parte de la diversidad y la condición humanas.La igualdad de oportunidades.La accesibilidad.La igualdad entre el hombre y la mujer.El respeto a la evolución de las facultades de los niños y las niñas con discapacidad y de su derecho a preservar su identidad.
Asimismo, en el art. 34 se menciona la creación de un Comité de los Derechos de las Personas con Discapacidad. Dicho Comité emplea su facultad de interpretar las disposiciones de la Convención mediante las llamadas Observaciones Generales.
Ante lo convenido a nivel internacional, el Estado Mexicano ratifica los acuerdos de la Convención en 2008 y establece en su artículo 1° de la Constitución Política de los Estados Unidos Mexicanos. Con ello, se patentiza la ideología hegemónica y marco conceptual universalista para institucionalizar la discapacidad. Asimismo, se crean leyes, reglamentos y programas que tienen como objetivo establecer acciones a los individuos para regular sus conductas y lograr la convivencia; entre ellas están:
a) Ley General para la Inclusión de las Personas con Discapacidad (2011), b) Reglamento de la Ley General para la Inclusión de las Personas con Discapacidad, 2012, c) Programa Nacional para el Desarrollo y la Inclusión de las Personas con Discapacidad, 2014-2018.
En la Ley General se establece la creación del Consejo Nacional para el Desarrollo y la Inclusión de las Personas con Discapacidad (CONADIS), como organismo público descentralizado, con personalidad jurídica y patrimonio propio, gozando de autonomía técnica y de gestión para formular políticas, acciones, estrategias y programas derivados de esa Ley. En 2013, el CONADIS fue sectorizado a la Secretaría de Desarrollo Social (SEDESOL) debido a que la discapacidad era considerada como un tema de política social, con enfoque de derechos humanos.
A casi 16 años de la Convención sobre los Derechos de las Personas con Discapacidad, aún existen derechos que se discuten seriamente para otorgarlos parcial o totalmente; ello se debe a que la lógica capitalista no permite transformaciones a la estructura económica y estructuras sociales; sometiéndolas a una visión única y hegemónica de la sociedad moderna.
Ante ese marco conceptual universalista y hegemónico de la discapacidad, se realizó en 2014 una visita a México por parte del Comité de expertos, quienes realizan una revisión al marco jurídico, normativo, presupuestos y acciones concretas de atención a las PcD. Posterior a dicha revisión, se emitieron 73 recomendaciones. El Comité expresó su preocupación por la falta de datos estadísticos actualizados acerca de la situación de las PcD e instó al Estado Mexicano a asegurar la participación de las organizaciones de PcD para la recopilación, análisis y difusión de estos datos. Asimismo, estableció el 17 de enero de 2018 como fecha para presentar sus informes a tales recomendaciones. Para ello, la instancia encargada de atender dichas recomendaciones sería el CONADIS.
Tras la omisión de las recomendaciones emitidas, en 2022 el Comité de expertos vuelve a realizar otra visita a México, en dicha visita se emiten 68 recomendaciones (ver el apartado III titulado “Principales motivos de preocupación y recomendaciones”). El Comité menciona las obligaciones específicas del Estado Mexicano para atender a las PcD, entre lo que destaca lo siguiente:
Recopilación de datos estadísticos. Utilizando el minicuestionario sobre discapacidad del Grupo Washington.Aplicación y seguimiento nacionales. Donde se realice una revisión pormenorizada del actual sistema de puntos focales y mecanismos de coordinación en todos los niveles de gobierno.Cooperación y asistencia técnica. Donde se proporcione orientación técnica al Estado sobre la consulta (CRPD, 2022)..
Asimismo, el Comité subraya la importancia de todas las recomendaciones que figuran en las presentes observaciones finales y alienta a que difunda ampliamente las presentes observaciones finales y haga partícipes a las OSC, en particular a las OSC de Personas con Discapacidad en la preparación de su informe periódico. Estableció el 17 de enero de 2028 como fecha para presentar sus informes a tales recomendaciones.
