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GT_14- Medio Ambiente, Economías Solidarias y Desarrollo Sostenible
#00129 |
Narraciones y perspectivas indígenas acerca del manejo de la basura en el pueblo de Mezcala de la Asunción, en el municipio de Poncitlán, Jalisco.
Los problemas de acumulación, manejo y disposición final de residuos sólidos (basura) en las localidades indígenas ubicadas en la ribera del Lago de Chapala, correspondiente al estado de Jalisco, en México, se torna alarmante. Si bien el problema del desecho y manejo de los residuos sólidos en el municipio de Poncitlán pereciera bajo control, en el pueblo de Mezcala la situación es grave. Este proyecto propone explorar desde el ángulo de la psicología discursiva (narraciones personales), cómo la cultura y el entorno ambiental permean sobre variables psicológicas que influyen en la intención conductual de los residentes para crear alternativas o estrategias locales que resuelvan el manejo y desecho de la basura. El diseño metodológico está basado en el análisis de los elementos que conforman el modelo constructivista de la Teoría del Comportamiento Planeado (TCP) e incluye los siguientes instrumentos para la recolección de datos: a) Entrevistas semiestructuradas individuales, b) Grupos focales y c) Fotografías. Por último, el análisis de datos está guiado por la técnica de análisis de contenido que informará y responderá la siguiente pregunta de investigación: ¿Cómo la cultura y entorno ambiental (biocultura) afectan la intención conductual de los residentes de Mezcala con respecto a la generación de ideas o estrategias para resolver el problema de la acumulación de basura? Resultados preliminares muestran que las enseñanzas de los antepasados para mantener a Mezcala libre de basura, encajan como una creencia normativa por el peso social y moral que significa para los individuos el hecho de que provengan del mismo núcleo familiar; de los padres y abuelos que les inculcaron el juntar y barrer la basura, utilizarla como alimento para animales domésticos, quemar hojarasca, y a veces enterrarla para usarlas como abono para sembradíos y plantas. Esta creencia tiende a derivarse a su vez en normas subjetivas que influyen en la intención individual de mantener limpio su entorno inmediato, sus casas o patios, pero sin aplicarlo de manera colectiva en áreas comunes como calles, y los más grave, el bosque y el lago que rodean al pueblo. Se encontraron que factores externos como las autoridades locales y religiosas, influyen en las creencias de control percibido y a su vez en la intención personal para ejecutar una acción determinada de forma individual y grupal. Además resaltó como otro elemento constante de control percibido la constante necesidad de que agentes externos los asesoren, concienticen, contribuyan, apoyen y tomen acciones para resolver el problema de la disposición y manejo de la basura. En general, los participantes mostraron total disposición a realizar conductas específicas en relación al manejo y separación de residuos sólidos, pero se declararon insuficientemente capaces para resolver la problemática de acumulación de basura en el pueblo de Mezcala.
#00785 |
La gestiòn social del agua para riego en el municipio indìgena de Hueyapan, Morelos, Mèxico
A partir de la década de los ochenta en la región de los Altos de Morelos, región en la cual se ubica el municipio, se implemento el desarrollo de agricultura comercial de aguacate, durazno y frutas exóticas, dando lugar a una presión sobre el recurso agua. Lo que llevo al incremento del uso de mangueras para la distribución del agua a las parcelas, dejando de lado otras tecnologías e infraestructura hidráulica que hasta el momento venían funcionando. Impactando en las formas de organización social para el acceso, distribución y uso del agua.La gestión social del agua para riego en Hueyapan es comunitaria fundamentada en relaciones de reciprocidad, trabajo, lealtad, generosidad e identidad. Estas relaciones reproducen prácticas sociales que marcan todavía la cotidianidad en un número importante de comunidades del centro y sur de México. Son relaciones en el ámbito local, las cuales conservan valores que fortalecen sus redes sociales y permiten la persistencia de valores mesoamericanos, que revindican a los pueblos tradicionales como originarios en la región. Sin embargo, los cambios socioeconómicos y las políticas públicas para la producción agrícola han generado dinámicas diferentes. Que por un lado demandan más recursos, como el agua, y por otro buscan el control de este, generando una arena de conflictos que no se resuelven, sino que se administran.Esta ponencia es el resultado de más de cinco años de trabajo de campo en el municipio y busca poner de relieve los cambios más notables que se presentaron en el municipio indígena de Hueyapan, anteriormente reconocida como comunidad Indígena de Hueyapan, a partir de la implementación de una agricultura comercial, cambios en la producción socioeconómica, la gestión del agua, la infraestructura hidráulica y los valores comunitarios.
