Resumen de la Ponencia:

O artigo aborda em um primeiro plano o debate acerca das teorias e temáticas do Pensamento Político e Social Latino-Americano e suas interpretações sobre Estado, capitalismo e desenvolvimento na América Latina. Dessa maneira trata da literatura pertinente ao desenvolvimento, subdesenvolvimento e economia social e política latino-americana. Destacando alguns dos equívocos teóricos e metodológicos sobre o problema do subdesenvolvimento dos territórios latino-americanos.  Descreve em linhas gerais a história econômica e social desses espaços considerados subdesenvolvidos. Assim, o tema central gira em torno do desenvolvimento econômico e social e como estes pilares possuem um caráter duplo promovendo de um lado o progresso para determinadas regiões globais enquanto por outro lado produz o atraso econômico e social às populações do sul global, mais em específico da América Latina. Em um segundo momento, aborda como a burguesia nacional brasileira optou por se associar ao capital internacional para se manter no poder político e econômico, se valendo das Forças Armadas par a realização do golpe militar de 1964. Aproveita-se do ensejo para apresenta alguns dos resultados preliminares da pesquisa acerca da participação do empresariado brasileiro tanto no apoio ao golpe militar bem como sua participação intensiva nos governos militares. Como o empresariado brasileiro obteve, durante todo o regime ditatorial, vantagens econômicas e políticas por meio de financiamento de órgãos públicos, principalmente os bancos estatais como o BNDE(S) durante a ditadura empresarial-militar. 

Introducción:

O entendimento acerca do desenvolvimento possui múltiplos sentidos, pode-se tomar a ideia de desenvolvimento como pertencente estritamente ao campo econômico ou apenas social. Pode-se ainda, pensar o desenvolvimento, como um conjunto complexo que coaduna diversos aspectos da realidade humana e sem perder de vista a dimensão de ambivalência que o conceito carrega, mas acima de tudo ele modifica todos as esferas da estrutura social, social, histórico, econômico, educacional entre outros. 

A questão do desenvolvimento econômico para alguns teóricos se trata de cumprir algumas etapas para assim alcançá-lo, já para outros autores o desenvolvimento e o subdesenvolvimento se trata de duas faces do mesmo processo econômico, que de um lado produz desenvolvimento para uns e subdesenvolvimento e dependência para outros. 

As condições econômicas, históricas e sociais pertinentes ao processo de desenvolvimento dos países latino-americanos, não podem ser pensadas da mesma forma que os países centrais do sistema capitalista global que viveram o caso clássico da formação das sociedades modernas. Deve-se levar em consideração o período histórico e a maneira como foi conduzida a industrialização e, desta forma, como a ideia de desenvolvimento se aplica ao caso latino-americano. 

O golpe militar de 1964 e todo o período da ditadura empresarial-militar pode ser tratado como um aspecto do desenvolvimento e perpetuação do subdesenvolvimento, (re)produzindo dependência econômica ao capital monopolista, geralmente, associado aos países hegemônicos do sistema capitalista mundial. 

Conforme Dreifuss aborda em sua obra “1964: A conquista do Estado, ação política, poder e golpe de classe” de 1981, o golpe de Estado dado pelos militares e mesmo a vigência de todo o período ditatorial não foi um projeto de poder (político e econômico) estritamente das forças armadas. Na verdade, teve a participação da burguesia nacional e internacional. Os empresários não só apoiaram o golpe de 1964, como tiveram participação nos governos dos generais, em muitos casos, participaram da administração pública do regime autoritário e se beneficiaram. (DREIFUSS, 1981)

O golpe teve um forte caráter classista reinserindo o Brasil no sistema capitalista mundial como um país em vias de desenvolvimento ou subdesenvolvimento, subserviente ao capital estrangeiro. Destaca-se também que a vinculação entre empresariado e ditadura tem uma estreita relação com o modo como o Estado brasileiro se inseriu no contexto do capitalismo internacional, de forma dependente e periférica.

Desarrollo:

A primeira ideia que vale a pena colocar no debate acerca da compreensão do desenvolvimento pertence ao professor de economia e filosofia Amartya Sen (2010), que afirma: “o crescimento econômico não pode sensatamente ser considerado um fim em si mesmo.” (SEN, 2010, p.29) 

Amartya Sen também faz a discussão problematizando o desenvolvimento como um conceito que “cabe” tudo e, portanto, seria necessário criar uma nova definição do conceito vinculada à determinadas características para garantir com que o desenvolvimento expressasse uma determinada condição material. Para ele, o desenvolvimento deveria estar relacionado, acima de tudo com a melhora da vida que as pessoas levam e de todo tipo de liberdade que podem desfrutar. (SEN, 2010, p.29) 

A partir da concepção de que o desenvolvimento deveria gerar mudanças nas esferas a vida social, Amartya Sen pressupõe sua definição compreendendo-o como um espaço deve haver uma ampliação das liberdades substantivas e estas por sua vez possuem distintas variáveis a serem cumpridas, tais como a distribuição de riqueza, liberdade dos indivíduos com relação acesso a emprego em um conjunto de questões para se garantir isso. 

Expandir as liberdades que temos razão para valorizar não só torna nossa vida mais rica e mais desimpedida, mas também permite que sejamos seres sociais mais completos, pondo em prática nossas volições, interagindo com o mundo em que vivemos e influenciando esse mundo. (SEN, 2010, p. 29) 

Nesse encadeamento de ideia, Costa Pinto (1962) coloca os estudos acerca dos problemas de desenvolvimento econômico passando a ter algum sentido devido a uma realidade humana, um complexo de relações cotidianas concretamente vividas, um estilo de vida (ou melhor colocando, muitos estilos de vida que se coadunam), em suma, uma estrutura social interligada. De acordo como autor, a questão do problema do desenvolvimento econômico diz mais respeito a problemas sociológico, ou melhor, ao campo da sociologia do que exatamente um problema econômico. (COSTA PINTO, 1962, p. 300) 

Para Costa Pinto existem três pontos de análise para se estruturar os estudos do problema do desenvolvimento econômico. O primeiro seria, o estudo das condições sociais do desenvolvimento; o segundo, o estudo das implicações sociais do desenvolvimento; por fim o terceiro, possui um caráter mais abstrato e teórico, por ser um estudo que delimita o significado do próprio desenvolvimento em si, enquanto processo histórico e social. (COSTA PINTO, 1962, p. 300)

O primeiro plano, portanto, analisaria os padrões e as formas econômicas e sociais pré-existentes, pois são elas que se transformam. Nesse sentido, o homem enquanto tipo histórico estaria no centro dessa análise, dele deriva questões como suas técnicas e sistema de trabalho, condições de vida, tradições, instituições e valores, estrutura social e suas estratificações. No segundo plano, se concentraria nos efeitos e consequências pertinentes ao processo de desenvolvimento econômico. Esse processo causaria uma mudança de mentalidade social em todos os níveis da estrutura social, educacional, vida cotidiana, trabalho, criaria, enfim um novo padrão de economia e sociedade. O terceiro e último plano, residiria, forçosamente, na esfera da episteme, quer dizer, seria um problema inerente do campo da Sociologia que se incumbe de estudar “uma série de problemas simultâneos, o processo global de gestação de uma nova economia, uma nova sociedade e um novo homem.” (COSTA PINTO, 1962, p. 301)

Dentro dessas três perspectivas trazidas por Costa Pinto, desdobra-se alguns pontos de grande importância para o estudo do desenvolvimento dentro do campo das ciências sociais.

O primeiro seria que o desenvolvimento seria então a chave para superar o subdesenvolvimento, mas não podemos fazer com o desenvolvimento o que foi feito com a ideia de progresso. Isso porque a ideia de ‘progresso’ se tornou ideologia que mascarou a realidade desigual das sociedades globais desde o final do século XIX e na prática pouco contribuiu com a realidade empírica dos estados nações em particular. O desenvolvimento não pode ser essa dimensão ideológica na qual todos os países precisam se tornar desenvolvidos.

De acordo com Amartya existe com frequência, ao longo do tempo, alguns dentro de distintas sociedades que defendem a negação como justificativa para se estimular o desenvolvimento econômico.

Alguns chegaram a defender sistemas políticos mais autoritários — com negação de direitos civis e políticos básicos — alegando a vantagem desses sistemas na promoção do desenvolvimento econômico. (SEN, 2010, p. 30)

É possível traçar paralelos entre o texto “Em Busca de uma Ideologia do Desenvolvimento” de Celso Furtado (1968) com o texto “Desenvolvimento como Liberdade” de Amartya Sen. Isso porque ambos os autores realizam o esforço para compreender a base do desenvolvimento e como este se estrutura no tempo, questionando a aplicabilidade desse ideário para outras nações que não o efetivaram em todas as suas etapas. Levando ainda em consideração questões específicas de cada território, como processos sociais e históricos entre outros.

Para Celso Furtado (1968), o desenvolvimento não poderia ser compreendido enquanto uma condição endógena no qual o país supera determinadas problemas e galga etapas universais, chegando ao nível do desenvolvimento.  Aborda que a formação das modernas sociedades industriais é mais facilmente compreendida quando nós a estudamos sob diferentes ângulos dentre os quais ele vai destacar o desenvolvimento das suas próprias forças produtivas o ângulo da própria transformação das estruturas sociais e também o do marco institucional e dentro dos quais dos ângulos essas forças vão operar.

Então, Celso Furtado (1968) aponta que a sua análise capta o problema de subdesenvolvimento como sendo uma realidade histórica, decorrente da técnica moderna no processo de constituição de uma economia considerada de escala mundial. O subdesenvolvimento deve ser compreendido como um fenômeno da história moderna comum dos aspectos da própria propagação da revolução industrial e, nesse sentido, o estudo do subdesenvolvimento não pode se realizar isoladamente. Não deve ser compreendido como sendo uma fase do processo de desenvolvimento que seria necessariamente superada sempre que atuassem alguns fatores conjuntamente.

Outro aspecto marcado por Sen refere-se aos casos nos quais as liberdades individuais e os direitos civis básicos são sistematicamente negados a uma grande parcela da população de países desenvolvidos. Sen mostra com isso que existe uma ambivalência do conceito, no entanto, significa dizer que mesmo os países centrais que tem uma parcela da população vivendo em situação precária não os torna em subdesenvolvidos e, nem as classes que possuem esse bem estar nos países subdesenvolvidos torna esses países desenvolvidos. Então, o conceito para conseguir abarcar essa clivagem deveria ter uma capacidade analítica de apreensão dessas contradições do mundo empírico e real. (SEN,2010)

Outro aspecto interessante que Furtado (1968) nos revela é tanto o desenvolvimento e quanto o subdesenvolvimento são coetâneos. As economias que provocaram e lideraram os processos de formação de um sistema econômico de base mundial provocaram também o subdesenvolvimento em países periféricos do sistema, não podendo estes repetir a experiência das economias desenvolvidas. Somente a partir dessa perspectiva seria possível captar o que é específico do subdesenvolvimento e, assim, aprender onde a experiência dos países desenvolvidos deixaria de apresentar legitimidade para os países subdesenvolvidos cujo avanço pelos caminhos do desenvolvimento passa a depender apenas da sua própria capacidade para criar-se neste ponto uma história. (FURTADO, 1968, p.4)

Nesse entendimento, Furtado (1968) descreve que o desenvolvimento e o subdesenvolvimento devem ser compreendidos dentro de uma mesma chave de interpretação, porque ambos seriam produtos da história moderna. Por ambos serem aspectos da revolução industrial, devem, portanto, ser estudados de maneira interligadas. O subdesenvolvimento só pode ser compreendido a partir do confronto a ideia de desenvolvimento. Sendo assim,

Pelo mesmo fato de que são coetâneos das economias desenvolvidas, isto é, das economias que provocaram e lideraram o processo de formação de um sistema econômico de base mundial, os atuais países subdesenvolvidos não podem repetir a experiências dessas economias. (FURTADO, 1968, p.4)

Contudo, para Florestan Fernandes (2006), não existi uma forma ou modelo único de acumulação capitalista como o pensamento eurocêntrico havia se propagado. Na verdade, o capitalismo tem um caráter plástico no sentido de se moldar a distintas realidades promovendo em maior ou menor grau a exploração da força de trabalho e das distintas situações econômicas, sociais e culturais de onde se instala. (FERNANDES, 2006, p.337) 

Mesmo que ocorresse uma forma na qual o desenvolvimento fosse igual em todos os lugares e tempos, esta não conseguiria garantir uma evolução uniforme do capitalismo e nem a consolidação da dominação burguesa. (FERNANDES, 2006, p.339) 

Quanto ao que diz respeito aos países latino-americanos, Furtado (1968) destaca que estes tiveram um processo de desenvolvimento com características extremamente diferentes dos países do bloco hegemônico. Tiveram que procurar um caminho da diversificação das estruturas econômicas para alcançar um adequado crescimento. Nessa conformidade, a industrialização dos países da América Latina não teve a intenção de romper com os esquemas de divisão internacional do trabalho. (FURTADO, 1968, p.7) 

A industrialização latino-americana constitui um caso típico do que se chama de desenvolvimento mediante um processo de substituição dinâmica das importações. Os investimentos são orientados no sentido de diversificar a estrutura produtiva afim de satisfazer os requerimentos de uma demanda que antes era atendida por meio das importações. Então a natureza substitutiva das importações vai constituir, segundo Furtado (1968) uma das causas básicas da especificidade da própria industrialização latino-americana. (FURTADO, 1968). 

