Justificación del Panel:
O presente trabalho tem como objetivo analisar a utilização do Jogo Mancala como ferramenta preventiva da violência no âmbito escolar. Sob essa ótica, a educação tem visualizado formas para melhorar comportamentos violentos entre alunos, com técnicas de ensino-aprendizagem mais integrativas, cooperativas e ramificadas. A metodologia deste trabalho é do tipo revisão bibliográfica . Para atingir o objetivo deste trabalho o percurso será explicar ao leitor o conceito de Violência escolar e do comportamento violento e em seguida analisa o Jogo de tabuleiro, Mancala como meio de contribuição pedagógica.
Introducción:
Apesar de todo desenvolvimento tecnológico e consequente melhor acesso à informação e ao conhecimento, os problemas sociais ainda permeiam todo o seio da sociedade contemporânea, sendo a violência um aspecto do nosso cotidiano, estampado em todas as mídias, com amplo espaço em debates e discussões.
A violência é multifacetada, sendo traduzida e executada em várias formas e lugares: violência criminal, doméstica, policial, nas escolas, nas ruas, nos campos, entre outras.
A vida dos atores do âmbito escolar, também é afetada por esses problemas que se fazem presentes desde cedo, destacando a violência como um fenômeno cultural multiforme.
A violência dentro dos muros da escola existe há muito tempo, com registros do século XIX, sendo que a importância dada a esse fato na sociedade atual é bem maior, com inúmeras pesquisas em torno desse tema.
Durante a sua vida escolar, os alunos estão suscetíveis as essas transgressões, e os jogos cooperativos de tabuleiro, se colocam no centro da discussão da violência escolar, como uma importante ferramenta promotora de redução de conflitos e indisciplinas na sala de aula, através do resgate de valores com uma significativa melhoria nas relações entres os docentes, discentes e demais atores do ambiente escolar.
Dessa maneira, a mola mestra da utilização desses jogos, é o distanciamento da educação tradicional, dos modelos pré-concebidos, com a formação dos professores baseada na elaboração coletiva do conhecimento atrelada à prática profissional, subsidiada pelas novas ferramentas pedagógicas.
Desarrollo:
A VIOLÊNCIA ESCOLAR.
Segundo Abramovay (2002, p. 17):
A noção de violência é, por princípio, ambígua. Não existe uma única percepção do que seja violência, mas multiplicidade de atos violentos, cujas significações devem ser analisadas a partir das normas, das condições e dos contextos sociais, variando de um período histórico a outro (ABRAMOVAY, 2002, p.17).
De acordo com o exposto acima por Abramovay (2002), o conceito de violência se estende amplamente, trazendo em seu bojo a teoria que um comportamento violento para um determinado grupo de pessoas, pode ser um comportamento extremamente natural para outro grupo, que inclusive faz parte de suas tradições.
Desde a década de 50 os Estados Unidos da América estudam o tema da violência escolar sistemicamente. Mas, o Brasil somente passou a sentir interesse no tema da violência escolar à partir dos anos 80.
Os estudos e pesquisas buscavam as causas ao meio em que se encontravam os alunos. A investigação e a identificação vieram da análise aos ambientes que contribuem desfavoravelmente para o comportamento que leva o aluno a violência, visando uma maneira de controle social.
Apesar das dificuldades de definição do termo violência no ambiente escolar, trazer à baila, a identificação dos atos violentos e de qual maneira os mesmos podem ser evitados, muitas pesquisas tentam classificar a violência escolar, em seus diversos formatos, como a violência física, contra o patrimônio e a violência moral (CHESNAIS, 1981 apud Abramovay, 2002).
Estudos nos levam que as raízes da violência escolar mais acentuadas estão na comunidade e na família que o aluno está inserido, que muitas vezes sofre com a escassez de recursos, espelhando esse mesmo fato para as escolas que tem escassez de recursos tanto materiais, quanto humanos.