#00916 |
Desenvolvimento includente e sustentável: um estudo sobre as faces do ambientalismo moderno e da materialização das práticas socioambientais nas organizações
João Lucas Soares Normandes
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Maria Eugênia Diniz Figueirêdo Cireno1
Inseridos em um cenário de desigualdade, caracterizado pelo profundo contexto de vulnerabilidades geográficas e sociais, insurgem movimentos sociais que buscam a responsabilização das organizações diante dos impactos gerados por suas atividades (GARRARD, 2006; CARSON, 2010) e a reflexão sobre a compartimentalização da desigualdade decorrente do crescimento econômico (DIAS & LOUREIRO, 2017) fortalecendo a concentração de riquezas e exclusão da sociedade do processo de desenvolvimento. Pode-se observar, entretanto, que através da estruturação de uma Gestão de Responsabilidade Socioambiental nas organizações (MIRANDA, 2017), promove-se o desenvolvimento sustentado e includente (SACHS, 2008). Neste artigo, objetivou-se principalmente estudar a Materialização do tema de Desenvolvimento Sustentável com recorte ao âmbito corporativo, justificando-se ante a crescente discussão do papel das organizações diante de uma sociedade desigual, figurada pela vulnerabilidade econômica, ambiental e social das comunidades que se inserem no entorno das empresas. Delineado por seu caráter exploratório e fundamentado teoricamente por pesquisa bibliografia, este estudo buscou proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito (GIL, 2019), bem como aproximar a teoria à prática, ao analisar o sistema de gestão da responsabilidade socioambiental de uma organização. Foi observado na prática a materialização dos aspectos de governança, filantropia e sustentabilidade de uma organização consolidada em gestão da responsabilidade socioambiental, averiguando suas práticas sólidas de investimento social privado, gestão de riscos, energias renováveis e monitoramento dos impactos ambientais derivados da cadeia de produção, fortalecendo desta forma o pensamento de desenvolvimento includente e o papel das organizações.
#00963 |
Sustentabilidade da Cadeia Produtiva da Andiroba em Comunidades Ribeirinhas Amazônicas
Gizelly Caroline França Guimarães1
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Tiago da Silva Jacaúna
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Silvia Marina Pinheiro
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Diane Holt
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Rebeca da Silva Lima Sena
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Diogo Viana Grion Velasco
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O artigo discute a organização social da cadeia de produção de óleo de andiroba (Carapa spp.) em comunidades tradicionais da Amazônia, a partir da abordagem da dinâmica do modo de vida ribeirinho e na identificação de suas práticas e saberes tradicionais. A área de estudo foi as comunidades ribeirinhas localizadas dentro dos limites da Reserva Extrativista (Resex) do Médio Juruá, no município de Caraurari - AM. Foram realizadas entrevistas com coletores e coletoras da semente da andiroba, gestores/as e trabalhadores/as da usina de beneficiamento da andiroba gerida pelas próprias comunidades, com o intuito de compreender a cadeia de produção de óleo extraída da referida semente, perceber os desafios socioambientais enfrentados por estes grupos sociais para a continuidade de seus empreendimentos. Os resultados demonstram que os ribeirinhos estudados realizam a coleta de forma sustentável e que em todo processo de produção existe preocupação com o manejo sustentável dos recursos naturais e tentativa de inclusão de todas as comunidades interessadas na atividade. No entanto, somados aos desafios socioambientais, novas dinâmicas de interação entre atores com interesses variados no território vêm resultando em arranjos diferenciados que serão objeto de análise.
