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GT_14- Medio Ambiente, Economías Solidarias y Desarrollo Sostenible
#00129 |
Narraciones y perspectivas indígenas acerca del manejo de la basura en el pueblo de Mezcala de la Asunción, en el municipio de Poncitlán, Jalisco.
Los problemas de acumulación, manejo y disposición final de residuos sólidos (basura) en las localidades indígenas ubicadas en la ribera del Lago de Chapala, correspondiente al estado de Jalisco, en México, se torna alarmante. Si bien el problema del desecho y manejo de los residuos sólidos en el municipio de Poncitlán pereciera bajo control, en el pueblo de Mezcala la situación es grave. Este proyecto propone explorar desde el ángulo de la psicología discursiva (narraciones personales), cómo la cultura y el entorno ambiental permean sobre variables psicológicas que influyen en la intención conductual de los residentes para crear alternativas o estrategias locales que resuelvan el manejo y desecho de la basura. El diseño metodológico está basado en el análisis de los elementos que conforman el modelo constructivista de la Teoría del Comportamiento Planeado (TCP) e incluye los siguientes instrumentos para la recolección de datos: a) Entrevistas semiestructuradas individuales, b) Grupos focales y c) Fotografías. Por último, el análisis de datos está guiado por la técnica de análisis de contenido que informará y responderá la siguiente pregunta de investigación: ¿Cómo la cultura y entorno ambiental (biocultura) afectan la intención conductual de los residentes de Mezcala con respecto a la generación de ideas o estrategias para resolver el problema de la acumulación de basura? Resultados preliminares muestran que las enseñanzas de los antepasados para mantener a Mezcala libre de basura, encajan como una creencia normativa por el peso social y moral que significa para los individuos el hecho de que provengan del mismo núcleo familiar; de los padres y abuelos que les inculcaron el juntar y barrer la basura, utilizarla como alimento para animales domésticos, quemar hojarasca, y a veces enterrarla para usarlas como abono para sembradíos y plantas. Esta creencia tiende a derivarse a su vez en normas subjetivas que influyen en la intención individual de mantener limpio su entorno inmediato, sus casas o patios, pero sin aplicarlo de manera colectiva en áreas comunes como calles, y los más grave, el bosque y el lago que rodean al pueblo. Se encontraron que factores externos como las autoridades locales y religiosas, influyen en las creencias de control percibido y a su vez en la intención personal para ejecutar una acción determinada de forma individual y grupal. Además resaltó como otro elemento constante de control percibido la constante necesidad de que agentes externos los asesoren, concienticen, contribuyan, apoyen y tomen acciones para resolver el problema de la disposición y manejo de la basura. En general, los participantes mostraron total disposición a realizar conductas específicas en relación al manejo y separación de residuos sólidos, pero se declararon insuficientemente capaces para resolver la problemática de acumulación de basura en el pueblo de Mezcala.
#00785 |
La gestiòn social del agua para riego en el municipio indìgena de Hueyapan, Morelos, Mèxico
A partir de la década de los ochenta en la región de los Altos de Morelos, región en la cual se ubica el municipio, se implemento el desarrollo de agricultura comercial de aguacate, durazno y frutas exóticas, dando lugar a una presión sobre el recurso agua. Lo que llevo al incremento del uso de mangueras para la distribución del agua a las parcelas, dejando de lado otras tecnologías e infraestructura hidráulica que hasta el momento venían funcionando. Impactando en las formas de organización social para el acceso, distribución y uso del agua.La gestión social del agua para riego en Hueyapan es comunitaria fundamentada en relaciones de reciprocidad, trabajo, lealtad, generosidad e identidad. Estas relaciones reproducen prácticas sociales que marcan todavía la cotidianidad en un número importante de comunidades del centro y sur de México. Son relaciones en el ámbito local, las cuales conservan valores que fortalecen sus redes sociales y permiten la persistencia de valores mesoamericanos, que revindican a los pueblos tradicionales como originarios en la región. Sin embargo, los cambios socioeconómicos y las políticas públicas para la producción agrícola han generado dinámicas diferentes. Que por un lado demandan más recursos, como el agua, y por otro buscan el control de este, generando una arena de conflictos que no se resuelven, sino que se administran.Esta ponencia es el resultado de más de cinco años de trabajo de campo en el municipio y busca poner de relieve los cambios más notables que se presentaron en el municipio indígena de Hueyapan, anteriormente reconocida como comunidad Indígena de Hueyapan, a partir de la implementación de una agricultura comercial, cambios en la producción socioeconómica, la gestión del agua, la infraestructura hidráulica y los valores comunitarios.
#00916 |
Desenvolvimento includente e sustentável: um estudo sobre as faces do ambientalismo moderno e da materialização das práticas socioambientais nas organizações
João Lucas Soares Normandes
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Maria Eugênia Diniz Figueirêdo Cireno1
Inseridos em um cenário de desigualdade, caracterizado pelo profundo contexto de vulnerabilidades geográficas e sociais, insurgem movimentos sociais que buscam a responsabilização das organizações diante dos impactos gerados por suas atividades (GARRARD, 2006; CARSON, 2010) e a reflexão sobre a compartimentalização da desigualdade decorrente do crescimento econômico (DIAS & LOUREIRO, 2017) fortalecendo a concentração de riquezas e exclusão da sociedade do processo de desenvolvimento. Pode-se observar, entretanto, que através da estruturação de uma Gestão de Responsabilidade Socioambiental nas organizações (MIRANDA, 2017), promove-se o desenvolvimento sustentado e includente (SACHS, 2008). Neste artigo, objetivou-se principalmente estudar a Materialização do tema de Desenvolvimento Sustentável com recorte ao âmbito corporativo, justificando-se ante a crescente discussão do papel das organizações diante de uma sociedade desigual, figurada pela vulnerabilidade econômica, ambiental e social das comunidades que se inserem no entorno das empresas. Delineado por seu caráter exploratório e fundamentado teoricamente por pesquisa bibliografia, este estudo buscou proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito (GIL, 2019), bem como aproximar a teoria à prática, ao analisar o sistema de gestão da responsabilidade socioambiental de uma organização. Foi observado na prática a materialização dos aspectos de governança, filantropia e sustentabilidade de uma organização consolidada em gestão da responsabilidade socioambiental, averiguando suas práticas sólidas de investimento social privado, gestão de riscos, energias renováveis e monitoramento dos impactos ambientais derivados da cadeia de produção, fortalecendo desta forma o pensamento de desenvolvimento includente e o papel das organizações.
#00963 |
Sustentabilidade da Cadeia Produtiva da Andiroba em Comunidades Ribeirinhas Amazônicas
Gizelly Caroline França Guimarães1
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Tiago da Silva Jacaúna
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Silvia Marina Pinheiro
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Diane Holt
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Rebeca da Silva Lima Sena
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Diogo Viana Grion Velasco
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O artigo discute a organização social da cadeia de produção de óleo de andiroba (Carapa spp.) em comunidades tradicionais da Amazônia, a partir da abordagem da dinâmica do modo de vida ribeirinho e na identificação de suas práticas e saberes tradicionais. A área de estudo foi as comunidades ribeirinhas localizadas dentro dos limites da Reserva Extrativista (Resex) do Médio Juruá, no município de Caraurari - AM. Foram realizadas entrevistas com coletores e coletoras da semente da andiroba, gestores/as e trabalhadores/as da usina de beneficiamento da andiroba gerida pelas próprias comunidades, com o intuito de compreender a cadeia de produção de óleo extraída da referida semente, perceber os desafios socioambientais enfrentados por estes grupos sociais para a continuidade de seus empreendimentos. Os resultados demonstram que os ribeirinhos estudados realizam a coleta de forma sustentável e que em todo processo de produção existe preocupação com o manejo sustentável dos recursos naturais e tentativa de inclusão de todas as comunidades interessadas na atividade. No entanto, somados aos desafios socioambientais, novas dinâmicas de interação entre atores com interesses variados no território vêm resultando em arranjos diferenciados que serão objeto de análise.
Introducción:
A proteção da biodiversidade na Amazônia está associada à manutenção dos povos e comunidades tradicionais em seus territórios e na garantia de geração de renda no interior de suas comunidades, como afirma Neto e Furtado (2015, p. 160). Estudos demonstram que o combate ao desmatamento na floresta amazônica possui uma relação positiva com áreas protegidas e territórios indígenas demarcados (Ipea, 2011). Assim, compreender as formas de geração de renda nesses territórios, seus desafios e possibilidades, torna-se importante para o objetivo de garantir a proteção ambiental, o combate ao desmatamento e a qualidade de vida dos habitantes da Amazônia.
Porém, o aumento do desmatamento é a principal ameaça para a cadeia de produção de produtos oriundos da sociobiodiversidade na Amazônia. Brandão, Barata, Nobre e Nobre (2021) demonstram que a produção da andiroba (Carapa spp.) está entre as mais ameaçadas pelo desmatamento. A autoria adverte que sem iniciativas de reflorestamento e implantação de sistemas agroflorestais as atividades de geração de renda na Amazônia estarão ameaçadas. Nesse sentido, a ampliação e manutenção das áreas protegidas na Amazônia, sobretudo as de uso sustentável, permite alcançar ao mesmo tempo desenvolvimento econômico baseado na exploração sustentável da biodiversidade e a contenção do desmatamento.
Busca-se apresentar nesse estudo, a organização social da cadeia de produção de óleo de andiroba (Carapa spp.) em comunidades tradicionais da Amazônia, a partir da identificação dos processos produtivos da coleta das sementes à extração dos óleos. O objetivo é revelar a complexidade social e institucional da produção de óleos na região, assim como os desafios encontrados pelos produtores e produtoras no interior dessa cadeia de produção. Para isso, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com perguntas abertas aos ribeirinhos das comunidades do município de Caraurari-AM, localizadas dentro dos limites da Reserva Extrativista do Médio Juruá.
Este trabalho é fruto do projeto "Visualizando e aprimorando cadeias de valor na Amazônia: compreendendo o impacto e promovendo parcerias" financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas - FAPEAM (Processo 062.00543/2020) e Newton Fund Impact Scheme.
A estrutura desse trabalho divide-se em duas partes: na primeira, discute-se sobre o conceito e a importância das cadeias de valor da sociobiodiversidade para a geração de renda e melhores condições de vida para as comunidades que desenvolvem essas atividades; na segunda, aborda a organização econômica e social em torno da atividade de produção de óleo de andiroba e seu processamento nas comunidades de Carauari – AM, localizadas dentro dos limites da Reserva Extrativista do Médio Juruá.
Desarrollo:
2. Cadeias de Valor da Sociobiodiversidade Amazônica
O Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade, criado em 2009, é um grande marco e conquista, que objetiva desenvolver ações integradas para a promoção e fortalecimento das cadeias de produtos da sociobiodiversidade, com agregação de valor e consolidação de mercados sustentáveis e apresenta dentre as suas diretrizes estratégicas: Promover a conservação e uso sustentável da biodiversidade; Promover a valorização e respeito da diversidade cultural e conhecimento tradicional; Buscar a agregação de valor socioambiental, com geração de emprego, renda e inclusão social entre outras diretrizes.
Urge a necessidade de iniciativas públicas e privadas que primam pelo fortalecimento das cadeias produtivas da sociobiodiversidade amazônica, pois permite a uso dos recursos naturais de forma sustentável, gera renda para os povos tradicionais da Amazônia, estimula a organização social e políticas dos mesmos, garante o uso sustentável do território em que estão inseridos, melhores condições vida e bem-estar social, garantindo-lhes a sustentabilidade social, econômica, cultural e ambiental desses povos que tradicionalmente exercem práticas sustentáveis para o meio ambiente.
A partir da inclusão produtiva desses povos nesses processos possibilitará “a agregação de valor socioambiental a essas cadeias produtivas e a distribuição justa e equitativa de benefícios em todas as suas etapas” (Mda, Mma, & Mds, 2009). Conforme o Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade, entende-se por produtos da sociobiodiversidade:
Bens e serviços (produtos finais, matérias primas ou benefícios) gerados a partir de recursos da biodiversidade, voltados à formação de cadeias produtivas de interesse dos povos e comunidades tradicionais e de agricultores familiares, que promovam a manutenção e valorização de suas práticas e saberes, e assegurem os direitos decorrentes, gerando renda e promovendo a melhoria de sua qualidade de vida e do ambiente em que vivem. (Mda, Mma, & Mds, 2009).
Neste sentido, impulsionar e fortalecer as cadeias de valor de produtos da sociobiodiversidade da Amazônia contribui para estimular o desenvolvimento econômico das comunidades amazônicas, por meio de ações e iniciativas que integrem produção sustentável e geração de renda, estimulando assim, a conservação da nossa rica biodiversidade e empoderamento social dos mesmos.
Sendo assim, a valorização das cadeias produtivas da sociobiodiversidade amazônica considera o modo de vida ribeirinho, seus conhecimentos tradicionais de manejo sustentável de recursos naturais, milenarmente adquiridos e transmitidos de geração a geração, o que permitiu a sua reprodução social e econômica. Segundo Catie (2009 apud Gottret, 2009) as cadeias de valor da sociobiodiversidade apresentam características como: Relações de coordenação, colaboração entre os diferentes atores; Buscar a distribuição equitativa de recursos; trabalho conjunto e partilha de informações, riscos e benefícios.
Para o desenvolvimento da valorização de uma cadeia de valor da sociobiodiversidade é necessário diálogo entre os atores envolvidos nesse processo, para haver as negociações, as partilhas de informações necessárias, além participação dos ribeirinhos em todo o processo (Catie, 2009 apud Gottret, 2009). Tais práticas permitem a organização comunitária, além do uso sustentável dos recursos naturais. Nesse processo é de extrema importância haver ações que busquem inovações para melhores condições do processo produtivo, de agregação de valor, a expansão de novos mercados e as condições necessárias para o pleno desenvolvimento da cadeia produtiva, gerando renda para os comunitários. As cadeias de valor apresentam certas funções, explicitadas no Quadro 1.
Quadro 1: Funções das cadeias produtivas da sociobiodiversidade.
Fonte: elaborado a partir de Catie (2009 apud Gottret, 2009).
Um conceito importante para ser discutido e primordial para o desenvolvimento das cadeias de valor da sociobiodiversidade é o de governança, para Almeida (2009) refere-se ao processo de articulação para a tomada de decisão e a realização de ações paralelas e coordenadas de atores de diferentes naturezas que estejam orientadas para objetivos comuns.
Ressalta-se ainda que o desenvolvimento e valorização das cadeias produtivas da sociobiodiversidade buscam o desenvolvimento econômico e social e político das comunidades amazônicas e a conservação ambiental dos seus territórios, não se restringe por tanto, somente à otimização da linha de produção, mas do que isso, possibilita a geração de renda para os povos tradicionais amazônicos; estimula a organização cultural e social e empoderamento dos mesmos; fortalece autonomia relativa e identidade cultural historicamente construída; contribui para o conservação da nossa rica biodiversidade. É necessário ainda haver a colaboração e empenho de todos os atores envolvidos nesse processo, tais como, os povos tradicionais amazônicos; as empresas; cooperativas; associações; iniciativas governamentais e privadas; instituições de fomento de pesquisas entre outros.
Um dos desafios na transformação de recursos da sociobiodiversidade amazônica em produtos é a presença de pouca ou mesmo ausência de inovação tecnológica, falta de infraestrutura e financiamentos, o que gera baixo retorno financeiro para os ribeirinhos amazônicos.
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação criou em 2021, o Projeto InovaSocioBio Amazonas, projeto piloto para o fortalecimento das cadeias produtivas da sociobiodiversidade no Estado do Amazonas, abrangendo as cadeias de produção da castanha do Brasil, Pirarucu Selvagem e Guaraná, por meio de recursos do Governo do Estado do Amazonas (alinhados ao Plano Plurianual 2020-2023) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (alinhados ao Programa Bioeconomia Brasil). O projeto apresenta como principal objetivo:
Fortalecer a cadeia produtiva da Castanha-do-Brasil, do Pirarucu Selvagem, e do Guaraná, que conformam produtos da sociobiodiversidade em distintas fases de maturidade, para a promoção de uma Bioeconomia pautada na ciência e tecnologia visando a interiorização do desenvolvimento, o fomento aos arranjos produtivos e de comercialização das cadeias de suprimento dos produtos da sociobiodiversidade e extrativismo, e a diversificação da matriz econômica do Estado do Amazonas (Sedecti, 2021).