Dessa forma, a violência doméstica e da comunidade aumenta a delinquência e as chances de fracasso na escola; sendo a delinquência dessas duas bases a responsável ou a principal consequência, que leva ao aumento da violência escolar. Essa especificidade de violência promove a redução ou até a quebra do vínculo do aluno com o ambiente escolar e o acesso à educação (CARDIA, 1997, p. 51).
Conforme Cardia (1997), esses levantamentos mostram um fato bem improvável, apontando que na ótica dos alunos, a falta de responsabilização dos culpados pelas ocorrências de violência no âmbito escolar e as normas e regras não respeitadas neste ambiente, conduzem a crescente violência escolar.
Dessa maneira, a relação entre os alunos ainda que conflituosa e a punição dos que tiveram alguma ocorrência de delinquência, acaba por reprimir os demais automaticamente, ao que se refere aos limites a serem respeitados no âmbito escolar.
Sendo que no âmbito escolar, atualmente, existe a implantação de diversas ferramentas pedagógicas que auxiliam o aluno a respeitar os limites que são impostos, diminuindo assim, os atos delinquentes.
FATORES DETERMINANTES DA VIOLÊNCIA.
CERQUEIRA E LOBÃO, falam que entender as dinâmicas dos crimes é tarefa dificil para muitos pesquisadores. Os motivos que conduzem os cidadãos a cometerem as mais diversas delinquências, que levam estes a transgredirem as leis, são objetos de diversos estudos em que geram as mais variadas teorias sociológicas. (CERQUEIRA E LOBÃO, p.233, 2004).
Conforme descreve Cerqueira e Lobão, (p. 234, 2004), os “Criminólogos que no seculo XX” fizeram a pesquisa sobre a temática da criminalidade, identificaram diversos elementos “Criminogênicos”, que juntado com outros fatores poderiam explicar a causa da prática de crimes.
Muitas explicações com significados macro-estruturais para o crime, ou seja, suas elucidações para o crime se alicerçam em situações que se relacionam na sociedade de maneira incidental e criminológicos em algumas zonas, locais ou agregados.
Neste sentido, é possível reunir as diversas abordagens sociológicas criminológicas, diferindo-as em estudos teóricos macro-estruturais e estudos teóricos micro-estruturais ou individuais. Sendo o primeiro estudo voltado ao plano de pesquisa macro-estrutural, aquele que visa investigar fatores que elucidam as desigualdades entre taxas de criminalidade, locais e populações ou grupos.
RODRIGUES (2009), buscando uma explicação sociológica do crime e para melhor entendermos a violência, até mesmo a violência no âmbito escolar, propos explicações para o comportamento desviante do indivíduo, com base nas relações em que a sociedade identifica como delinquência.
Apresentar os principais conceitos que norteiam a violência, em regra, como sendo um conjunto de conhecimentos e análises acerca da violência e suas causas no meio escolar, investigando e identificando os ambientes influenciadores deste comportamento como forma de controle social.
Induzindo a uma explicação da teoria do controle social, vimos que, fazer o estudo de grande relevância para a sociedade, como um todo, analisando o posicionamento intervencionista, conforme descreve Cerqueira e Lobão (2003, p. 234), para a preservação da paz social, não requer saber a verdade, o que se requer, a priori, é “reconhecer se em uma determinada região há alguma regularidade estatística entre aqueles fatores criminogênicos, concretos, por exemplo arma de fogo, ou imaginários exemplo o conhecimento da família, etc.)”, mesmo mediante de tais exemplos e conhecer, se o Estado tem ferramentas para interferir na ordem de forma direta ou indireta, em parceria com a sociedade.
A TEORIA DO CONTROLE SOCIAL.
A teoria do Controle Social, ao contrário de todas as outras teorias, procura fundar-se em fatores que levam o indivíduo ao acometimento da criminalidade, busca entender os motivos que levam alguns indivíduos a se privarem de cometerem crimes. (CERQUEIRA E LOBÃO, 2003, p.242).