Introducción:
A proteção da biodiversidade na Amazônia está associada à manutenção dos povos e comunidades tradicionais em seus territórios e na garantia de geração de renda no interior de suas comunidades, como afirma Neto e Furtado (2015, p. 160). Estudos demonstram que o combate ao desmatamento na floresta amazônica possui uma relação positiva com áreas protegidas e territórios indígenas demarcados (Ipea, 2011). Assim, compreender as formas de geração de renda nesses territórios, seus desafios e possibilidades, torna-se importante para o objetivo de garantir a proteção ambiental, o combate ao desmatamento e a qualidade de vida dos habitantes da Amazônia.
Porém, o aumento do desmatamento é a principal ameaça para a cadeia de produção de produtos oriundos da sociobiodiversidade na Amazônia. Brandão, Barata, Nobre e Nobre (2021) demonstram que a produção da andiroba (Carapa spp.) está entre as mais ameaçadas pelo desmatamento. A autoria adverte que sem iniciativas de reflorestamento e implantação de sistemas agroflorestais as atividades de geração de renda na Amazônia estarão ameaçadas. Nesse sentido, a ampliação e manutenção das áreas protegidas na Amazônia, sobretudo as de uso sustentável, permite alcançar ao mesmo tempo desenvolvimento econômico baseado na exploração sustentável da biodiversidade e a contenção do desmatamento.
Busca-se apresentar nesse estudo, a organização social da cadeia de produção de óleo de andiroba (Carapa spp.) em comunidades tradicionais da Amazônia, a partir da identificação dos processos produtivos da coleta das sementes à extração dos óleos. O objetivo é revelar a complexidade social e institucional da produção de óleos na região, assim como os desafios encontrados pelos produtores e produtoras no interior dessa cadeia de produção. Para isso, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com perguntas abertas aos ribeirinhos das comunidades do município de Caraurari-AM, localizadas dentro dos limites da Reserva Extrativista do Médio Juruá.
Este trabalho é fruto do projeto "Visualizando e aprimorando cadeias de valor na Amazônia: compreendendo o impacto e promovendo parcerias" financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas - FAPEAM (Processo 062.00543/2020) e Newton Fund Impact Scheme.
A estrutura desse trabalho divide-se em duas partes: na primeira, discute-se sobre o conceito e a importância das cadeias de valor da sociobiodiversidade para a geração de renda e melhores condições de vida para as comunidades que desenvolvem essas atividades; na segunda, aborda a organização econômica e social em torno da atividade de produção de óleo de andiroba e seu processamento nas comunidades de Carauari – AM, localizadas dentro dos limites da Reserva Extrativista do Médio Juruá.
Desarrollo:
2. Cadeias de Valor da Sociobiodiversidade Amazônica
O Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade, criado em 2009, é um grande marco e conquista, que objetiva desenvolver ações integradas para a promoção e fortalecimento das cadeias de produtos da sociobiodiversidade, com agregação de valor e consolidação de mercados sustentáveis e apresenta dentre as suas diretrizes estratégicas: Promover a conservação e uso sustentável da biodiversidade; Promover a valorização e respeito da diversidade cultural e conhecimento tradicional; Buscar a agregação de valor socioambiental, com geração de emprego, renda e inclusão social entre outras diretrizes.
Urge a necessidade de iniciativas públicas e privadas que primam pelo fortalecimento das cadeias produtivas da sociobiodiversidade amazônica, pois permite a uso dos recursos naturais de forma sustentável, gera renda para os povos tradicionais da Amazônia, estimula a organização social e políticas dos mesmos, garante o uso sustentável do território em que estão inseridos, melhores condições vida e bem-estar social, garantindo-lhes a sustentabilidade social, econômica, cultural e ambiental desses povos que tradicionalmente exercem práticas sustentáveis para o meio ambiente.