Os povos tradicionais amazônicos desenvolvem diversas cadeias produtivas da sociobiodiversidade, dentre as quais, a cadeia produtiva da andiroba, utilizada para fins terapêuticos, medicinais e estéticos. Abordaremos nesse estudo, mas especificamente, como ocorre a produção do óleo andiroba, desde a coleta, lavagem, secagem, trituração até a extração do mesmo. Segundo Belcher e Schreckenberg (2007) a coleta dos produtos naturais é feita diretamente na floresta e o armazenamento, o processamento e o transporte, não apresentam uma ordem lógica, podendo desse modo, ser complexos, dependendo da infraestrutura, da natureza do produto, dos locais onde são processados e das exigências do consumidor.
Nesse sentido, nas experiências coletivas dos povos ribeirinhos da Amazônia em relação às cadeias produtivas da sociobiodiversidade é permeada por uma relação direta com o meio ambiente, os conhecimentos tradicionais milenarmente adquiridos é o que permite o uso dos recursos naturais de modo sustentável.
Muitos ainda são os gargalos frente às cadeias produtivas da sociobiodiversidade. As Políticas Públicas direcionados aos povos ribeirinhos devem atender as necessidades dos mesmos, entendo a realidade do produtor familiar na Amazônia, o seu saber fazer e o seu respectivo modo de vida.
As organizações sociais na Amazônia têm pressionado para a mudança das políticas públicas para que estejam contextualizadas às realidades e necessidades locais. Elas têm formado redes com outras organizações e estabelecido diversas escalas, desde organizações de base às organizações transnacionais e cada vez mais têm ocupado espaços de planejamento de políticas públicas, como conselhos e grupos de trabalho.
No contexto atual em que vivemos são muitos os desafios a serem enfrentados para que sejam reconhecidos e garantidos os direitos de cidadania dos povos tradicionais da Amazônia, para que assim, seja possível a manutenção da reprodução social e cultural aliados ao desenvolvimento sustentável, garantindo a sobrevivência dos mesmos.
3. Aspectos Socioambientais da Cadeia Produtiva da andiroba em comunidades ribeirinhas da RESEX do Médio Juruá - Carauari/AM
Historicamente observa-se que a elaboração e implementação de diversas Políticas, Programas e Leis que oferecem uma série de possibilidades e oportunidades de apoio para o extrativismo sustentável, beneficiando toda a cadeia produtiva do manejo de frutos da andiroba. Ressalta-se a importância do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Decreto no 3.991/2001) que objetiva promover o desenvolvimento sustentável de atividades agrícolas e não agrícolas desenvolvidas por agricultores familiares, por meio de linhas de créditos, capacitação técnica entre outras ações.
Por meio da Portaria Interministerial MMA, MDA e MDS no 380/2015, foi criado o Plano Nacional de Fortalecimento das Comunidades Extrativistas e Ribeirinhas (Planafe), que objetiva adequar, articular, integrar e propor ações de acesso às políticas de saúde, educação, infraestrutura social, fomento à produção sustentável, geração de renda e gestão ambiental e territorial das áreas de uso e ocupação tradicional.
Outros Programas que trouxeram benefícios às populações-alvo e que foram importantes para o avanço na implementação de Políticas Públicas foram: o Programa de Apoio à Conservação Ambiental – Bolsa Verde, criado por meio da Lei no 12.512/2011 e Decreto no 7.572/2011, objetiva incentivar a conservação dos ecossistemas; e promover a cidadania, a melhoria das condições de vida e a elevação da renda da população em situação de extrema pobreza que exerça atividades de conservação dos recursos naturais; o Programa Federal de Manejo Florestal Comunitário e Familiar (PMCF), criado pelo Decreto no 6.874/2009, objetiva organizar ações de gestão e fomento para o manejo sustentável em florestas que sejam utilizadas pelos agricultores familiares, assentados da reforma agrária e povos e comunidades tradicionais; O Programa Nacional de Florestas (PNF), criado por meio do Decreto no 3.420/2000), que tem como objetivos estimular o uso sustentável de florestas nativas e plantadas, apoiar as iniciativas econômicas e sociais das populações que vivem em florestas e promover o uso sustentável de florestas de produção, sejam nacionais, estaduais, distritais ou municipais.
Outras Leis que trouxeram positivos impactos e contribuiu para a proteção do conhecimento tradicional dos povos tradicionais foram as Leis: Lei no 10.831/2003, sobre Agricultura Orgânica define as normas técnicas para a produção orgânica e sua estrutura de gestão no âmbito da União, dos estados e do Distrito Federal; Decreto no 25.044/2005, trata-se da Legislação específica da espécie que proíbe, em todo território nacional, o corte, transporte e comercialização de madeira das espécies de andirobeiras.
3.1 A sustentabilidade da Cadeia Produtiva da andiroba na RESEX do Médio Juruá - Carauari/AM
A cadeia de valor dos óleos de sementes tem muita força e importância na região do Médio Juruá, que envolve uma área de cerca de um milhão de hectares na Floresta Amazônica, incluindo territórios indígenas. A produção desses óleos garante trabalho e renda para um número significativo de pessoas que vivem na região e trabalham na floresta de forma sustentável. Além disso, é importante destacar que no início da constituição da cadeia produtiva dos óleos de sementes, no fim da década de 1990, o conhecimento produzido na universidade teve papel preponderante ao levar, por meio de financiamento do CNPQ, um projeto de geração de energia com a utilização dos óleos de sementes, foi a primeira iniciativa para a utilização desses óleos na região.
Depois de 20 anos com um trabalho que integrou moradores das comunidades ribeirinhas da região do Médio Juruá e profissionais da Universidade Federal do Amazonas, a cadeia produtiva dos óleos de sementes se desenvolveu na direção da indústria de cosméticos. Hoje, a Cooperativa Mista de Desenvolvimento Sustentável e Economia Solidária do Médio Juruá (CODAEMJ), que foi criada em 2003, está inserida na bioeconomia global, fornecendo óleos de sementes para importantes empresas do setor de cosméticos.
A CODAEMJ trabalha em parcerias com outras organizações da região como a Associação de Moradores Extrativistas da Reserva Uacari (AMARU). O projeto que desenvolvemos, por meio da elaboração de curtas-metragens, demonstra os principais desafios e oportunidades da produção de óleos de sementes na região, bem como a complexidade de temas inseridos no processo, tais como, governança, logística, relações de gênero, conhecimento tradicional, sustentabilidade, entre outros.
O estudo discute a organização social da cadeia de produção de óleo de andiroba (Carapa spp) em comunidades tradicionais da Amazônia, com o intuito de compreender a cadeia de produção de óleo da referida semente desde o seu início, bem como perceber os desafios socioambientais enfrentados por estes grupos sociais. O lócus de estudo foram as comunidades ribeirinhas do Município de Caraurari-AM, localizadas dentro dos limites da Reserva Extrativista do Médio Juruá.
Buscamos compreender a cadeia de produção dos óleos da andiroba (Carapa spp) permeando todo o seu processo, assim como, perceber os desafios socioambientais enfrentados pelas comunidades ribeirinhas do Município de Caraurari-AM, localizadas dentro dos limites da Reserva Extrativista do Médio Juruá, por meio da criação de vídeos de curta-metragem, eventos de divulgação dos materiais e publicações científicas. No processo de manejo e coleta das sementes da andiroba é realizado uma organização coletiva e divisão social de atividades entre os comunitários, posteriormente ocorre o processo de lavagem, secagem, trituração para em seguida ser extraído o óleo das referidas sementes. As instituições que coordenam a comercialização dessas oleaginosas são: Cooperativa de Desenvolvimento Agro extrativista e de Energia do Médio Juruá (CODAEMJ); Associação dos Moradores Agro extrativistas da RDS Uacari (AMARU) e Associação das Mulheres Agroextrativistas (ASMANJ).
Conforme relatos dos ribeirinhos das comunidades estudadas há uma estimativa de renda familiar mensal de R$2000 a R$3000 com a coleta das sementes da andiroba. As principais atividades realizadas pelos ribeirinhos entrevistados são a agricultura, a coleta de sementes da andiroba e murumuru, o cultivo de plantas medicinais, artesanato e outras formas de manejo de materiais locais. Para Neto e Furtado (2015, p. 160), os povos ribeirinhos vivem em um território em que articulam relações sociais, culturais e políticas a partir das especificidades desses espaços em que “a marca dessa configuração pode ser vista nos comportamentos, na maneira de viver, em sua alimentação, nas crenças, em sua religiosidade etc., específicos daquele espaço”.
No processo de manejo e coleta das sementes da andiroba é realizado uma organização coletiva e divisão social de atividades, ficando os homens responsáveis por ir abrindo o caminho e as mulheres colhendo os frutos para a posterior retirada das sementes para a extração do óleo da andiroba, principalmente entre os meses de janeiro a março, pois caem os frutos bons e a cheia do rio contribui para o acesso aos andirobais, que se dão por meio de canoas ou voadeiras.
Nesse sentido, essa atividade de subsistência contribui para geração de renda familiar aos ribeirinhos das comunidades estudadas, envolvendo os membros do grupo familiar, característicos dos povos ribeirinhos amazônicos. Esse processo de organização da coleta das sementes é importante para o melhor aproveitamento das mesmas de modo sustentável, como não coletar aquelas tem fungos, furos e as que estão germinando, pois nesse caso, a qualidade do óleo é inferior das que não estão germinando, contribuindo ainda para a manutenção da biodiversidade. Segue no Quadro abaixo o processo de extração do óleo de andiroba de modo sustentável, respeitando o tempo da natureza e contribuindo para manter a floresta em pé.
Quadro 2: Manejo sustentável da extração do óleo de andiroba da cadeia produtiva da andiroba na RESEX do Médio Juruá - Carauari/AM
Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados da Pesquisa.
Durante o processo de lavagem, secagem, trituração para posterior extração do óleo das sementes de andiroba é o momento em que os ribeirinhos das comunidades estudadas colocam as sementes em uma bacia, lavam as sementes para retirar as impurezas, deixando-as em uma bacia limpa para a posterior secagem e comercialização para a Cooperativa de Desenvolvimento Agro extrativista e de Energia do Médio Juruá (CODAEMJ), localizada na comunidade do Roque e ainda para a Associação dos Moradores Agro extrativistas da RDS Uacari (AMARU). Após a comercialização, na CODAEMJ, as sementes de andiroba passam pela lavagem, cozinhamento, secagem e trituração, após esse processo, o seguinte passo é levar as sementes para o forno mecanizado, logo após é realizada a extração do óleo de andiroba conforme dados do estudo.
Foi possível observar que a pandemia da Covid19, em concomitância com uma cheia histórica que ocorreu no começo do ano de 2021, afetaram consideravelmente a vida dos ribeirinhos na região do Médio Juruá. No caso da cheia histórica houve uma dificuldade enorme para a atividade da coleta de sementes de andiroba no começo do ano e muitas estruturas de secagem foram danificadas.
A Associação de Mulheres, da comunidade do Roque, realiza diversas atividades de geração de renda para as famílias das ribeirinhas, tais como a fabricação de sabão a partir de óleos de sementes do murumuru e andiroba, utilizados também para a fabricação de limpa alumínio e amaciante, tais iniciativas contribuem para o empoderamento dessas mulheres, além de fomentar ações buscando construir a identidade coletiva e organização social das mesmas. Vale destacar a Associação das Mulheres Agroextrativistas (ASMANJ), criada em 2004, com o intuito de fomentar ações para a promoção de qualidade de vida das mulheres da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uacari e Reserva Extrativista do Médio Juruá, localizadas no Médio Juruá, município de Carauari-AM.
A atividade de coleta de andiroba e murumuru para posterior comercialização para a extração do óleo gera renda e bem-estar social para os comunitários e contribuiu para uma melhor organização social das mulheres que se unem em prol de seus direitos e maior participação nessa atividade, como afirma M. C., entrevistada da comunidade do Roque:
“(...)você ajuda na coleta da andiroba, e todo mundo tem aquela animação pra coletar porque gera renda, e era um dinheirinho para elas comprar as outras coisas que aqui não tem, e é aquela animação e hoje elas também faz... querem também um olheozinho pra fazer as coisas delas, né, em casa, o sabão, as vezes a gente faz o sabonete, a gente faz o limpa alumínio aqui na comunidade, tudo a gente faz através do óleo da andiroba (...)”.
São realizadas capacitações das mulheres em diversas atividades de geração de renda familiar, como artesanato, manejo da pesca do pirarucu, entre outras atividades de fortalecimento de ações voltadas à construção da organização social e política, historicamente e coletivamente construídas pelas ribeirinhas da Amazônia. Segue um relato do processo da fabricação do sabão, detergente, amaciante, limpa alumínio, a partir do óleo de murumuru e andiroba:
“O murumuru, ele não dá o sabão líquido né, ele dá o sabão em pedra, fica bem alvinho, quando o óleo tá limpo mesmo, fica bem alvinho, agora a andiroba, dá o sabão em pedra e dá o sabão em líquido também, aí a gente faz o óleo de cozinha também, daquele que já é utilizado, aí utiliza para fazer o sabão, ela faz desde a banha do jaú, da pirarara, do coro do frango, aí faz o sabão também, aquilo que a gente ia jogar fora né, hoje a gente aprendeu fazer o sabão, então pra gente tudo é uma economia” (E., 41 anos, coletadora).
A partir dos dados apresentados, percebe-se que ainda há grandes desafios quanto ao acesso aos bens e serviços sociais aos povos ribeirinhos da Amazônia. Urge a necessidade de formulação e implementação de Políticas Públicas que valorize os seus princípios e práticas milenarmente adquiridos e transmitidos oralmente e que primem em atender as particularidades desses povos.
Quadro 3: Avanços e Desafios da cadeia produtiva da andiroba na RESEX do Médio Juruá - Carauari/AM
Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados da Pesquisa.
Conforme realizado nas comunidades estudadas urge a necessidade da realização da cadeia produtiva da andiroba de forma sustentável, considerando as especificidades dos povos ribeirinhos, buscando a proteção ambiental, e garantia dos direitos de cidadania dos mesmos. O Quadro abaixo apresentado, são considerados certos aspectos dos saberes, do território, da autonomia relativa, dos princípios culturais e das identidades coletivas, que compõe o modo de vida ribeirinho na Amazônia.
Quadro 4: Elementos do modo de vida ribeirinho considerados na cadeia produtiva da andiroba na RESEX do Médio Juruá - Carauari/AM
Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados da Pesquisa.
Ressalta-se a importância de considerar a participação da comunidade ribeirinha referida em todo o processo da cadeia de produção referida, pois historicamente os povos ribeirinhos, organizados em movimentos sociais, lutam para que sejam reconhecidos seus direitos e o seu modo de vida, e ser partícipe da formulação e implementação de Políticas Públicas é essencial para conhecer as reais demandas desses povos e reconhecer seus saberes, o seu território, sua autonomia relativa, seus princípios culturais e suas identidades coletivas, como nos afirma Almeida (1994, p. 522), “compõem-se, objetivando garantir o efetivo controle de domínios representados como territórios fundamentais a sua identidade, e, inclusive, para alguns deles, a sua afirmação étnica”.
Diante disso, ainda há grandes desafios para que sejam reconhecidos e garantidos os direitos de cidadania das populações tradicionais amazônicas, para que assim haja a possibilidade de manterem sua reprodução social e cultural e a garantia de seus direitos de cidadania. Por meio dos dados obtidos, percebe-se que o incentivo à valorização das cadeias produtivas da sociobiodiversidade nas comunidades estudadas, favorece a geração de renda, melhor qualidade de vida, a organização social e política das comunidades.
Infere-se por meio dos dados expostos, que há resultados importantes na valorização das cadeias da sociobiodiversidade estudadas, sobretudo no manejo dos recursos naturais de forma sustentável; na busca por geração de renda através dos recursos disponíveis na comunidade, atendendo assim, as especificidades desses povos, respeitando suas práticas sociais e saberes.
No entanto, há grandes desafios que precisam ser superados, tais como, a necessidade de maior articulação de Políticas Públicas para garantia dos direitos de cidadania dos ribeirinhos, como o acesso de qualidade a bens e serviços sociais; acesso à incentivos governamentais para a produção local, gerando renda para os ribeirinhos, entre outras problemáticas que necessitam ser atendidas, para garantir aos mesmos, melhores condições de vida e bem-estar social.
