Lino João de Oliveira Neves
1
;
Beatriz Huertas Castillo
2
;
Miguel Lovera
3
;
Daniel Aristizabal
4
;
Guenter Francisco Loebens
5
1 - Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e Equipe de Apoio aos Povos Livres (Eapil-Cimi).
2 - Rainforest Foundation Norway (RFN) / Organización Regional de Pueblos Indígenas del Oriente (ORPIO).
3 - Iniciativa Amotocodie.
4 - Amazon Conservation Team (ACT).
5 - Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
Justificación del Panel:
Os povos indígenas em situação de isolamento voluntário, ou povos isolados, ou povos livres, são vistos como os grupos humanos mais vulneráveis, mais indefesos e mais sujeitos a violências de todas as ordens.Essa situação, embora verdadeira, encobre a realidade ainda mais trágica de violência e opressão consentidas pelos Estados nacionais que, por omissão ou cumplicidade, não cumprem com o dever de proteger e garantir a vida dos povos isolados.Ameaçados em sua integridade física, cultural e territorial pela ausência de políticas públicas efetivas, os povos isolados contam apenas com suas estratégias de distanciamento contra o avanço constante das frentes de exploração econômica sobre os seus territórios.A proteção territorial é absolutamente fundamental para a sobrevivência dos grupos/povos isolados e para a possibilidade de exercício de autonomia e autodeterminação em seus territórios tradicionais. Contudo, o abandono das políticas públicas de proteção e a defesa – tanto pelos Estados nacionais como por segmentos da antropologia – ao retorno de práticas de “contatos forçados”, eufemisticamente rebatizados como “contatos controlados” ou “contatos humanitários”, justificadas a partir de argumentos de cariz salvacionista, deixam os “isolados” expostos ao avanço de interesses anti-indígenas que visam a exploração extrativista dos recursos naturais – pesca e caça, minérios, madeiras – como estratégia de promover a expropriação dos territórios indígenas para a sua ocupação como terras privadas. Este Painel pretende analisar os riscos e ameaças que atingem os povos isolados, livres, autônomos, em situação de isolamento voluntário colocando no horizonte dos debates o reconhecimento destes povos como sujeitos políticos de seus projetos de vida e de suas perspectivas de futuro.