A partir da inclusão produtiva desses povos nesses processos possibilitará “a agregação de valor socioambiental a essas cadeias produtivas e a distribuição justa e equitativa de benefícios em todas as suas etapas” (Mda, Mma, & Mds, 2009). Conforme o Plano Nacional de Promoção das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade, entende-se por produtos da sociobiodiversidade:
Bens e serviços (produtos finais, matérias primas ou benefícios) gerados a partir de recursos da biodiversidade, voltados à formação de cadeias produtivas de interesse dos povos e comunidades tradicionais e de agricultores familiares, que promovam a manutenção e valorização de suas práticas e saberes, e assegurem os direitos decorrentes, gerando renda e promovendo a melhoria de sua qualidade de vida e do ambiente em que vivem. (Mda, Mma, & Mds, 2009).
Neste sentido, impulsionar e fortalecer as cadeias de valor de produtos da sociobiodiversidade da Amazônia contribui para estimular o desenvolvimento econômico das comunidades amazônicas, por meio de ações e iniciativas que integrem produção sustentável e geração de renda, estimulando assim, a conservação da nossa rica biodiversidade e empoderamento social dos mesmos.
Sendo assim, a valorização das cadeias produtivas da sociobiodiversidade amazônica considera o modo de vida ribeirinho, seus conhecimentos tradicionais de manejo sustentável de recursos naturais, milenarmente adquiridos e transmitidos de geração a geração, o que permitiu a sua reprodução social e econômica. Segundo Catie (2009 apud Gottret, 2009) as cadeias de valor da sociobiodiversidade apresentam características como: Relações de coordenação, colaboração entre os diferentes atores; Buscar a distribuição equitativa de recursos; trabalho conjunto e partilha de informações, riscos e benefícios.
Para o desenvolvimento da valorização de uma cadeia de valor da sociobiodiversidade é necessário diálogo entre os atores envolvidos nesse processo, para haver as negociações, as partilhas de informações necessárias, além participação dos ribeirinhos em todo o processo (Catie, 2009 apud Gottret, 2009). Tais práticas permitem a organização comunitária, além do uso sustentável dos recursos naturais. Nesse processo é de extrema importância haver ações que busquem inovações para melhores condições do processo produtivo, de agregação de valor, a expansão de novos mercados e as condições necessárias para o pleno desenvolvimento da cadeia produtiva, gerando renda para os comunitários. As cadeias de valor apresentam certas funções, explicitadas no Quadro 1.
Quadro 1: Funções das cadeias produtivas da sociobiodiversidade.
Fonte: elaborado a partir de Catie (2009 apud Gottret, 2009).
Um conceito importante para ser discutido e primordial para o desenvolvimento das cadeias de valor da sociobiodiversidade é o de governança, para Almeida (2009) refere-se ao processo de articulação para a tomada de decisão e a realização de ações paralelas e coordenadas de atores de diferentes naturezas que estejam orientadas para objetivos comuns.
Ressalta-se ainda que o desenvolvimento e valorização das cadeias produtivas da sociobiodiversidade buscam o desenvolvimento econômico e social e político das comunidades amazônicas e a conservação ambiental dos seus territórios, não se restringe por tanto, somente à otimização da linha de produção, mas do que isso, possibilita a geração de renda para os povos tradicionais amazônicos; estimula a organização cultural e social e empoderamento dos mesmos; fortalece autonomia relativa e identidade cultural historicamente construída; contribui para o conservação da nossa rica biodiversidade. É necessário ainda haver a colaboração e empenho de todos os atores envolvidos nesse processo, tais como, os povos tradicionais amazônicos; as empresas; cooperativas; associações; iniciativas governamentais e privadas; instituições de fomento de pesquisas entre outros.