Por meio dos saberes sobre o manejo sustentável dos recursos naturais e sua relação de respeito ao tempo de recomposição natural do meio ambiente, os ribeirinhos garantem a sua sobrevivência, o que lhes permite repassar às futuras gerações esse riquíssimo conhecimento e perpetuá-lo enquanto saber essencial a permanência de seus valores e práticas. Nesse sentido, essa relação com o meio ambiente possibilita-o “criar e recriar a própria vida, aspectos do saber que estão para a autonomia do sujeito, da mesma forma que para a autoria do saber-conhecimento” (Sousa, 2017, p. 30).
Urge a necessidade da realização das cadeias produtivas de forma sustentável, como realizado nas comunidades estudadas, considerando as práticas e valores dos povos ribeirinhos, não ocasionando depredação ambiental, concentração de renda, e exclusão social que historicamente se observa na Amazônia, sendo primordial entender esse modo de vida e valorizar suas práticas e valores milenarmente adquiridos e passados de geração a geração.
Conclusiones:
Por meio dos dados obtidos percebe-se que o incentivo à valorização das cadeias produtivas da sociobiodiversidade nas comunidades estudadas favorece a geração de renda, melhora a qualidade de vida, a organização social e política das comunidades estudadas.
Infere-se, por meio dos dados expostos, que há resultados importantes na valorização das cadeias da sociobiodiversidade estudadas, sobretudo no manejo dos recursos naturais de forma sustentável; na busca por geração de renda através dos recursos disponíveis na comunidade, atendendo, assim, as especificidades desses povos, respeitando suas práticas sociais e saberes.
No entanto, há grandes desafios que precisam ser superados, tais como a necessidade de maior articulação de políticas públicas para garantia dos direitos de cidadania dos ribeirinhos, como o acesso de qualidade a bens e serviços sociais; acesso a incentivos governamentais para a produção local, gerando renda para os ribeirinhos, entre outras problemáticas que necessitam ser atendidas, para garantir melhores condições de vida e bem-estar social.
Bibliografía:
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Brandão, D.O.; Barata, L.E.S.; Nobre, I.; Nobre, C.A. (2021). The effects of Amazon deforestation on non-timber forest products. Regional Environmental Change, 21(4), p.1-1.
Conab. (2016) Companhia Nacional de Abastecimento: Compêndio de Estudos Conab/Companhia Nacional de Abastecimento. – v. 1 (2016- ). - Brasília: Conab.
Gottret, Maria Verônica. (2009). Orientación estratégica para organizaciones de productores com enfoque de cadena de valor. In Catie, 2009. Documento de trabalho.
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Neto, Francisco Rente; Furtado, Lourdes Gonçalves. (2015). A ribeirinidade amazônica: algumas reflexões. Cadernos de Campo, São Paulo, n. 24, p. 158-182.
Este estudo tem como objetivo reconstruir a controvérsia científica sobre a emissão de gases de efeito estufa (GEE) por reservatórios de usinas hidrelétricas, tendo como foco dois grupos de cientistas, um deles liderado pelo professor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ,) Luiz Pinguelli Rosa, e outro liderado pelo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Philip Fearnside. O objetivo será relacionar elementos científicos e políticos que participaram ativamente do desenvolvimento da controvérsia. Com isso, compartilhamos com modelos analíticos de estudos de controvérsia a premissa de que tais eventos não são somente científicos, mas também políticos, e se misturam nas dinâmicas de abertura e fechamento das controvérsias. Para tanto, utilizamos como documentos de análise os artigos publicados pela revista Climate Change, periódico que não somente recebeu e publicou os artigos dos contendentes e seus grupos, como emitiu comentários editoriais sobre a controvérsia.
#01034 |
La transición ecosocial en las cadenas generalistas de T.V con cobertura estatal en España
Sara López Gómez1
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Lara Espinar Medina
1
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Lidia Peralta García
2
1 - Universidad de Málaga.2 - Universidad de Castilla-La Mancha.
El deterioro medioambiental producto de las economías extractivistas y la alta dependencia de los combustibles fósiles ponen en riesgo la vida en el planeta tal cual la conocemos. La transición ecosocial, es, por tanto, un necesario viraje hacia modelos de vida que sitúan en el centro el bienestar de los ecosistemas, así como de los seres humanos y no humanos que los habitan, entendiendo tanto las relaciones de reciprocidad, ecodependencia e interdependencia, como los límites biofísicos de la tierra. (Herrero, 2013). Es bien conocido el papel que juegan los medios de información a la hora de consolidar y difundir marcos mentales en la ciudadanía, por lo que se hace urgente la incorporación de narrativas que permitan transitar de las lógicas economicistas actuales, a nuevas consideraciones éticas con la naturaleza. Con el objetivo de conocer si esas narrativas se están incorporando, o no, en la agenda mediática española, se han analizado durante cuatro semanas alternadas del año 2021 las parrillas de programación e informativos de las principales televisiones del país; TVE1, La 2, Antena 3, Cuatro, Telecinco y La Sexta. Se han identificado los programas que tienen por finalidad la promoción de iniciativas y hábitos ecológicos, y las noticias relacionadas con temáticas que puedan favorecer la transición ecosocial. Los resultados son preocupantes, la presencia de temáticas ecológicas o que incidan en transformaciones ecosociales representan un porcentaje ínfimo, tanto en los informativos; menos del 4% del total de noticias, como en las programaciones, con sólo 2 cadenas, en concreto las públicas, de las 6 analizadas, con programas de tipo ecológico que no alcanzan a sumar un 2% de su total de programación. Por el contrario, las temáticas más abordadas en los informativos son “sanidad”, “política” y “sucesos”, y en lo que respecta a las parrillas de programación, priman los contenidos de “entretenimiento", “cine”, “infoentretenimiento”, “realities” y “concursos”, aunque es posible distinguir una mayor emisión de “documentales” y “programas de investigación” en las cadenas públicas, en comparación con las privadas.La transición ecosocial requiere de un proceso colectivo, inventivo y creativo sin precedentes, sustentado en; la ética ecológica que le fundamenta y da sentido; la estética permacultural que le ofrece identidad y permite diseñar modos de antropización sostenible, y la política ecológica o ecosocial, que viabiliza nuevas formas de autoorganización social más resilientes. (Albelda, Sgaramella y Parreño, 2019). Sin la comunicación de su lado, como articuladora de sentido y constructuctora de imaginarios del cambio social, será imposible llevar a cabo esta transformación. Esta investigación forma parte de la aplicación de Irscom (Indicador de Rentabilidad Social en Comunicación) a cadenas de televisión, del grupo de investigación LabCOMandalucía de la Universidad de Málaga.
11:00 - 13:00
GT_14- Medio Ambiente, Economías Solidarias y Desarrollo Sostenible
#01140 |
Diálogo en el territorio: entre la transformación y el cuidado.
Laura Catalina León Carlos1
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Angela Sofia Pirachican Martinez
1
La categoría de ambiente ha tomado relevancia en los últimos años, debido a las problemáticas de cambio climático, deforestación, minería, entre otros, esto conlleva a enfrentarse a una realidad de cambio e incertidumbre, no solamente entre los habitantes, sino que esto empieza a impactar tanto la esfera pública como la privada. Por ende, este escrito se enmarca desde el escenario colombiano, comenzando con la intervención de la comunidad y la acción colectiva, en busca del bien común en las problemáticas socioambientales; de modo que, esta ponencia busca ser un medio de cuestionamiento respecto a las problemáticas ambientales enlazadas a la transformación social, buscando nuevas líneas de tejido social mediatizado por la priorización de estas categorías, visibilizando el papel de la comunidad históricamente y poniendo en relevancia la importancia de tratar estas temáticas no ha futuro, sino desde la realidad concreta.En efecto, este trabajo se centro en los humedales Juan Amarillo y La Conejera, espacios ubicados en la ciudad de Bogotá - Colombia, estas zonas son características, ya que cuentan con una extensa biodiversidad, la cual se ha visto afectada por la disminución de sus afluentes primarios, alteración de la flora y fauna por especies invasivas, conflictos socioambientales mediatizados por la urbanización que aumenta en estos espacios y la percepción de la sociedad en relacion a los cambios de políticas publicas que impactan en estas zonas. Por ende, se aplicó una metodología mixta, que contribuye en el análisis de los datos desde una perspectiva interdisciplinar, tomando en relación las categorías centrales de transformaciones socioambientales, cuidado y memoria transversalizadas por el diálogo territorial, donde se parte del IAP para analizar la posición de cada actor inmerso en la problemática y hacer un recorrido de diálogo, entre las transformaciones que se han dado y los instrumentos que se pueden reconocer dentro del proceso, así mismo se hará desde lo cuantitativo un análisis de cuestionarios y de bases de datos institucionales, con el fin de generar un campo investigativo amplio y unos hallazgos relevantes para el fortalecimiento de la temática ambiental. Para concluir, es importante mencionar las bases conceptuales en las que se va a trabajar, empezando por Giddens y Lefebvre y el aporte de las transformaciones socioambientales y las visiones de lo rural y lo urbano, en segundo momento la visión de Svampa, Calix y Lovelock y su contribución desde la participación del sujeto y el desarrollo en el territorio a través del cuidado y por último se tomó en consideración Julio Carrizosa para el análisis de desarrollo y memoria ambiental.
#01143 |
Experiencias de economía social y solidaria en iniciativas agroalimentarias en Michoacán en tiempos de pandemia
En medio de la pandemia se tuvo la oportunidad de participar en un proyecto de investigación de una convocatoria emergente del conacyt para identificar las redes alternativas en medio de una situación emergente. El objetivo fue identificar, describir y sistematizar las estrategias de pervivencia y adaptabilidad. Se tuvo un acercamiento con cerca de 40 iniciativas a través de cuestionarios y entrevistas, información que contribuyó a un proceso de retroalimentación y diálogo fructífero. Se identificarony categorizaron distintas experiencias en varias ciudades del estado de Michoacán. Esta investigación expone la presencia de de diversas experiencias en de redes agroalimentarias de Michoacán, así como las estrategias , acciones y retos que se han implementado para persistir durante la pandemia.
#01474 |
A cultura da convivência com o Semiárido como paradigma socioecológico no rural do Nordeste brasileiro
ANTONIO GOMES BARBOSA1
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DAVID GALLAR HERNÁNDEZ
2
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PAULO FREDERICO PETERSEN
3
1 - Articulação Semiárido Brasileiro - ASA.2 - Universidade de Córdoba.3 - Agricultura Familiar e Agroecologia - ASPTA.
O presente artigo versa sobre dois paradigmas em disputa no Semiárido brasileiro: o do “combate à seca”, dominante, e o da “convivência com o Semiárido”. Analisar as práticas e princípios do paradigma da “Convivência com o Semiárido” em conflito com o paradigma do “Combate à seca” se mostra estratégico para possíveis formulação de caminhos práticos e teóricos na construção de relações mais harmônicas, ou não, entre a espécie humana e o ambiente ecológico em que está envolvida.O objetivo central deste estudo é analisar as características, a evolução, os resultados e os impactos de cada paradigma, de modo a conhecer os sujeitos sociais envolvidos, suas lógicas, práticas, percepções e representações sociais.Por um lado, o paradigma do “Combate à seca” propõe alterar todas as condições do bioma, aumentar a capacidade de água disponível, substituir vegetação, solos, animais, e ao mesmo tempo, as formas de se organizar, criar, plantar e manejar os recursos naturais e as paisagens nos territórios. Essa proposta se materializa na construção de grandes açudes, barragens, perfuração de poços, transposição de águas e distribuição de cestas básicas, carro-pipa e frentes de serviço.Numa outra lógica, no paradigma da “convivência com o Semiárido” as populações rurais, portadoras de um vasto saber, geração após geração, foram desafiadas a exercitar a criatividade a tornar seus agroecossistemas produtivos dentro destas mesmas condições, ajustados às especificidades ecológicas, sociais, culturais e econômicas da região. Sob essa lógica, as condições bioclimáticas não são as determinantes das situações de vulnerabilidade social dos grupos e comunidades no Semiárido, podendo ser alteradas a partir de ações políticas e organizativas com potencial para impactar e modificar tal realidade. A convivência com o Semiárido tem na inovação camponesa sua base material, que sistematizada por organizações e intercambiada entre os mesmos, ganha força teórica, e quando ampliada sua escala, pode chegar a ser uma política pública. É o caso do Programa Um Milhão de Cisternas; ou do Programa Uma Terra e Duas Águas, ampliando a produção de alimentos de base agroecológica, valorizam os recursos locais, fortalecem as dinâmicas de segurança e soberania alimentar, e ampliando os processos de reciprocidade nas comunidades e de comercialização em dinâmicas de mercados de circuitos curtos.Este artigo é resultado de uma pesquisa qualitativa desenvolvida por meio de investigação participante se valendo de análise documental e de métodos etnográficos.
#01488 |
Gobernanza, consejos consultivos municipales de medio ambiente y lógicas renovadas de pensar-actuar en lo socioambiental. Una reflexión sociológica a partir de la 4T.
Danú Alberto Fabre Platas1
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Gonzalo Ortega Pineda
2
1 - Instituto de Investigaciones y Estudios Superiores Económicos y Sociales (IIESES).2 - IUV Universidad.
Nuestro trabajo plantea, en un primer momento, un acercamiento teórico y operativo del concepto de gobernanza. En un segundo momento muestran las lógicas internas que dan vida a los consejos consultivos en el contexto de la administración gubernamental, como un mecanismo para fomentar la participación ciudadana dentro de la política pública, describiendo un “deber ser”, contenido en el plan nacional de desarrollo. Un tercer momento que nos refiere a las escalas municipales como reflejo de la acción de ese ejercicio de política pública. Y un último momento en el que pretendemos triangular analíticamente estos tres momentos previos, intentando colocar en la mesa alguna reflexión crítica y propositiva.En esta postura de ejercer una política pública, se asume la emergencia de una nueva relación entre Estado y sociedad, en la que el Estado, deje de ser el centralizador del poder político y se articule con los intereses colectivos, generando confianza, siendo esta, una categoría analítica sumamente rica, sobre todo si la asociamos al ejercicio de una esperanza como construcción de realidades alternas o a la de gobernanza como elemento fundamental en la de-construcción de horizontes zemelmanianos de futuro posibles.Esta estrategia de gestión de los asuntos públicos y de las formas de “hacer”, se sostiene sobre la transparencia y la participación de la sociedad civil en lo local, lo regional, lo nacional y lo internacional, pero, además demanda la participación de la sociedad en acciones públicas que le afectan directamente. Requiere de relaciones horizontales y la búsqueda de equilibrio entre poder público y sociedad civil. Requiere de la expansión de las organizaciones no gubernamentales implicadas en asuntos de orden público ahora, junto con la emergencia de iniciativas comunitarias locales. La interacción y las interdependencias entre estos diversos actores públicos y privados es fundamental, e implica que las personas puedan participar en la toma de decisiones posibilitando el aseguramiento de ciertos niveles de comunalidad; condición mínima para una vida digna, así como la trascendencia de las políticas a lo largo del tiempo. Esta condición de ejercicio del poder requiere, sin duda, que los ciudadanos asuman en ese contexto cierta noción de libertad de expresión, de asociación, un respeto y fortalecimiento de sus derechos humanos por parte de los organismos que los regulan, así como de un proceso constante comunicación entre los que gobiernan, los que deciden, los que hacen y los que viven en este contexto.Este proceso puede ser democrático si y sólo si se tiene los medios para participar de manera popular (atendiendo al concepto de Gilberto Jiménez) en el establecimiento, seguimiento y observancia de las metas propuestas; bajo un riguroso proceso de rendición de cuentas que permite evaluar las actividades de quienes actúan en nombre del público.