No entanto, a teoria do Controle Social tenta reconhecer a influência dos fatores sociais, psicossociais, interpessoais e relacionais que exercem influência na estrutura do comportamento delinquente individual, inserido nas teorias individuais.
Embora a ideia seja a mesma , a Teoria do Controle Social trabalha de maneira inversa à maioria das teorias sociológicas criminológicas, ou seja, ao invés de se perguntar por que as pessoas praticam crimes, a teoria do Controle Social questiona “por que algumas pessoas cometem crimes e outros não?”. (CERQUEIRA E LOBÃO, 2003, p.242).
Quanto maior a implicação ao grau de participação da pessoa ligada às atividades sociais acordadas, tais como escola, trabalho, cursos, esporte, artes; menos o indivíduo ficará vulnerável as atividades delituosas, sendo assim, essa participação age contribuindo para que o indivíduo se mantenha afastado dos envolvimentos nas atividades criminosas.
Entretanto, a crença significa a certeza do indivíduo em valores acordados. Quanto maior for a crença de um indivíduo nas normas convencionais, maior será a sua passividade e submissão, evitando assim o acometimento em atos que transgridem as leis e normas pré-determinadas na sociedade.
As investigações sobre as evidências empíricas da teoria do Controle Social são conduzidas em três pilares institucionais fundamentais: laços dos indivíduos com a igreja, com a família e com a escola.
Relacionando os pressupostos teóricos definidos por Hirschi à criminalidade juvenil, pode-se considerar a importância das instituições sociais na prevenção aos comportamentos infracionais. Dentre elas, mais do que a escola, ou qualquer outra instituição social, a família figura como a principal responsável pela transmissão social de valores, promovendo em crianças e adolescentes o desenvolvimento de capacidades morais e cognitivas. “A família é a primeira, a menor e a mais importante escola”. (LEVISKY, p.29, 2000).
O constante processo de transformação social e tecnológica ao qual a sociedade encontra-se submetida, traz consequências para as interações sociais dos indivíduos, especialmente de crianças e adolescentes. Nas últimas décadas, as novas organizações familiares e suas necessidades suscitam situações propícias para o comportamento desviante.
As consequências da emancipação feminina, a formação de famílias monoparentais, as exigências do mercado de trabalho e os apelos de uma sociedade de consumo, enfim, todos estes fatores podem contribuir para a redução da qualidade e ocorrência do vínculo estabelecido entre pais e filhos. Evitando generalizações, já que o comportamento criminoso se trata da exceção e não da regra, nestas situações onde os pais passam grande parte do tempo longe dos filhos, pode se manifestar a ocorrência do prejuízo no exercício efetivo do papel de educador e responsável por acompanhar o desenvolvimento das crianças e adolescentes, interferindo na capacidade de controle exercido pelos pais.
Segundo Cerqueira e Lobão (2003, p.242), para a Teoria do Controle Social, o que faz com que alguns indivíduos cometam ações desviantes é o fato desses não possuírem autocontrole devido a alguma deficiência em seu processo de socialização durante a infância.
Ação delinquente pode ser considerada uma consequência de uma conduta educacional ineficaz dos pais, que não foram firmes o suficiente ao impor limites em relação às más condutas. Consequentemente, o indivíduo passa a agir de acordo com seus próprios interesses, não levando em conta ou desconsiderando as consequências de seus atos sobre terceiros ou situações futuras.
A participação em atividades diversas pelas crianças e adolescentes é fundamental para proporcionar um desenvolvimento nas habilidades motoras, intelectuais e sociais, visando aprimorar a sua capacidade de comunicação, interação social e aumento do respeito.
De acordo com a integração das atividades em grupos, os alunos absorvem o sentimento identitário responsável por desencadear o compromisso da criança e do adolescente com os valores praticados na escola e seu espelhamento na comunidade em geral.
