A população idosa é conhecida por poder apresentar uma série de limitações que podem estar relacionadas tanto ao estilo de vida desta população, quanto pela falta de aptidão física, esses dois fatores juntamente com o aumento de doenças crônicas degenerativas (cardiopatias, obesidade, diabetes tipo 2, entre outras), tornam esse grupo propenso ao sedentarismo e limitações da execução de atividade diárias. A atividade física é uma importante ferramenta que pode contribuir para a melhora na saúde dos idosos. Todavia trabalhar com a população idosa exige grande responsabilidade do profissional de educação física, pois além dos problemas já destacados, esses podem ainda ter problemas articulares e locomotores que acabam limitando algumas atividades. Contudo antes da elaboração algum tipo de atividade física para este grupo, deve-se levar em consideração o nível de aptidão física de cada indivíduo, que pode ser feito através de alguns testes ou bateria de teste, para que se tenha o conhecimento a respeito dos idosos e respeitando os limites e necessidades de cada indivíduo, tendo como objetivo principal a melhorar a aptidão funcional. Aptidão física é um componente fundamental para que os idosos mantenham a sua capacidade funcional, deste modo, a prática de atividade física melhora e preveni a perda de capacidade funcional melhorando a aptidão física, diminuindo os riscos e problemas vinculados a doenças associadas à idade. Desta forma, o presente estudo tem como objetivo avaliar o perfil da aptidão física do grupo de idosos participantes do programa de atividade física “Caminhada do Idoso”, desenvolvido pela Prefeitura de Ivaiporã (Paraná/Brasil). Participaram do estudo 77 idosas com idade de 60 a 84 anos que foram classificadas nas seguintes faixas etárias: 60-64 anos; 65-69 anos, 70-74 anos e 75 a 80 anos e posteriormente submetidas ao teste de Rikli e Jones. Diferença significativa entre as faixas etárias foi encontrada apenas no teste Sentar e Alcançar (SA, p=0,043). A associação entre as faixas etária das idosas com os testes mostraram valores baixos e na média. Contudo, diferença significativa foi verificada apenas no Levantar e caminhar 2,44m (LC 2,44m, p=0,004), sendo que as idosas na faixa de 60-64 e 65-69 apresentaram valores piores que as demais. Os resultados dessa pesquisa mostram que avaliar a aptidão física de idosos é importante para estabelecer diretrizes que possibilite futuras intervenções que contribua na melhora da qualidade de vida dos idosos. Palavras-chave: Aptidão Física, Avaliação Física, capacidade funcional, Idosa.
Resumen de la Ponencia:
A população idosa é conhecida pelo poder apresentar uma série de limitações relacionadas tanto ao estilo de vida desta população, que pela falta de aptidão física, esses dois fatores juntamente com o aumento de doenças crônicas degenerativas (cardiopatias, obesas, tipo diabetes 2, entre outros), que tornam esse grupo propenso à sedentarismo e limitações da execução de atividades diárias. A atividade física é uma ferramenta importante que pode contribuir para a melhora na saúde dos idosos. O trabalho com a população idosa exige grande responsabilidade do profissional de educação física, pois além dos problemas já destacados, eles ainda podem ter problemas articulares e locomotores que acabam limitando algumas atividades. Contudo antes da elaboração algum tipo de atividade física para este grupo, deve-se levar em consideração o nível de aptidão física de cada indivíduo, que pode ser feito através de alguns testes ou bateria de teste, para que se tenha conhecimento o respeito dos idosos e respeitando os limites e necessidades de cada indivíduo, tendo como objetivo principal a melhorar o aptidão funcional. Aptidão física é um componente fundamental para que os idosos mantenham sua capacidade funcional, deste modo, a prática de atividade física melhora e melhora a perda de capacidade funcional melhorando a aptidão física, diminuindo os riscos vinculados às doenças associadas à idade. Desta forma, o presente estudo tem como objetivo avaliar o perfil da aptidão física do grupo de idosos participantes do programa de atividade física "Caminhada do Idoso", desenvolvido pela Prefeitura de Ivaiporã (Paraná/Brasil). Participaram do estudo 77 idosas com idade de 60 a 84 anos que foram classificadas nas seguintes faixas etárias: 60-64 anos; 65-69 anos, 70-74 anos e 75 a 80 anos e mais tarde submetidas ao teste de Rikli e Jones. Diferença significativa entre faixas etárias foi encontrada no sentar-se e alcançar (SA, p=0,043). A associação entre as faixas etárias das idosas com os testes mostraram valores baixos e na média. Contudo, diferença significativa foi verificado apenas no Levante e caminhar 2,44m (LC 2,44m, p=0,004), sendo que as idosas na faixa de 60-64 e 65-69 apresentaram valores que pioram que dos outros grupos. Os resultados dessa pesquisa mostraram que avaliar a aptidão física de idosos é importante para estabelecer diretrizes que possibilitem futuras intervenções que contribuam na melhora da qualidade de vida dos idosos.Palavras-chave: Aptidão Física, Avaliação Física, capacidade funcional, Idosa.