Nesse cenário, surge a discussão relacionada com a urbanização dos países capitalistas modernos, criando um novo tipo de sociedade que se estruturou a partir de classes sociais, burguesia proletariado. A partir daí, surgem os antagonismos de classe. (FURTADO, 1968) 

Assim, a classe capitalista, ao tomar conhecimento da superação, percebe o valor de institucionalizar os conflitos existentes colocando-os na estrutura. Regula-se, portanto, o direito a greve e modificações nas instituições políticas, tentando adaptá-las aos requerimentos de uma sociedade cujo dinamismo vai decorrer do próprio antagonismo das classes. 

No caso brasileiro o destaque vale para como se constituiu a burguesia, nacional. Esta pode ser considerada como fruto de estratos da oligarquia rural, de um resquício de elites coloniais bem como novos estratos que surgiram do processo de industrialização. Contudo, a burguesia nacional não surgiu, exatamente, a partir do processo de antagonismos entre as classes, como no caso clássico dos países hegemônicos. Tão pouco foi somente fruto da constituição dos interesses de classe, envolve aí questões da colonialidade e da dependência econômica e associação com o capital externo, ou seja, condições exógenas ao território nacional. (FURTADO,1968, p.9)

Nesse registro, as burguesias nacionais dos países periféricos possuem características peculiares, detém um forte poder de econômico, social e político, de base e com alcance nacional, controlam o Estado e sua máquina burocrática administrativa, contam ainda com o suporte externo para modernizar as formas de socialização, cooptação ou de repressão inerentes à dominação burguesa. (FERNANDES, 2006, p.345)

Torna-se, em vista disso, uma tarefa extremamente difícil retirá-la do poder ou movê-la politicamente utilizando os mecanismos oficiais de confronto ou constrangimento. Isso significa que a classe burguesa nacional periférica, luta não nos mesmos moldes ou pelas mesmas coisas que a burguesia hegemônica, até porque estão em condições distintas. Enquanto a burguesia dos países centrais já tinha atingido um grau de maturação econômica, social e política de dominação, a burguesia nacional periférica luta pela sua sobrevivência e do capitalismo dentro do espaço nacional.

O que Florestan (2006) coloca em pauta é que, geralmente, o pensamento, entre a transformação capitalista e a dominação burguesa nos países de economia capitalista periférica e dependente ou subdesenvolvida, tinha-se em mente duas presunções. 

A primeira diz respeito a compreensão de que as economias capitalistas dependentes tenderiam a repetir o ciclo clássico ocorrido nos países centrais, como Inglaterra e França. Não obstante, ao que Rosa Luxemburgo, citada por Florestan, nos mostra que, “a expansão capitalista da parte dependente da periferia estava fadada a ser permanentemente remodelada por dinamismos das economias capitalistas e do mercado capitalista mundial” (LUXEMBURGO, Apud. FERNANDES, 2006, p.339) 

Em segundo lugar, para existir a autonomização do desenvolvimento capitalista necessita-se de uma ruptura com a dominação externa e/ou colonial (imperialista e neocolonial). Se a situação colonial ou neocolonial se perpetua, da mesma forma se perpetuará o tipo de capitalismo dependente. Sendo assim, a expropriação capitalista externa e o de subdesenvolvimento relativo continuará como condições e efeitos inelutáveis. (FERNANDES, 2006, p.339) 

Para Florestan, a Revolução Burguesa (RB) na periferia do capitalismo perdeu seu caráter revolucionário por ser retardatária, só pode ser considerada como de caráter burguês por se integrar a um processo contínuo ao longo do tempo refletindo as contradições de classes com suas condições históricas e antagônicas. 

Período de 1964 a 1985 – A Ditadura Empresarial-militar 

Florestan Fernandes nos aponta que as conexões entre a dominação burguesa e as transformações capitalista se modificam de maneira mais ou menos rápida dependendo da consolidação capitalista no Brasil, agudizando-se dentro do capitalismo monopolista. Assim, pode-se afirmar que a industrialização teve papel central para a modificação na organização, dos dinamismos e a posição da economia urbana dentro do sistema capitalista brasileiro. Tal processo não dinamiza apenas os centros urbanos nacionais, mas também tornas as cidades do interior em satélites dos grandes centros urbanos.

De acordo com o autor, existe uma dupla articulação, na qual se engendra a dominação burguesa, nos países periféricos de um modo típico que se “adapta estrutural, funcional e historicamente, a um tempo, tanto às condições e aos efeitos do desenvolvimento desigual interno quanto às condições e aos efeitos da dominação imperialista externa.” (FERNANDES, 2006, p. 349)

Quando a crise de transição atingiu o ápice, aquelas classes definiram não só sua lealdade, mas também suas tarefas políticas e sua missão histórica na direção de um desenvolvimento acelerado e de uma revolução institucional que implicavam a mesma saída: a revolução nacional continuaria a ser dimensionada pela infausta conjugação orgânica de desenvolvimento desigual interno e dominação imperialista externa. (FERNANDES, 2006, p. 349 e 350)

Nessa conformidade, as classes burguesas brasileiras buscaram compatibilizar a revolução nacional com o capitalismo dependente e subdesenvolvimento, assumindo, frente a dupla articulação, uma posição pragmática e realista, demonstrando a devida racionalidade burguesa. Isso, no entanto, não impediu uma revolução nacional, quer dizer, na verdade é ela que constitui o eixo político de dominação burguesa e do controle do Estado pela burguesia. Contudo, esta revolução deve estar dentro da ordem compatível com o capitalismo dependente que tem por interesse consolidar o poder burguês por meio das estruturas e funções de sua dominação de classe. (FERNANDES, 2006, p.350)

É, justamente, neste ponto que vale a pena salientar uma questão pertinente acerca da dominação burguesa, o alcance da dominação em fazer de seus interesses de classe como interesse da nação como um todo, fazendo isso por meio da mediação do Estado. (FERNANDES, 2006, p. 350)

A partir dessa ideia a burguesia por meio da tecnocracia estatal vigente no período da ditadura modificou toda a estrutura burocrática e administrativa para uma lógica empresarial e técnica, aparentemente sem cunho político. Entretanto, isso não é possível, pois toda a forma de gestão ou gerência é uma escolha política, dessa maneira a não escolha política diz muito sobre as gestões militares-empresariais. (IANNI, 2019)

Nesse sentido, é possível notar que a burguesia nacional, estruturalmente se transfigura em uma burguesia pró-imperialista, incapaz de passar mecanismos auto protetivos, mesmo que indiretos, e assumi passivamente ações imperialistas, seja no plano dos negócios, no plano diplomático até no político. (FERNANDES, 2006, p. 355) 

Fernandes destaca que a partir, 

Desse ângulo, dela provém a opção interna das classes burguesas por um tipo de capitalismo que imola a sociedade brasileira às iniquidades do desenvolvimento desigual interno e da dominação imperialista externa. (FERNANDES,2006, p.353)

Como aponta Dreifuss, (1981), o Estado montou todo um aparato administrativo de financiamento, estabelecendo ‘anel burocrático empresarial’ que forneceu suporte econômico e financeiro estimulando novos e antigos empreendimentos e setores da economia nacional por meio de financiamentos extremamente vantajosos ao empresariado brasileiro e estrangeiro. (DREIFUSS, 1981, p.98) 

O planejamento era necessário ao capitalismo monopólico, para servir a dois propósitos. O primeiro selecionar temas, tópicos e diretrizes, em segundo lugar, determinar o acesso de frações de ou setores nos centros burocráticos de tomada de decisão. Era notório que essa rede tinha um comando e um direcionamento, comando das oligarquias ou do bloco modernizante conservador e atuava em detrimento próprio e de interesses do capital monopolístico.

A tecnocracia estatal vigente no período da ditadura modificou toda a estrutura burocrática e administrativa para uma lógica empresarial e técnica, aparentemente sem cunho político. Entretanto, isso não é possível, pois toda a forma de gestão ou gerência é uma escolha política, dessa maneira a não escolha política diz muito sobre as gestões militares-empresariais. Assim, podemos destacar que a ascensão de determinadas parcelas ou figuras dentro das forças armadas brasileiras que tinham por objetivo o desenvolvimento empresarial seguro no país.

Primeiro a burguesia busca, acima de tudo, preservar suas circunstâncias de poder econômico, político e cultural para assim continuar a se manter, impondo seu poder burguês e dando continuidade histórica. Segundo produzir mecanismos que insiram a burguesia brasileira no mercado internacional para, assim, assegurar ao poder burguês meios externos acessíveis de suporte, de renovação e fortalecimento. Em terceiro e último lugar, a burguesia nacional tem por objetivo preservar e unificar controles diretos e indiretos da máquina estatal para assim, conseguir uma fluidez maior entre o poder político estatal e a dominação burguesa. A intenção é fundir ao máximo o poder burguês, fornecendo uma institucionalidade e com alcance nacional. (FERNANDES, 2006, p.354)

Assim, foram introduzidos conceitos do planejamento empresarial na máquina estatal a partir da criação da Comissão Mista Brasil-Estados Unidos de Desenvolvimento Econômico. As recomendações indicavam a criação de uma série de agências e órgãos públicos, o mais importante deles foi o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE). Este teve a função de apoiar financeiramente aos investidores e projetos privados, fornecendo vantagens econômicas às companhias multinacionais. (DREIFUSS, 1981)

As associações de classe compostos por empresário de multinacionais perceberam interesses em comum na necessidade de modernização do país e em estabelecer desse modo canais apropriados para disseminação de seus interesses e o fortalecimento desse anel burocrático empresarial. A existência dessas associações de classe manifestava o alto nível de consciência coletiva atingido pelos interesses do bloco empresarial. A proteção corporativa de seus empreendimentos econômicos deu lugar ao ativismo em prol do avanço político de seus interesses econômicos. (DREIFUSS, 1981, p.93)

Conclusiones:

O Brasil, como os demais países da América Latina, possui muitas particularidades em comum, como por exemplo os agentes que atuam nesse mercado global competitivo e dinâmico. Entre eles, podemos verificar o Banco Mundial, os Bancos Europeu e Nórdico de Investimentos, as agências estatais de seguro e créditos de exportação, finlandesas, suecas, norueguesas, alemães, empresas europeias de maquinário e tecnologia “florestal”, BNDES, Grupos Suzano, Votorantim, Aracruz, Vale do Rio Doce, Klabin, Centros Universitários, notadamente os de formação de engenheiros florestais e agrônomo.

De acordo com Dreifuss (1981) e Ianni (2019), o Estado participou diretamente desses arranjos de interesses. Após o golpe e todo o período do regime ditatorial, verificou-se o estímulo do plantio de eucalipto no norte do Espírito Santo.

Na metade da década 1960, na vigência da ditadura empresarial-militar, quando iniciaram os plantios industriais para celulose e carvão, houve inúmeros investimentos diretos e indiretos e as políticas de fomento ao setor. Assim: 1965, lei 4771, do Novo Código Florestal; 1966, a lei 5106, de incentivos fiscais; 1967 foi criado o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF); 1970, decreto-lei 1134, que permite às “pessoas jurídicas” reinvestir 50% no IR em “empreendimentos florestais”, por meio do IBDF; 1974, decreto-lei 1376, e criação do FISET, o Fundo de Investimentos Regionais, operado pelo Banco do Brasil; 1974, o decreto 79046 redesenha o setor, para ganhos em escala e produtividade; 1975, o primeiro PNPF - Plano Nacional de Papel e Celulose. (IANNI, 2019 e DREIFUSS, 1981)

Cabe o destaque para a reformulação do BNDE, que antes da instauração da ditadura empresarial-militar possuía um a função de ser o ator político/econômico que desenvolvia e implantava infraestrutura por todo território nacional, com foco em sua modernização, como no caso da eletrificação. Possuía um caráter de banco público com a dinamização mais global em termos econômicos. Durante o período o banco assume um papel de grande incentivador, tomando para si a tarefa de promover a industrialização e o desenvolvimento econômico nacional. 

