Resumen de la Ponencia:
O presente trabalho visa refletir sobre a Sociologia de Zigmunt Bauman em sua caracterização da Modernidade Contemporânea, na condição do que o autor denomina como “Modernidade Líquida”, particularmente, em suas considerações sobre os turistas e os estranhos. Dentre os diversos atributos elencados por Bauman, na caracterização da Modernidade, destacamos a questão da ambivalência e como o autor se utiliza da metáfora do turista para representar a sociedade contemporânea, entendida a ambivalência como algo inerente à Modernidade. O turismo pode ser compreendido como questão central da vida contemporânea, enquanto fenômeno representativo da mobilidade, em boa medida, traduzida pelas escolhas possíveis, entre mover-se, ou ficar parado. Através dos deslocamentos, também aparece a figura do estranho. Para Bauman, tudo está em constante movimento e, assim, todos se tornam estranhos, sendo o indivíduo contemporâneo, um estranho universal, pois habita ao mesmo tempo, vários mundos, contrastantes. Contudo, para o autor, o estranho representa ameaça e perigo à ordem social. Esse aspecto também abala a ideia de quem é o nativo, num mundo de deslocamentos, assim a experiência de ser nativo, vai também, tornando-se ambivalente e é, neste campo de discussões, que Bauman se utiliza da metáfora do turista para representar esta condição, uma condição “pós-moderna”. A liberdade do turista de ir e vir, porém, tem passado pelos limites da ordem/desordem social ambivalente da modernidade, em contexto global de pandemia. Em que medida a Sociologia de Bauman contribui para a compreensão do turismo em sua relação com a construção de identidades a partir da ambivalência nativo-estranho, e os processos de mobilidade/imobilidade que o autor nos coloca, torna-se uma das questões que trazemos para consideração, neste trabalho.