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MANCALA: UMA FORMA LÚDICA DE INSERÇÃO SOCIAL NO AMBIENTE ESCOLAR
Lucas Araujo Porto1
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Viviane Mozine Rodrigues
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María Ángela Rosa Soares
2
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Luciene Vianna de Araujo
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1 - Universidade Vila Velha - UVV.2 - Universidade Federal do Espírito Santo.
A criação de espaços lúdicos apoia a aprendizagem e a inovação e aumenta a vontade de aprender. Os jogos, tornam-se instrumentos lúdicos, contribuindo para que a aquisição de disciplinas podem ser realizadas de forma individualizada e expressiva, desenvolvendo novas habilidades nos alunos. Uma parte importante da história e a cultura africana podem ser devidamente trabalhadas nas aulas de Sociologia, através dos jogos do grupo “Mancala”, além da possibilidade da integração de desenvolvimento entre várias disciplinas, cumprindo-se a Lei brasileira n. 11.645/2008. Neste artigo, abordamos alguns conceitos e particularidades dos jogos Mancala bem como a uma proposta da sua utilização nas aulas de Sociologia em particular na educação básica.
Introducción:
Em 2003 foi sancionada a Lei 10639/03 que promoveu alterações na Lei de Diretrizes e Bases da Educação que instituiu no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade do estudo da temática "História e Cultura Afro-Brasileira e Africana".
A Lei 11.645/2008 foi sancionada para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e cultura afro-brasileira e indígena”, incrementando essa temática no livro didático, uma vez que ele é um dos meios mais aplicados pelos docentes nos processos de educação para a diversidade, que é um dos principais papéis da escola.
A partir da Lei 10639/03, todo currículo escolar foi complementado com os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira, que deverão ser transmitidos especialmente nas áreas de Educação Artística, Literatura, História Brasileira e, especialmente a Sociologia.
Entendemos que, os indivíduos formados através da educação orientada por essas regras terão acesso a novas e perspectivas com possibilidade de intervir nas relações visando a desconstrução o preconceito étnico-racial no âmbito do espaço escolar e consequente capacidade de mudar as relações na comunidade.
Dessa maneira, o que se propõe é que em todas as disciplinas sejam inseridas nas aulas uma abordagem dentro desta temática. Ou seja, que nenhuma disciplina seja excluída deste contexto. Sendo assim será de grande relevância para a disciplina de Sociologia. Por tudo isso e por essa razão, vindo ao encontro desse paradigma é que se propôs a utilização do “Mancala”, um a forma de aliar um jogo vindo da África à aula de Sociologia, como tentativa de permitir que os alunos percebam regras de comportamento, superando ações impulsivas, internalizando valores, atitudes e cooperação com o oponente, ajudando na formação da identidade desses sujeitos.
Por isso, a proposta de utilizar o jogo “Mancala”, é que nele contém valores importantes no âmbito do relacionamento social entre alunos, sendo definido por vários estudos como uma modalidade de jogo que possui algumas características comuns a outros tipos de jogos, mas que sobressai pela sua valorização de alterar a forma de interação através da mudança da vivência na comunidade escolar promovendo condições de formação intelectual, moral e valores racialmente/etnicamente mais justa, entre crianças e jovens.
Desse modo que foi escolhido o Mancala para ser aplicado no espaço escolar, para argumentar sua própria utilização no contexto histórico cultural africano permitindo levar os alunos a despertarem o desejo de aprender de forma prazerosa.