Baseado nos pressupostos do criminólogo americano, Travis Hirschi, criador da Teoria do Controle Social, a vinculação social de crianças e adolescentes podem ser neutralizadas o potencial delinquente por meio da adoção de condutas conformistas.
Assim, conforme dirige o autor Paulo Freire (2005) como medida de corrigir moldar o educando, os Jogos Educativos do “Mancala” propõem estratégias para reparar eventuais fracassos escolares e condutas violentas.
ESTRATÉGIAS DE COMBATE À VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS.
De acordo com o panorama da violência escolar atual, as escolas necessitam de entendimento e reflexão sobre as transgressões ocorridas dentro de seus muros e seu papel na comunidade.
SPOSITO (1998, p. 73), explana que as práticas de violência escolar devem demandar um esforço na sua compreensão e no melhor caminho a ser trilhado na superação dessas agressões, deflagrando assim, um maior potencial socializador da escola na transformação do individuo em toda sua formação.
Na continuação desse processo, essencialmente, todo pensamento deve ser voltado na intenção da diminuição drástica da violência escolar, e os atores desse espaço, devem unir as suas forças em prol desse objetivo, no qual, todos devem ter ciência do seu papel e fazer um esforço no cumprimento do mesmo. (SCHILLING, 2008).
Essa temática da violência escolar deve ocupar um lugar de destaque nos discursos, debates, reuniões, com intervenção direta dos gestores, no auxílio e instrução aos demais profissionais educandos.
Essas reflexões devem transpor os muros da escola e atingir pais e a comunidade, levando todos ao envolvimento de forma a prevenir e ampliar a discussão de todas as situações onde ocorram a violência escolar.
Os cursos de formação de professores necessitam estender a abordagem sobre o tema da violência escolar com ênfase em aumentar os conhecimentos dos professores facilitando a interação com crianças e adolescentes no sentido de mitigar a violência inserida no espaço escolar.
De acordo com (SCHILLING, 2008), o ambiente escolar deve ser um lugar onde o respeito mutuo prevalece, com professores que tenham em sua mente, a visão clara do aluno que pretende formar, com apoio de trabalhos pedagógicos bem planejados, que não negligenciam as ocorrências de violência.
Alguns fatores da violência escolar, tais como falta de respeito mutuo entre aluno e professor, baixa qualidade do ensino e da formação do professor, aulas desinteressantes, podem estar relacionados ao fracasso escolar, evidenciando a necessidade de um estudo da escola como um todo (SILVA, 2009, p. 3)
Galvão et al (2010, p. 11) demonstra que a proposta curricular deve ser bem elaborada, se traduzindo em uma peça fundamental para a promoção de um ambiente saudável para o aluno, pais, professores, e de toda comunidade, visando um melhor aprendizado para crianças e adolescentes sobre os mais diversos assuntos.
Na busca incessante de alternativas para a diminuição dos fatores que levam violência escolar, muitos professores e gestores, desenvolvem a utilização de jogos de tabuleiros que oferecem estímulos para aumento da integração e cooperação entre os alunos, traduzindo em um maior desempenho acadêmico e social. (BRASIL, 2006, p. 28)
Dentre os jogos de tabuleiro, o Mancala é um jogo amplamente utilizado em salas de aula, pois lida conquista cognitiva, emocional, moral e social, que incentiva o aluno a fazer uma auto analise e corrigir seu comportamento.
Dessa forma, a propagação de elementos lúdicos, tais como o jogo Mancala, são importantes ferramentas na estratégia de redução da violência escolar, pois visam aumentar o respeito mútuo, a cooperação entre os alunos e professores, aumentando os espaços para diálogos e reflexão, tornando o ambiente mais agradável e harmônico, como uma estratégia no combate direto à violência escolar. (Grando, 2000)
A IMPORTÂNCIA DO JOGO MANCALA NA INSERÇÃO SOCIAL.