Um dos desafios na transformação de recursos da sociobiodiversidade amazônica em produtos é a presença de pouca ou mesmo ausência de inovação tecnológica, falta de infraestrutura e financiamentos, o que gera baixo retorno financeiro para os ribeirinhos amazônicos.
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação criou em 2021, o Projeto InovaSocioBio Amazonas, projeto piloto para o fortalecimento das cadeias produtivas da sociobiodiversidade no Estado do Amazonas, abrangendo as cadeias de produção da castanha do Brasil, Pirarucu Selvagem e Guaraná, por meio de recursos do Governo do Estado do Amazonas (alinhados ao Plano Plurianual 2020-2023) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (alinhados ao Programa Bioeconomia Brasil). O projeto apresenta como principal objetivo:
Fortalecer a cadeia produtiva da Castanha-do-Brasil, do Pirarucu Selvagem, e do Guaraná, que conformam produtos da sociobiodiversidade em distintas fases de maturidade, para a promoção de uma Bioeconomia pautada na ciência e tecnologia visando a interiorização do desenvolvimento, o fomento aos arranjos produtivos e de comercialização das cadeias de suprimento dos produtos da sociobiodiversidade e extrativismo, e a diversificação da matriz econômica do Estado do Amazonas (Sedecti, 2021).
Os povos tradicionais amazônicos desenvolvem diversas cadeias produtivas da sociobiodiversidade, dentre as quais, a cadeia produtiva da andiroba, utilizada para fins terapêuticos, medicinais e estéticos. Abordaremos nesse estudo, mas especificamente, como ocorre a produção do óleo andiroba, desde a coleta, lavagem, secagem, trituração até a extração do mesmo. Segundo Belcher e Schreckenberg (2007) a coleta dos produtos naturais é feita diretamente na floresta e o armazenamento, o processamento e o transporte, não apresentam uma ordem lógica, podendo desse modo, ser complexos, dependendo da infraestrutura, da natureza do produto, dos locais onde são processados e das exigências do consumidor.
Nesse sentido, nas experiências coletivas dos povos ribeirinhos da Amazônia em relação às cadeias produtivas da sociobiodiversidade é permeada por uma relação direta com o meio ambiente, os conhecimentos tradicionais milenarmente adquiridos é o que permite o uso dos recursos naturais de modo sustentável.
Muitos ainda são os gargalos frente às cadeias produtivas da sociobiodiversidade. As Políticas Públicas direcionados aos povos ribeirinhos devem atender as necessidades dos mesmos, entendo a realidade do produtor familiar na Amazônia, o seu saber fazer e o seu respectivo modo de vida.
As organizações sociais na Amazônia têm pressionado para a mudança das políticas públicas para que estejam contextualizadas às realidades e necessidades locais. Elas têm formado redes com outras organizações e estabelecido diversas escalas, desde organizações de base às organizações transnacionais e cada vez mais têm ocupado espaços de planejamento de políticas públicas, como conselhos e grupos de trabalho.
No contexto atual em que vivemos são muitos os desafios a serem enfrentados para que sejam reconhecidos e garantidos os direitos de cidadania dos povos tradicionais da Amazônia, para que assim, seja possível a manutenção da reprodução social e cultural aliados ao desenvolvimento sustentável, garantindo a sobrevivência dos mesmos.
3. Aspectos Socioambientais da Cadeia Produtiva da andiroba em comunidades ribeirinhas da RESEX do Médio Juruá - Carauari/AM
Historicamente observa-se que a elaboração e implementação de diversas Políticas, Programas e Leis que oferecem uma série de possibilidades e oportunidades de apoio para o extrativismo sustentável, beneficiando toda a cadeia produtiva do manejo de frutos da andiroba. Ressalta-se a importância do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Decreto no 3.991/2001) que objetiva promover o desenvolvimento sustentável de atividades agrícolas e não agrícolas desenvolvidas por agricultores familiares, por meio de linhas de créditos, capacitação técnica entre outras ações.