Diante dessa escolha que esses debates nas escolas precisam ser feitos para efetivamente concretizar familiaridade e leveza na forma de atuar na escola. Por tal razão, o objetivo desse trabalho é que o aluno contemple o mundo de diversidades culturais e não fique preso a apenas um método de ensino e aprendizagem, buscando através da dimensão do povo africano uma proposta de interdisciplinaridade a ser levada para dentro da sala de aula pelo jogo Mancala
Para atingir os objetivos esperados nesse trabalho e alcançar um melhor desenvolvimento, seria necessário um tempo maior na pesquisa de campo, com uma aproximação junto a docentes e discentes para uma análise mais apurada de todos os fatos.
No entanto, a pandemia da Covid-19 dificultou esse detalhamento junto ao ambiente escolar, mitigando o período de experimentação no campo, impedindo o contato direto com os atores do ambiente escolar envolvidos nessa pesquisa, dificultando o levantamento de dados para uma análise mais aprofundada da aplicação do jogo.
Desarrollo:
ORIGEM DO JOGO MANCALA, CONTEXTO HISTÓRICO:
Precisamente o jogo Mancala não tem data, nem início de quando realmente começou a ser praticado. Porém, o jogo mesmo sem consenso do seu nascimento de acordo com Peek & Yankah, o Mancala pode ter aparecido pela primeira vez no Egito, conforme orienta alguns estudos arqueológicos que identificaram o tabuleiro objeto que foi encontrado em escavações e que são utilizados na prática do jogo.
“Há estudos arqueológicos que identificaram alguns objetos de terracota e de pedra com as características de um Mancala, porém, não se pode comprovar a sua utilização como um tabuleiro, podendo ter outras finalidades religiosas ou místicas. ” (PEEK & YANKAH, 2004).
No entanto, mesmo não sabendo o enredo histórico do jogo, conforme Alexander de Voogt (1997), o desenvolvimento do Mancala iniciou como objeto de cientifico de pesquisadores, em 1977 com um livro completo dedicado ao jogo, com o nome: “Wari et Solo, Le Jeu de Calcul Africain. Escrito por Delediq e Popova”, afirmando que a pessoa pioneira na utilização do termo “Mancala ou wari” veio propagar tal termo, somente em 1893.
Nessa relação de acordo com Peek & Yankah o termo “Mancala” é proveniente de um termo árabe naqaala – que significa “mover” ou “transportar”, que é usualmente muito utilizado em outros jogos que possuem a função de movimentar peças sob uma superfície plana. Afirma ainda o autor que o Mancala também é conhecido popularmente em algumas regiões como “o jogo da semeadura”, pelo fato da sua prática de jogabilidade ser uma forma analógica do plantio e colheita de sementes.
Além disso, com regras de fácil assimilação o Mancala é jogado na maior parte dos países africanos, e foi levado para a América do Sul e Caribe durante o período colonial escravocrata. (PEEK & YANKAH, 2004, p. 475)
AS REGRAS DO JOGO MANCALA.
Conforme (MACEDO & PETTY, 2000, p. 71), o Mancala é um jogo que possui um processo de incorporação de regras, muitas delas são assimiladas jogando. Entretanto, com a proposta de lançar essa atividade em sala de aula os alunos criam suas próprias estratégias do jogo envolvendo seus movimentos, calculados, concentração, antecipação, esforço intelectual, e cooperação entre os jogadores.
Para a execução do jogo em sala de aula, é necessário um par de alunos, com 48 sementes e um tabuleiro com 12 cavidades e 2 oásis (cavidades maiores) esses são os componentes para o jogo fluir, com as regras descritas a seguir:
Imagem 1: Disposição Inicial do Jogo
Fonte:https://www.youtube.com/watch?v=fwlCPISznGI
Inicialmente, os jogadores sentam-se frente a frente, com a fileira de cavidades que lhe pertence e um oásis à sua direita. Em seguida, cada um distribui 24 sementes em suas seis casas (quatro em cada). No início fica vazio o oásis.
Imagem 2: Descrição dos elementos do jogo
Fonte:https://www.youtube.com/watch?v=fwlCPISznGI
Após definição do par ou ímpar, um dos jogadores dão início a partida.
Imagem 3: Movimentação inicial do Jogo
Fonte:https://www.youtube.com/watch?v=fwlCPISznGI
O primeiro jogador deverá analisar suas cavidades e, retirar todas as sementes de uma delas e semeá-las no tabuleiro nas cavidades subsequentes, uma após a outra, no sentido anti-horário.
A captura de sementes ocorrerá toda vez que, ao semear a última semente nas cavidades pertencentes, essas somarem 03 (três) sementes com a semente que já se encontra depositada. Sendo acumuladas no oásis, até o final da partida.