Ante lo establecido a nivel internacional y nacional, nos seguimos preguntado ¿por qué las PcD en México continúan con una vida de precariedad? Ferrante nos ayuda a comprender que “el uso del paradigma social en las políticas públicas, queda sólo en lo enunciativo. El paradigma de los derechos humanos puede ser visto como un destello de esperanza para revertir los procesos excluyentes que expulsan a las PcD a los márgenes de la pobreza, del desempleo crónico, de la falta de acceso a la educación, del encierro social” (Ferrante, 2014).
Por ello, la respuesta es compleja porque se asigna valor mediante indicadores que su naturaleza y orígenes está cimentada en la lógica hegemónica y universal del sistema económico capitalista, el cual por naturaleza oprime, discrimina, excluye, mercantiliza y cosifica a la humanidad. Bajo este razonamiento, todas las instituciones (internacionales y nacionales), instrumentos jurídicos (leyes y reglamentos) y acciones (políticas y programas) están encaminadas a incluir a las minorías. Aunque como lo menciona Walsh “la inclusión es parte de una interculturalidad funcional porque no toca las causas de la asimetría y desigualdad social y cultural ni cuestiona las reglas del juego” (Walsh, 2010: 77-78).
Ante dicha lógica colonial y sistémica, se presenta una alternativa crítica decolonizadora donde se pueda reivindicar las concepciones locales de la discapacidad desde una perspectiva intercultural pero no una intercultural funcional sino una interculturalidad crítica, que a decir de Paredes y Guzmán “la descolonización de la memoria es un proceso y lucha que se entretejen, cuestionan, refundan las relaciones sociales bajo otras miradas diferentes al capitalismo” (Paredes y Guzmán, 2014: 19-58).
Para el caso de Guerrero, la situación no es atípica en cuestiones de instituciones, instrumentos jurídicos, políticas y programas. Pero la situación es más preocupante, puesto que el limitado presupuesto hacia la atención a la discapacidad ha sido de manera superficial. Se cuenta con la Ley 817 para las personas con discapacidad del estado de Guerrero (2011). Dicha Ley establece la creación del:
a) Consejo Estatal para la Integración Social de las Personas con Discapacidad. Art. 9 y b) Consejo Consultivo de las Personas con Discapacidad. Art. 20
Para atender las recomendaciones realizadas por el Comité de la Convención en 2018, el CONADIS firmó un Convenio con el Gobierno del Estado de Guerrero. Ante tal compromiso entre el gobierno federal y estatal, no se obtuvieron resultados ni avances sustanciales y cualitativos que permitiera a las PcD vincularse y participar en todos los sectores sociales, económicos y políticos, continuando segregados de la sociedad guerrerense.
Copala es uno de los 85 municipios del estado de Guerrero. Administrativamente forma parte de la región de la Costa Chica. Su cabecera municipal lleva su mismo nombre. Se localiza al sureste del estado de Guerrero, enclavado en los márgenes del río de su mismo nombre y del océano Pacífico, sobre la carretera Acapulco – Pinotepa Nacional, Oax., a 117 km del puerto de Acapulco. Se encuentra en las coordenadas geográficas son de 16º30´ Latitud norte y 98º0´ Longitud oeste.
Se reporta que a nivel mundial existen alrededor de 1,000 millones de personas que experimentan algún tipo de discapacidad y la prevalencia de la discapacidad es mayor en los países en desarrollo (Banco Mundial, 2021). En México, según el INEGI (2020) habitan 20 millones 838 mil 108 personas con discapacidad, los que representa el 16.5% de la población de México. Para el estado de Guerrero, según el INEGI (2020), se reporta que existen 213,615 personas con alguna discapacidad. Finalmente, el INEGI (2020) reporta que en el municipio Copala habitan 1,043 PcD; donde el 88.78% se concentra en siete localidades.
El planteamiento de reivindicar de la visión del pueblo afro, se sustenta porque su identidad se diluye, adoptando y reproduciendo aspectos culturales ajenos, confrontando al imaginario civilizatorio de la supuesta supremacía ontológica y epistemológica del Occidente hegemónico. Para Kant, uno de los intelectuales con mayor influencia en Europa de la época sostenía que “la humanidad existe en su mayor perfección en la raza blanca. Los indios amarillos tienen una cantidad menor de talento. Los negros son inferiores y los más inferiores son parte de los pueblos americanos” (Chukwudi Eze, 2001: 231).