O jogo Mancala, de acordo com Peek & Yankah, pode ter aparecido pela primeira vez no Egito, conforme orienta alguns estudos arqueológicos que identificaram o tabuleiro objeto que foi encontrado em escavações e que são utilizados na prática do jogo.
Nessa relação de acordo com Peek & Yankah o termo “Mancala” é proveniente de um termo árabe naqaala – que significa “mover” ou “transportar”, que é usualmente muito utilizado em outros jogos que possuem a função de movimentar peças sob uma superfície plana. Afirma ainda o autor que o Mancala também é conhecido popularmente em algumas regiões como “o jogo da semeadura”, pelo fato da sua prática de jogabilidade ser uma forma analógica do plantio e colheita de sementes.
Com regras de fácil assimilação o Mancala é jogado na maior parte dos países africanos, e foi levado para a América do Sul e Caribe durante o período colonial escravocrata. (PEEK & YANKAH, 2004, p. 475).
Com base nessa contextualização, o autor Voogt (1997) acredita que jogar o Mancala percorre a precisão de calcular as múltiplas mudanças que o jogo oferece, essa habilidade torna o jogador mais concentrado no desempenho da sua atividade.
É nesse envolto, aplicado ao contexto escolar, o simples ato de jogar “Mancala”, pode ser uma alternativa para combater as atitudes violentas no contexto escolar, pois, aplicar o jogo como elemento didático, aliado a ludicidade, contribui na construção do conhecimento do aluno, para dar maior noção considerável no desenvolvimento de fatores, cooperativos, boa convivência, e mútuo respeito entre alunos, que podem contribuir para prevenção de práticas violentas na escola.
Segundo Silva e Assis (2018), os estudos com assunto sobre prevenção e combate à violência no ambiente escolar, desfrutam de grande importância, tendo em vista que, impulsionam o estabelecimento de relações harmônicas na escola, favorecendo a convivência entre seus participantes e o respeito às diferenças.
Em conformidade com esse pensamento, segundo Sposito (2013), as condutas harmônicas aumentam espaços de participação de alunos e interação na escola com seus usuários. Dentro desse aspecto, a violência nas escolas, a autora Abramovay (2015), explica que reforçar a importância da educação garante boas oportunidades de socialização e oportunidades para atividades de integração interna, comunitária e trabalhos com a família, entre outros.
Fundamentado nisso, Parlett (1999) dispõe que, muitas pessoas não dão importância necessária as potencialidades do “Mancala”, mas que a complexidade do jogo não permite jogar de forma intuitiva, mas sim intelectual.
Nesse sentido, as pessoas estão inclinadas a inobservar o valor do jogo para dentro do relacionamento e convívio social, contudo, esse é um meio capaz de valorizar a sensibilidade e experiência escolar, que são reflexos nas suas atribuições de inserção estudantil, e prevenção da violência no âmbito escolar.
A CONTRIBUIÇÃO DO JOGO MANCALA PARA APRENDER.
O Mancala por ter uma temática histórica cultural e ser propriamente um jogo que valoriza o relacionamento e convívio social, permite levar os alunos a despertarem o desejo de aprender de forma prazerosa, por isso, são geralmente dimensionados na educação.
De acordo com o autor Paulo Freire (2005) o fracasso escolar pode ser amplamente modificado utilizando os jogos como auxiliadores na aprendizagem dos alunos. Com base nisso, o jogo de acordo com autor, é capaz na sua utilização ter um potencial enorme sob “um caminho a se fazer”, no ensino e aprendizagem do aluno.