Quando houver a captura das sementes, o mesmo jogador terá a oportunidade de jogar novamente. Caso contrário, o outro jogador terá a sua vez. A partida termina quando não houver mais sementes suficientes a serem capturadas. O vencedor é o jogador que acumulou mais sementes em seu oásis.
REGRAS ESPECIAIS DO MANCALA.
KROU OU VOLTA COMPLETA.
No caso de casas com mais do que 11 sementes, quando a semente der a volta completa for semear a casa original, esta deve ser pulada e permanecer vazia.
COOPERAÇÃO AO SEU OPONENTE
Quando um dos jogadores não tiver nenhuma semente na sua cavidade, deverá o jogador oponente, ceder uma semente para que o jogo possa continuar traduzindo aqui, o espírito de cooperação com seu adversário. Neste jogo é sempre dado a oportunidade do seu adversário semear.
A IMPORTÂNCIA DO JOGO MANCALA.
O Mancala de acordo com Parlett (1999) é um jogo que perpassa pela liberalidade no movimento das peças escolhidas pelo participante, além disso o autor aponta que não é um simples jogar que irá definir as estratégias do jogador, o mesmo deve dispor de habilidade na execução de suas jogadas.
Diferentemente, Voogt (1997) acredita que jogar o Mancala percorre a precisão de calcular as múltiplas mudanças que o jogo oferece, essa habilidade torna o jogador especialista no desempenho contra seu oponente.
Por isso, ao jogar Mancala pode ser observado que chamar um parceiro para jogar, distribuir sementes pelo tabuleiro, realizar jogadas após seu oponente, pode dar a noção que o jogo seja demasiado lento e chato, no entanto, ao iniciar o jogo há um considerável desenvolvimento do fator cognitivo, fundamentado nisso, Parlett (1999) dispõe que, muitas pessoas não dão importância necessária as potencialidades do Mancala, mas que a complexidade do jogo não permite muito o jogar de forma intuitiva, mas sim intelectual.
Nesse sentido, as pessoas estão inclinadas a inobservar o valor do jogo para dentro do relacionamento e convívio social, sendo diferente nesse exemplo ao povo africano que valoriza a sensibilidade e experiência de jogar, que são reflexos nas suas atribuições e tarefas diárias.
A UTILIZAÇÃO DO JOGO MANCALA AO APRENDER.
O Mancala por ter uma temática histórica cultural e ser propriamente um jogo que valoriza o relacionamento e convívio social permite levar os alunos a despertarem o desejo de aprender de forma prazerosa, por isso, são geralmente dimensionados na educação básica.
De acordo com o autor Paulo Freire (2005) o fracasso escolar pode ser amplamente modificado utilizando os jogos como auxiliadores na aprendizagem dos alunos. Com base nisso, o jogo de acordo com autor, é capaz na sua utilização ter um potencial enorme sob “um caminho a se fazer”, no ensino e aprendizagem do aluno.
Por essa razão, as aulas de Sociologia buscam conforme as orientações Parâmetros Curriculares Nacionais, além da Lei de Diretrizes da Base da Educação Brasileira n° 9.394/96 o equilíbrio para tratar aspectos inspirar o aluno na participação da aula.
A autora Bell Hooks (2013), descreve que na relação professor com o aluno o aprendizado deve ser necessariamente baseado na capacidade do professor em ser “transgressor de fronteiras” e visualizar horizontes novos para seu aluno. Veja no trecho a seguir:
“Ensinar de um jeito que respeite e proteja as almas de nossos alunos é essencial para criar as condições necessárias para que o aprendizado possa começar do modo mais profundo e mais íntimo. Ao longo de meus muitos anos como aluna e professora, fui inspirada sobretudo por aqueles professores que tiveram coragem de transgredir as fronteiras que fecham cada aluno numa abordagem de aprendizado como uma rotina de linha de produção. Esses professores se aproximam dos alunos com a vontade e o desejo de responder ao ser único de cada um, mesmo que a situação não permita o pleno surgimento de uma relação baseada no reconhecimento mútuo. Por outro lado, a possibilidade desse reconhecimento está sempre presente. ” (Hooks, 2013, p.25)
Desse modo, os jogos geralmente na função educacional constituem “uma forma interessante de propor problemas, pois permitem que estes sejam apresentados de modo atrativo e favorecem a criatividade na elaboração de estratégias de resolução e busca de soluções”. Além disso, o ato de jogar atribui aos alunos conduzirem estratégias “na simulação de situações-problema que exigem soluções vivas e imediatas, o que estimula o planejamento das ações; possibilitam a construção de uma atitude positiva perante os erros”. (CATTO, 2013).