Ainda na década de 1960, o BNDE cria vários tipos de fundos que apoiavam setores industriais e agroindustriais prevendo a compra de equipamentos e maquinários e incentivando a importação através de subsídios financeiro para esse tipo de operação. Assim, tinha-se os seguintes fundos: o Fundo Agroindustrial de Reconversão (FUNAR), o Fundo de Desenvolvimento Tecnológico e Científico (FUNTEC), o Fundo de Desenvolvimento da Produtividade (FUNDEPRO), o Fundo Especial para Financiamento de Capital de Giro (Fungiro) e o Fundo de Financiamento para Aquisição de Máquinas e Equipamentos Industriais (FINAME). (BNDES, 2012, p.51)

No ano de 1978, Associação Nacional dos Fabricantes de Papel e Celulose (IANFOCI), propôs ao BNDES a realização de um estudo que “diagnosticasse o "estado da arte" da cadeia produtiva de papel no país e a viabilidade de desenvolver uma indústria nacional de celulose e papel”. Assim, o BNDES financiou o estudo quase em sua totalidade. O estudo mostrou caso a implantação da indústria tivesse objetivado o mercado externo, teria sido possível aproveitar as economias de escala com o processo de produção de celulose e papel. (JUVENAL e MATTOS, p.55)

De acordo com os estudos realizados e financiados pelo BNDES, por meio do Conselho de Desenvolvimento Industrial do banco, outorgou a Resolução 11 e a Portaria 78 de outubro, ambos documentos do ano de 1972. Ambos asseguraram a concessão de incentivos fiscais a projetos de instalação de fábricas de celulose e papel desde que estas contemplassem uma produção mínima. (JUVENAL e MATTOS, p.56)

A Aracruz Celulose foi fundada em 1967, dentro desse cenário de subsídios ao setor de celulose e papel, tendo como proprietário o empresário norueguês Erling Lorentzen, com participação de outros acionais inclusive o próprio BNDE, suportado pela Ditadura Brasileira, através da Lei número 5.106/66 que previa abatimentos de até 50% no imposto de renda das empresas que realizassem florestamento e reflorestamento. (Brasil,1966)

Segundo Barcellos (2009), em sua tese de doutorado “Desterritorialização e R-existência Tupiniquim: mulheres indígenas e o complexo agroindustrial da Aracruz Celulose”, a empresa Aracruz Florestal pagou “[...] a quantia simbólica de oito décimos de centésimos de cruzeiro por cada metro quadrado, 30.000 ha. (trinta mil hectares) de terra indígena.” (BARCELLOS, 2009, p. 137)

No mesmo ano da criação, a Aracruz começa o plantio de eucalipto se beneficia dos subsídios ofertados pela Lei 5.106 (BRASIL, 1966) além de financiamentos do BNDES. Em 1968, a empresa conseguiu recursos por meio do Programa de Diversificação do IBC/GERCA que disponibilizou a quantia de NCr$ 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil cruzeiros novos), para aquisição de maquinários de plantio. (BARCELLOS, 200, p.217) 

Segundo Loureiro, no texto “A instalação da empresa Aracruz Celulose S/A e a “moderna” ocupação das terras indígenas Tupiniquim e Guarani Mbya”, a Aracruz recebeu incialmente dez mil hectares que anteriormente eram explorados pela Companhia Ferro e Aço de Vitória (Cofavi). Iniciou logo o plantio de eucalipto no município com a introdução da monocultura e forte tendencia à concentração fundiária desde sua implantação. (LOUREIRO, 206, p.10)

De acordo com Dalcomuni (1990), em sua dissertação de mestrado “A Implantação da Aracruz Celulose no Espírito Santo – Principais Interesses em Jogo”, a ARACRUZ CELULOSE S.A (ARCEL) é citada na relação de corporações que pediram financiamento para o BNDE nos respectivos anos: 1974, 1975, 1976, 1977, 1978, 1979, 1980, 1988 e 1990. 

Houve ainda grande desembolso por meio do Fundo de Financiamento para Aquisição de Máquinas e Equipamentos Industriais (FINAME) atualmente compõe o sistema BNDES, para empresas do setor de celulose e papel.

No objetivo de concluir o presente trabalho, vale retomar a ideia de Amartya Sen, quando da instauração do processo de desenvolvimento, é possível notar que este não se trata de um processo homogêneo, nem justo para a população como globalizante. Sendo possível perceber discrepâncias do exercício dos direitos e liberdades. 

Para Florestan Fernandes (2006), a burguesia de países latinoamericanos, em muitos casos, se alia ao capital internacional promovendo para dentro de seu próprio território uma economia imperialista para se manter no poder. (FERNANDES, 2006, p. 355) 

Segundo Dreifuss (1981), pode-se afirmar que no período do regime ditatorial, o bloco emergente modernizante-conservador visou a uma acomodação, embora conflitante ideologicamente, com o bloco populista. (DREIFUSS, 1981) 

Verifica-se, ainda de acordo com Dreifuss (1981), que o empresariado não só apoiou o golpe militar de 1964, mas se beneficiou em grande medida da ditadura por meio de financiamentos e incentivos fiscais oferecidos, seja por bancos públicos ou suas subsidiárias. Dessa forma, se estabelecer e ampliaram seus negócios calcados no ideário de desenvolvimento econômico. (DREIFUSS 1981)

Bibliografía:

ACSELRAD. Henri. XIII Congresso Brasileiro de Sociologia 29 de maio a 1 de junho de 2007, UFPE, Recife (PE) Grupo de Trabalho: "Globalização da Agricultura e dos Alimentos" Título do trabalho: O movimento de resistência à monocultura do eucalipto no Norte do Espírito Santo e Extremo Sul da Bahia 

BARCELLOS, Gilsa Helena. Desterritorialização e R-existência Tupiniquim: mulheres indígenas e o complexo agroindustrial da Aracruz Celulose. Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Departamento de Geografia da Universidade Federal de Minas Gerais. 

BRASIL, Lei número 5.106. 02 de setembro de 1966. BNDES. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. O setor de celulose e papel. 50 anos: Histórias Setoriais.

COSTA PINTO. O Desenvolvimento: seus processos e seus obstáculos. Journal of Inter-American Studies, Vol. 4, No. 3 (Jul., 1962), pp. 297-312. 

DALCOMUNI, Sonia Maria. A implantação da Aracruz Celulose no Espírito Santo – Principais interesses em jogo. Dissertação de mestrado apresentada 22 ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Agrícola da UFRRJ. Julho de 1990. 

DREIFUSS, Renè Armand. 1964: A conquista do Estado, ação política, poder e golpe de classe. 1981. Ed. Vozes. Petrópolis. 

FLORESTAN, Fernandes. Cap. 7 O modelo autocrático-burguês de transformação capitalista. In. A revolução burguesa no Brasil: ensaio de interpretação sociológica, Ed. Guanabara, Rio de Janeiro, 1975. 

FURTADO, Celso. Da ideologia do progresso à do desenvolvimento. (1968) 

IANNI Octavio. A ditadura do grande capital. São Paulo. Expressão Popular. 2019. 

JUVENAL, Thaís Linhares e MATTOS, René Luiz Grion. p.49-76. 2002. Org. SÃO PAULO, Elizabeth Maria de e FILHO Jorge Kalache. Rio de Janeiro. In. 

LOUREIRO, KLÍTIA. A instalação da empresa Aracruz Celulose S/A e a “moderna” ocupação das terras indígenas Tupiniquim e Guarani Mbya. Revista Ágora, Vitória, n.3, 2006, p. 1-32. 

SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo. Companhia das Letras, 2010

Palabras clave:

Responsabilização empresarial, ditadura brasileira, Desenvolvimento

Resumen de la Ponencia:

Este trabajo, reune una serie de reflexiones acerca de los retos por los que atraviesan hoy las universidades en México y América Latina, respecto a un tema crucial como lo es el de la función social de la universidad y su vinculación con el entorno.

A la luz de los cambios que ha habido en distintos momentos históricos respecto a dichas funciones, se analizan las resignificaciones que han tenido en el tiempo, desde la Reforma de Córdoba de 1918 hasta la actualidad, en particular en el marco de la crisis del COVID 19 y los Objetivos de Desarrollo Sostenible (ODS).

Dentro de la complejidad de la situación de esta pandemia, en todos los países de América Latina y el Caribe y a nivel mundial, se han desarrollado ajustes a las agendas nacionales muy profundos en todos los ámbitos, económico, político y social, que han llevado y llevarán a cambios que afectarán los temas prioritarios a resolver y reorientarán las políticas públicas y educativas de casi todos los países en relación con los ODS de la Agenda 2030.

Si bien no existe consenso sobre la magnitud de la duración que tendrá la pandemia ni la magnitud de sus efectos sobre la economía mundial en general y para cada país en particular, así como sobre la calidad de vida e intereses de la sociedad, esta nueva etapa nos lleva a buscar alternativas y caminos de vinculación de las universidades con todos los actores y sectores más significativos para el desarrollo de los ODS de la Agenda 2030.

Lo anterior significa que debemos acoger el COVID 19 como un detonador de cambio, y todo esto nos interpela tanto a los tomadores de decisiones como académicos y estudiantes a tener una mirada prospectiva que nos permita transitar hacia un escenario más equitativo e inclusivo en vista a un cambio del desarrollo social, político y económico en nuestros países.

Introducción:

Desde hace décadas que, en los círculos académicos e instituciones internacionales, se habla y discute de las funciones sociales de la universidad. Derivado de ello, a los conceptos de vinculación, responsabilidad social, pertinencia y calidad, se le han atribuido significados muy diversos según contextos históricos y culturales.

De ahí, que en este trabajo se traten de sistematizar las distintas re significaciones, que ha tenido en el tiempo el concepto de la función social de la universidad, desde la Reforma de Córdoba del 1918 a la actualidad y cómo estos cambios de significado, han estado mediados por diversos imaginarios y determinados contextos históricos y sociales. Esta perspectiva nos permite comprender los diferentes imaginarios que operan en la actualidad respecto a los retos y oportunidades que tienen las universidades en América Latina y el Caribe (ALC) en el marco de los ODS de la Agenda 2030.

Para ello, se considerarán algunos rasgos e imaginarios construidos en relación a la función de la universidad en distintos contextos y su evolución en el tiempo por parte de diferentes generaciones y como efecto de diversos acontecimientos históricos. (Sirinelli, 1987). 

 En primer lugar, presentaremos los imaginarios que se construyeron acerca de la función social de la universidad en la Reforma de 1918, resultado del movimiento de Córdoba. En un segundo apartado, analizaremos como este imaginario se fue alejando de su concepción original en distintos momentos históricos, mediado por los nuevos paradigmas trazados por el Banco Mundial (BM) y la Organización para la Cooperación y el Desarrollo Económico (OCDE), en el marco del modelo neoliberal a partir de la década de los 90.  En un tercer apartado analizaremos las nuevas resignificaciones que ha tenido y tiene en la actualidad, el concepto de función social, vinculación y pertinencia a partir de las crisis económicas, políticas y sociales, posteriormente, en el cuarto apartado, estudiaremos los retos y estrategias de las universidades ante el marco de los ODS y el COVID 19. Por último, se destacan algunas conclusiones.

Para analizar esta evolución se tomarán como marco de referencia los conceptos de pertinencia, responsabilidad social y vinculación, para por esta vía evidenciar los retos y tensiones que surgen en la resignificación de la función social de la universidad recuperando el peso simbólico que dicho concepto tuvo en el pasado en comparación con las condiciones actuales.

Es por todos conocido como los temas de la pertinencia social y la vinculación de la universidad con la sociedad han sido (y lo continúan siendo) motivos de intensos debates al interior de la universidad y por parte de distintos organismos nacionales e internacionales, tanto en Latinoamérica como a nivel mundial, expresados a partir de diferentes imaginarios sociales (Baczko, 1984) los que han tenido y tienen como uno de sus  ejes fundamentales el cuestionamiento a las actividades de vinculación, que se fundamenta, por un lado, por la pérdida de la autonomía en manos de intereses de mercado, empresarios y consecuencia de las respuestas de las mismas a las demandas del neoliberalismo (Manzo, 2011), y por el otro lado, los retos que las universidades tienen en la coyuntura actual a partir de la crisis económica y sanitaria con la sociedad (CLACSO, UDUAL, CEPAL, UNESCO, entre otras)[1].

Como se señaló en la Conferencia Regional de Educación Superior (CRES, 2018, pag.17)  

[…] en estas circunstancias, la universidad requiere nuevas fórmulas de gestión que concilien las exigencias de libertad académica con la responsabilidad social, la autonomía política con la rendición de cuentas, el uso y la distribución legítima de los recursos públicos con el desarrollo de procesos que permitan a sus comunidades y sociedades conocer con mayor precisión cuáles son sus resultados, sus logros y déficits. Todo ello replantea la función social de la ciencia y los conocimientos como garantes de la sostenibilidad, la paz, la democracia y la convivencia humana, así como el papel estratégico de la Educación Superior en el desarrollo sostenible de América Latina y el Caribe”.

En ese sentido el gran cambio es que, en el pasado, la tradición reformista se legitimaba fundamentalmente en una lógica disciplinaria y corporativa. En la actualidad, su desarrollo requiere la concertación de un nuevo pacto social, en el que están implicados un conjunto de actores sociales y políticos (Landinelli, 2014, UNESCO  (2022). 

[1] CLACSO (Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales), UDUAL (Unión de Universidades de América Latina y el Caribe, CEPAL (Comisión Económica para América Latina y el Caribe), UNESCO (Organización de las Naciones Unidas para la Educación, la Cultura y la Ciencia.)

Desarrollo:

1. Orígenes y desarrollo de la función social universitaria

El movimiento de la Reforma de Córdoba de 1918 fue el primer cuestionamiento serio a la universidad tradicional, el cual tuvo una relevancia y proyección para todo el continente, pues no fue hasta ese entonces, que la unión universidad-sociedad, se habían desarrollado sin dificultades en el devenir histórico, pues esta respondía a las necesidades de las clases dominantes. Como opina Steger (1971) … “fue el primer cuestionamiento de la “Universidad de licenciados”; separó a las Universidades del Estado, las hizo responsables de sí mismas y las forzó a entrar en una relación interdependiente con la sociedad” . En esos años, con la situación social de Córdoba, Argentina comenzó a tener un incremento de los sectores medios y empezaban a exigir un papel en la sociedad y por lo tanto, demandaban que se les educara de una manera diferente al período anterior, ya que se había privilegiado a las élites, fue a partir de ese entonces que las clases medias veían a la universidad como “el canal capaz de permitir su ascenso político y social” (Tunnermann, 2008, p. 41).