#01620 |
Estrategias de acción popular en los humedales: apropiación territorial como respuesta a la relación ser humano y naturaleza
El enfoque antropocentrista que ha determinado la forma en la que las sociedades capitalistas se han relacionado con el ambiente, ha sido uno de los factores perpetradores del daño irreversible al entorno natural. Principalmente, este enfoque ha reproducido la explotación y dominación de la naturaleza y algunas dinámicas violentas de carácter estructural que provocan la persistencia de los conflictos socioambientales. Sin embargo, ante este panorama emergen procesos comunitarios de apropiación y reivindicación de los territorios y cuidado de la naturaleza por medio de la acción colectiva para enfrentar la crisis climática. La ciudad de Bogotá no es ajena a esto. Por ser una ciudad construida sobre aproximadamente 50.000 hectáreas de humedal y haber conservado en su urbe algunas de estas, han surgido procesos que buscan la recuperación y protección de los 15 humedales (11RAMSAR) que quedan en Bogotá.. Por tanto, presente ponencia busca compartir la experiencia del proyecto social “Apropiación en la tierra de la abundancia: Humedal Jaboque” como ejemplo de resistencia frente a los conflictos socioambientales locales ocasionados por la masiva expansión y contaminación urbana ,la ponencia destaca los procesos de acción colectiva vinculada a procesos de recuperación y apropiación de espacios ambientales a partir del fortalecimiento de redes comunitarias en el humedal Jaboque. Por esta razón la ponencia evidencia que la acción popular en el humedal Jaboque surge como respuesta frente a la crisis ambiental, y la ausencia de apropiación de los espacios mercantilizados y explotados en la ciudad, por ende puso en duda las contradicciones inherentes de la relación ser humano y naturaleza. Lo anterior se logra a partir de la metodología de IAP que fue transversal en las actividades, talleres, y encuentros realizados, en los que como producto se encuentra un video documental de experiencias, una galería de los procesos y la construcción final de un diario ecológico que nace de sentires y pensares de la comunidad aledaña al humedal. Fue así cómo se cumplió el objetivo principal: Generar apropiación territorial en el Humedal Jaboque, y reivindicar a los movimientos sociales y la acción colectiva, como respuesta a la amenaza ambiental. Por último, la importancia de esta ponencia está en la concientización sobre los conflictos socioambientales, los efectos de la expansión urbana y el daño irreversible al entorno natural que contribuye a la injusticia ambiental en la ciudad; dando a su vez un reconocimiento del entorno natural como sujeto de derechos que permea las cotidianidades y preocupaciones sociales que crecieron debido al confinamiento por COVID - 19, visibilizando a su vez, la forma en que la apropiación territorial en base a la acción popular, transforma la significación y relación de la ciudadanía con los humedales, enfocándose en el cuidado ambiental y de la naturaleza.
13:00 - 15:00
GT_14- Medio Ambiente, Economías Solidarias y Desarrollo Sostenible
#01913 |
Guardianes de los recursos hídricos en las faldas del Galeras, una perspectiva de preservación desde lo local.
Las comunidades indígenas son fundamentales en la interculturalidad colombiana, de la misma manera juegan un papel importante en prácticas de conservación de los recursos naturales, esto a fin de que la crisis climática y ambiental se agudiza cada vez más en el planeta, por lo cual es necesario que cada una de las personas contribuya al cuidado y preservación del agua. En el corregimiento de Genoy, ubicado en las faldas del volcán Galeras, en la ciudad de San Juan de Pasto del departamento de Nariño al suroccidente de Colombia, la comunidad del cabildo indigena del corregimiento de Genoy tiene la iniciativa de liderar y ejecutar acciones para la preservación de las fuentes hídricas naturales que abastecen a la comunidad del corregimiento y veredas aledañas, brindando la posibilidad de acceder permanentemente al agua como líquido fundamental del sustento y supervivencia de todo ser vivo.Dentro de las prácticas de conservación llevadas a cabo por la comunidad del cabildo indigena del corregimiento de Genoy se encuentran la reforestación en la parte alta del volcán, cerca del páramo galeras, así como también la compra de predios cerca a la zona mencionada, jornadas de trabajo comunitario (mingas) para realizar la limpieza y mantenimiento de los principales cauces de agua, recolección de basuras y sensibilización con todas las personas que desisten de participar de las actividades mencionadas, cabe resaltar que para el desarrollo de estas actividades el cabildo indígena funciona de manera autónoma sin intervención estatal, al igual que el acueducto comunitario de Genoy que por medio de mingas y aportes de la misma comunidad puede almacenar agua potable para su posterior distribución, esto, a pesar de que existen políticas nacionales como la Gestión Integral del Recurso Hídrico GIRH, la Política Nacional para la Gestión Integral del Recurso Hídrico (2010 – 2022) las cuales orientan la ejecución de políticas que favorecen la preservación del agua. La presente ponencia presenta los resultados parciales de un proceso de investigación el cual se está llevando a cabo orientado con la pregunta problematizadora ¿Cómo la comunidad del cabildo indígena del corregimiento de Genoy del municipio de Pasto, ha actuado frente a la conservación de fuentes hídricas naturales entre 2015 - 2020?, teniendo en cuenta autores como Criado, D. & Herrera, S. (2014) y Rodrigues, J. Serna, J. y Sanchez, J. (2016), los cuales aportan aspectos fundamentales para la investigación.
Introducción:
La urbanización en Colombia es un caso particular en américa latina,ya que a diferencia de los otros países donde la urbanización se dio de forma más centralizada, en Colombia, son varias las ciudades a parte de la capital las que tienen crecimientos notables de población, esto debido a la geografía que tiene el país ya que es atravesado por el sistema montañoso andino, el cual se convierte en una barrera natural para el acceso al centro del país produciendo que las migraciones sean entre las regiones y dentro de estas, a pesar de esto, cabe resaltar que es Bogotá la ciudad que tiene mayor crecimiento de la población.
Es a partir de la década de los años 50’ y aproximadamente hasta los años 70’ donde las principales ciudades del país ubicadas en diferentes regiones tienen un crecimiento poblacional muy notable, esto tuvo que ver con que el país al entrar a la segunda mitad del siglo XX estaba atravesando el periodo conocido como la Violencia, el cual también influyo en las migraciones presentadas, pero no solo eso, el manejo del país en años anteriores hizo que entre 1951 y 1970 gran parte de la población rural de Colombia decidiera migrar a las urbes más cercanas en busca de mejores servicios y oportunidades para el desarrollo personal, profesional y familiar.
Podemos encontrar entonces que en el periodo mencionado, factores como la educación no tenía una total cobertura en las zonas rurales, ante esto, con el frente nacional a partir de 1958 se le hace una mayor inversión, eliminando la diferencia que existía entre la educación rural y la urbana y conjuntamente con esto implementando la primaria unificada de grado primero a quinto; en cuanto a la secundaria, tuvo mayor crecimiento en las ciudades, lo que llevo a que los jóvenes que querían seguir estudiando se desplacen a las urbes más cercanas para seguir su formación, lo anterior teniendo en cuenta que la educación le daba más oportunidades a las personas para salir de la zona rural por la preparación y las oportunidades a las cuales podían acceder.
Por otro lado podemos encontrar la conectividad terrestre que en los años 50’ se implementa una política para mejorar y ampliar la malla vial del país, con el objetivo de mejorar la conectividad entre las regiones del país y al mismo tiempo de estas con el centro, esto permitió que se mejore el comercio de los productos obtenidos en las zonas rurales, provocando que la población migre a las ciudades por motivos comerciales y de la misma manera comience a formar colonias.
Durante el frente nacional y en la década de 1960 comienzan a surgir grupos armados al margen de la ley conocidos como guerrillas, estos con su violencia armada, las extorciones y la expropiación de terrenos hicieronque los habitantes de los municipios y veredas rurales se veanen la necesidad de salir a las ciudades en busca de nuevas oportunidades y el acceso a mejores servicios.
El manejo de aranceles a la industria y la agricultura fue una de las iniciativas que tuvo el gobierno nacional para intentar mejorar las oportunidades y las condiciones en las que se encontraban los campesinos y las industrias colombianas, esta iniciativa tuvo más efecto en la parte industrial que en la agropecuaria, ya que por falta de una política de desarrollo a largo plazo esto no brindó las oportunidades necesarias, incluso con la reforma agraria que se realizó en la década de 1960 para la mejor distribución de la tierra y con esto hacer que aporten a la economía nacional con la comercialización de productos del campo.
Los temas relacionados anteriormente serán abordados en la presente ponencia comprendiendo el periodo de tiempo entre 1951 y 1970, los cuales, marcan una diferencia relevante en el desarrollo social, cultural y económico de Colombia en el siglo XX, de la misma manera, se tratara de dar respuesta a la pregunta: ¿Cuáles pudieron ser las políticas que ayudaron a incrementar la migración rural- urbana en Colombia entre1951 y 1970?, la cual fue planteada para el desarrollo de la presente investigación.
Desarrollo:
Educación rural
A lo largo de la primera mitad del siglo XX la cobertura de la educación quedó completamente a manos del gobierno, relegando a la iglesia católica de su encargo, el gobierno intentómejorar la cobertura de la educaciónrural y urbana de las cuales fue la educación citadina la que tuvo mayor desarrollo, la alfabetización se incrementó entre 1958 y 1970 con el frente nacional, sin embargo la educación rural en pocos casos se extendió hasta la educación secundaria, sumado a esto la educación primaria era deficiente en su preparación que, esta es una de las principales causas que provoco que las personas y sobre todo a los jóvenes quienes eran de descendencia campesina decidieran salir a las principales ciudades con expectativas a mejorar su educación formal y encontrar mejores oportunidades de empleo.
Teniendo en cuenta que “la escolaridad contribuye a la migración del campo a la ciudad, en la medida en que prepara a las personas para responder a las oportunidades de empleo en la ciudad, y aumenta los niveles de información sobre las formas de vida en la ciudad” (Banguero. 2013. p 25), se puede deducir que las personas que adquirían un nivel de formación primaria en las zonas rurales lograban tener ciertasventajas para movilizarse a las urbes más cercanas o a las que pudiera encontrar mejores oportunidades para su desarrollo personal y en otros casos familiar también. Pero los migrantes muchas veces se encontraban con una dificultad y es que están en desventaja por su formación primaria ya que la educación de los citadinos en la mayoría de los casos iba hasta secundaria, lo cual influía a la hora de conseguir empleo y de la misma manera en los ingresos económicos a los que podían acceder.
A partir de la década de los 50’ Colombia comienza mejorar la educación a nivel nacional en las zonas rurales y urbanas; se crea la Oficina Sectorial Planeación Educativa dentro del Ministerio de Educación encargada de los planes de desarrollo del sector educativo, también en 1963 se suprime la discriminación legal entre educación urbana y rural y se regresa a la primaria unificada de los años 30’ implementándose “la unificación de la escuela primaria cinco años tanto en el área urbana como rural y en la división de la secundaria en dos ciclos uno orientado a carreras prácticas y técnicas y el otro ala universidad y escuelas normales” (Ramírez y Téllez. 2006. p 52) esto también se ve reflejado por el incremento al presupuesto de la educación que el gobierno realizo en los años 50, pasando de 8.6% en 1950 a 19.4% en 1976.
Por otra parte, el gobierno les exigió a los municipios y departamentos destinar un rubro de su presupuesto para la educación, lo que quiere decir que durante los dieciséis años comprendidos el incremento del presupuesto ayudo a que mejoraran las escuelas y colegios del país, esto conllevó a que los jóvenes que terminaban su primaria, posteriormente buscasen la forma de seguir su educación secundaria independientemente de la edad ya que podían acceder a mejores oportunidades laborales con los ciclos ofrecidos en la secundaria, a lo anterior se le suma la creación de los Institutos Nacionales de Enseñanza Media Diversificada (INEM) con los cuales se “intenta promover la diversificación y modernización de la enseñanza media y favorecer a las clases menos favorecidas” (Ramírez y Téllez. 2006. Pp. 53 -54) haciendo que las personas que llegaban de las zonasrurales a continuar con su formación educativa en las ciudades puedan acceder a esta con menos dificultades.
Con la deficiencia de la educación rural podían encontrarse en cierta desventaja y hacía que tengan que nivelarse en ciertos aspectos educativos, sobre todo en los contenidos manejados en las escuelas, con la unificación de la escuela primaria a nivel nacional los indicadores daban a conocer grandes mejoras de cobertura de la educación primaria, “durante este período los alumnos matriculados en primaria aumentaron de 808.494 en 1950 a 4.223.959 en 1976 y en secundaria aumentaron de 77.311 a 1.418.091 en el mismo período” (Ramírez y Téllez.2006. p 47) sin embargo departamentos que se encuentran geográfica y espacialmente más descentralizados o a la periferia del país como Atlántico, Bolívar, Cauca y Nariño mostraban una relación de estudiantes matriculados respecto su población por debajo de los indicadores nacionales.
Conectividad terrestre
La primera mitad del siglo XX en Colombia se caracterizó por una infraestructura vial deficiente, esto impedía que zonas rurales y más específicamente las zonas periféricas del país no tuvieran las facilidades de movilidad a las principales urbes de las regiones; una infraestructura vial bien estructurada les permitía “ampliar el mercado de productos, especialmente agrícolas, ofrecer mano de obra, acceder a servicios médicos básicos, así como también a servicios de educación de mejor calidad” (Pérez. 2005. p 2) así que la población rural debido a la deficiencia en las vías de comunicación terrestrestenía muy limitadoslos servicios anteriormente nombrados, y en cuestiones económicas esto implica “una reducción de costos en las actividades de integración de los mercados de insumos (tales como materias primas y mano de obra) con mercados de bienes intermedios y finales localizados en poblaciones distintas” (Pérez. 2005. p 2.).
A partir de los años 50’ comienza un incremento en la infraestructura vial, con su adecuación, pavimentación y en muchas ocasiones con la realización de vías nuevas, a pesar de las dificultades geográficas que encontramos en el territorio colombiano para la conectividad del centro con las periferias se logró construir más de 4600 km de vías, pero sin embargo la centralización política que ha caracterizado a Colombia hizo que la mayor parte de esta infraestructura se desarrolle alrededor de las principales ciudades del país, dejando en segundo y tercer plano a departamentos conjuntamente con su correspondiente infraestructura vial los cuales se encuentran territorialmente en la periferia y que por ende la inversión estatal ha sido mínima, afectando también la comercialización a otras regiones del país.
Teniendo en cuenta esta característica, es que las migraciones también se dieron entre regiones, teniendo a las cordilleras como una barrera natural para el desplazamiento de las personas, lo que hacía que el viaje fuera más difícil y costoso, y teniendo en cuenta que las personas que salían de sus zonas rurales a las zonas urbanas tenían pocos recursos económicos y salían principalmente a buscar alternativas para mejorar su vida, “para obtener recursos, se procedió en 1954 al cobro de peajes en las carreteras nacionales” (Bravo. 2014) con lo cual se logra obtener más presupuesto para la construcción y adecuación de las vías principalmente nacionales.
En la década siguiente aumentó la conectividad de las regiones al interior del país, ya que se miró que las vías eran el principal “instrumento de interconexión regional que permite la integración de los mercados localizados en diferentes zonas del país” (Peréz. 2005. p 7). Así, se presentaron nuevas oportunidades para las comunidades ruralesde poder salir ala ciudad, no soloa buscar trabajo, nuevas oportunidades y mejores servicios, sino que también podían ir a comercializar sus productos que en su mayoría obtenido de las cosechas y ganadería, a los mercados municipales y de esta manera poder llevar el sustento diario.
El crecimiento de la malla vial se prestó para que los grupos grandes de migrantes provenientes de las zonas más alejadas conformen las llamadas “colonias” en la ciudad, teniendouna participación más activa en la urbe, de esta manera accedían a mejores servicios como vivienda, salud y educación, esta condición les daba la oportunidad de viajar a sus lugares de origen cada fin de semana o fin de mes debido a sus condiciones económicas y laborales.
Con el incremento vial y la centralización manejada en los recursos para las obras como ya se ha señalado anteriormente, además de las barreras naturales que es el sistema montañoso andino que atraviesa al país, se puede evidenciar un crecimiento en las principales ciudades que están ubicadas en cada región, (Banguero 2013, p 24) nos dice que la participación de la ciudadanía en 4 ciudades principales del país (Cali, Medellín, Barranquilla, Bogotá) aumenta entre 1951 – 1973, siendo Bogotá la urbe que más crecimiento tiene con 43,7% en 1951 a 51,5% en 1973, a excepción de Barranquilla que mermó su participación ciudadana, las demás ciudades mantuvieron se mantuvieron en el intervalo de participación de 1951.