Por meio da Portaria Interministerial MMA, MDA e MDS no 380/2015, foi criado o Plano Nacional de Fortalecimento das Comunidades Extrativistas e Ribeirinhas (Planafe), que objetiva adequar, articular, integrar e propor ações de acesso às políticas de saúde, educação, infraestrutura social, fomento à produção sustentável, geração de renda e gestão ambiental e territorial das áreas de uso e ocupação tradicional.
Outros Programas que trouxeram benefícios às populações-alvo e que foram importantes para o avanço na implementação de Políticas Públicas foram: o Programa de Apoio à Conservação Ambiental – Bolsa Verde, criado por meio da Lei no 12.512/2011 e Decreto no 7.572/2011, objetiva incentivar a conservação dos ecossistemas; e promover a cidadania, a melhoria das condições de vida e a elevação da renda da população em situação de extrema pobreza que exerça atividades de conservação dos recursos naturais; o Programa Federal de Manejo Florestal Comunitário e Familiar (PMCF), criado pelo Decreto no 6.874/2009, objetiva organizar ações de gestão e fomento para o manejo sustentável em florestas que sejam utilizadas pelos agricultores familiares, assentados da reforma agrária e povos e comunidades tradicionais; O Programa Nacional de Florestas (PNF), criado por meio do Decreto no 3.420/2000), que tem como objetivos estimular o uso sustentável de florestas nativas e plantadas, apoiar as iniciativas econômicas e sociais das populações que vivem em florestas e promover o uso sustentável de florestas de produção, sejam nacionais, estaduais, distritais ou municipais.
Outras Leis que trouxeram positivos impactos e contribuiu para a proteção do conhecimento tradicional dos povos tradicionais foram as Leis: Lei no 10.831/2003, sobre Agricultura Orgânica define as normas técnicas para a produção orgânica e sua estrutura de gestão no âmbito da União, dos estados e do Distrito Federal; Decreto no 25.044/2005, trata-se da Legislação específica da espécie que proíbe, em todo território nacional, o corte, transporte e comercialização de madeira das espécies de andirobeiras.
3.1 A sustentabilidade da Cadeia Produtiva da andiroba na RESEX do Médio Juruá - Carauari/AM
A cadeia de valor dos óleos de sementes tem muita força e importância na região do Médio Juruá, que envolve uma área de cerca de um milhão de hectares na Floresta Amazônica, incluindo territórios indígenas. A produção desses óleos garante trabalho e renda para um número significativo de pessoas que vivem na região e trabalham na floresta de forma sustentável. Além disso, é importante destacar que no início da constituição da cadeia produtiva dos óleos de sementes, no fim da década de 1990, o conhecimento produzido na universidade teve papel preponderante ao levar, por meio de financiamento do CNPQ, um projeto de geração de energia com a utilização dos óleos de sementes, foi a primeira iniciativa para a utilização desses óleos na região.
Depois de 20 anos com um trabalho que integrou moradores das comunidades ribeirinhas da região do Médio Juruá e profissionais da Universidade Federal do Amazonas, a cadeia produtiva dos óleos de sementes se desenvolveu na direção da indústria de cosméticos. Hoje, a Cooperativa Mista de Desenvolvimento Sustentável e Economia Solidária do Médio Juruá (CODAEMJ), que foi criada em 2003, está inserida na bioeconomia global, fornecendo óleos de sementes para importantes empresas do setor de cosméticos.
A CODAEMJ trabalha em parcerias com outras organizações da região como a Associação de Moradores Extrativistas da Reserva Uacari (AMARU). O projeto que desenvolvemos, por meio da elaboração de curtas-metragens, demonstra os principais desafios e oportunidades da produção de óleos de sementes na região, bem como a complexidade de temas inseridos no processo, tais como, governança, logística, relações de gênero, conhecimento tradicional, sustentabilidade, entre outros.