Como puede observarse, este planteamiento sostenía que “la inferioridad natural de los seres humanos no-occidentales irá de la mano del desarrollo de un racismo epistemológico que operará como ejercicio justificatorio de la violencia colonial, racial y sexual ejercida sobre los cuerpos y saberes de las poblaciones no-occidentales” (Díaz, 2017: 8). A ello, Ardiles señala que “se ha permitido la imposición de parámetros culturales importados, reproducidos por las élites intelectuales vernáculas” (Ardiles, 1973).
En ese mismo sentido, Díaz expresa que “a través de los metarelatos se ha cimentado la tradición oficial, sostenidos en una serie de mitos asumidos y reproducidos al nivel de verdades universales. Estos mitos han sido presentados como productos de la labor intelectual de ‘grandes hombres’ o ‘grandes héroes’ del pensamiento, provenientes de los principales centros de producción de conocimiento de los países hegemónicos, los cuales en su labor ‘universal’ fueron capaces de arribar o inteligir un cúmulo de verdades impolutas y rectoras de la humanidad” (Díaz, 2017: 4).
Estos argumentos de Chukwudi Eze, Ardiles y Díaz nos aclaran el panorama para sostener que la visión hegemónica se ha traslapado por la vía de la imposición el pensamiento hegemónico universalista con la finalidad de civilizar, desarrollar y modernizar al otro no europeo. El pueblo afro de Copala recae esa invención occidental del constructo mental conocido como “raza”, el cual tiene la finalidad de establecer una clasificación de las poblaciones del mundo y poner en marcha el proceso de racialización de los otros no europeos. Ante lo mencionado, se puede sostener que en Copala no existe una doble opresión como lo menciona Stuart (1992), sino una triple opresión: por raza, por discapacidad y por género.
Por ello, es relevante reivindicar la visión de la vida y los saberes ancestrales provenientes de aquellos registros culturales no occidentales, a pesar de que en la modernidad son despreciados y desvalorizados en cuanto a sus principios filosóficos constitutivos. Ello nos conduce a asumir que el conocimiento se ubica en posiciones geo-históricas y geo-políticas y no son únicas o universales.
Conclusiones:
En los estudios críticos en discapacidad, destacan de manera concreta las formas de nombrar, asumir y reproducir epistémicamente la discapacidad desde las particularidades de sus realidades locales y/o comunitarias, bajo condiciones discursivas, socioculturales, políticas y económicas de una modernidad colonial. Es decir, no se asume ni se reproduce la lógica sistémica universalista que homogeniza a la discapacidad e invisibiliza lo que se nombra, asume, comprende y reproduce en otros territorios como los Pueblos Originarios o Afrodescendientes.
El texto presentado es parte de una investigación que está en proceso, la finalidad es proporcionar información acerca de la concepción de la discapacidad que tiene el pueblo afro de Copala. Asimismo, se propone coadyuvar a la administración pública municipal en la elaboración de una base de datos y creación de un censo que especifique sus características específicas (alimentación, salud, educación, infraestructura, recreación, participación social y política) de las PcD del municipio.
Tenemos claro que la opresión y la desigualdad presentan fuertes contradicciones cuando se mezclan valores occidentales (valor de cambio) con los valores locales/comunitarios (valor de uso). Por lo que, se debe promover, de manera permanente, y reproducir los valores de uso en las relaciones sociales y en la economía. Ello, de alguna manera, permitirá cohesionarse entre sí y de manera colectiva lucharán y asumirán los retos que la sociedad occidental sigue imponiendo en todas las latitudes de este orbe.
A decir de Díaz “habrá que ir inventando en el largo proceso histórico y social de construcción de un mundo donde quedan todos los mundos” (Díaz, 2017: 13). Esa postura es compartida por varios intelectuales contemporáneos de Nuestra América que luchan contra el racismo epistémico, el occidentalismo y el eurocentrismo, entre ellos Walsh, Paredes, Guzmán, Grofoguel, Mignolo, Quijano, De Souza, Dussel, entre otros, esa es nuestra tarea y compromiso ontológico y dialéctico.
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Palabras clave:
Discapacidad, capitalismo, complejidad, desigualdad, Pueblo Afro.