  Los jóvenes se expresaron y criticaron a la universidad antigua a través del Manifiesto Limiar de 1918, refiriéndose a la universidad como promotora del estancamiento en cuanto a formación y movilidad económica de las clases sociales no privilegiadas por el clericalismo. 

Pero este movimiento no se dio por generación espontánea, sino que surgió como respuesta a una nueva situación social (Tunnermann, 2008) que derivaba de diversos movimientos de agitación social, como la Primera Guerra Mundial, la entrada del capitalismo como sistema regente de la sociedad de esa época, la creciente urbanización, así como el nuevo protagonismo de las clases medias (Salazar, 1968).

El movimiento también podría explicarse por la influencia o por el peso que tuvo dicha generación en el desarrollo de la reforma por la autonomía de 1918, el cual fue llamado, “generación de 1918 o “generación del Centenario” (Tünnermann, 2008, p. 42). Aquí el concepto de generación se plantea como los “grupos de individuos marcados a partir de un gran acontecimiento o evento social” (Sirinelli, 1987. 

Puede decirse que esas circunstancias se generaron, en ese entonces, en la mayoría de los países latinoamericanos, movimientos reformistas, como fue el caso de Uruguay, Chile, Argentina, Perú, México, Cuba, entre otros, como efecto del movimiento de Córdoba de 1918 (Silva y Sonntag, 1971). 

Aunque la mayor motivación del movimiento fue, por un lado, el poder lograr el acceso a la educación superior de las clases medias, que estaban incrementándose en ese entonces en Argentina, esto los llevó a tener un nuevo papel en la sociedad. Por otro lado, dicha reforma buscaba subsanar también aspectos como la docencia de calidad, la libertad de cátedra, la participación del estudiante en los consejos universitarios, legalización de la facultad del estudiante para proponer quejas o reclamos de un profesor y gratuidad de la enseñanza. En este sentido mediante la libertad de cátedra “se creaban cátedras paralelas a las oficiales, permitiendo al estudiante optar entre ellas” (Tunnermann, 2008, p. 92). 

La autonomía, el cogobierno, y las funciones sociales de la universidad, fueron las conquistas más importantes de la Reforma de 1918 en Córdoba y que trascendieron a otros países y que sigue trascendiendo a lo largo de la historia. El cogobierno implicó la participación de los profesores, estudiantes y graduados, siendo esta una manera de institucionalizar la autoridad auténticamente universitaria, no como producto de una imposición, sino de la participación de los tres actores en la toma de decisiones (Del Mazo, 1955) Por tales razones, la reforma de la Universidad en Córdoba sigue representando un caso emblemático en la medida que esta iniciativa ha contribuido a dar un perfil específico a las universidades con aspiración a la independencia intelectual y su papel en la sociedad (Tünnermann, 2008). 

De esta manera, el movimiento añadió una función a la universidad en el sentido de vincularla más estrechamente con la sociedad y sus problemas, que le sirvió e hiciera participar al pueblo en ella y tuvo como consecuencia un desdibujamiento de los aspectos técnicos y elitistas y a cambio, comenzó a tener una función más ciudadana y social. En ese entonces, se incorporó la extensión y difusión universitaria como funciones principales para poder hacer llegar el conocimiento más allá de la universidad y como una forma de crear conciencia y politización de sus estudiantes hacia el entorno. Este concepto de hacer más del estudiante y más social a la universidad, apunta a una función de la universidad de carácter más social, en el sentido de responder a las exigencias de la colectividad y de una cultura integral, esto con la necesidad de contemplar todos sus valores y no solamente los técnicos, causa por cuya razón la Reforma quería hacer más social a la universidad (Cossio, 1930). 

Por todo ello, la Reforma de Córdoba representó y representa aún hoy, un punto nodal en el desarrollo de otras reformas en la universidad latinoamericana, concebido como un fenómeno continuo hasta nuestros días, destinado a estructurar un esquema universitario adecuado a las necesidades sociales reales del continente. 

2. Cambios y resignificaciones de la función social de la universidad

En las últimas décadas, las universidades han experimentado a nivel mundial una serie de cambios, enfrentado nuevos retos en cuanto a su función en la sociedad. En este contexto, una actividad que además de estar cada vez más presente implica importantes desafíos es la de la vinculación, universidad-sociedad para la transferencia del conocimiento en beneficio de distintos sectores sociales. Al respecto es necesario reconocer una complejidad creciente de las relaciones entre los principales actores involucrados en la misma: las universidades, las empresas, el sector social y el gobierno. El hecho de que la universidad ya no tiene el monopolio exclusivo del conocimiento como lo tenía en décadas pasadas, sino que intervienen otros actores y otros contextos sociales y políticos en la construcción del mismo, hace que sus funciones vayan teniendo nuevas resignificaciones en el tiempo.

Si bien, la vinculación social de la universidad con el entorno, ha representado una aspiración permanente de los universitarios latinoamericanos, tal como lo establece Tunnermann (2008), sin embargo, en la actualidad dicha vinculación no es entendida exactamente con el mismo significado y alcance que en el pasado. El concepto de función social, y vinculación al estar sujeto a una constante construcción y mediación de diferentes imaginarios, según las distintas circunstancias sociales e históricas, ha sufrido cambios, a pesar de que el que hoy tenga se herede del legado de la Reforma de 1918 respecto a la función social de la universidad y se siga transmitiendo de generación en generación.

Por lo tanto, el peso de los imaginarios construidos en torno al papel de la universidad y la función del académico y el estudiante como agentes de cambio, se ha ido recreando de tal manera, que si bien ha trascendido la concepción que se le dio en el período de la Reforma de Córdoba de 1918 hasta nuestros días, con el transcurso del tiempo, los colectivos académicos si bien preservaron ese imaginario, el de una universidad que integraba las funciones académicas con las sociales y que, al cabo de los años, continuó revitalizando esta mística en un pensamiento social crítico, hasta comienzos de la década de los 80, a partir de los 90 y en la actualidad ha pasado por nuevas metamorfosis que ha dado origen a diferentes concepciones acerca de sus funciones con la sociedad.  García (2007, p. 129) podemos considerar que:

A partir de los 90, el significado tradicional de la función social se ha ido desdibujando y en paralelo, construyendo otros significados, lo cual está implicando cada vez un mayor reto en la negociación y delimitación del concepto de función social y cabría la posibilidad de cuestionarse ¿qué implicaciones tendría el concepto de función social ante los cambios planteados a partir de los 90, con la consolidación del modelo neoliberal, su actual crisis  y su distancia con el significado original? así mismo en la actualidad, cabría plantearse ¿qué mediaciones e imaginarios intervienen en la definición del concepto de la función social hoy, ante el fenómeno de globalización, la sociedad del conocimiento los ODS y el COVID 19?

En los 90, en el marco de la globalización hay que observar que nos encontramos con una nueva condición socio-histórica bajo el contexto de la sociedad del conocimiento. Esto significó que nos enfrentáramos a nuevas condiciones sociales que provocan cambios en las formas de organización y transferencia del conocimiento. En función de este proceso la universidad tiene un lugar protagónico, que si bien no es hegemónico, en cuanto comparte la producción y transferencia del conocimiento con otros actores, tiene determinantes institucionales de comportamiento que le exigen cumplir la actividad de producción de conocimiento bajo lógicas distintas que de la de otros sectores y de otros tiempos. La universidad está sometida a los criterios dominantes de excelencia y rendición de cuentas en cada disciplina científica, de manera tal que el reconocimiento académico termina siendo fijado por las tendencias de moda emergentes en el ámbito nacional e internacional del campo disciplinar respectivo. Resultado de la agenda neoliberal, las universidades y la educación latinoamericana han transitado y aún en algunos casos todavía transitan, hacia un esquema de financiamiento que apuntó a la privatización de las mismas, además de la implantación de mecanismos de evaluación de la calidad educativa en el marco de formar capital humano, a partir de las recomendaciones de algunos organismos internacionales, como la OCDE y el BM. Ibarra(1993)

Respecto a este tema, en la actualidad existen grandes críticas al peso que tuvo y tiene hoy en día en la agenda planteada por parte de algunos organismos internacionales para la educación superior esta lógica de la evaluación de la producción científica y académica de las comunidades con base a productos en términos cuantitativos, dejando muchas veces de lado los alcances que dicho conocimiento pueda aportar a la innovación científica y social. Así mismo estos organismos han promovido desde los noventa del siglo pasado la vinculación de las universidades con las empresas, desde la perspectiva de impulsar la actividad innovadora de las empresas como factor de competitividad e impulsor de sus ganancias, lo que ha implicado un objetivo tras intereses privados.

Sin embargo, a pesar de esas características y roles asumidos por parte de las universidades en ese período (en el marco del neoliberalismo en América Latina), las universidades tienen una larga historia de vinculación con los sectores sociales y productivos, motivada por el objetivo de que esta relación promueva el desarrollo económico y social de las comunidades con las que se relacionan. Esto representa una perspectiva distinta para dicha vinculación en la medida en que está formulada desde la perspectiva del interés público resultante de las funciones sociales de las universidades. Esto ha impulsado a diversas agrupaciones en América Latina, como es el caso de la CRES, UDUAL y la Red Universidad Empresa ALCUE, quienes desde el año 2013 han planteado nuevos desafíos en la vinculación con la sociedad.

3. Nuevos retos internacionales y sus efectos en las funciones de la universidad en diferentes escenarios

En la actualidad se plantea que el fenómeno del desarrollo reciente de la producción del conocimiento estaría marcado por la creación de una interacción más comprensiva de la universidad con el entorno social, ello para abordar las nuevas demandas desde una perspectiva sistémica que incluya la problemática de la relación con la producción en el marco del conjunto de necesidades sociales. En ello también estaría influyendo el cambio de paradigma sobre el conocimiento, desde los enfoques cientificistas hacia visiones más complejas que incluyen también otros modos del conocer, no limitado solo al que realizan los científicos, sino también diversos actores sociales en su experiencia de vida.

En la segunda mitad de la década de los noventa, si bien la UNESCO adquirió un protagonismo diferente al de otros organismos internacionales, como el adquirido por el BM y la OCDE, ya que estos organismos estuvieron más orientados por un enfoque neoliberal, cuyos temas de la agenda fueron: aseguramiento de la calidad, rendición de cuentas, evaluación, pertinencia, vinculación con el sector productivo, y financiamiento. La UNESCO, en cambio enfatizó dimensiones tales como equidad, vinculación con el entorno, responsabilidad social, pertinencia, importancia del financiamiento público a la educación superior, internacionalización con cooperación y el valor cultural y social del conocimiento.

La UNESCO define la pertinencia social desde la óptica del papel que desempeña la enseñanza superior como sistema y por cada una de sus instituciones con respecto a la sociedad, y desde lo que la sociedad espera de la educación superior. Desde la Declaración de la Conferencia Regional de la Educación Superior en América Latina y el Caribe (2009), se refrenda el papel de las Instituciones de Educación Superior (IES) y la relación con sus contextos: las instituciones de Educación Superior deben avanzar en la configuración de una relación más activa con sus contextos. La calidad está vinculada a la pertinencia y responsabilidad con el desarrollo sostenible de la sociedad. Ello exige impulsar un modelo académico caracterizado por la indagación de los problemas en sus contextos.

Por todo ello, un aspecto relevante que derivó de la idea tradicional de la función social de las universidades, fue que pasó de ser una defensa de una práctica individualista y disciplinar o auto referida, a otra de carácter más dinámico y orientada a dar respuesta a las demandas sociales con un sentido de presencia mayor de la universidad en la vida social y científica, “ella debe construir puentes de comunicación de doble vía con la sociedad en la que está inmersa” (Tünnermann, 2008, p. 27).

Por lo tanto, el concepto de autonomía no debe estar peleado con el concepto de vinculación de la universidad con la sociedad. Sino que, es necesario evolucionar del concepto de autonomía tradicional del desarrollo de una ciencia y de una institución auto referida, a otro más dinámico, de vinculación de la universidad con la sociedad, ya que la universidad no puede continuar en su aislamiento en una torre de marfil y debe desarrollar relaciones con el entorno del cual forma parte. Resultado de todo esto, cobran importancia los conceptos de pertinencia y de responsabilidad social, referidos con las múltiples relaciones entre la universidad y el entorno.

En ese sentido la III Conferencia Regional de Educación Superior en América Latina y el Caribe en el año 2018, en su análisis del rol de las universidades de cara a los desafíos sociales de América Latina y el Caribe planteó: “que la educación superior es cocreadora del conocimiento e innovación, haciendo de estos, como saberes articulados a prácticas sociales, herramientas de independencia intelectual, transformación social y estructuras políticas más justas, equitativas, solidarias y sobre todo subsidiarias de valores compartidos  autóctonos” (CRES, 2018, pag.16)

Indudablemente todo el enfoque de la III Conferencia tuvo un significado mas amplio de la proyección social y vinculación social de la universidad con el entorno social.