“Baseado nesses fatos, em termos didáticos aliado a ludicidade, ambos organizam a construção do conhecimento do aluno. Assim, dentro do panorama das aulas de Sociologia, o jogo “passa a ter o caráter de material de ensino quando considerando promotor de aprendizagem. ” O discente “se coloca diante de situações lúdicas, aprende a estrutura lógica da brincadeira. ” (MOURA, 2008, p. 30).
A partir desse arcabouço teórico, o Mancala tem uma definição fundamental na sua aplicabilidade em sala de aula, resolver enigmas e propiciar estratégias.
DESENVOLVIMENTO DO JOGO NA ESCOLA
Na condição de estimular a realização das partidas de Mancala, o professor regente atua inicialmente como observador, instrutor e tira possíveis dúvidas dos alunos, além de orientá-los para que tentam dar a solução para os desafios propostos pelo jogo.
Essa realidade no desenvolvimento do jogo na sala de aula traz para o processo pedagógico a noção de experiências em grupo. De acordo com Bell Hooks (2013, p.51) na educação discutir práticas que possam transformar o aprendizado e trazer experiências de inclusão é um estilo que propicia aproximação com a realidade social, para além da sala de aula.
Nesse aspecto, um objetivo principal na aplicabilidade do Mancala como meio condutor de ensino é fazer que o aluno haja com confiança em si, desperte múltiplas linguagens tanto para a habilidade motora, além da capacidade de pensar/agir. Segundo Gomide (2003) a criança tem no aprendizado uma fase importantíssima no aperfeiçoamento das habilidades sociáveis. Essa construção social se dá por meio do repertório de comunicação com familiares, escola e comunidade.
Portanto, são essas ações de utilização do jogo Mancala que ativam conhecimentos sociológicos, que tem como intuito provocar experiências para tornar o indivíduo mais concreto. Veja trecho do autor:
“São essas experiências, entre outras que constituem os alunos como indivíduos concretos, expressões de um gênero, raça, lugar e papéis sociais, de escalas de valores, de padrões de normalidade. É um processo dinâmico, criativo, ininterrupto, em que os indivíduos vão lançando mão de um conjunto de símbolos, reelaborando-os a partir das suas interações e opções cotidianas (DAYRELL, 1996, p.142).
Ou seja, o comportamento do aluno, segundo Jean Piaget (1986), perfaz as noções de espaço e tempo e são construídas efetivamente pela ação, caracterizando uma inteligência prática.
De acordo com Parlett (1999) o Mancala é um jogo de múltiplas voltas. Com base nisso, ao jogar o aluno fomenta agilidades nos movimentos, se torna comunicativo, constrói significados, e assim fortalece potencialidades na aula de Sociologia.
Nessa perspectiva de Bell Hooks (2013) que possui a função do professor em colaborar com o aluno, para que ele possa para romper fronteiras, têm um viés construtivista que almeja trazer alegria e prazer ao aluno no ato de aprender novas experiências em sala de aula.
“(...) atividade do professor e, mesmo tempo, tratando da urgente necessidade de mudar as práticas de ensino. Eles têm o objetivo de ser um comentário construtivo. Esperançoso e exuberantes, transmitem o prazer e a alegria que sinto quando dou aula; são ensaios de celebração. Ressaltam que o prazer de ensinar é um ato de resistência que se contrapões ao tédio, ao desinteresse e á apatia onipresentes que tanto caracterizam o modo como professores e alunos se sentem diante do aprender e do ensinar, diante da experiência da sala de aula. ” (Hooks, 2013, p.21)
Dessa forma, conforme Bell Hooks (2013) o professor ao repensar suas práticas de ensino não é nenhum demérito, mas sim uma estratégia construtiva para melhorar o aprendizado do seu aluno.
Conclusiones:
CONSIDERAÇÕES FINAIS.
O Mancala se constitui um jogo possuidor de características acessíveis, porém, ao praticá-lo requer do jogador concentração, assim, no aprendizado das crianças como matéria para desenvolver a sociologia percebe-se que há uma forte ralação com conceitos introdutórios, tais como: cooperação, convívio social, confiança em si, múltiplas linguagens.