Esto quiere decir que en el periodo de 1951 a 1970 el cual trabaja la presente ponencia fue un periodo de incremento notable en la población principalmente de Bogotá, ya que siendo una ciudad capital las personas de las regiones que son más cercanas a esta y se les facilita la migración, se pueden encontrar mejores opciones para laborar y acceder a servicios como salud, educación y un trabajo que remunere lo suficiente para mantener a una personaprincipalmente y en ciertos casos a las familias.
Conflictos armados
En las zonas rurales del país a parte del pulpito era necesario recurrir a las plazas principales de cada pueblo o municipio, donde era el “único escenario en el cual podían oír de asuntos que trascendieran los horizontes de su vereda y su localidad, era su único punto de contacto con la “gente ilustrada”, con los “doctores” de la ciudad.” (Sánchez. 1990) de esta manera Jorge Eliecer Gaitánen su campaña presidencial le sacó provechoa esta característica para mover y politizar al pueblo, de esta manera gran parte de la población rural le dio apoyo y siguieron a este caudillo liberal quien daba esperanzas de cambio a la hora de recitar sus discursos.
Con su asesinato en 1948 se da una “rebelión” en donde la violencia bipartidista ejercida por liberales y conservadores se intensifica formando a las guerrillas liberales y a los comunistas, parecieraque el fin político de estos partidos ya no fuera tan político, pues “cuanto más se acentúa el contenido partidista de las oposiciones tanto más se despoja a éstas de su potencial político” (Sánchez. 1990), de la misma manera se incrementa las políticas de terror desarrolladas en todo país, estas se vieron reflejadas en:
La lógica de aniquilación de lo social y supresión de lo político, eliminandolas acciones que partidos políticos habían llevado a poblaciones alejadas, respondiendo a la dinámica de las solidaridades comunitarias y haciendo mejor presencia que el estado.Elconjunto de dispositivos ideológicos legales y de coercióncon el fin de desalentar y sofocar los movimientos obreros, sociales y campesinos.La generalización de la represión la cual reflejaba indicios de exterminio contra el Gaitanismo y la izquierda política, esto incentivo a la formación de las guerrillas como una forma de defensa.
Con esta persecución hacia los simpatizantes de izquierda y siendo la gran parte de zonas rurales, se conformaron las guerrillas liberales, en la necesidad de defender sus territorios, familias, principios políticos y en contrade la homogeneización del país que pretendían hacer los conservadores, con estas características políticas se comienza a acelerar el proceso migratorio hacia las ciudades principales del país, salían familias completas o personas independientes, sobretodo menores a 40 años, aunque el riesgo de enfrentarse con personas del partido contrario siempre estaba presente en zonas urbanas y rurales.
Dentro de esta política del terror y la homogeneización del país se puede notar las siguientes características de las políticas conservadoras:
Una estrategia y programación del terror, con Laureano Gómez (conservador) quien desde su campaña repetíala frase “hay un millón ochocientas mil cédulas falsas” con la cual daba a entender que despojaría de la ciudadanía al partido mayoritario del país.Agentes del terror, generalmente militares o fuerzas combinadas que perseguían y asolaban pueblos, sembrando el miedo en las zonas rurales.Bandas del terror que ejecutaban la muerte por encargo de políticos, terratenientes y comerciantes, los famosos “pájaros”.Los “rituales del terror” que consistían en hacer sufrira los contrarios lo suficiente para que sea un dolor aleccionador antes de su muerte, junto con esto se caracterizan herramientas utilizadas paraque el dolor sea más fuerte.
Posteriormente en la década de los 60 se expide la ley 48 de 1968 “Por la cual se adopta como legislación permanente algunos decretos legislativos, se otorgan facultades al presidente de la República y a las Asambleas, se introducen reformas al Código Sustantivo del trabajo y se dictan otras disposiciones.” (Ley 48, 1968. p 1) en donde el decreto legislativo 3398 de 1965 “Por el cual se organiza la defensa nacional” (decreto 3398, 1965. p 1) fue convertido en legislación permanente.
Mediante este, desde el gobierno nacional se le dan ciertas libertades a la población civil para la defensa nacional y civil del país, como lo menciona el decreto 3398 de 1965 art. 1 p 1: “Defensa nacional es la organización y previsión del empleo de todos los habitantes y recursos del país, desde tiempo de paz, para garantizar la independencia nacional y la estabilidad de las instituciones” y en el art. 3: “Todos los colombianos están obligados a participar activamente en la defensa nacional, cuando las necesidades públicas lo exijan para defender la independencia nacional y las instituciones patrias”.
Tomando este decreto como vía libre ante una forma de favorecer y mejorar la defensa nacional de Colombia, los paramilitares de la época aprovecharon para fortalecerse, siguiendo con la protección a la propiedad privada y específicamente a los terratenientes de las zonas donde las guerrillas como las FARC, y el ELN comenzaban a tomar fuerza y a extorsionar a grandes hacendados para su financiación.
Aunque los paramilitares de los 60 no estaban tan estructurados como los de los años 90 en adelante, si tuvieron sus repercusiones en las poblaciones donde hacían presencia, ya que dejada un poco el conflicto bipartidista de los 50 todas las personas se había quedado con ese ideal político, además que no existía una fuerza política alternativa, una de las razones por lo cual se armaron los grupos guerrilleros.
Este decreto también permitía que el estado utilizara a la población civil para la defensa nacional, lo que le permitía utilizar varios grupos de personas civiles sin importar si pertenecían o no a las fuerzas militares estatales o sin importar si es hombre o mujer para combatir a grupos los grupos guerrilleros que alteraban el orden estatal; en las poblaciones donde guerrilla, ejercito y paramilitares hicieron presencia, se comenzó con unaafectación a la población civil, aunque gran parte de la población decidía formar parte de la guerrilla por sus ideales o porque miraban en estos una opción de vida, otra parte decidía ser parte de los paramilitares, ya por defenderse de los guerrilleros y no perder su propiedad.
Todo este conflicto que comienza a surgir es de los primeros causales del desplazamiento forzado que se incrementa en años posteriores, ante la faltade presencia y ayuda estatal la población se vio en la necesidad de dejar sus territorios originarios, de esta manera es como comenzaron los primeros desplazamientos forzados en el país.
Manejo de altos aranceles a la industria y la agricultura
Durante el periodo de 1951 - 1970, Colombia se ve envuelta en un proceso migratorio del campo a las ciudades de tal forma que, este proceso se lo mira como una especie de invasión por la velocidad en que la gente llegaba a las principales urbesde sus regiones. Por partedel gobierno nacional en la década de los 50 se optó por una política de proteccionismo a la industria y la agricultura la cual tuvo más favorecimiento a la industria, viéndose “obstaculizado el desarrollo de la agricultura al ser capturado parte de sus excedentes a través de tasas de cambio subvaluadas y preciosaltos de los insumosy los bienes de capitallocales para los agricultores” (Kalmanovitz y Lopez. s.f. p 11), lo anterior teniendo en cuenta que el país pasaba por un proceso de fortalecimiento de la industria, el cual se estaba adentrando en gran parte de las labores humanas.
La agricultura por su lado también se le pedían procedimientos de industrialización en sus actividades, tales como el uso de nuevas máquinas para diferentes actividades, solo que este proceso no tuvo tanta fuerza para causar un gran impacto y transformación en las actividades agrícolas. Por otra parte, las empresas que se encontraban en las ciudades comenzaron a extenderse y con ello a necesitar mejor mano de obra, lo cual llamaba bastante a la gente, sobre todo si tenía estudios en primaria o bachillerato que en la época era un privilegio.
El proteccionismo que se le da a la industriay la agricultura tienen manejos semejantes los cuales les permitieron avanzar a las dos partes, pero por falta de condiciones para el desarrollo a largo plazo dicho avance no duro mucho, sobre todo en la agricultura; también en la década siguiente correspondiente a los años 60 debido al conflicto armado que estabacomenzando el cual “desgastó la producción agrícola,cafetalera e industrial, redujo la oferta de alimentos y generó desempleo” (Franco y De Los Ríos. 2011. p 103), por parte del gobierno nacional mediante la ley 135 de1961 la cual en su artículo primero dice:
Reformar la estructura social agraria por medio de procedimientos enderezados a eliminary prevenir la inequitativa concentración de la propiedad rústicao su fraccionamiento antieconómico; reconstruir adecuadas unidades de explotación en las zonas de minifundio y dotar de tierra a los que no las posean, con preferencia para quienes hayan de conducir directamente su explotación e incorporar a ésta su trabajo personal. (ley135, 1961. p 1)
Se proponía la organización institucional para manejar asuntos relacionados con reforma agraria, “se creó el Instituto Colombiano de Reforma Agraria (Incora), organismo público encargado del asunto de tierras y de gestionar el Consejo Nacional Agrario (CNA), el Fondo Nacional Agrario (FNA) y la figura de procuradores agrarios” (Franco y De Los Ríos. 2011. p 103), con los cuales se pretendía dotar a los campesinos de tierra a quienes no la tenían, la adecuación de las tierras para la producción y de la misma manera la dotación de servicios sociales básicos.
Para ello la política de extinción de dominio se hizo más rígida, ya que si la producción o explotación económica de un terreno no se la realizaba durante tres años continuos, si el terreno era utilizado para cultivos ilícitos, si los propietarios violaban las disposiciones ambientales, estos terrenos se expropiaban y se repartían equitativamente a las personas campesinos que la necesitaban, ya que “con esta ley se pretendió reformar, principalmente, la estructura social agraria, aplicando medidas técnicas de redistribución y eliminando la inequitativa concentración de la propiedad, así como su fraccionamiento antieconómico.” (Franco y De Los Ríos. 2011. p 104).
En 1968 con la ley 1 de 1968 la cual modificaba la ley 135 de 1961 y daba oportunidad para que la extinción de dominio sea mayor y se beneficie personas que sean aparceros los cuales la deben estar trabajando y la institucionalización de la interlocución campesina con el estado a través de la Asociación Nacional de Usuarios Campesinos (ANUC), este proceso de adjudicación de tierras a los campesinos que la estuviesen trabajando no se cumplió del todo, ya que los hacendados y los demás dueños de los predios los desalojaron para que no pudieran reclamar su adjudicación, o también comenzaban a cobrarles por las mejoras que ellos le habían hecho a los predios.
De esta manera se puede evidenciar como el estado intento de alguna manera dar garantías a los campesinos y a las personas que habitaban en zonas rurales para que puedan continuar con sus trabajos y de la misma manera le aporten a la economía del país, desafortunadamente al mismo tiempo las condiciones políticas, económicas y sociales que estaba atravesando el país no permitieron que lo anterior se lleve a cabo, por el contrario, en cada región se desarrollaban contextosdiferentes los cualeshicieron que los habitantes de las zonasrurales migren a las urbes del país.
Conclusiones:
El siglo XX estuvo marcado por grandes transformaciones sociales, económicas y culturales, es principalmente que en la segunda mitad del siglo se marcan movimientos poblacionales en masa que ayudan a acelerar el desarrollo colombiano, junto con esto, las decisiones tomadas desde los gobiernos de turno impulsaron a cambiar relevantemente a Colombia, entre los principales aspectos políticos que se pueden resaltar encontramos:
La educación en las zonas rurales tuvo mejoras a partir de la unificación de la primaria y el aumento de los recursos que el estado destinaba hacia esta, la cual permitió que la preparación lograda en los jóvenes de las zonas rurales respondiera a las oportunidades que las ciudades ofrecían a las personas, además la falta del bachillerato en zonas rurales hacía que los jóvenes migren a las ciudades para continuar con su formación académica y de esta forma lograr acceder a mejores servicios y oportunidades que la ciudad les podía brindar. Con el aumento delpresupuesto para la educación con el frente nacional se logró disminuir el número de analfabetas en el país, además la creación de instituciones como el INEM y el fortalecimiento de las escuelas normales para facilitar el acceso a la educación de las poblaciones más vulnerables hacíanque las oportunidades para los jóvenes en lasciudades mejoren y se vean motivados para migrar.
La infraestructura vial juega un papel importante en la conectividad de las regiones con el centro del país y entre ellas mismas, la inversión que se le hace a la malla vial en la década de 1950 permite que se mejore el acceso a servicios como salud y educación principalmente, además de mejorar el acceso a los mercados principales de las ciudades mejorado la economía local y regional, teniendo en cuenta que el sistema montañoso andino es una barrera natural que dificultaba el desplazamiento a la zona central el país; esto incentivo en las personas la migración hacia las urbes ya que accedían a una remuneración económica con el comercio y con esta el acceso a servicios mejorando las condiciones de vida personales y familiares de las personas que migraban; también permitió que en las ciudades se formaran colonias de las personas que un mismo sector rural.
La violencia bipartidista por la cual atravesaba Colombia en la primera mitad del siglo XX tuvo sus repercusiones en los años posteriores, por ejemplo el manejo de una política de exterminio desde el gobierno nacional conservador a las personas de izquierda o militantes del partido liberal, la cual hizo que estas se organizaran en las guerrillas liberales generando los inicios de un conflicto armado que seguiría en las décadas posteriores; con la creación del frente nacional se retoman acciones insurgentes como la creación y participación de las guerrillas tales como las FARC,ELN y EPL, para contrarrestar las acciones de estos grupos estaban las fuerzas militares y grupos paramilitares que protegían la propiedad privada, principalmente de los hacendados, estos grupos paramilitares se vieron favorecidos desde el gobierno nacional con la ley 48 de 1968 incrementando el conflicto interno del país, este conflicto conllevo a que las poblaciones rurales más afectadas se vean en la necesidad de salir en busca de nuevas oportunidades económicas, políticas y sociales en las ciudades que se les facilitaba el desplazamiento.
Con el notorio incremento de la población en las ciudades del país, desde el gobierno nacional se implementó la política del proteccionismo a la industria y la agricultura para generar un desarrollo equitativo entreestos dos sectores,pero fue la industriala que tuvo mejor desarrollo y por falta de una planeación de desarrollo a largo plazo la agricultura se vio en un retroceso, quedando con pocas garantías de producción. También con la reforma agraria de 1968 se pretendía repartir equitativamente las tierras a las que se les estaba dando un mal manejo o no eran explotadas económicamente, desafortunadamente los dueños de los predios comenzaron a desalojar a los campesinos y a cobrarles por la inversión realizada, lo cual llevo a que estos no reclamen sus beneficios y busquen alternativas laborales y de progreso en las ciudades.
Bibliografía:
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Franco, Angélica. Y De Los Ríos, Ignacio. (2010).Reforma agraria en Colombia: evolución histórica del concepto. Hacia un enfoque integral actual.Cuad. Desarro. Rural. 8 (67):93-119. http://www.scielo.org.co/pdf/cudr/v8n67/v8n67a05.pdf
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La relocalización y ecologización de los sistemas agroalimentarios se encuentra en el centro de las principales propuestas actuales para transitar hacia la sostenibilidad socio ecológica global (López-Garcia & Álvarez-Vispo, 2018). Por lo tanto, es necesario conocer los desafíos que enfrentan los agentes del sistema agroalimentario, de nuestro territorio, para a partir de esta información, generar propuestas que propicien la transición a sistemas alimentarios más localizados. En esta investigación nos centramos en las dinámicas del sistema agroalimentario del cantón Balsas – Ecuador, caracterizado por la expansión de la producción avícola a mediana y gran escala durante los últimos años. Se planteó como objetivo explorar el potencial de (re)localización de la producción y comercialización de los productos agrícolas de la pequeña Agricultura Familiar Campesina (AFC) de la localidad.La investigación fue de tipo exploratoria, usando metodologías cualitativas y cuantitativas, mediante herramientas de recopilación de información de primera mano aplicadas a diferentes sujetos de estudio (productores, distribuidores, consumidores, instituciones relacionadas).Los resultados sugieren que por parte de los pobladores existe gran interés por adquirir productos locales, especialmente aquellos que provienen de la pequeña AFC, percibidos además como orgánicos. No obstante, en el eslabón de producción, no existe actualmente la capacidad de abastecer al mercado local, debido a varios causales: 1) La producción más diversa se realiza en Unidades Productivas Agropecuarias (UPAs) muy pequeñas, que destinan su producción al consumo de la familia productora, en cambio las UPAs de mayor superficie (hasta 4 ha), se limitan a un par de productos que por el volumen se venden fuera del cantón; 2) Las UPAs del grupo de estudio se destinan total o parcialmente al cultivo de maíz certificado que se comercia a la industria avícola; 3) no existen redes de cooperación entre pequeños agricultores y; 4) los pequeños agricultores de la AFC tienen un limitado acceso a sistemas de riego.En conclusión, a pesar de que la producción local tendría una gran aceptación en los hogares del cantón, se encuentran limitantes para la relocalización, ligadas al papel que juegan las políticas públicas y las estrategias de fomento productivo en las dinámicas de producción, distribución y consumo, tanto a nivel cantonal como nacional. Lo que ocurre en el cantón Balsas se suma a la evidencia de cómo la producción agrodiversificada se ha visto reducida por la creciente expansión de los cultivos comerciales, tendencia que ha puesto en riesgo la soberanía alimentaria y que está llevando a procesos de desterritorialización, que han implicado el desplazamiento de la semilla criolla, perdida de la agrobiodiversidad, la desagrarización cultural y del medio rural, y la dependencia de agricultores y agricultoras al mercado (Lasso, 2019).