Se plantea con mayor énfasis de como la responsabilidad social de las Universidades exige una nueva relación con la sociedad y postula una transformación innovadora de la educación superior. La CRES, en el año 2018, planteó el papel fundamental de las universidades públicas de cara a los desafíos sociales de ALC y la región ya que constituyen los espacios privilegiados de construcción de conocimiento sobre un amplio conjunto de preocupaciones y demandas sociales. “Las IES, deben establecer vínculos más estrechos con los que contextos a los que pertenecen de forma tal que sean más pertinentes y responsables con la sociedad. Deben participar del avance social, de la generación de riqueza, de una cultura de paz, de integración y de identificación social, de la lucha contra el hambre y la pobreza. (CRES, 2018. Pag17) 

Es decir que se amplía y resinifica el concepto de la función social de la ciencia y los conocimientos para garantizar la sostenibilidad, la paz, preservar la diversidad cultural, la democracia, la convivencia humana y la reproducción de la vida. Estos amplios y exigentes desafíos hacen que las IES, se conviertan en organizaciones estratégicas para el desarrollo de los países de América Latina y el Caribe.

4. Retos y estrategias de las universidades ante el marco de la pandemia

A partir de los cambios generados por el COVID 19 se observan una serie de reconfiguraciones del quehacer de la universidad, resultado de la crisis sanitaria en distintos campos del conocimiento, salud, educación, entre otros, todas las universidades están dando un gran apoyo a sus comunidades y a la población orientadas fundamentalmente en el campo de la salud y en la educación.

En la educación, como consecuencia de la interrupción de las clases presenciales, se realizaron un conjunto de acciones por parte de los gobiernos y autoridades educativas y comunidades académicas a nivel local, regional y nacional para el mantenimiento de cierta continuidad de los cursos y se recurrió al uso de tecnologías virtuales para sustituir la presencialidad. Pero a pesar de las buenas prácticas, se están ampliando las desigualdades y las brechas digitales en los sistemas educativos que ya existían en la población desde años precedentes. Se ha hecho, seguramente, todo lo que se podría hacer desde nuestros espacios y trincheras, sin embargo, los efectos sociales de la pandemia han sido mucho más profundos y serios que el esfuerzo que se ha realizado. Los problemas de la conectividad virtual, por carencia de equipos tecnológicos en profesores y alumnos, han dificultado alcanzar los objetivos deseados.

Recientes estudios de la CEPAL (2022) plantean que antes de que empezara la pandemia había datos muy elocuentes y alarmantes de la situación de los sistemas educativos, por ejemplo, que más de 200 millones de niños no asistían a la escuela y que al término del 2030 solo un 60% de la población de ese rango podría estar terminando la educación superior.

En dicho estudio se plantea que la región enfrenta una crisis social prolongada y agudizada por un contexto de incertidumbre en el tercer año de la pandemia, con un impacto silenciosos y devastador en la educación y que este organismo la define como una crisis silenciosa, que ha ampliado las brechas ya existentes antes de la pandemia, y que pusieron en riesgo el aumento del abandono escolar.

“Esta crisis silenciosa” ha puesto en evidencia que los sistemas educativos, no estaban preparados para enfrentar estos cambios, lo que agudizó las desigualdades educativas existentes antes de la pandemia.” CEPAL (2022) págs. 16 a18.

  El COVID 19 vino a agudizar las diferencias, hizo más evidentes los problemas y agravó la situación actual. Además, la situación de muchos sectores de la población, fundamentalmente los jóvenes, se ha visto agravada su posición debido al aislamiento, y estrategias para las cuales ni docentes ni estudiantes estaban formados. 

Según los Aportes de la Segunda Reunión del Diálogo Virtual con Rectores de Universidades Líderes de América Latina, celebrada en mayo del 2020, se planteó como un diagnóstico: 

En el caso de las universidades donde ya había un camino recorrido en los procesos de digitalización, se pudo dar una respuesta satisfactoria ante esta coyuntura, mientras que en las universidades donde no había experiencias preliminares en teleeducación se han identificado grandes dificultades para responder con inmediatez a la creación de una plataforma tecnológica efectiva, viendo comprometidos algunos sistemas educativos y la formación de miles de estudiantes. La forma acelerada que se debió adoptar como consecuencia de las medidas de distanciamiento social impuestas por la pandemia generó ventajas y desventajas y riesgos al sector académico Vicentine(2020)

En ese sentido estos datos nos deben llevar a reconfigurar el quehacer de la universidad y de los colectivos académicos, con el fin de realizar diagnósticos y elaborar estrategias de desarrollo sostenible, que puedan incidir en la implementación de políticas públicas que contribuyan a resolver problemas de inequidad, deserción y rezago educativo, además de los temas de la salud y el cambio climático.

Esto lleva en la coyuntura actual, a las IES a orientarse hacia otras demandas del entorno que no han sido totalmente formuladas pero que, deben explicitarse en su proceso de vinculación con la sociedad, como pueden ser los ODS de la Agenda 2030, es decir, dar respuesta a las necesidades actuales de la crisis humanitaria provocada por el COVID 19.

Conclusiones:

Si consideramos que, en ese momento, la generación del movimiento de Córdoba construyó utopías e imaginarios sociales respecto al papel que cumplirían los distintos proyectos sociales, educativos y culturales de intelectuales, y que los mismos intentaban dar cumplimiento a las demandas sociales de la Reforma de 1918, es indudable que dicho legado cobre hoy gran significado, al recuperar en la memoria colectiva la necesidad de que el conocimiento generado en las universidades debe ser un conocimiento abierto y responder a las necesidades sociales. En consecuencia, se plantea la necesidad de que las universidades contribuyan a este ejercicio colectivo, brindando medios para la comunicación de la ciencia con la necesidad de mejorar los mecanismos de transmisión de los resultados de la innovación del conocimiento. Todo ello para ampliar las posibilidades de empoderamiento de la ciencia por parte de sectores más amplios de la población, para la aplicación de la misma, a la solución de los problemas más críticos de la sociedad en la coyuntura actual.

Los desafíos en el contexto actual y los ODS, debieran ser las funciones de la universidad en el marco de la globalización y la sociedad del conocimiento, por un lado, así como también, en paralelo con dar respuesta a esta gran crisis civilizatoria que nos ha tocado vivir como es el cambio climático, las migraciones y la pandemia del COVID 19, es indudable que el tema de la función social de la universidad como la pertinencia y la responsabilidad social cobre un nuevo significado. Nos plantean nuevos retos a las universidades públicas en la medida que crecen las demandas sociales, por lo cual el conocimiento científico y la socialización del mismo no estarán ya tan auto referenciados, como en décadas pasadas, sino que por el contrario, deben estar en función de las demandas externas de diferentes sectores sociales.

Al respecto, nuestra hipótesis es que la autonomía y  función social de la universidad en el momento actual no representa el intento de uno u otro paradigma ortodoxo e inamovible, como se debatió y debate en algunas corrientes de pensamiento, sino un sincretismo entre la mística del movimiento de Reforma del 1918  y las resignificaciones más actuales planteadas por algunos colectivos académicos (CRES 2018, CLACSO y UDUAL) a partir del contexto de la crisis socioeconómica  mundial agravada por la pandémica de COVID 19. Para ello habría que reorientar aquellas lógicas de producción y socialización de saberes que se habían y han instalado en las universidades y colectivos académicos, que se asocian generalmente y prioritariamente con la productividad y con el rendimiento laboral, con el fin de acreditar en algunos rankings internacionales y en el que muchos saberes e innovaciones del conocimiento más relevante resultan excluidos de estos procesos.

Por último, quisiéramos plantear que el fin de este trabajo tienen la intención de sistematizar un conjunto de reflexiones acerca de los escenarios contemporáneos y los desafíos futuros de la sociedad y de la universidad, que inviten y contribuyan a repensar las políticas públicas en educación, así como las prácticas de los colectivos académicos para la creación de una sociedad más justa e inclusiva.

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Palabras clave:

Universidad, vinculación, pertinencia, ODS

Resumen de la Ponencia:

El objetivo del presente trabajo es analizar las relaciones entre la descomposición-recomposición societal y el surgimiento de mecanismos de control y disciplinamiento de la fuerza de trabajo en México durante las primeras dos décadas del presente siglo, las cuales profundizaron la superexplotación del trabajo. El trabajo se realiza a través del estudio de las reformas laborales durante el periodo 2006-2020; del número de huelgas y conflictos laborales en las estadísticas de cuentas nacionales; así como las estadísticas y estudios que aborden los diversos tipos de militarización en el país durante periodo seleccionado.Al comenzar el Siglo XXI en México se manifestaron cambios en el aparato estatal los cuales en lugar de atisbar un horizonte democrático fueron el preludio a la crisis estatal y pivote de la violencia desnuda que cubrió al conjunto de la nación. La crisis de legitimidad política producto del fraude electoral de 2006 dio paso a la consolidación del "Estado de contrainseguridad con coro electoral" donde se busca mayor control social y reprimir la resistencia social, así como justificar la vigilancia y la intervención policial y militar (Osorio Urbina, 2018) todo esto en un contexto de mayor precarización estructural del trabajo. A partir del 2018, el escenario en el mundo del trabajo en México tiene nuevas características marcadas por el triunfo democrático-electoral del actual gobierno federal y la profundización del intervencionismo norteamericano a través del llamado Tratado México-Estados Unidos-Canadá (T-MEC).La imposición de la política de la fuerza se explica tanto por las características de la reproducción del capital como por la profunda crisis económica y política del país; ambas, condicionan la reproducción de la vida, en particular de la clase-que-vive-del-trabajo (Antunes, 2000). En ese sentido, una dimensión de la violencia desnuda en México ha sido la ofensiva del capital contra el mundo trabajo, expresada en la búsqueda de controlarlo y desmovilizarlo sea a través de la redefinición de las relaciones con el poder -la estructura sindical estatal- y por las implicaciones de la militarización de amplias zonas territoriales del país, redefiniendo las relaciones de poder entre el mundo del trabajo y el Estado.

Resumen de la Ponencia:

La Presente investigación, está centrada en el análisis de las desigualdades dadas por las características culturales, regionales e históricas de la zona de la montaña en Guerrero, en el municipio de Tlapa de Comonfort. Revisando cómo se siguen presentando, así como en los actuales momentos históricos, que por los efectos de la pandemia, estas desigualdades aparentemente se agudizaron, pero sólo se visualizaron ciertas condiciones aparentemente crónicas.En la región de la montaña, Tlapa de Comonfort, Gro., con una población de 96,125 habitantes los niveles de rezago educativo son muy altos, el 23%[1], y según el IEPC de Guerrero para el año 2015 el 74.57% de la población era indígena[2]  aunado a estos datos que contextualizan un panorama de desigualdades sociales, los niveles de pobreza de la población se traducen en 7 de cada 10 personan viven en pobreza y de ese número 3 se presentaban en pobreza extrema en los datos del 2022[3], a pesar de los progresos al pasar de los años predominan las desigualdades sociales y condiciones de vulnerabilidad con total de 74,216 catalogados en condiciones de pobreza y grado de marginación alto en el municipio. Dichas características plantean ciertas condiciones de exclusión, barreras lingüísticas para el aprendizaje, deserción escolar y desigualdades para recibir educación. Aunado a esto, en el país predomina una narcocultura y regionalmente, en esta zona se permea mucho entre la juventud, generando una apología del delito, como medio para salir de la pobreza, lo cual radica como un factor que influye en la índole escolar. [1] Informe anual sobre situación de pobreza y rezago social 2022 Secretaria de Bienestar [2] Instituto Electoral y de Participación Ciudadana del estado de Guerrero IEPC 2015[3] Informe anual sobre situación de pobreza y rezago social 2022 Secretaria de Bienestar 

Resumen de la Ponencia:

El son jarocho es una expresión artística y cultural que nace al sur de Veracruz y que con el paso del tiempo ha sufrido diversas modificaciones. A mediados del siglo XX, abandona su ámbito rural y se adapta a lo urbano. A partir de esta época, la imagen que se proyecta de la cultura jarocha está representada por el virtuosismo en la ejecución musical y por los bailes vistosos que han dejado la tarima para subirse al escenario. Sin embargo, a finales de la década de los setentas surge el “Movimiento Jaranero”, el cual está en pro del rescate de las tradiciones y ha llevando a cabo la labor de recontextualizar, reestructurar y resignificar lo que este grupo entiende por la “tradición”.Este movimiento se ha valido de la versada (la cual se refiere a la poesía cantada, compuesta por versos y coplas, sabidos o improvisados), para recrear y transmitir parte de su memoria colectiva, la cual ha encontrado nuevas maneras de transmisión a través de diversos medios como las grabaciones de discos, la impresión de algunos cancioneros, la internet, etc. A su vez, por medio de la creación de “nuevos versos” y los alcances que ha tenido su difusión, se ha logrado la generación de imaginarios sociales que presentan ciertas variantes cuando se heredan de generación en generación.El objetivo de esta ponencia es identificar los componentes sobresalientes en las producciones del imaginario social y la memoria colectiva, para conocer cómo a través del Movimiento Jaranero, esta cultura ha resignificado, recontextualizado y revivificado al son jarocho. Empero, debido a que el universo de lo que se canta es muy amplio, la ponencia se centrará sólo en los imaginarios sociales construidos bajo la temática de protesta social, tomando como ejemplos el son del “Chuchumbé” y “Señor Presidente”. La presente disertación mostrará cómo la lírica jarocha no sólo contiene temáticas amorosas y cómicas, sino que también ha sido utilizada por los actores sociales sotaventinos como un medio para llevar a cabo la denuncia social.