Por essa razão, as Escolas buscam conforme as orientações Parâmetros Curriculares Nacionais, além da Lei de Diretrizes da Base da Educação Brasileira n° 9.394/96, o equilíbrio para tratar aspectos de inspiração do aluno na participação da aula, visando não só um maior aprendizado, mas também, uma melhoria geral das relações sociais, com o aumento do respeito mútuo e consequente diminuição das ocorrências de violência no âmbito escolar.A autora Bell Hooks (2013), descreve que na relação professor com o aluno o aprendizado deve ser necessariamente baseado na capacidade do professor em ser “transgressor de fronteiras” e visualizar horizontes novos para seu aluno. Veja no trecho a seguir:
"Ensinar de um jeito que respeite e proteja as almas de nossos alunosé essencial para criar as condições necessárias para que oaprendizado possa começar do modo mais profundo e mais íntimo. Aolongo de meus muitos anos como aluna e professora, fui inspiradasobretudo por aqueles professores que tiveram coragem de transgrediras fronteiras que fecham cada aluno numa abordagem de aprendizadocomo uma rotina de linha de produção. Esses professores seaproximam dos alunos com a vontade e o desejo de responder ao serúnico de cada um, mesmo que a situação não permita o plenosurgimento de uma relação baseada no reconhecimento mútuo. Poroutro lado, a possibilidade desse reconhecimento está semprepresente. ” (Hooks, 2013, p.25)
Desse modo, os jogos geralmente na função educacional constituem “uma forma interessante de propor problemas, pois permitem que estes sejam apresentados de modo atrativo e favorecem a criatividade na elaboração de estratégias de resolução e busca de soluções”. Além disso, o ato de jogar atribui aos alunos conduzirem estratégias “na simulação de situações-problema que exigem soluções vivas e imediatas, o que estimula o planejamento das ações possibilitam a construção de uma atitude positiva perante os erros”. (CATTO, 2013)
Baseado nesses fatos, em termos didáticos aliado a ludicidade, ambos organizam a construção do conhecimento do aluno e das relações sociais do mesmo. Assim, dentro do panorama da Escola, o jogo “passa a ter o caráter de material de ensino quando considerando promotor de aprendizagem. ” O discente “se coloca diante de situações lúdicas, aprende a estrutura lógica da brincadeira. ” (MOURA, 2008, p. 30).
A partir desse arcabouço teórico, o Mancala tem uma definição fundamental na sua aplicabilidade em sala de aula, resolver enigmas e propiciar estratégias para atenuar a conduta violenta e desobediência de regras do espaço escolar.
DESENVOLVIMENTO DO JOGO NA ESCOLA.
Na condição de estimular a realização das partidas de Mancala, o professor atua inicialmente como observador, instrutor e tira possíveis dúvidasdos alunos, além de orientá-los para que tentam dar a solução para os desafios propostos pelo jogo. Essa realidade no desenvolvimento do jogo na sala de aula traz para o processo pedagógico a noção de experiências em grupo. De acordo com Bell Hooks (2013, p.51) na educação discutir práticas que possam transformar o aprendizado e trazer experiências de inclusão é um estilo que propiciaaproximação com a realidade social, para além da sala de aula.
Nesse aspecto, um objetivo principal na aplicabilidade do Mancala como meio condutor de ensino, é fazer com que o aluno haja com confiança em si, desperte múltiplas linguagens tanto para a habilidade motora, além da capacidade de pensar/agir, contribuindo para diminuição do comportamento violento.
Segundo Gomide (2003) a criança tem no aprendizado uma fase importantíssima no aperfeiçoamento das habilidades sociáveis. Essa construção social se dá por meio do repertório de comunicação com familiares, escola e comunidade. Portanto, são essas ações de utilização do jogo Mancala que ativam conhecimento para interferir na diminuição do comportamento violento do aluno no ambiente escolar, pois, esse indivíduo passa a integrar ao processo como um indivíduo mais concreto. Veja trecho do autor:
“São essas experiências, entre outras que constituem os alunos comoindivíduos concretos, expressões de um gênero, raça, lugar e papéissociais, de escalas de valores, de padrões de normalidade. É umprocesso dinâmico, criativo, ininterrupto, em que os indivíduos vãolançando mão de um conjunto de símbolos, reelaborando-os a partirdas suas interações e opções cotidianas” (DAYRELL, 1996, p.142).