#02785 |
Economía solidaria y medio ambiente: alianza entre mujeres de dos comunidades rurales de Coacoatzintla, Veracruz, México.
claudia lorena Arellano Olivo1
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Danú Alberto Fabre Platas
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Se pretende exponer un proceso de investigación gestión e intervención que se desarrolló a través de la Maestría en Gestión Ambiental para la Sustentabilidad de la Universidad Veracruzana, dicho procedimiento surgió ante la observación del cambio de rol de las mujeres de las localidades La Ventana y Metlapiles del municipio de Coacoatzintla, Veracruz, debido a la migración de los hombres jefes de familia, ya sean sus esposos, padres o hijos; que salen para emplearse temporalmente como jornaleros agrícolas en agroindustrias de otros estados del país. Estas mujeres asumen nuevos trabajos, como cuidar del bienestar familiar, de la parcela, el ganado y, además, buscan generar ingresos monetarios a través de la comercialización de algunos productos que elaboran, por ejemplo, atoles, tortillas, tamales, huevos, quesos o leche. Ante las realidades de estas mujeres, se generó un proceso de gestión para fortalecer las prácticas locales socioeconómicas, a través de capacitaciones que reforzaran sus capacidades locales, para la diversificación de sus productos, sumarles el valor agregado y propiciar el trabajo cooperativo a través del aprovechamiento responsable de los recursos naturales con los que cuentan en sus comunidades. Este proceso, se basó en la investigación participativa, caracterizada por tener una propuesta metodológica, cualitativa, con una estrategia de acción definida que involucra a todos los actores que participan en el proyecto de investigación; partiendo desde la formulación de la problemática, hasta la interpretación de los descubrimientos y la discusión de las soluciones. Consistió en cuatro fases, 1. Investigación y planificación de acciones preliminares; 2. Diagnóstico; 3. Organización y gestión; y, 4. Acción colectiva. A través de estas fases en las que se hizo investigación, gestión e intervención en el contexto, se determinaron las posturas teóricas que intenta explicar la complejidad de las comunidades rurales y sus realidades, basadas en las dimensiones social, ambiental y económica. En el aspecto social se abordan aportes teóricos referentes a las comunidades rurales como espacios diversos y complejos que van mucho más allá del agro, apuntes que surgen a partir de la nueva ruralidad con el análisis de las tenencias de la tierra, diversidad de actores, economías locales y cosmovisiones y aprovechamiento de los recursos, entre muchas otras cosas; en el aspecto económico, se evidenció que cada contexto tiene características particulares y por ello, se identificó que estas comunidades se caracterizan por un sistema económico solidario basado en el intercambio del humano con su entorno natural y social, como una dependencia para su subsistencia con sus semejantes, y en el aspecto ambiental, también basado en las características físicas del territorio, que es sierra, se propone el aprovechamiento responsable del ecosistema de montañas y laderas, para poder producir sin dañar el suelo, a través de prácticas agroecológicas y de agricultura de conservación.
#03069 |
La economía social y solidaria, popular y cooperativismo: Un debate contemporáneo
Patricia Elena Giraldo Calderón1
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Jesús Antonio Madera Pacheco
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El surgimiento del cooperativismo en América Latina data de finales del siglo XIX, en parte influenciado por el pensamiento europeo. Sin embargo, formas más comunitarias y solidarias ya se encontraban presentes en Incas y Aztecas, e incluso en las comunidades rurales como la mano prestada (Vitale, 1983), el convite, entre otras. De forma contemporánea, el cooperativismo, la economía social y solidaria y la economía popular constituye un debate actual en la academia que nos remite al menos a tres tendencias. Una primera tendencia que se refiere a la cooperativa como unidad de producción y por lo tanto como actor central del desarrollo e incluso como garante de equidad (Arango, 2005a; Magrovejo et al., 2012; OCA et al., 1994; Panzoni, 1958; Sili et al., 2014); una segunda tendencia, emergente a partir de la década de 1990 con la caída del Bloque Socialista y donde tomó fuerza el concepto de economía social y solidaria(Coraggio, 2021; Díaz, 2015); una tercera tendencia que aborda desde el concepto de economía social y popular y que por lo tanto engloba un conjunto de prácticas que van mucho más allá de lo económico e involucra elementos comunitarios (LESA ENES Morelia & Arellanes C, 2021). En este sentido, esta ponencia profundiza en la configuración del debate latinoamericano al destacar la producción académica en tres contextos nacionales México, Colombia y Brasil. En este sentido, aplica la revisión documental como metodología de investigación y como criterios de selección la producción de los últimos 15 años. A modo de resultados, estas tres tendencias de pensamiento tienen su mayor expresión en las prácticas de los actores, en ocasiones como medios de resistencia a la profundización de las desigualdades ambientales, económicas y políticas. Para concluir, este debate además de vigente propone una diversidad de desafíos, al sector público, en la comprensión del sector cooperativo, solidario y popular y las implicaciones que estas conceptualizaciones tienen en las políticas públicas; al sector académico,el diálogo permanente con los actores sociales y los resultados del mismo.
#03083 |
APROPIACIÓN SOCIAL Y GOBERNANZA DEL AGUA: UN ESTUDIO EN COMUNIDADES RURALES DEL SEMIÁRIDO PARAIBANO DE BRASIL
ANDREA FERREIRA LEITE
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CIDOVAL MORAIS DE SOUSA
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JOSE IRIVALDO ALVES OLIVEIRA SILVA2
1 - UNIVERSIDAD ESTADUAL DE PARAIBA.2 - UNIVERSIDAD FEDERAL DE CAMPINA GRANDE.
El objetivo principal de esta investigación es comprender cómo ocurre el acceso y la gobernanza del água en las comunidades de Jurema y Juá, ubicadas en los municipios de Itatuba y Mogeiro, en Agreste de Paraíba. Se espera identificar cómo estas comunidades periféricas tienen acceso al agua y asimilar cómo los actores sociales participan en el proceso de gobernanza del agua. La investigación considerará los principales actores involucrados en el proceso de gobernanza del agua: las comunidades locales y los organismos vinculados a las Políticas de Recursos Hídricos. La investigación se orienta desde dos perspectivas: la primera, social, que comprende el proceso de apropiación del agua por parte de las comunidades, y, desde una perspectiva política, a través del relevamiento de las formas de participación de los actores locales en el proceso de Gobernanza del Agua. Para lograr una comprensión multidimensional e integrada de las dinámicas sociales, políticas y gubernamentales de las comunidades investigadas, se optó por la modalidad de investigación social con enfoque metodológico cualitativo-cuantitativo. Entre los resultados iniciales de la investigación, se destacan: (1) la situación de los hogares de las ciudades en estudio, con un porcentaje significativo de la población en hogares rurales, Itatuba (42%) y Mogeiro (55%); (2) falta de red de abastecimiento de agua en las zonas rurales de los municipios; (3) falta de monitoreo de la calidad del agua; (4) el uso inexpresivo de aguas subterráneas en la región, con un solo pozo en uso registrado por la CPRM, en las comunidades estudiadas; (5) la expresiva cobertura del P1MC-ASA en la Comunidad de Juá; (6) la inexistente participación política de los juauanos en materia de gobernabilidad del agua en la región. A partir del desarrollo de este estudio, se considera que sus resultados pueden servir como base comparativa para otras regiones; señalar posibles debilidades del modelo de gestión del agua adoptado; y, apoyar una posible formulación de nuevas políticas de gobernanza del agua a partir del diagnóstico realizado.
Introducción:
O objetivo principal deste estudo foi compreender as formas de acesso e a governança da água em comunidades rurais do semiárido brasileiro. A investigação ocorreu sob as perspectivas social e política, visando identificar como essas comunidades periféricas têm acesso à água, e averiguar como se dá a participação social dos moradores dessas localidades na governança hídrica. Na intenção de alcançar uma compreensão integrada e multidimensional da conjuntura social e política do lócus observado, adotou-se uma pesquisa social de abordagem qualitativa-quantitativa como diretriz metodológica. Os dados analisados são provenientes da realização de entrevistas pré-estruturadas com os moradores de duas comunidades rurais do agreste da Paraíba. Dentre os resultados identificados, destacam-se: a ausência de rede de abastecimento de água na região; a significativa cobertura do P1MC-ASA; a falta de monitoramento de qualidade da água consumida; e, a inexistente participação político-social dos moradores das Comunidades quanto à governança hídrica. A análise realizada sinaliza prováveis vulnerabilidades no modelo de gestão vigente, e apresenta dados que podem ser utilizados como base comparativa para outras localidades, assim como, contribuir para uma possível formulação de novas políticas de governança da água.
Desarrollo:
O Semiárido brasileiro é uma região historicamente atingida por episódios de seca e crise hídrica. A definição desse território foi realizada com base nas características comuns das localidades que sofrem com o processo recorrente de estiagem. A delimitação mais recente da área compreende um total de 1.427 municípios, e foi oficializada pela Resolução 150, de 13/12/2021 do Conselho Deliberativo da Sudene (SUDENE, 2021).
Associado a discrepâncias sociais, o problema da falta d’água na região produziu um contexto de dependência e carência desse recurso, impelindo assim a população aos processos de migrações sazonais para outras regiões do país, à procura de melhores meios de sobrevivência, e aos moradores que permaneceram no Semiárido, restou a submissão às classes dominantes e medidas adotadas pelo Estado (OLIVEIRA, 1977). Essa configuração revela que as vulnerabilidades desse território não são resultantes apenas de determinantes naturais, mas principalmente, da sua conjuntura política e social.
Até o início do século XX, as ações do governo brasileiro para o Semiárido era iniciativas temporárias e emergenciais, praticadas em situações de calamidade para atenuar os efeitos sociais dos períodos de seca (BURITI E BARBOSA, 2018). Nesse sentido, as principais medidas adotadas eram a doação de alimentos, distribuição de carros-pipa de água e perfuração de poços (ALVES, 2013).
Os investimentos direcionados à infraestrutura hídrica representaram a principal política pública estabelecida pelo Estado brasileiro até a década de 1990, sobretudo para construção de açudes. Essas estruturas financiadas pelo governo eram comumente instaladas em grandes latifúndios (BURITI; BARBOSA, 2018), condição que acentuou os processos de concentração de poder e de subordinação da população aos donos da terra onde o açude estava situado.
A construção de grandes obras de infraestrutura hídrica - geralmente concentradas e alocadas nas proximidades das grandes fazendas (...) não apenas não aumentaram a disponibilidade de água para as famílias, como ampliaram processos de concentração de poder e dependência econômica e política, favorecendo a criação de um “novo coronelismo” modernizado. (BAPTISTA; CAMPOS, 2013, p.62)
Ainda nessa perspectiva, Cordeiro (2013, p.187) pontua: “O Estado, dessa forma, financiou a concentração fundiária no Semiárido que esteve associada à vulnerabilidade hídrica dos camponeses.” Observa-se, portanto, que as limitações do Estado contribuíram para a manutenção das estruturas e desigualdades sociais, originárias da sua constituição e resultantes de uma contraditória combinação de interesses e concepções tradicionais e modernas (MARTINS, 1999). A partir do histórico das ações governamentais se torna possível compreender melhor a problemática política e social da água no Semiárido brasileiro, e notar que as medidas até então aplicadas, não foram eficazes para a região.
A Conferência da ONU – Rio 92, proporcionou a ampliação do debate sobre a democratização no acesso à água e abriu espaço para uma maior reflexão quanto à abordagem governamental sobre a questão da água no Semiárido brasileiro. A partir dessas discussões, se concebeu uma nova política para o Semiárido: a convivência com a seca (CAMPOS, 2014). Nesse direcionamento, as políticas de convivência com a seca buscam promover soluções conectadas aos interesses e potencialidades locais, e agregando a participação da sociedade civil nas decisões (ASA, 2002).
Uma política eficiente das águas deve, portanto, considerar que o Semiárido é um território diverso e heterogêneo, fator que demanda soluções específicas para os seus espaços socionaturais (BURITI; BARBOSA, 2018). Dentre os inúmeros desafios para o desenvolvimento de políticas da água eficazes nessa região, destaca-se a conjuntura dos pequenos municípios, particularmente nas suas porções rurais. A dispersão das moradias e a menor escala da população na zona rural constitui um obstáculo a mais para a criação e políticas eficientes que propiciem o acesso à água tratada e de qualidade (MARIA, 2019). O Censo expõe uma diferença acentuada entre o Brasil urbano e rural, quanto aos índices de abastecimento de água, saneamento e concentração da população em extrema pobreza (IBGE, 2010).
Nesse panorama, a Paraíba corresponde a um dos Estados brasileiros mais atingidos com problemas de acesso à água. De acordo com as definições de Áreas Territoriais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, cerca de 90,91% do território paraibano está inserido no Semiárido (IBGE, 2021). Além disso, cerca de 33% da população está concentrada na área rural, um índice superior à média nacional, que é de 15,28% da população. O Estado possui um dos piores índices de desenvolvimento humano, ocupando a 23ª posição no país (IBGE, 2021). Nesse território, o acesso à água é em muitas localidades caracterizado por precariedade e desigualdades, particularmente nas suas zonas rurais.
Método e lócus do estudo
As técnicas utilizadas para o desenvolvimento dessa investigação visaram uma maior aproximação com as questões hídricas no contexto rural. O estágio inicial desse estudo partiu de uma pesquisa bibliográfica relacionada à problemáticas políticas e sociológicas da água, seguida de um levantamento documental que intencionou elencar dados para delinear os aspectos físicos e humanos, e com maior ênfase, informações vinculadas às águas que permeiam o espaço investigado.
Os principais dados para análise foram obtidos a partir da realização da pesquisa de campo e da observação local teve seu início nas sedes administrativas dos municípios Itatuba e Mogeiro, adentrando progressivamente às configurações dos territórios rurais dessa região. Nos trajetos percorridos buscou-se compreender a conjuntura física e humana do território, com ênfase nas formas de acesso à água. A observação local viabilizou catalogar várias imagens dos recursos utilizados pelas comunidades para acessar, armazenar e utilizar às águas disponíveis.
As comunidades rurais Juá e Jurema (Figura 1) compõem o lócus desse estudo. Essas localidades estão inseridas na porção rural dos municípios de Mogeiro e Itatuba, no Estado da Paraíba. A região está inserida no Semiárido e possui alguns importantes referenciais hídricos em sua proximidade, como o Rio Paraíba, a Barragem Argemiro de Figueiredo e o eixo leste da transposição do Rio São Franciso. As particularidades de acesso à água no âmbito rural semiárido associadas aos processos de apropriação social das águas, fazem dessa localidade um espaço significativo para observações de caráter social e político.
O Juá é uma pequena comunidade da zona rural de Mogeiro, distante a aproximadamente 35 quilômetros da sede administrativa (Prefeitura) do Município. A localidade possui rede de iluminação pública com posteamento e distribuição para as casas. Não há presença de estabelecimentos comerciais, de ensino ou postos de saúde. O povoado tem cerca de 25 moradias, com características similares e um espaçamento variando de 50 a 100 metros entre as casas.