Resumen de la Ponencia:

Abordar un fenómeno social desde el enfoque de redes sociales, supone como principio fundamental que los actores están integrados en una red compleja de relaciones (Brass, D. and Borgatti, S; 2019), en el que el punto de atención se centra en los vínculos, más que en el individuo. De manera general, una red social se define a partir de dos aspectos fundamentales, un conjunto de nodos (los cuales pueden ser individuos, grupos, organizaciones, etc), y un conjunto de vínculos entre los nodos (relaciones, intercambios, etc). Este punto de partida, relativamente simple, ha permitido plantear modelos relacionales o de posiciones sociales, y ha contribuido de manera importante a entender diferentes problemáticas en temas tan diversos como: reinserción para la cohesión social, redes organizacionales, redes y políticas públicas, redes de colaboración científica, sectores marginales y redes de apoyo y sobrevivencia, organización de la familia ante enfermedades, búsqueda de empleo, entre otros. La estructura de la red en cada una de las investigaciones está determinada por el tipo de vínculo que se decide analizar, es decir, por la manera en que los actores se relacionen. Lo anterior hace evidente que las redes son dinámicas, en la medida en que las relaciones pueden ser efímeras o durar largos periodos de tiempo o incluso toda la vida, y/o pueden ser superficiales o profundas, etc. (Christakis; Fowler, 2010); de igual manera, pueden ser elásticas y se adaptan constantemente (Kadushin, 2013). Pero, además entre un par de nodos se pueden establecer diferentes tipos de relaciones de manera simultánea, es decir, se establece la multiplicidad de los vínculos, lo que agrega mayor complejidad al análisis. Este aspecto de multiplicidad de los vínculos presenta diversas posibilidades para el abordaje a través del análisis de redes sociales. Sin duda, se puede realizar el análisis de la red a partir un solo tipo de vínculo, o se puede decidir por la posibilidad de analizar la estructura de red que se genera tomando en cuenta de manera simultánea diferentes tipos de vínculos, los cuales determinan diversos espacios de interacción. El objetivo de la presentación se centra en esta segunda posibilidad de análisis, es decir, se propone mostrar el esquema general de las redes multicapa para el análisis de múltiples vínculos en el análisis social, así como las ventajas y aportes que puede ofrecer. En principio se puede decir que esta estrategia permite identificar, por ejemplo, si patrones y dinámicas de interacción al interior de alguna capa (ámbito de interacción), puede permear otros espacios. 

Resumen de la Ponencia:

Chile es uno de los países más envejecidos de América Latina, los datos actuales indican que el 17.5% de la población chilena ya tiene más de 60 años. A pesar de la existencia de diversas políticas sociales centradas en adultos mayores, el sistema de protección social sigue siendo débil, con políticas públicas que no mira la diversidad cultural existente a nivel nacional. Los indígenas en Chile, han enfrentado históricamente dificultades culturales, sociales, económicas y políticas que suelen desencadenar en una vejez en mayor riesgo social. Pero, sin embargo, a la vez existen múltiples elementos culturales que generan un mejor proceso de envejecimiento. Este proyecto tiene como propósito, analizar la influencia de la identidad étnica y las dimensiones, calidad de vida, apoyo social percibido en el proceso de envejecimiento, en personas mayores mapuches que residen en zonas urbanas de la región de la Araucanía. Los objetivos específicos son los siguientes: 1) Describir los componentes de identidad étnica, presentes en personas mayores indígenas mapuches residentes en zonas urbanas. 2)Describir los componentes de calidad de vida, en el proceso de envejecimiento en las personas mayores indígenas mapuches investigadas. 3) Caracterizar el tamaño, composición y frecuencia de contacto, del apoyo social percibido, en las personas mayores mapuches que residen en zonas urbanas. 4) Establecer la correlación entre los componentes de la identidad étnica, y los componentes calidad de vida y apoyo social percibido en las personas objeto de estudio. La metodología que guía esta investigación es de corte cuantitativa, con un diseño transversal y de alcance explicativo. Se trata de un muestreo no probabilístico por disponibilidad, con personas mayores de 60 años que se auto identifican o reconocen como mapuches, que se encuentran inscritos en los registros de la corporación nacional de Desarrollo Indígena (CONADI),y que residen en zonas urbanas en 5 comunas de la región de la Araucanía previamente seleccionadas. Se aplicará un cuestionario de carácter integral, que incorpora diversas escalas de valoración geriátrica, las cuales han sido validadas nacional e internacionalmente en cada uno de sus Ítems. El análisis de datos se realiza mediante el programa SPSS, versión 25.0, se utilizan las técnicas de análisis estadístico que se ajusten al nivel de medición de las variables e hipótesis formuladas. Como resultados de la presente investigación se logra: 1) contar con un perfil socioeconómico y demográfico de una muestra representativa de personas mayores indígenas mapuches que residen en zonas urbanas de la región de la Araucanía. 2) evaluar el proceso de envejecimiento de la población objeto de estudio desde las dimensiones; envejecimiento exitoso, identidad étnica, calidad de vida y apoyo social percibido. 3) Establecer correlaciones entre identidad étnica, envejecimiento exitoso y apoyo social percibido.  

Resumen de la Ponencia:

En este trabajo se recuperan algunos resultados de la investigación que realicé como estudiante del Doctorado en Educación en la Universidad de Guadalajara y que tuvo por objetivo conocer cómo se constituyen las trayectorias educativas y laborales de los egresados de bachillerato tecnológico del municipio de El Salto, Jalisco, con el fin de comprender el impacto que tiene el corredor industrial que ahí se ubica en la oferta educativa disponible para los jóvenes.El apartado que presento se enfoca en recuperar las estrategias que los egresados de bachillerato tecnológico del CECyTEJ, El Salto, emplearon para permanecer matriculados en esa institución y no abandonarla, ya que a través de sus testimonios se identificó que, tanto en ese municipio como en el plantel, el abandono escolar se presentaba como un fenómeno persistente entre generaciones.Tales estrategias se consideran formas de resistencia y sobrevivencia educativa, pues permiten observar las diferentes acciones, razonadas e intencionales, que los jóvenes emprenden para permanecer afiliados a la institución educativa, en un entorno donde el rezago económico de las familias dificulta el tránsito de los hijos a niveles educativos superiores.El diseño metodológico se inspiró en los “relatos de vida” que Daniel Bertaux propone para la reconstrucción de la historia vivida por los sujetos, y que parte de una postura objetivista centrada en el entendimiento de su mundo social, actividad u oficio; en este caso. Se realizaron entrevistas biográficas a 16 egresados pertenecientes a distintas generaciones durante un periodo de diez años. Este trabajo abona a los recursos analíticos que se emplean para conocer las estrategias que los estudiantes de diversos niveles emplearon para sobreponerse al cierre de las escuelas durante la pandemia por el COVID-19, aún y cuando su entorno les presentó situaciones complejas.

Resumen de la Ponencia:

En este trabajo se indaga en la experiencia y práctica del autocuidado que llevan a cabo un grupo de pacientes que padecen diabetes mellitus tipo 2 con nefropatía temprana. La inquietud por realizarlo surge de la necesidad de abonar al conocimiento que se tiene sobre esta enfermedad y que se atiende principalmente con un enfoque biológico, dejando de lado el enfoque social, el cual permite comprender el contexto en el que se desenvuelven los sujetos, el impacto que tiene en diferentes dimensiones de sus vidas la enfermedad y el sentido que otorgan al tratamiento que se les ofrece. Como tema de investigación es pertinente pues según datos de la UNAM, en el año 2019, antes de la pandemia, en México se tenía registro de 12.8 millones de personas con diabetes, siendo entonces la primera causa de muerte entre los mexicanos y posteriormente, uno de los principales factores de riesgo para los que pacientes con que contraen el virus del SARS-COV2. El trabajo aporta conocimiento tanto para la medicina social como para la sociología de la salud, pues recupera la experiencia vivida por diferentes sujetos que han padecido esta enfermedad, quienes permiten comprender cómo han aprendido a sobrellevarla con recursos que son complementarios a la ciencia médica. Para la realización se emepleó el enfoque cualitativo, apoyado en la teoría fenomenológica con el fin de recuperar las experiencias vividas por pacientes adultos adscritos a servicios de salud pública. Los resultados contribuyen al entendimiento de las maneras en que evoluciona la enfermedad en los pacientes, así como de las producciones socioculturales que llevan a cabo, entre las que están: las creencias que construyen al respecto y los aprendizajes significativos que logran sobre ella. Fenómenos que merecen ser recuperados y compartidos tanto con los profesionales de la salud como con las personas que padecen o están al tanto de pacientes con diabetes.

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¿Es "habitar la ciudad latinoamericana" una expresión polisémica? Este libro explora los diferentes significados, las múltiples formas y contenidos en la acción de habitar una de las regiones más urbanizadas del mundo. Entre el estudio de las prácticas cotidianas, las políticas urbanas, las redes locales, las fronteras reales e imaginarias, el objetivo es ofrecer una visión amplia, actualizada y crítica del hábitat y el habitar latinoamericano. El libro testimonia las recientes transformaciones urbanas relativas a los modos de financiarización, los imperativos medioambientales, las nuevas formas de gobernanza y los nuevos modos de habitar y apropiarse la ciudad. Bilingües, en francés y español, el libro presenta 18 capítulos que reflexionan sobre el habitar latinoamericano desde distintas ciudades, enfoques metodológicos, disciplinas y escalas de análisis. 

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El comercio exterior representa un elemento fundamental para el crecimiento y desarrollo económico de los países. Conscientes de ello, México y Panamá iniciaron lazos de cooperación comercial bilateral, que consolidaron con la firma de un tratado de libre comercio (TLC) en 2015. Con la finalidad analizar empíricamente la integración económica de ambas naciones, se estima un modelo de gravedad tradicional y otro aumentado con datos para el periodo de 2015 a 2020. Para ello, se incluyen como variables explicativas el tamaño de las economías, la distancia, las demandas coincidentes, la población, la cultura, así como la existencia de frontera común y la firma de un TLC, con sus respectivos socios comerciales. Para identificar el modelo más consistente, en el cálculo de las elasticidades se generaron modelos de datos de panel con datos agrupados, efectos fijos y efectos aleatorios. A partir de los resultados obtenidos se concluye que, la estimación para México y Panamá se adapta a la teoría del modelo gravitacional del comercio internacional, en donde se resalta la importancia que tiene el tamaño de las economías y la distancia, para explicar el comportamiento de los flujos comerciales de ambos países. 

Resumen de la Ponencia:

La presente revisión literaria tiene por objetivo evidencias aspectos de la soberanía alimentaria de los saraguros a través de un recorrido histórico a través de tres periodos que son representativos debido a los cambios culturales experimentados. Los insumos consultados son de carácter etnohistórico, así como del carácter agrícola y ecológico del territorio en el que hoy se encuentran las comunidades saraguras. El resultado evidencia una falta de información atinente a la alimentación, sin embargo hay una abundante referencia bibliográfica para el periodo contemporaneo. La soberanía alimentaria saraguro está en un proceso de resistencia en el que se mantienen aún dietas asociadas a la producción agrícola de las chackras y la elaboración de platillos tradicionales como son las sopas y los caldos, las tortillas y el mote. Dar cuenta de la soberanía alimentaria saraguro es una respuesta política ante la introducción de alimentos ultraprocesados y frente al cambio cultural. 

Resumen de la Ponencia:

El ocio hasta finales del siglo XIX, no era siquiera considerado una condición necesaria para el desarrollo de los individuos; conforme se va dando una disputa por el tiempo entre trabajadores y capitalistas, se va estableciendo un “convenio” respecto a dicha necesidad. Pero el problema del ocio es que, a pesar de ser una forma de reivindicar un derecho humano, oculta el conflicto original de la creación de valor.Quizá nunca como hoy se había hecho evidente la violencia ejercida sobre nuestras subjetividades a partir de la imposición del ethos de la sociedad del trabajo (Kurz). Si bien, el desgaste que sufre nuestro cuerpo a través del trabajo se ha hecho más o menos visible históricamente, el proceso gradual de atrofia psíquica que ha sufrido la humanidad, hoy ya pasa casi desapercibida en sus elementos de constitución. El trabajo abstracto se ha naturalizado a tal grado que no sólo se vuelve más o menos soportable, sino que incluso es agradable para muchos. Con la corona-crisis todo lo que el capitalismo nos ha vendido como un el estilo de vida de libertad, individualismo y ligereza, se muestra ahora como una pesadez que se enfrentó con un confinamiento que parecía no tener fin. El capitalismo sin sus espacios de diversión controlada, sin su aura carnavalesca de embriaguez y espectáculo, se vuelve todavía más insoportable. Ahora quizá esta “insoportable levedad” podría dar luz sobre la necesidad de que se revolucione, no sólo la forma en que consumimos, sino la forma en que producimos y nos relacionamos.Es cierto que el capitalismo es hábil y crea simulacros de desarrollo creativo, pero nunca alcanzan estos a  imitar la necesidad de vivir que nos atraviesa. Al vernos privados de cierto consumo de espectáculo buscamos con desesperación la acción creativa. La habilidad estética que ahora parece atrofiada, en realidad nunca se extingue y debemos hacer que se manifieste. Podemos intentar ver que el confinamiento también encierra la posibilidad de desanestesiar los sentidos, de romper con el tiempo lineal y de revertir la pobreza de experiencia. Aunque todo lo anterior pareciera una preocupación superficial, individual y egoísta con respecto a aquella brutalidad a la que se enfrenta una persona que al perder un día de trabajo pierde un día de alimento; la anestesia de tus sentidos no deja de ser una forma violenta que destruye otra parte de la integridad del individuo. No basta con proteger la supervivencia de las personas, debemos también suponer que todos merecen tiempo de no trabajo, tiempo para ser creativo o simplemente para no hacer nada, tiempo para reflexionar y crear y no sólo para trabajar. No podemos conformarnos con menos que esa libertad vital de creación y recreación.