O estudo discute a organização social da cadeia de produção de óleo de andiroba (Carapa spp) em comunidades tradicionais da Amazônia, com o intuito de compreender a cadeia de produção de óleo da referida semente desde o seu início, bem como perceber os desafios socioambientais enfrentados por estes grupos sociais. O lócus de estudo foram as comunidades ribeirinhas do Município de Caraurari-AM, localizadas dentro dos limites da Reserva Extrativista do Médio Juruá.
Buscamos compreender a cadeia de produção dos óleos da andiroba (Carapa spp) permeando todo o seu processo, assim como, perceber os desafios socioambientais enfrentados pelas comunidades ribeirinhas do Município de Caraurari-AM, localizadas dentro dos limites da Reserva Extrativista do Médio Juruá, por meio da criação de vídeos de curta-metragem, eventos de divulgação dos materiais e publicações científicas. No processo de manejo e coleta das sementes da andiroba é realizado uma organização coletiva e divisão social de atividades entre os comunitários, posteriormente ocorre o processo de lavagem, secagem, trituração para em seguida ser extraído o óleo das referidas sementes. As instituições que coordenam a comercialização dessas oleaginosas são: Cooperativa de Desenvolvimento Agro extrativista e de Energia do Médio Juruá (CODAEMJ); Associação dos Moradores Agro extrativistas da RDS Uacari (AMARU) e Associação das Mulheres Agroextrativistas (ASMANJ).
Conforme relatos dos ribeirinhos das comunidades estudadas há uma estimativa de renda familiar mensal de R$2000 a R$3000 com a coleta das sementes da andiroba. As principais atividades realizadas pelos ribeirinhos entrevistados são a agricultura, a coleta de sementes da andiroba e murumuru, o cultivo de plantas medicinais, artesanato e outras formas de manejo de materiais locais. Para Neto e Furtado (2015, p. 160), os povos ribeirinhos vivem em um território em que articulam relações sociais, culturais e políticas a partir das especificidades desses espaços em que “a marca dessa configuração pode ser vista nos comportamentos, na maneira de viver, em sua alimentação, nas crenças, em sua religiosidade etc., específicos daquele espaço”.
No processo de manejo e coleta das sementes da andiroba é realizado uma organização coletiva e divisão social de atividades, ficando os homens responsáveis por ir abrindo o caminho e as mulheres colhendo os frutos para a posterior retirada das sementes para a extração do óleo da andiroba, principalmente entre os meses de janeiro a março, pois caem os frutos bons e a cheia do rio contribui para o acesso aos andirobais, que se dão por meio de canoas ou voadeiras.
Nesse sentido, essa atividade de subsistência contribui para geração de renda familiar aos ribeirinhos das comunidades estudadas, envolvendo os membros do grupo familiar, característicos dos povos ribeirinhos amazônicos. Esse processo de organização da coleta das sementes é importante para o melhor aproveitamento das mesmas de modo sustentável, como não coletar aquelas tem fungos, furos e as que estão germinando, pois nesse caso, a qualidade do óleo é inferior das que não estão germinando, contribuindo ainda para a manutenção da biodiversidade. Segue no Quadro abaixo o processo de extração do óleo de andiroba de modo sustentável, respeitando o tempo da natureza e contribuindo para manter a floresta em pé.
Quadro 2: Manejo sustentável da extração do óleo de andiroba da cadeia produtiva da andiroba na RESEX do Médio Juruá - Carauari/AM
Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados da Pesquisa.
Durante o processo de lavagem, secagem, trituração para posterior extração do óleo das sementes de andiroba é o momento em que os ribeirinhos das comunidades estudadas colocam as sementes em uma bacia, lavam as sementes para retirar as impurezas, deixando-as em uma bacia limpa para a posterior secagem e comercialização para a Cooperativa de Desenvolvimento Agro extrativista e de Energia do Médio Juruá (CODAEMJ), localizada na comunidade do Roque e ainda para a Associação dos Moradores Agro extrativistas da RDS Uacari (AMARU). Após a comercialização, na CODAEMJ, as sementes de andiroba passam pela lavagem, cozinhamento, secagem e trituração, após esse processo, o seguinte passo é levar as sementes para o forno mecanizado, logo após é realizada a extração do óleo de andiroba conforme dados do estudo.