Na zona rural de Itatuba, a aproximadamente 25 quilômetros da sede do município, está o Sítio Jurema. O povoado possui uma via central pavimentada com calçamento de pedra e rede de iluminação pública com distribuição de energia para as residências. O povoado tem cerca de 100 residências, com uma distância de 10 a 30 metros entre as casas. Há alguns pequenos estabelecimentos comerciais, como mercearia, para venda de mantimentos e bar. Ali também se encontra um grupo escolar de 1º grau em funcionamento regular, Posto de Saúde e um Cemitério Público
Figura 1 – Mapa representativo da localização das comunidades estudadas
A população alvo desse estudo são moradores da zona rural do agreste paraibano, de forma específica, 10 moradias visitadas na Comunidade Jurema e 10 na Comunidade Juá. Esses grupos pesquisados não possuem rede de abastecimento de água, e geograficamente estão deslocados do perímetro urbano, apresentando assim acessos alternativos e particulares de acessar a água que consomem.
As informações-base para a análise desse estudo foram, portanto, constituídas a partir da observação local; de conversas informais e entrevistas semiestruturadas com os atores sociais envolvidos do processo de governança da água da região investigada. O contato com os moradores foi realizado em duas etapas, a primeira corresponde a um primeiro contato, de apresentação da pesquisadora e de seus objetivos, além do convite para participação na pesquisa, de forma anônima. As primeiras impressões locais já são captadas nesse contato inicial a partir de conversa informal e na segunda visita é realizada a entrevista pré-estruturada, juntamente com o levantamento fotográfico necessário à caracterização da pesquisa.
Os dados alcançados com a pesquisa tiveram tratamento estatístico para as questões da entrevista que possuem uma média ou variável pré-determinada, possibilitando a construção de gráficos e tabelas para melhor visualização dos resultados. A análise desse material se baseou nas teorias e indicadores sociais de acesso e governança da água considerados nesse estudo. Já as informações obtidas com as questões abertas e de caráter subjetivo nas conversações, foram destacados os recortes de maior associação com a temática em estudo, para que fosse elaborada uma análise do discurso associado à percepção de apropriação social da água e o processo de participação política nas localidades.
Acesso à água nas comunidades
De forma análoga à maioria das áreas rurais, as comunidades investigadas não possuem rede de abastecimento de água, e os moradores dessas localidades se utilizam de meios diversos para ter acesso às várias águas para os distintos usos. Nas residências pesquisadas na comunidade Juá, a água para beber e cozinhar, tem origem no armazenamento da água de chuva em cisternas em 80% das casas pesquisadas. Já na Jurema, a maior parte (50%) dos moradores fazem uso da água de um sistema de dessalinização, instalado recentemente (2020) na comunidade pelo Projeto Água Doce (PAD).
Os moradores das duas comunidades também recorrem à compra de água e as cisternas são o principal meio de armazenamento e comportam uma média de 16 mil litros, são abastecidas no curto período de chuvas característicos do Semiárido, e a água “de beber” é garantida por 6 ou 7 meses do ano. Na comunidade Jurema a limitação se dá pela dificuldade de transporte da água da dessalinizadora, distante para parte das moradias, bem como a restrição da disponibilidade por moradia, que corresponde a apenas 120 litros de água por semana.
Mediante essas limitações de armazenamento, transporte e quantidade restrita da água disponível, as famílias recorrem à compra de água sob o sistema de venda porta-a-porta por veículos de particulares que circulam pela região, sobretudo no período de estiagem. Não há nenhuma comprovação da origem ou formalização no processo de compra e venda, a água é depositada do carro-pipa para baldes de 20 litros dos próprios moradores, e é cobrado o valor médio de R$ 2,50 por balde.
Para beber e cozinhar, além da água de chuva, da Dessalinizadora do Projeto Água Doce (na Jurema) ou comprada em veículos de particulares, um outro fornecimento de água encontrado foi uma cisterna comunitária abastecida através da ação do Governo Federal, a Operação Carro-Pipa, instalada no Juá. Esse programa, executado pelo exército, tem caráter emergencial de distribuição de água potável no Semiárido brasileiro. A frequência de abastecimento da cisterna pelo exército é semanal. A população local aponta dificuldades para o deslocamento e transporte da água dessa cisterna para as moradias, além de terem sinalizado uma percepção negativa sobre a qualidade (quanto ao sabor, salobra) da água para ingestão.
As águas destinadas à higiene pessoal e para a realização de atividades de subsistência e econômicas são advindas do Rio Paraíba, que circunda entre 100 e 300 metros das moradias. O uso é voltado somente para essas finalidades, uma vez que os próprios moradores consideram essa água fluvial imprópria para beber e cozinhar, pois além de ser salobra, eles têm a percepção de que o Rio recebe detritos em seu curso de várias fontes, como dejetos humanos e animais, agrotóxicos utilizados em plantações ribeirinhas, escoamento residual da carcinicultura, produtos de limpeza para lavagem de roupas etc., fatores que inviabilizam o consumo humano.
De forma geral, os moradores acessam somente às águas de caráter superficial, como a pluvial e fluvial. Não foram encontrados pontos de captação subterrânea de uso particular nas comunidades, de nenhum tipo, seja na forma de poço caipira ou tubular. O único poço verificado foi a estrutura vinculada ao PAD na Jurema, para uso comunitário. As águas superficiais utilizadas pelos moradores são captadas através de dois mecanismos. O primeiro, voltado para captação da “água de beber” foi o sistema para captação de água da chuva através de calhas, conectadas ao telhado das casas e fazendo a condução da água até as cisternas. Já a água do Rio Paraíba é captada por meio de bombeamento.
No Juá, a maioria das casas possui sistema bombeamento particular ou compartilhado entre vizinhos, para captação da água canalizada do Rio Paraíba. Enquanto isso, na Jurema, é inexpressivo o número de casa com bombeamento próprio, nesse caso, a maioria das residências paga uma mensalidade de R$ 50,00 pelo bombeamento, realizado por uma equipe itinerante que possui bombas e canalização e comercializam este serviço. O bombeamento é feito duas vezes por semana, e para cada moradia abastece uma caixa d’água com capacidade de 1000 litros, que irá servir para higiene, bem como para atividades de subsistência.
Além das cisternas e caixas d’água, o armazenamento doméstico em todas as moradias é também realizado com utensílios como baldes, tambor, tonel, bacias e potes de barro. A maioria das famílias não fazem nenhum tipo de tratamento da água, ou contam apenas com a decantação doméstica para evitar ingestão de sedimentos, processo popularmente conhecido na localidade como “deixar a água sentar”. O hipoclorito de sódio é muito pouco utilizado, e não há distribuição regular por agentes de saúde.
Não há nenhum monitoramento de qualidade das águas utilizadas na região. Tanto os moradores do Juá, quanto da Jurema, informaram que não há inspeção da qualidade da água consumida por parte de nenhum órgão. O único tipo de monitoramento apontado pela Comunidade é referente ao controle de captação de água do Rio Paraíba, quanto ao registro de outorgas, que é efetivado pela Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba.
O consumo médio diário de água para cada morador das comunidades pesquisadas considerou os usos para beber, cozinhar e para higiene pessoal. Os moradores auxiliaram nessa estimativa com base no uso de baldes de 20 litros, um utensílio presente em todas as residências visitadas e também utilizado como parâmetro quanto há compra de água e também para recebimento da água via Projeto Água Doce (Dessalinizadora). A partir das informações indicadas pelos moradores entrevistados, a estimativa é que em 90% das residências, a média de consumo de água por morador não ultrapassa 60 litros/dia, realidade correspondente tanto ao Juá como na Jurema.
No que se refere à destinação das águas após o uso, quase a totalidade dos entrevistados afirmou que não adota nenhuma modalidade de reuso, e transpareceram não ter consciência da importância dessa prática ou de possuir orientações de como implementar tal modalidade nas rotinas diárias. O desinteresse em reutilizar a água captada do Rio Paraíba fica evidente mediante a impressão de má qualidade dessa água pelos moradores, percebida como salobra e detentora de poluição de várias origens. Em seu curso, essas águas recebem dejetos humanos e animais, uma vez que não há saneamento básico na região, e, além disso, há escoamentos de agrotóxicos e resíduos de carcinicultura, situação informada pelos próprios moradores que consomem essa água bruta, sem nenhum estágio de tratamento.
O descarte das águas utilizadas no Juá e na Jurema é feito por canalizações a poucos metros da residência, e o esgoto é direcionado para uma fossa rudimentar em 90% das casas, e nos outros 10%, o esgoto é lançado em vala. Todas as moradias visitadas possuem vaso sanitário, em sua maioria instalados no interior das casas. Considerando esse contexto, é importante destacar que, o descarte inadequado de água e esgotos promove a contaminação do meio ambiente e consequentemente ao adoecimento da população.
Conclusiones:
A partir do estudo desenvolvido nas comunidades rurais Jurema e Juá, os dados obtidos retratam uma precariedade quanto às formas de acesso à água. Foram identificadas fragilidades quanto à disponibilidade e também sobre a qualidade da água que essa população consome. As cisternas, como principal forma de armazenamento da água da chuva, utilizada para beber e cozinhar, não supre a demanda do ano inteiro nas moradias; quando ocorre o esgotamento dessa fonte, a alternativa de compra não garante nenhuma regulamentação da origem ou tratamento da água vendida porta a porta. Mesmo a presença dos programas de universalização, como o PAD e Operação Carro Pipa, não garante a abrangência da maioria da população local, uma vez que a obtenção daquela água exige determinada logística para o transporte, nem sempre viável ao morador, mediante as distâncias entre a sua casa e o ponto de distribuição.
A vulnerabilidade dessas localidades também é observada a partir da constatação de que a média de consumo de água por morador, para beber, cozinhar e higiene pessoal, não ultrapassa 60 litros por dia, um índice que representa pouco mais da metade da quantidade recomendada pela Organização Mundial da Saúde, que é de 110 litros/dia. Esses resultados sobre as condições de acesso deficitários nas comunidades observadas apresentam o distanciamento entre a realidade do Semiárido rural brasileiro e as metas do objetivo de desenvolvimento sustentável da ONU, o ODS 6, que preconiza a universalização da água potável e do saneamento.
A inexpressiva ou mesmo inexistente participação política dos moradores da Jurema e do Juá quanto à governança das águas reflete o desafio vinculados aos processos de cidadania e democratização da água no Semiárido rural. A ausência de vozes locais na conjuntura da governança da água pode ser justificada pelo desconhecimento dos moradores quanto ao sistema de gestão e seu papel político, como principalmente pela falta de interação dos órgãos representativos dessa esfera, nas comunidades. Esse cenário expõe a distância entre os balizares legais da governança das águas, que preconizam a democratização, a integração e participação social, ante a realidade das localidades rurais do semiárido, o que reforça a centralização de poder do Estado e a manutenção das vulnerabilidades nesta região em particular.
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agua
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#03531 |
Diretrizes para a construção e gestão participativa do Plano Nacional de Uso Sustentável dos Recursos Solo e Água no Brasil
Aproximar a ciência das políticas torna-se cada vez mais necessário, pois decisões baseadas em resultados científicos serão sempre mais efetivas. Esse processo participativo de construção de políticas públicas, onde os parlamentares levam em consideração conceitos e recomendações técnicas para a elaboração das leis é bastante recente no Brasil e tem obtido resultados positivos. Uma gestão mais justa e sustentável dos recursos solo e água no Brasil exigirá não apenas pequenas mudanças, mas sistêmicas e sócio-ecológicas transformações (Pereira et al., 2019). Maior equidade política e inclusão de diversas partes interessadas na construção conjunta de novos conhecimentos e a abertura de diálogos para a mudança são fundamentais para encontrar caminhos promissores (Scoones et al., 2018). Para tal, é necessário ainda que as pesquisas no tema possam subsidiar a elaboração das leis e a tomada de decisões para que as mudanças ocorram de forma mais eficiente (Fazey et al., 2018). Este estudo faz parte da primeira etapa do Projeto SoloAguaBr, liderado pela Embrapa Solos, no Brasil. O objetivo é iniciar o levantamento, análises e identificação das contribuições das políticas federais de apoio à construção participativa do Plano SoloAguaBr. Para tanto, as contribuições das políticas federais foram selecionadas, identificadas e analisadas em termos de seis eixos estratégicos: Legislação, Integração, Planejamento, Conservação, Recuperação e Monitoramento. Os resultados dessas análises trazem subsídios para indicar estratégias na formulação do PlanoSoloAguaBr, que por sua vez pretende contribuir no atendimento de demandas do Programa Nacional de Solos do Brasil (PronaSolos) e demais políticas relacionadas, buscando ampla participação da sociedade no processo de formulação, implementação, monitoramento, e adequações em função das especificidades das diferentes regiões brasileiras. Pretende-se assim, fomentar a gestão ambiental sustentável mais integrada e articulada envolvendo a governança dos recursos solo e água sob uma perspectiva integral e complementar às políticas, planos e programas já existentes, tendo em conta o envolvimento e empoderamento de seus atores dentro de suas especificidades. Almeja-se, desta forma, que seja possível contribuir para que os recursos solo e água possam estar envolvidos em: estratégias eficientes de prevenção as suas possíveis ameaças; instrumentos potentes para sua conservação; mecanismos eficazes de monitoramento para o constante propulsionar de sua gestão por meio da retroalimentação permanente; iniciativas articuladas para garantir a recuperação destes recursos de forma mais integral; alternativas robustas de integração entre todos os atores, instituições e iniciativas já envolvidos na temática para a otimização de esforços, alcance qualitativo e quantitativo de escala no campo e nas cidades, por meio da aderência das pessoas à essência desta oportunidade; e, finalmente, propostas inovadoras imersas em uma legislação inclusiva e participativa, para que tod@s possamos ser voz ativa dentro das peculiaridades e especificidades dos diversos contextos, esferas e dimensões em um país continental como o Brasil.
15:00 - 17:00
GT_14- Medio Ambiente, Economías Solidarias y Desarrollo Sostenible
#05176 |
CONSTRUÇÃO SOCIAL DA QUALIDADE DE CACAU-CHOCOLATE DA SEGUNDA DÉCADA DO NOVO MILÊNIO: REFLEXÕES DA REGIÃO SUL DA BAHIA .
A produção de bens do sistema agroalimentar apresenta o fenômeno do enriquecimento, nova necessidades estéticas surgem no comportamento do consumidor, onde ele escolhe alimentos existentes ou tradicionais, porém “enriquecidos”, de novos atributos de qualidade. Sob esse contexto, do capitalismo da crítica estética, tais alimentos são revalorizados e compõem novos mercados de nicho de qualidade superior. Na região do Sul da Bahia, um grupo de produtores e de empreendedores rurais de cacau se organizaram e coordenaram ações coletivas para atender às novas demandas de mercado de cacau-chocolate. A estratégia de diferenciação, em contraposição da histórica produção de cacau commodity, foi estimulada pelos preços superiores do mercado mundial e resultou em melhoria de renda, e uma integração da produção para frente pelo valor adicionado á amêndoa. Então, além do histórico cacau commodity da região a oferta do mercado dispôs de novos tipos de cacau de qualidade superior: fino, orgânico, de origem e sustentável ou agroecológico. Essas novas qualidades sob o enfoque da sociologia econômica pressupõem o ato de qualificar, interação entre o produto e o critério pelo qual ele é julgado (Champredonde, 2016). Também envolve uma mobilização de atores e recursos, em seus aspectos sociais, econômicas e institucionais; todavia mais do que predominar o livre jogo da oferta e demanda nos mercados de qualidade e singularidades, o que há por trás é uma construção social. O presente artigo pretende descrever a evolução no tempo deste fenômeno da região sul da Bahia, observando três níveis de estudo: 1) produção rural do cacau de qualidade superior e a relação entre o tradicional e a inovação; 2) identificação de ações de reorganização e de coordenação entre os atores e 3) uma remoçada relação com o território do cacau. A descrição desse complexo processo de construção de qualidade superior do cacau e feita através das noções da sociologia econômica e economia das singularidades. O método aplicado foi a análise documental, a revisão de bibliografia e incluso aplicação de questionários a lideranças e órgãos institucionais que integram a economia da qualidade do cacau-chocolate da região Sul da Bahia. Os primeiros resultados mostram a importância das regras, mensuração e normas como as barreiras de entrada e limites do mercado, e na esfera da ação coletiva no território, identificou-se a capacidade de institucionalizar o processo de qualificação do cacau, e ainda a presença de certas sinergias entre a mobilização de recursos e atores e políticas públicas, e finalmente a identificação de redes de cooperação técnico-produtiva, sobretudo para o particular caso do cacau de origem.