Resumen de la Ponencia:

En la década de 1960, Pablo González Casanova y Rodolfo Stavenhagen, el primero desde la sociología y el segundo desde la antropología, propusieron la categoría de colonialismo interno para referirse al conjunto de relaciones sociales de dominación y explotación entre grupos culturales distintos, cada uno con sus propias estructuras de clase, dentro de un mismo Estado nación.Como categoría de análisis, el colonialismo interno encontró gran aceptación en las ciencias sociales. Junto a la teología y pedagogía de la liberación, el boom latinoamericano, la teoría de la dependencia, el “nuevo” cine latinoamericano y la “nueva” trova cubana, el colonialismo interno, como resultado de la reflexión del convulso y esperanzador momento social que se vivía en la América Latina de aquellos años, fueron piezas claves en la renovación del pensamiento crítico mundial.Dentro de ese conjunto de relaciones de dominación y explotación que analiza el colonialismo interno, están las de la utilización de las poblaciones subdesarrolladas como mano de obra barata, o la de sus territorios como fuentes de extracción para la exportación de materias primas, también baratas, hacia los centros urbanos y al extranjero. En estas regiones de nuestros países se mezclan formas feudales, esclavistas, de peonaje, de trabajo asalariado y forzado.De acuerdo con González Casanova, los pueblos, tribus, barrios, etnias y naciones colonizadas por el Estado nación, comparten algunas de las siguientes características: 1) habitan en un territorio sin gobierno propio; 2) se encuentran en situación de desigualdad frente a las élites de las etnias dominantes y de las clases que las integran; 3) su administración y responsabilidad jurídico-política conciernen a las etnias dominantes, a las burguesías y oligarquías del gobierno central o a los aliados y subordinados del mismo; 4) sus habitantes no participan en los más altos cargos políticos y militares del gobierno central; 5) los derechos de sus habitantes y su situación económica, política, social y cultural son regulados e impuestos por el gobierno central; 6) por lo general, pertenecen a una “raza” distinta a la que domina en el gobierno nacional, la cual es considerada “inferior” o adoptada como símbolo “liberador”, y 7) los pueblos colonizados pertenecen a una cultura distinta y hablan una lengua distinta de la “nacional”.El poderoso movimiento indígena que sacudió a nuestra América a finales del siglo XX revivió el debate que 40 años atrás habían propuesto González Casanova y Rodolfo Stavenhagen. En la presente ponencia nos proponemos analizar la vigencia del colonialismo interno y su vinculo con la noción de autonomía.   

Resumen de la Ponencia:

Este trabajo analiza el estado de situación de los estudios de la sociología del arte en Argentina. Se presenta una cartografía parcial, en permanente proceso de construcción, que mapea la recepción de lxs autores clásicos y contemporáneos que signaron el desarrollo de este campo disciplinar. Sus principales coordenadas conducen desde las primeras indagaciones realizadas en los años 60 hasta las investigaciones más recientes, pasando por tramos en los que la ausencia marcó de manera significativa el itinerario de los trabajos sobre los fenómenos artísticos. Asimismo, desde sus múltiples entradas, el mapa da cuenta del universo jerarquizado de objetos de estudio considerados “dignos” o “relevantes” por la teoría social que, pese a su lugar subordinado, sí fueron tematizados de modo inspirador desde las disciplinas humanísticas. Partiendo de los enfoques conceptuales y su utilización para el estudio de producciones simbólicas, la ponencia explora una rica genealogía de creativas interpretaciones teóricas, tradiciones interrumpidas, intercambios interdisciplinares y proyectos refundacionales. En este sentido puede afirmarse que, a pesar del escaso interés que la sociología argentina ha demostrado por el arte, en distintos momentos y contextos históricos diversos investigadores se han preocupado por elaborar propuestas analíticas referidas a lxs artistas, el público y las obras. Esas preocupaciones, así como también las perspectivas y metodologías elaboradas en sus estudios, han sido retomadas en los últimos veinte años por nuevas investigaciones sobre el mundo del arte. En todas ellas, reverberan sugestivamente las voces de productivas discusiones sociológicas que abren a nuevas preguntas y problemáticas sobre el arte como una particular forma de actividad política y social.  

Resumen de la Ponencia:

La pandemia ha implicado inmensos desafíos para los sistemas escolares, cuyos efectos están aún siendo procesados. Este período de trabajo pedagógico a distancia removió la cultura escolar, resignificando tanto el rol de los actores educativos como el sentido de su trabajo. Con el retorno a la presencialidad, durante este 2022, nuevamente las instituciones escolares se ven remecidas pues viejas tensiones, como las que existen entre la familia, el Estado, la sociedad y la escuela, se presentan con renovada fuerza. En este trabajo nos interesa reflexionar sobre una de estas tensiones: la relación entre currículo y profesión docente, considerando para ello hallazgos de investigación que pueden iluminar este análisis.En esta línea, se relevan dos debates que tuvieron y aún tienen vigencia en la agenda política educativa en Chile.En primer lugar, relevamos la discusión respecto de qué aprendizajes debían ser desarrollados por las/os estudiantes durante este período. La pandemia permitió por primera vez en mucho tiempo plantear dos estrategias políticas para reducir el currículo muy distintas. Por un lado, la priorización curricular defendida por el gobierno de Sebastián Piñera buscó recortar y priorizar aquellos objetivos de aprendizaje que, de acuerdo con el juicio del poder central, parecían imprescindibles. Por otro lado, la nuclearización curricular sostenida por el Colegio de Profesores, persiguió identificar núcleos esenciales de conocimiento escolar. ¿Qué evidencian estas estrategias sobre el papel del currículo en tiempo de crisis y qué tipo de profesional supone cada una de ellas? Y, aún más, dado que el gobierno seleccionó implementar la estrategia de priorización, ¿qué rol docente se performa a partir de esta decisión?El segundo debate está aún vigente y guarda relación con la medición de los aprendizajes durante y después de la etapa de formación remota. Si bien los años de pandemia se suspendió la aplicación de la medición de aprendizajes estandarizados (SIMCE), política con altas consecuencia para las escuelas y sus docentes, no es claro si las escuelas han logrado transitar hacia un paradigma mayormente comprehensivo, en el que la evaluación formativa tenga un rol central en el proceso formativo, o si se mantienen bajo la presión de una lógica centralizada que exige una rendición de cuentas respecto del currículum cubierto en el período. Entonces ¿cuál es el tipo de relación que se configura entre currículum y evaluación? y ¿qué tipo de profesionalidad docente se dibuja ante estas coordenadas?El tiempo presente permite, y de cierta forma obliga, a reflexionar críticamente la (re)construcción de la cultura escolar asociada al periodo de (pos)pandemia, atendiendo a la relación generada entre las decisiones educativas analizadas y el currículum, comprendiendo el enmarcamiento que esta genera en un tipo de profesión docente. Esperamos aportar en esta dirección atendiendo a los dos debates mencionados.

Resumen de la Ponencia:

No ano de 2020, o mundo foi surpreendido por uma catástrofe de alcance inimaginável, a pandemia do novo coronavírus. De acordo com vários estudos, a alta taxa de letalidade da COVID-19 entre as pessoas negras e periféricas acentuou a crise sanitária causada pelo coronavírus e escancarou as desigualdades sociais que há séculos persistem na sociedade brasileira, no qual o verbo “faltar” é imperativo. Falta água nas torneiras da maioria da população, falta de saneamento básico, falta de emprego, falta de comida na mesa, faltam condições mínimas de bem-estar para a população. Diante da intensificação dessas situações de violações devido à pandemia e da inércia do Estado brasileiro, diversas iniciativas dos movimentos sociais e de organizações populares, mais uma vez na história do país, assumiram o protagonismo para garantir que as populações historicamente mais vulneráveis não sucumbissem à miséria, à fome e à falta de assistência médica. Em várias cidades do país foram criadas ações de contingenciamento dessa crise mundial. Em Pernambuco não foi diferente, de maneira autônoma ou em parcerias com Organizações Não Governamentais (ONGs) alinhadas politicamente à esquerda e defensoras dos Direitos Humanos, os movimentos sociais realizaram diversas ações contingenciais para garantir a (sobre)vivência dessa população, que cotidianamente têm seus corpos e vivências descartados pelo sistema capitalista, quando não tem os direitos à moradia, água, saneamento básico garantidos pelo poder público. Diante desse contexto, o presente artigo tem como intuito apresentar um panorama breve do mapeamento desses movimentos populares que atuaram no enfrentamento das consequências da pandemia, seu contexto histórico de atuação desses movimentos. A partir da análise qualitativa dos depoimentos orais realizados com  dois movimentos populares que atuam em duas cidades da Região Metropolitana: o Coletivo Caranguejo Tabaiares Resiste, localizado em Recife, e o Coletivo Força Tururu, localizado em Paulista, o artigo irá apresentar as formas organizacionais desses movimentos, suas bandeiras de lutas, suas atividades, o artigo também se debruça sobre seus repertórios de ação e as dinâmicas de articulação política nesse contexto específico. Para realizar tal análise utilizarei, como aporte teórico, diversos conceitos das Teorias dos Movimentos Sociais, como os conceitos de movimentos populares abordado por Ana Maria Doimo; repertório de Charles Tilly; e articulação de Laclau e Mouffe. 

Resumen de la Ponencia:

Essa proposta objetiva discutir a existência de uma transnecropolitica no Brasil capilarizada em cidades interioranas, especificamente Barra do Garças, localizada no estado de Mato Grosso - BR, que vão criando bases estruturais de proteção de vidas de grupos sociais tidos como “relevantes” e agindo em pró da aniquilação das/os consideradas/os “párias” sociais. Para tanto, primeiramente, abordaremos a transexualidade como um modo de ser e existir enquanto lugar do possível e aspectos controversos de um pais mais mata transexuais no mundo. Os olhares acostumados ao mundo dividido em vaginas-mulheres-feminino e pênis-homens-masculino ficam confusos, perdem-se diante de corpos que cruzam os limites fixos do masculino/feminino e ousam reivindicar uma identidade de gênero em oposição àquela informada pela genitália e ao fazê-lo podem ser capturados pelas normas de gênero mediante a medicalização e patologização da experiência. Essa proposta se configura por histórias de vida de pessoas Trans, profissionais do sexo, tomando-se como referencial a crise sanitária causada pela pandemia de Covid-19, as demandas e emergências de pessoas Trans durante a pandemia e na crise capitalista que nos encontramos, forjando situações sociais que levam as pessoas Trans ainda mais a uma condição vulnerabilizadas e precarizadas, o que reforça as desigualdades sociais, quando se leva em consideração os marcadores sociais de diferença, como das ausências de abordagens; Tomando-se o referencial numa perspectiva decolonial e da necropolítica, temos a decolonialidade para constituirmos o lugar estabelecido na relação raça, gênero e classe; a necropolítica para podermos verificar a existência de que assola à questão trans, expondo as razões que nos permitem afirmar que há uma transnecropolítica no Brasil interiorano.  Neste estudo falaremos de localidades interioranas -“periferias” -, do Brasil contemporâneo, que remete a inúmeros localidades e espaços que nem sempre fazem parte do imaginário geopolítico/geoexistencial, denunciando o sistema mundo atual, o qual marginalizam pessoas em pró da manutenção de um modelo econômico no qual a agressividade é inerente; A transnecropolítica, uma vez conhecido o viés teórico de Achille Mbembe, é possível identificar elementos de necropolítica voltados à extinção de outros grupos sociais tidos como “minoritários”. Dessa maneira, negros, mulheres, indígenas, transexuais entre outras parcelas populacionais, por não se encaixarem de alguma forma ao ideal masculino, branco e heterossexual, são marginalizados, em maior ou menor grau. Nessa apresentação utilizaremos de recursos metodologicos de pesquisa bibliográfica e recorre a autores como Achille Mbembe, Judith Butler, Berenice Bento, Maria Lugones entre ontrs, bem como a dados coletados junto a ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), que respaldam as reflexões. O vírus não afeta a tods da mesma forma, consequentemente o enfrentamento das dificuldades deve ser um movimento coletivo e plural para que se possa criar, efetivar e garantir o acesso universal as políticas e programas sociais necessárias a essa população.