Dessa maneira, sendo, pois, conhecedor de tais conceitos o professor pode potencializar relações diversas de ensino com seu aluno. Entretanto, o mais vantajoso e alvo da pesquisa direta, foi o benefício de cultivar relacionamento pelo Mancala, e valorizar espaço social. Essa alternativa de proposta pedagógica garante além de cumprir exigências legais, como as leis n° 10639/03 e 11.645/08, fomentam implicações de tornar cultura africana mais evidente no ambiente escolar, sendo ferramenta intensificadora no processo de aprendizagem.
Quanto ao registro de estratégia metodológica do professor na aplicabilidade do jogo Mancala em sala de aula, a percepção é que o educador valorize as técnicas de múltiplas linguagens, seja persuasivo e atraia o aluno a aprender conteúdos sociológicos de uma maneira diferente do trivial.
Por isso, esse estudo buscou traçar as habilidades do indivíduo em criar dialogando com autores que que na sua essência trabalham com a ideia de romper empecilhos que fazem fechar o aprendizado do aluno.
Assim, atendendo em cumprir com os objetivos na aprendizagem o presente trabalho avaliou a dinâmica do um jogo que pode vir a ser usado como um objeto transformador na educação, que contribuirá em envolver novas experiências na dimensão pedagógica, fazendo com que a sociologia não tenha apenas uma forma de ser explicada mais múltiplas matrizes para seu ensinamento.
Bibliografía:
REFERÊNCIAS:
- BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. SECRETÁRIA ESPECIAL DE POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL. Brasília, 2004. Disponível em < http://abre.ai/ax92 > Acesso em: 2019-11-26
- BRASIL. LEI 11.645, 10 DE MARÇO DE 2008. Disponível em: >http://abre.ai/ax9Z > Acesso em: 2019-11-26.
CATTO, Sirlei Zeni; MIOTTO, Fabiane Eloisa Morandini; FORCHESATTO, Michele. Pensando matemática através de jogos na Escola Estadual de Ensino Fundamental Emílio Tagliari. Semex em Resumos, v. 1, n. 1, 2013.
- DAYRELL, Juarez (1996). Múltiplos Olhares sobre educação e cultura.Belo Horizonte: Editora UFMG.
- FREIRE, Paulo (2005). O jogo entre riso e o choro. 2. Ed. Campinas:autores associados.
- GOMIDE, Paula Inez Cunha (2003). Estilos parentais e comportamento antissocial. In: DEL PRETTE, Almir & DEL PRETTE, Zilda Aparecida Pereira (orgs.). Habilidades sociais, desenvolvimento e aprendizagem: questões conceituais, avaliação e intervenção. Campinas: Alínea, p. 21-60.
- HOOKS, Bell (2013). Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. Tradução Marcelo Brandão Cipolla. – São Paulo: Editora WMF Martins Fontes.
- MACEDO, Lino de; PETTY, Ana Lúcia Sícoli. Aprender com jogos e situações-problema. Porto Alegre: ArtMed, 2000.
- MOURA, Manoel Oriosvaldo de (2008). Jogo, brincadeira e a educação. 11 ed. São Paulo: Cortez.
- PARLETT, David (1999). The Oxford History of Board Games. Oxford e Nova Iorque.
- PEEK, Philip M. & YANKAH, Kwesi (eds.) (2004). African Folklore: na Encyclopedia. New York and London: Routledge.
- PIAGET, Jean (1986). O nascimento da inteligência da criança. Editora Crítica: São Paulo.
- VOOGT, Alexander de (1997). Mancala Board Games. Londres: British Museum press.