#03884 |
A Importância da Economia Circular no Brasil e na América Latina - o Caminho para os Próximos Anos
Danila Torres1
;
Rodolfo Nunes
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1 - Universidade Federal de São Carlos - UFSCAR.2 - Instituto Federal do Paraná - IFPR.
A temática sustentabilidade ambiental, naturalmente questiona o modelo de desenvolvimento atual em que os sistemas ambiental, social e econômico não possuem a mesma relevância e ponderação para gerar um equilíbrio que garantisse um modelo viável de sustentabilidade. Por isso, é necessário repensar conceitos e compreender cada sistema, seus elementos e quais maneiras interagem entre si.Assim, a economia circular ganha força como um ciclo contínuo de desenvolvimento positivo que preserva e aprimora o capital natural, otimiza a produtividade de recursos e minimiza riscos sistêmicos com os fluxos renováveis. Pode-se considerar que a economia circular não é uma teoria, mas uma abordagem emergente sobre formas de produção e consumo empresarial. É mais uma pluralidade de elementos, pode dizer que é uma definição guarda-chuva, pois aparentemente fornece um novo constructo capaz de solucionar vários problemas, mas ainda está sob discussão quando trata-se de aspectos da operacionalização onde surgem questões não resolvidas.Em relação aos entraves da Economia Circular (EC), informação, tecnologia, incentivos, legislação, gestão, conscientização pública e avaliação de desempenho, vemos que eles são oriundos de um panorama da EC que foram desenvolvidos no contexto dos países desenvolvidos, e essa realidade cria consideráveis abismos entre teoria e prática na aplicabilidade da EC em outros países. Como por exemplo, na América Latina e Caribe que tem perseverado com uma abordagem que repousa claramente em regimes estruturados exclusivamente com base no crescimento econômico. O breve panorama apresentado demonstra que as discussões ambientais ganharam mais força no momento que as primeiras consequências ambientais começaram a impactar a sociedade. No entanto, o sistema econômico predominante ainda favorece o modelo linear de produção e consumo. Contudo, essas condições estão enfraquecendo diante da pressão de diversas tendências disruptivas que vêm se mostrando muito mais benéficas. O desafio para as próximas décadas é dar escala a economia circular para produzir mudanças sistêmicas, pois é um estímulo para fortalecer e alavancar as políticas públicas, incentivar uma nova estrutura regulatória, viabilizar programas de conscientização pública para incorporar os princípios da economia circular e potencializar as transformações tecnológicas. Talvez o caminho seja juntar esses aspectos positivos sobre a EC, e o Brasil e América Latina, de maneira mais planificada e equilibrada possam utilizar da sua rica biodiversidade e o seu potencial de geração econômica em escala mundial para contribuir positivamente para uma economia de desenvolvimento sustentável. Pois, sem uma estrutura (social, econômica e ambiental) suficiente para abordar os problemas adequadamente nos próximos anos, corremos riscos significativos na utilidade da economia circular. Ainda que essas conclusões estejam dentro dos limites da pesquisa, o tema central um conceito que por princípio é restaurativo e regenerativo demonstra que houve uma mudança de pensamento, principalmente na forma como nos relacionamos com o meio ambiente.
#03942 |
Desastres socioambientais e governança das águas: A participação e as políticas de reparação à bacia do rio Doce
A presente proposta de trabalho investiga os efeitos do desastre ocorrido na bacia do rio Doce, no dia 05 de novembro de 2015, para a governança, bem como para a gestão das águas. Nesse sentido, toma-se como lócus de análise a participação do Comitê de Bacia Hidrográfica do rio Doce (CBH-Doce) nos processos de construção das políticas de reparação. Vale ressaltar que, o desastre levou à assinatura de um Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC), firmado entre governos e empresas para dar resposta aos danos causados. O TTAC teve dentre suas disposições, a criação de duas novas instituições: Comitê Interfederativo (CIF) e a Fundação Renova. Engendrando, assim, um sistema de ‘governança do desastre’. Nesse primeiro momento, o termo excluiu o CBH-Doce do processo decisório. Gerando, com isso, uma série de mobilizações e reivindicações, por parte do comitê, em busca do reconhecimento do papel que é dado pelo Sistema Nacional de Gestão Integrada de Recursos Hídricos (SINGREH) aos Comitês de bacia, ou seja: o de principais instâncias governança das águas. Após tais manifestações, o comitê consegue assento, tanto nas câmaras técnicas do CIF, como conselho consultivo da Fundação Renova. Este trabalho busca mapear as interações entre o comitê de bacia hidrográfica do rio Doce e o “Sistema de Governança do Desastre” (Câmaras Técnicas do CIF -Câmara Técnica de Segurança Hídrica e Qualidade da Água- CT-SHQA, Câmara Técnica Restauração Florestal e Produção de Água- CT-FLOR, Câmara Técnica de Conservação e Biodiversidade- CTBIO, Câmara Técnica de Gestão de Rejeitos e Segurança Ambiental-CT-GRSA, Câmara Técnica de Comunicação, Participação, Diálogo e Controle Social- (CT-CPDCS) e Câmara Técnica de Reconstrução e Recuperação de Infraestrutura- CT-Infra- e Fundação Renova). Para tanto, reporta-se à análise das atas das câmaras técnicas do CIF conselho consultivo da Fundação Renova, no período de 2017 a 2021. Observa-se que a criação de um sistema de gestão do desastre, em um primeiro momento, alheio à gestão de recursos hídricos da bacia do rio Doce, além de conflitos e mobilizações, trouxe impactos e mudanças sobre a gestão da bacia. Sendo assim, pretende-se, aqui, entender como se dá participação do Comitê de Bacia Hidrográfica do rio Doce na produção das políticas de reparação, e em que medida ela é capaz de resposta aos danos causados pelo desastre?
#03950 |
No tempo do gás: reflexões acerca do processo de implementação da Termelétrica Parnaíba e os efeitos socioambientais sobre comunidades tradicionais no Maranhão., Brasil.
Este estudo apresenta resultados de pesquisa sobre como se configuram ações de dominação encetadas pela empresa MPX/ENEVA no processo de instalação da Termelétrica Parnaíba localizada entre os municípios de Capinzal do Norte e Santo Antônio dos Lopes, estado do Maranhão-Brasil, bem como as estratégias utilizadas para que o projeto se efetive. As ações de dominação ocorrem especialmente com moradores de uma comunidade tradicional denominada Demanda e que se localizava apenas a cerca de um quilometro e meio do empreendimento. A instalação da UTE forjou um contexto de expropriação e indefinição social para aqueles sujeitos que passaram a ter suas vidas e destinos orquestrados pelas matrizes técnicas da empresa. Demanda é a localidade mais próxima à termelétrica e principal área a sofrer os impactos socioambientais decorrentes da instalação do empreendimento em questão, culminando inclusive no seu deslocamento. O trabalho analisa a dinâmica que caracterizou o processo de atuação da empresa junto às famílias moradoras daquela localidade, evidenciando que na forma como são conduzidos os projetos de desenvolvimento há estratégias que constroem um cenário de administração dos direitos dos povos tradicionais para que a efetivação dos projetos ocorra. Embora o processo de construção destes apareça com uma aura democrática e participativa, o que se observa é a configuração de espaços onde há relações de poder altamente hierarquizados. Esse desequilíbrio de poder dentro do campo pode ser evidenciado nas negociações e debates públicos para a implementação desses projetos, onde o conhecimento cientifico, o domínio da técnica acaba por se impor nesses espaços, inviabilizando as diretrizes participativas previstas no processo de licenciamento ambiental, por exemplo. O discurso da inevitabilidade do desenvolvimento, que também é composto pela classificação e normatização do outro corrobora ainda para o silenciamento dos atingidos.A pesquisa de campo foi realizada com moradores da Comunidade Demanda, próxima ao empreendimento, e militantes de movimentos sociais da região que participaram das audiências públicas e de outras reuniões com as comunidades mais impactadas em função da proximidade com o empreendimento. Utilizou-=se de técnicas qualitativas de pesquisa, realizando entrevistas e vivência do cotidiano da comunidade de forma etnográfica com atenção a falas, gestos, acontecimentos.
#04054 |
Análise e interpretação socioprodutiva dos cooperados(as) da COOAF, Casa Nova, Bahia, Brasil.
Elson de Oliveira
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Eduardo Rodrigues Araújo2
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Silvanda Rodrigues de Moraes
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Denes Dantas Vieira
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O presente trabalho surgiu durante a elaboração do Plano de Ação junto a OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), denominada de Instituto Conexões Sustentáveis (CONEXSUS). O objetivo desse documento é proporcionar a direção da Cooperativa Agropecuária Familiar Sertão Forte de Casa Nova e Região - COOAF, acesso a informações sobre os(as) cooperados em relação a diversos elementos ligado a produção do seu quadro social, em especial a produção de caprinos e ovinos, que é a base produtiva principal da COOAF, além, de demonstrar o perfil social em relação ao acesso à terra, configuração das unidades produtivas e documentos que confirma a condição de agricultor familiar. O trabalho está dividido para seu melhor entendimento em dois grandes eixos norteadores; (i) Eixo sócio-organizativos, com questões referentes ao processo social dos(as) cooperados(as) e (ii) Eixo produção e comercialização, com questões referentes a todo o processo produtivo em especial a produção de caprinos e ovinos. Os dados levantados mostram que 76,9% (30 pessoas) possuem DAP’s regulares, porém 15,4% (6 pessoas) estão com a DAP’s vencidas e 7,7% (3 pessoas) não possuem o documento. Nesse sentido, a COOAF terá que criar estratégias para sua superação, uma vez, que o documento é essencial para acesso a políticas públicas e está diretamente ligado ao fortalecimento do empreendimento. Outro dado interessante é que as famílias dos(as) cooperados(as) estão com o número de moradores na unidade produtiva na média de 3 a 4 pessoas, o que indica diminuição das famílias no meio rural idêntico ao meio urbano. Rompendo com a ideia cultural que as famílias da zona rural são numerosas. A base produtiva da COOAF está distribuída em 16 comunidades do território de Casa Nova. Sendo que a comunidade Melancia possui o maior número de cooperados(as) com 13 ao total, seguida por Ladeira Grande com 8 cooperados(as), na sequência Mucambo com 5 cooperados(as), Salina da Brinca com 3 cooperados(as), fechando a lista estão as comunidades Cacimba do Curral, Baixa Grande, Fazenda Algodão de Cima, Melosa, Mimoso, Pedra Grande, Riacho Grande, São Bento, Caldeirão, Solidão, Lagoa da Chave e Santa Cruz todas com um cooperado(a). Essa informação irá subsidiar o processo de nucleação da base produtiva que será desenvolvido pela COOAF nos próximos meses, com o auxílio/orientação da CONEXSUS. Em relação ao gênero a COOAF possui a sua distribuição igualitária com 20 (51%) de mulheres e 19 (49%) homens, sendo esse um dos grandes diferencias do empreendimento. O atual cadastro socioprodutivo terá que ser atualizado constantemente de preferência de forma anual, e o mesmo deve ser utilizado para todos planejamentos da COOAF. Assim como será subsidio para o processo de nucleação que será desenvolvido com a assessoria da Conexsus via projeto Conexão semiárido.
#04201 |
Água, captação e abastecimento, pós colapso da barragem de Fundão em Mariana-MG
A água é um dos recursos naturais que, além de estar distribuído desigualmente no planeta, é perpassado por outros determinantes que limitam sua quantidade e qualidade, produzindo escassez e conflitos para sua obtenção. A qualidade da água do rio Doce foi afetada pelo rompimento da barragem de rejeitos de minério de ferro de Fundão, (Mariana-MG), em 05/11/2015, de propriedade das mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton do Brasil Ltda. É um dos maiores desastres tecnológicos e socioambiental envolvendo rejeitos de mineração do Brasil e do mundo (BOWKER; CHAMBERS, 2018). Produziu múltiplos e complexos danos que atingiram em intensidades distintas mais de 41 municípios localizados nas calhas dos rios do Carmo, Gualaxo do Norte e Doce, numa extensão de mais de 650km. A magnitude do desastre causou rupturas no funcionamento dos ecossistemas e nos modos de vida das populações atingidas ao longo destes rios. Entre as múltiplas consequências, está o impacto derivado da alteração da qualidade d’água para captação para diversos usos e consumo. Considerando a condição de dupla crise que se abateu sobre o rio Doce – crise hídrica (2013 e 2014) e desastre tecnológico (2015) – este artigo tem por objetivo descrever e analisar as condições de acesso a água e saneamento de dois municípios localizados no rio Doce e o correspondente arranjo político-institucional de regulação e controle, constituído a partir da Lei 9.433/1997.Apesar da existência de um marco legal, disciplinando as questões que giram em torno dos recursos hídricos, um grande desafio neste campo é a gestão dos recursos hídricos de forma integrada, em um quadro político-institucional e político-relacional, que propicie a convergência dos múltiplos atores usuários/consumidores para uma concertação mais equitativa entre os interesses em jogo. A metodologia assenta-se na análise da legislação e dos arranjos institucionais, inclusive os relativos à reparação do desastre, e na cobertura dos serviços de água e saneamento vis-à-vis aos dados populacionais. Examina-se as formas como se combinam e se relacionam os efeitos das crises hídricas e do desastre tecnológico com as escolhas técnicas e arranjos políticos institucionais, criados para reparação do desastre. Para tanto, selecionamos como referente empírico dois munícipios da calha do Doce atingidos pelo desastre de Fundão: Colatina no ES, localizado no baixo Doce, e Governador Valadares em MG, localizado no médio Doce. Como resultado espera-se demonstrar as condições de captação e de acesso a água e ao saneamento básico nos referidos municípios.
#04258 |
Artesanía textil con el uso de plantas nativas para mejorar las condiciones sociales y económicas en las familias de las comunidades Altoandinas de la Reserva Nacional de Salinas y Aguada Blanca, Arequipa – 2020.
El presente estudio no solo busca evitar la pérdida de los saberes ancestrales de las artesanas que tienen el oficio de teñir tejidos y prendas de vestir en tejidos de fibra de alpaca y llama. Si no fundamentalmente, ser un espacio que les permite tomar decisiones para el fortalecimiento de sus organizaciones y que les brinde a las artesanas la posibilidad de empoderarse y emprender iniciativas económicas que contribuyan a la generación de empleo. Cabe señalar que su rescate se constituiría muy importante para revalorizar la trayectoria que se tiene, así manifiesta Quenta y Toledo (2020), “el conocimiento sobre el uso de plantas tintóreas en el Perú es de larga trayectoria histórica, en especial en los aspectos vinculados a su uso en el teñido de textiles”. Motivo por el cual se planteó describir los saberes ancestrales de las Artesanas tintóreas sobre el uso de plantas nativas para el teñido de hilos de fibra de Alpaca en base a la Tola y la Chachacoma para mejorar las condiciones sociales y económicas en dos asociaciones de las comunidades Altoandinas de la Reserva Nacional de Salinas y Aguada Blanca, Arequipa – 2020. La investigación se realizó con un enfoque cuantitativo, con 55 unidades de observación. En los resultados de las condiciones sociales, se encontraron socias que han sido mejoradas con su participación donde, el 41,8% manifiesta que mejoró su capacidad de comunicarse, el 27,3% indica, nos defendemos y representamos adecuadamente y el 20,0% manifiesta la organización nos fortalece como mujeres. Asimismo existe redistribución de actividades, producto del involucramiento en las actividades artesanales y de las relaciones interpersonales en las actividades de la familia, los mismo que fueron modificados, porque ambos realizan, limpieza de casa (58,2%), Lavar ropa (65,5%); Crianza de animales menores (63,6%) y la Crianza de animales mayores (69,1%). En relación a las condiciones económicas se aprecia que hay un cambio muy radical en la capacidad de ingresos antes de participar en este proceso de recuperación donde el 63.6% manifiesta que solo ganaba menos de 500 soles, después de participar manifiestan que generan ingresos entre 1001 – 1500 soles (36,4%); seguido del 1501 – 2000 soles (25,5%). Lo que permite manifestar la existencia de reorganización de las funciones dentro de los actores involucrados dentro de la familia para su mejora de sus condiciones económicas lo que sirve reconocer los saberes ancestrales en los tinturados de la fibra de alpaca y llama que le dan las artesanas, conocimientos y experiencias, que han sido transmitidos en forma oral de generación en generación.