Resumen de la Ponencia:

La violencia en México constituye una problemática de gran magnitud y con muchas aristas, la cual, en la Academia ha sido analizada desde diferentes disciplinas; por ejemplo, desde la perspectiva jurídica, la sociológica, la histórica y la psicológica. A su vez, los estudios interdisciplinarios nos ayudan a realizar estudios en donde intervengan otros campos de estudio. Este es el caso de la lingüística y la filosofía. Dentro de la lingüística, se tiene el análisis del discurso, el cual establece que un discurso puede ser todo aquello que se enuncia con una intención comunicativa y contiene presuposiciones ideológicas, lo cual puede ser analizado como objeto de estudio.Por otra parte, la “teoría de la deconstrucción” creada por el filósofo Jacques Derrida, al realizar una crítica al lenguaje. Dicha teoría ha sido usada por otros teóricos de ciencias sociales y humanidades. Se pueden ver su uso en ramas como la filosofía, el lenguaje, la literatura, el arte visual, el derecho, en la filosofía, entre otras. La “teoría de la deconstrucción” además de estar en el campo lingüístico y filosófico, se ha desarrollado en el terreno ideológico. Esto, debido a los usos que se dieron a través de los teóricos como Julia Kristeva, Jacques Lacan, Michel Foucault, Judith Butler, entre otros. Asimismo, su influencia se hace visible en las redes sociales. Esto, a través de los discursos que emiten diversos usuarios; por ejemplo, cuando se manifiestan discursos de resistencia en relación a la violencia de género. Se pueden ver enunciados que incluyen los intercambios jerárquicos de poder, tal y como se plantean en las obras teóricas de Michel Foucault y Judith Butler, específicamente. Por lo tanto, en esta ponencia se pretende realizar un breve análisis de los usos que se le están dando a la teoría deconstructiva en México, en los discursos sobre la violencia de género en las redes sociales en el México del siglo XXI, esto, con el fin de aportar a los estudios de filosofía, lingüística y a la sociedad. 

Descripción de la Publicación académica:

En los últimos años ha crecido el interés por diseñar un abordaje comunitario a la seguridad alimentario.  Desde el discurso académico y político ha crecido este concepto como una forma de enmarcar varias acciones que tienen al territorio como protagonistas de las intervenciones y políticas.  Es aquí que surge la pregunta  ¿Qué significa la Intervención Nutricional comunitaria desde la perspectiva de seguridad alimentaria?  ¿Cómo la interpretan los que diseñan la política?  ¿De qué manera esta definición es resignificada por los profesionales a cargo de la implementación?  ¿Cómo es interpelada por los actores en el territorio? Estas fueron algunas de las preguntas que surgieron por parte de un grupo de investigadores y docentes de la Universidad Nacional de Lanús (UNLA) provenientes de las disciplinas del Trabajo Social, Antropología y Nutrición, interesados en el abordaje comunitario de las problemáticas de salud y nutrición.  Nos parecía como equipo que la respuesta a estas preguntas no podía realizarse sólo desde una perspectiva filosóficas y abstracta sino que resultaba relevante verlas en su implementación en una política concreta.  Decidimos, por lo tanto, focalizar nuestra mirada en el Plan Nacional de Seguridad Alimentaria, en especial en los primeros 13 años de su implementación (2002 – 2015). Para ello desarrollamos un proyecto de investigación entre los años 2018 y 2019 financiado por la UNLA.  El título del mismo es “La intervención nutricional comunitaria como un proceso de construcción: El análisis del Plan Nacional de Seguridad Alimentaria”.  Este documento es parte de los resultados de dicha investigación. El texto es una compilación de diferentes producciones del equipo de trabajo todas las cuales tienen como objetivo analizar la forma de pensar el abordaje nutricional desde una perspectiva territorial. 

Resumen de la Ponencia:

En este trabajo analiza una de las dimensiones del concepto de cuidado que forma parte del alcance del bienestar de las personas a lo largo de la vida. Bajo la teoría de los cuidados como una actividad que pretende el bienestar de los otros y puede implicar ayudas, apoyos, recursos o tiempos compartidos, la investigación ha explorado la dimensión emocional y psicológica que se pone en funcionamiento cuando se cuida de otros. Las preguntas que guían son: ¿Como se sienten los cuidadores de personas mayores?, ¿Como se significan las actividades de cuidarlos?. Con la información de entrevistas semiestructuradas hechas a cuidadores de personas mayores en sus hogares, se propone explorar y analizar las inversiones emocionales que implica el cuidado que algunos autores desatacan como la parte no monetarizada de esta actividad, y que se suma a las contribuciones sociales del Cuidado como actividad social, diferente de las actividades domésticas. Esta diferencia, no había sido contabilizada hasta que la teoría de género mostró cuanto aportan las tareas domésticas y de cuidados que están a cargo de las mujeres, a la economía de las naciones. La evidencia recabada muestra que, en el caso de los cuidados de las personas mayores también están en manos de mujeres mayoritariamente. Que son el medio de dignificar a las personas mayores ya que después de haber vivido con plena funcionalidad ahora necesitan de otros, y esos cuidados muchas veces significan una reciprocidad para los familiares que se hacen cargo de ellos. Por supuesto, también surgen los costos psicológicos para los cuidadores y la división de la carga de cuidado que permite el desarrollo de una mejor tarea que minimiza, la desesperación, sufrimiento y dolor de la actividad de cuidar.  Con este estudio esploratorio, que se llevó a cabo en la frontera norte de México, en el estado de Baja California, se pretende contribuir al conocimiento de las diversidades de los cuidados y sus significados.

Resumen de la Ponencia:

A violência contra mulher é um problema social e  assunto de interesse global, que vem ganhando destaque nas políticas públicas nacionais e internacionais, devido a isso, de forma inédita, foi construído um tesauro sobre violência contra mulheres e meninas a partir da coleta, organização e estruturação da linguagem terminológica. Com o objetivo estratégico de apoio e prevenção à violência, esta pesquisa buscou incorporar-se ao Instituto Glória, uma iniciativa em nível mundial que, através de uma robô baseada em Inteligência Artificial, visa combater e prevenir a violência de gênero a partir do desenvolvimento de projetos vinculados ao tema. Esta plataforma social conta o aprendizado de máquina e, com isto, aprende a cada interação com as mulheres que utilizam desse sistema. Essas interações propiciam o armazenamento e a coleta de dados, assim, são instrumentos relevantes para se pautar políticas públicas de combate e prevenção à violência. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, exploratória e aplicada, em que foi construído um conhecimento prático através da análise, interpretação e elaboração terminológica sobre a violência. O método de construção do tesauro foi baseado na norma internacional ISO-2788, que pautou a coleta de termos e teve diversas fontes, como tesauros nacionais e internacionais, a exemplo o da Organização Mundial da Saúde - OMS. Como resultado, o tesauro possui 595 termos totais sobre o tema, sendo esses 546 termos descritores, 389 termos específicos e 2.907 relacionamentos dos termos relacionados. O trabalho ambiciona a democratização de informação utilitária para a proteção, amparo e suporte às mulheres em situação de violência, e pretende contribuir no combate e prevenção a violência de gênero. Com isto, auxilia na recuperação da informação sobre violência de gênero, a partir da organização e da elaboração dos relacionamentos entre seus termos e conceitos. o trabalho se traduz em uma amostra, pois não possui todos os termos específicos e auxiliares sobre violência de gênero. Também menciona que a maioria dos tesauros consultados não relacionam a condição de mulher à identificação de gênero e não possuem as diferentes orientações sexuais. Assim, não se abordam as diferentes formas de se existir no mundo.  

Resumen de la Ponencia:

Este trabajo analiza la migración cubana contemporánea hacia España, que es el segundo destino principal de este flujo, discutiendo su dinámica, perfil y los desafíos para su inserción en suelo español.Para ello, presenta el escenario actual de la migración internacional, discutiendo su naturaleza, crecimiento y su relación con los procesos de globalización. En este sentido, se puede señalar que la migración internacional es un fenómeno constitutivo de las sociedades modernas y ha marcado, bajo diferentes formas y dimensiones, su organización social, política, económica y cultural y las relaciones internacionales contemporáneas. Además, las migraciones internacionales han adquirido, en la actualidad, una importancia creciente, tanto por su aumento exponencial como por sus impactos, revelando la ampliación de las desigualdades y oportunidades entre el Sur y el Norte Global. Entre los flujos migratorios latinoamericanos, el caso de la migración cubana es muy significativo porque, a pesar de incorporar estos elementos comunes a la región, tiene una dinámica migratoria propia en la que, además de su volumen y cercanía con su vecino del norte, un flujo relacionado a las transformaciones estructurales que han marcado a la sociedad cubana desde el advenimiento y consolidación de su Revolución, incluida la crisis derivada del derrocamiento soviético.Por tanto, vale la pena señalar que Cuba comparte muchos de los elementos que caracterizan la migración latinoamericana y tiene una historia marcada por intensos flujos de población, impulsados ​​por su condición geográfica y los diferentes contextos políticos y económicos que han marcado la historia reciente de la isla caribeña. De esta forma, vale señalar que además de la migración cubana a EE.UU., el mayor contingente con impactos políticos y económicos y el que tiene mayor número de estudios, es significativa la migración cubana a España, que es el segundo destino, y que muestra lazos históricos, matriz colonial y elementos culturales que podrían permitir una mayor integración, aunque la distancia dificulta mantener los lazos familiares.Aunque importante, este flujo aún no ha sido discutido de manera exhaustiva y constituye el objetivo principal de este trabajo que se propone discutir la migración cubana contemporánea a España, analizando su dinámica en este siglo, discutiendo el perfil de los migrantes (analizando su género y edad) y los efectos demográficos en la sociedad cubana, su distribución geográfica en las comunidades autónomas españolas y, finalmente, los principales retos para su inserción en el país ibérico. 

Resumen de la Ponencia:

O presente trabalho tem por objetivo analisar a política de gestão de resíduos sólidos de Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais, no período de 2014 a 2020. Foram analisados os principais instrumentos legais que definem e ao mesmo tempo propõem mudanças na gestão dos mesmos. A atividade de coleta de resíduos sólidos realizada pela prefeitura de Belo Horizonte e seus desdobramentos nas áreas ambiental, econômica e social foi um dos focos do trabalho. Além disso, foram selecionados alguns dos indicadores mais representativos da atividade de reciclagem presentes no Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos - BH, para verificar a sua evolução na tentativa de entender a execução dessa política. Vários desafios práticos da implementação e manutenção das ações propostas no Plano Municipal e seu atendimento à Política Nacional de Resíduos Sólidos, expressa na lei 12.305 de 2010 foram vislumbrados também. Os resultados apontam que, no período de pandemia da Covid-19 houve uma redução nos indicadores desta política, mesmo porque por aproximadamente 1 ano a coleta seletiva foi suspensa. Deste modo, hoje, por exemplo, a proporção de resíduos sólidos destinados à reciclagem coletados no município é inferior ao período anterior a pandemia e a outros municípios brasileiros. Outro indicador que apresentou uma grande queda foi o numero de associações de catadores vinculadas a prefeitura,o que influencia na sustentabilidade social da política. Essas associações tem a preferência no reaproveitamento e reciclagem dos resíduos coletados pela prefeitura, o que é interessante, tendo em vista que a prefeitura é responsável pela coleta de 96% do total de resíduos do município. Com isso, percebe-se que a pandemia afetou negativamente tanto a coleta seletiva enquanto parte da política pública quanto também agravou situações de vulnerabilidade econômica e social vivenciadas pela população que tem a coleta seletiva como meio de vida. Isso faz com que seja ainda maior o desafio do governo municipal para alcançar os patamares propostos pelos indicadores.

Resumen de la Ponencia:

La industria del salmón cultivado en Chile destaca a nivel internacional como lo que "se debe hacer" en los países en desarrollo para superar el extractivismo pesquero a través de la alianza público-privada (FAO, 2020). Ha existido abundante inversión desde esta alianza para emprender la industria y posteriormente en resolver los problemas sanitarios que la afectan para mantener un crecimiento sostenido desde los 1990s en Chile (Rodrik, 2011). En este transcurso, la crisis sanitaria que afectó a la industria en 2008 más bien fue una ventana de impulso facilitada por una nueva reglamentación respecto a propiedad y manejo sanitario (Aviles, 2015). Sin embargo, esta industria sigue provocando resistencia como sucedió en 2016 en Chiloé e incluso en comunidades costeras donde se especula que podría llegar instalarse esta industria (Bustos-Gallardo, Delamaza, & Rivas, 2021). La consecuencia ha sido el despliegue de conflictos socioterritoriales que desafían la posibilidad de una gobernanza de esta actividad productiva para la sustentabilidad (Barton & Fløysand, 2010).Este trabajo busca describir los factores o acciones que despliega el Estado y la propia industria para revertir/fomentar un proceso de i/legitimación social en un contexto de globalización económica y de alta conflictividad territorial. Para esto se buscan elementos teóricos a partir de la Economía Política Internacional, de la Sociología Medioambiental y de la Nueva Sociología Institucional para conformar un marco analítico macro e intermedio. En lo que respecta a la metodología, los resultados obtenidos provienen de un análisis cuantitativo y cualitativo de datos provenientes de entrevistas, documentos corporativos, reportes de organizaciones transnacionales y prensa nacional e internacional. Luego de analizar algunos indicadores críticos de desempeño sanitario y medioambiental de la industria, se analiza el despliegue público-privado para mantener la industria en un estadio de expansión y bajo una supuesto giro hacia la sustentabilidad. Se aprecian mecanismos de legitimación catalogados en tres ámbitos: cognitivo, pragmático y moral (Suchman 1995). Sin embargo, existe un segundo clivaje necesario de agregar que tiene que ver con escalas como campos de acción estratégica (Fligstein and Doug 2012). En general, los mecanismos de legitimación hacia la escala global parecen ser más elaborados y con mayor “compromiso corporativo” que los implementados hacia lo nacional y local. Estos se basan en énfasis del desarrollo tecnológico y la innovación institucional en armonía con el Estado. Sin embargo, son en estas dos últimas escalas donde se presentan mayores desafíos actuales y en el futuro para la industria, ya que existe una baja confianza en la promesa tecnológica y más bien tiende una posición más radical de bajar la producción o prevenir la expansión de la industria hacia el Sur Austral de Chile.