Palabras clave:
jogos lúdicos; escola; mancala;
#02175 |
JOGOS ELETRÔNICOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR, UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA (2010-2021)
Dionathan Gabriel Ferreira1
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Constantino Ribeiro de Oliveira Junior
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Os jogos eletrônicos fazem parte do cotidiano de crianças, adolescentes e jovens em idade escolar. Partindo desse pressuposto, elaboramos os seguintes questionamentos: será possível trabalhar com os jogos Eletrônicos em sala de aula? Os professores estão abertos a esse tema? O que os torna tão atraentes? Qual a preocupação dos professores e pesquisadores sobre o tema? Para investigar tais questões, desenvolvemos uma pesquisa sobre o Estado do Conhecimento nas principais plataformas de base de dados acadêmicas e científicas. O objetivo era mapear e analisar a produção de pesquisadores brasileiros sobre a temática dos Jogos Eletrônicos na última década. Sendo assim, foram analisados 20 artigos referentes a tal tema. As bases de dados de pesquisas usadas para a produção dessa análise foram: Scielo, Portal Periódicos CAPES, e Google Acadêmico. Para isso, lançamos as seguintes palavras chaves: Jogos Eletrônicos e Educação Física Escolar. Logo após a coleta de dados, organizamos os artigos publicados, por ano de publicação, linguagem portuguesa e relevância sobre o tema. Dos 20 artigos selecionados, foram separados em ano de publicação, sendo eles em sua maioria publicados em 2012 e 2020 com quatro publicações seguidos de 2019 com três publicações, os locais de publicação foram em sua maioria nas Universidades de Minas Gerais com a UNIMONTES e UFMG, em São Paulo o destaque foi para Unicamp e USP. Lido os artigos foram selecionados os temas mais relevantes no critério do autor, sendo eles, Tecnófobia com um artigo, Violência e Malefícios com três, Estudo com alunos/Professores com três, Globalização dos jogos eletrônicos com quatro, Ciber atletas com três, Benefícios de jogar videogame com 12, Valorização da educação física através dos jogos eletrônicos com três artigos abordando o tema. Dentre os pesquisadores alguns se destacaram com dois artigos: Botelho, S. S. C.; Vaghetti, C. A. O.; e Gadêlha, G. T. S. Com os resultados analisados concluímos que é possível trabalhar com os jogos eletrônicos na realidade escolar, apesar de alguns professores serem contrários a tal prática. Otimistamente a maioria dos profissionais da educação trabalhariam com essa modalidade. Os motivos que percebemos são antagônicos, porém relevantes, pois para alguns os jogos são tão atraentes e que tirariam a atenção dos estudantes, pois possibilitam adentrar a uma realidade virtual, na qual eles podem ser “quem eles querem ser”. Ademais, alguns professores/pesquisadores se mostraram preocupados com o grau de violência empregados em determinados jogos. Entretanto, outros tantos professores/pesquisadores entendem que a maioria das crianças conseguem separar o mundo real do virtual, e, portanto, seria perfeitamente possível utilizar-se dessas práticas em sala de aula. Palavras-chave: Educação Física Escolar; Jogos Eletrônicos.
#03671 |
(Res)socialização e boxe como pedagogia informal.
O presente trabalho buscou como foco explorar a minha pesquisa etnográfica que se fundamenta nas aulas de boxe realizadas por professores egressos do sistema penal, em uma academia de boxe no bairro da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro. Nessa pesquisa utilizei a Participação Observante, na qual o pesquisador tem profunda inserção no campo e relações com o grupo pesquisado. Nesse contexto, é sabido que a dificuldade de reingresso social de indivíduos com antecedentes criminais é fruto da nossa sociedade racista e nitidamente excludente. Dessa forma, a pesquisa baseou-se na interação desses professores oriundos do sistema penal com dois tipos de alunos: jovens, senhores e senhoras da classe média; e jovens bolsistas periferizados e oriundos das favelas fluminenses, que são vistos socialmente como portadores de estigmas e sociabilidade violenta. Com isso, a proposta desse trabalho, que envolve uma metodologia qualitativa e bibliográfica, é debater como se desenvolvem as relações desses grupos tão antagônicos de alunados com os professores. Levando em consideração os relatos biográficos dos mesmos e o quanto essa oralidade epistêmica é importante para potencializar, direcionar e ampliar os socos desferidos nos treinos e ensaiados na vida. Dessa forma, e a partir do conjunto de experiências desses sujeitos, pretendo explanar os conflitos, os rounds do dia a dia, as relações entre o macrocosmo e o microcosmo que um ginásio de boxe pode se transformar para jovens periféricos em processo de sujeição criminal
#03754 |
ANALISE DA RELAÇÃO ENTRE COMPOSIÇÃO CORPORAL, POTÊNCIA MUSCULAR E VO2máx EM JOGADORES DAS CATEGORIAS DE BASE DO OPERÁRIO FERROVIÁRIO ESPORTE CLUBE. 2020.