Ou seja, o comportamento do aluno, segundo Jean Piaget (1986), perfaz as noções de espaço e tempo e são construídas efetivamente pela ação, caracterizando uma inteligência prática.
De acordo com Parlett (1999) o Mancala é um jogo de múltiplas voltas. Com base nisso, ao jogar o aluno fomenta agilidades nos movimentos, se torna comunicativo, constrói significados. Assim fortalece potencialidades que o afastade fatores determinantes da violência.
Nessa perspectiva de Bell Hooks (2013) dirige que a função do professor em colaborar com o aluno é necessária para romper fronteiras, têm um viés construtivista que almeja trazer alegria e prazer ao aluno no ato de aprender novas experiências em sala de aula.
“(...) atividade do professor e, mesmo tempo, tratando da urgentenecessidade de mudar as práticas de ensino. Eles têm o objetivo deser um comentário construtivo. Esperançoso e exuberantes,transmitem o prazer e a alegria que sinto quando dou aula; são ensaiosde celebração. Ressaltam que o prazer de ensinar é um ato deresistência que se contrapões ao tédio, ao desinteresse e á apatiaonipresentes que tanto caracterizam o modo como professores ealunos se sentem diante do aprender e do ensinar, diante daexperiência da sala de aula. ” (Hooks, 2013, p.21)
Dessa forma, conforme Bell Hooks (2013) o professor ao repensar suas práticas de ensino não é nenhum demérito, mas sim uma estratégia construtiva para melhorar o aprendizado do seu aluno. Através disso, o professor distância o aluno de práticas delinquentes no âmbito escolar, no simples ato de aplicar um jogo com tamanha capacidade de construção social.
Conclusiones:
A violência escolar não é um tema exclusivo das questões educacionais. É algum muito mais abrangente que reflete diretamente na sociedade como um todo. Por isso, o termo violência escolar é um assunto de interesse de todos os seguimentos da sociedade.
Pensar em educação, enquanto direitos humanos, é algo como pensar em uma sociedade que leva o aumento das ações dos agentes externos na consciência de um ser humano, que traz para a sociedade formas de pensar no amanhã, como maior respeito com seu próximo, para obter consequente diminuição de transgressões/violência.
Através dos estudos analíticos teóricos da sociedade urbana onde deu origem a um olhar sobre o prisma fático das teorias criminológicas, levando em consideração a teoria do controle social, que tem como base a experiência empírica, está que visa contribuir de maneira eficaz na educação do aluno, que o presente estudo originou no artigo.
Tendo a escola como sendo uma válvula propulsora que reflete de maneira muito latente na diagnose de uma sociedade. Ou seja, fatores como: o desestimulo, o baixo rendimento, a intolerância, a evasão escolar, a família e sua participação no âmbito escolar, poderão incidir sobre o discente, significativamente sobre o comportamento na esfera social interna que irá refletir externamente de forma devastadora na sociedade urbana.
É de extrema importância a defesa e a intervenção nos ambientes influenciadores do comportamento dos alunos, com a criação mecanismos pedagógicos e técnicas intervencionistas positivas ao discente, tais como o jogo Mancala.
Assim entendemos que, a sociedade tendo a educação como base transformadora, busca na Escola o meio para ser sua válvula propulsora para analisar formas pedagógicas de construção social de uma criança/adolescente mais: estimulada, participante, empenhada e tolerante.
Para isso, é de extrema importância a defesa de uma intervenção nos ambientes influenciadores do comportamento desviante dos alunos, com a criação de meios preventivos escolares mais eficazes, sobretudo aquelas que potencializam habilidade e promovam interação do aluno com o espaço escolar.
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Palabras clave:
violência escolar, crianças e adolescentes; jogo mancala;