O futebol,e um dos esportes mais praticado no mundo, tem se desenvolvido no que se refere a preparação e avaliação física. Neste contexto, diversos estudos surgem a fim de verificar a relação de uma capacidade física sobre a outra. Portanto, o objetivo do presente trabalho foi verificar se existe relação entre a composição corporal e a performance no teste de salto vertical e cardiorrespiratório em jogadores da categoria de base sub-17 e sub-20 de um clube profissional do município de Ponta Grossa-PR. Participaram da pesquisa 40 atletas do sexo masculino com idade média de 16,26 ± 0,86. Foi realizada a avaliação antropométrica a fim de verificar o percentual de tecido adiposo, o teste de CounterMovementJump para medir a potência de membros inferiores e altura saltada, e o Yo-YoRecovey Test - Nível 1 para estimar o Vo2máx, com base no protocolo de Bangsbo, Iaia e Krustrup (2008). Verificou-se um percentual de 11,76 ± 2,46 % de tecido adiposo, potência relativa média no salto vertical de 48,58 ± 3,70 N e Vo2máx médio de 47,28 ± 2,78 mL.kg.m.Não foi encontrado relação entre o percentual de gordura e os valores de Vo2máx obtidos por meio do teste do Yo-Yo. No entanto, verificou-se relação forte e negativa entre o percentual de gordura e a altura no salto vertical e a potência relativa de membros inferiores (r= -0,464**). Conclui-se que quanto menor o percentual de gordura, maior foi a altura dosalto vertical e a potência relativa dos membros inferiores medida por meio do teste de salto vertical em jogadores .
#04019 |
INTERSECCIONALIDADE, ATIVIDADE FÍSICA E ESPORTE NO BRASIL: UMA ANÁLISE DOCUMENTAL
Tatiane Perucelli1
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Edilson De Oliveira
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Miguel Archanjo de Freitas Junior
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A distinção do masculino e feminino, inicia-se nos processos de socialização da criança logo na sua concepção, no questionamento do sexo do bebê. Segundo Bourdieu (2012), instituir essa diferença entre corpos biológicos reforça o sentido de gêneros construídos como duas essências sociais hierarquizadas, uma vez que é a partir dessa construção arbitrária do biológico, em particular do corpo masculino e feminino, nos seus usos e atribuições, é que se dá um fundamento aparentemente natural e androcêntrica da divisão do trabalho sexual e da divisão sexual do trabalho. Embora existam alguns avanços em relação ao direito das mulheres ao trabalho, elas ainda são responsáveis pela maior parte das atividades domésticas, limitando seu tempo em relação as atividades esportivas e de lazer. (MARCELINO, 1996). Deste modo, o objetivo do presente estudo foi realizar uma analisar interseccional do perfil dos praticantes de atividade física e esporte no Brasil. Para isso utilizou-se uma pesquisa documental, analisando os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do ano de 2015 (mais atual), publicada no ano de 2017 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Como aporte teórico/metodológico utiliza-se a interseccionalidade para compreender como as relações interseccionais de poder influenciam nas relações sociais, principalmente considerando as categorias de raça, classe, gênero, orientação sexual, entre outras, para o em entendimento da complexidade do mundo, pessoas e experiências humanas. (COLLINS, BILGE, 2020). Observou-se que existia uma relação diretamente proporcional entre a prática de atividade física ou esporte e o nível de formação escolar ou faixa de renda. Quando questionados em relação a cor ou raça, das pessoas que praticam algum esporte, declararam-se como brancas 24,8% e preta ou parda com 23, 2%. Quanto ao sexo, entre os homens 31,7% praticavam algum esporte ou atividade física, já entre as mulheres o número foi de 16,9%. Dentreos esportes, 94,5% dos praticantes de futebol são do sexo masculino, no ciclismo 75,2% são homens. Com relação dança ou ballet 85% dos praticantes eram mulheres, na ginástica rítmicaou artística eram 80,5%, se comparadas ao sexo masculino. Conclui-se que as práticas de atividades físicas e esporte apresentam uma padronização de gênero, sendo distribuido, a dança ou ballet para as mulheres e o futebol para os homens, onde a cobrança em cuidar da saúde e do corpo, recai sobre o sexo feminino em sua maioria, deixando o lazer como uma prática de direito de homens, destacando como uma prática masculina, relacionando um exercício de diferenciação generificada de poder cultural. Deste modo, aponta-se para a necessidade de ações que oportunizem novas formas de aprendizagem e apropriação da cultura corporal esportiva, visando diminuir os impactos de uma cultura que ainda perdura na desigualdade de gênero entre as brasileiras e brasileiros.