Foi possível observar que a pandemia da Covid19, em concomitância com uma cheia histórica que ocorreu no começo do ano de 2021, afetaram consideravelmente a vida dos ribeirinhos na região do Médio Juruá. No caso da cheia histórica houve uma dificuldade enorme para a atividade da coleta de sementes de andiroba no começo do ano e muitas estruturas de secagem foram danificadas.
A Associação de Mulheres, da comunidade do Roque, realiza diversas atividades de geração de renda para as famílias das ribeirinhas, tais como a fabricação de sabão a partir de óleos de sementes do murumuru e andiroba, utilizados também para a fabricação de limpa alumínio e amaciante, tais iniciativas contribuem para o empoderamento dessas mulheres, além de fomentar ações buscando construir a identidade coletiva e organização social das mesmas. Vale destacar a Associação das Mulheres Agroextrativistas (ASMANJ), criada em 2004, com o intuito de fomentar ações para a promoção de qualidade de vida das mulheres da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Uacari e Reserva Extrativista do Médio Juruá, localizadas no Médio Juruá, município de Carauari-AM.
A atividade de coleta de andiroba e murumuru para posterior comercialização para a extração do óleo gera renda e bem-estar social para os comunitários e contribuiu para uma melhor organização social das mulheres que se unem em prol de seus direitos e maior participação nessa atividade, como afirma M. C., entrevistada da comunidade do Roque:
“(...)você ajuda na coleta da andiroba, e todo mundo tem aquela animação pra coletar porque gera renda, e era um dinheirinho para elas comprar as outras coisas que aqui não tem, e é aquela animação e hoje elas também faz... querem também um olheozinho pra fazer as coisas delas, né, em casa, o sabão, as vezes a gente faz o sabonete, a gente faz o limpa alumínio aqui na comunidade, tudo a gente faz através do óleo da andiroba (...)”.
São realizadas capacitações das mulheres em diversas atividades de geração de renda familiar, como artesanato, manejo da pesca do pirarucu, entre outras atividades de fortalecimento de ações voltadas à construção da organização social e política, historicamente e coletivamente construídas pelas ribeirinhas da Amazônia. Segue um relato do processo da fabricação do sabão, detergente, amaciante, limpa alumínio, a partir do óleo de murumuru e andiroba:
“O murumuru, ele não dá o sabão líquido né, ele dá o sabão em pedra, fica bem alvinho, quando o óleo tá limpo mesmo, fica bem alvinho, agora a andiroba, dá o sabão em pedra e dá o sabão em líquido também, aí a gente faz o óleo de cozinha também, daquele que já é utilizado, aí utiliza para fazer o sabão, ela faz desde a banha do jaú, da pirarara, do coro do frango, aí faz o sabão também, aquilo que a gente ia jogar fora né, hoje a gente aprendeu fazer o sabão, então pra gente tudo é uma economia” (E., 41 anos, coletadora).
A partir dos dados apresentados, percebe-se que ainda há grandes desafios quanto ao acesso aos bens e serviços sociais aos povos ribeirinhos da Amazônia. Urge a necessidade de formulação e implementação de Políticas Públicas que valorize os seus princípios e práticas milenarmente adquiridos e transmitidos oralmente e que primem em atender as particularidades desses povos.
Quadro 3: Avanços e Desafios da cadeia produtiva da andiroba na RESEX do Médio Juruá - Carauari/AM
Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados da Pesquisa.
Conforme realizado nas comunidades estudadas urge a necessidade da realização da cadeia produtiva da andiroba de forma sustentável, considerando as especificidades dos povos ribeirinhos, buscando a proteção ambiental, e garantia dos direitos de cidadania dos mesmos. O Quadro abaixo apresentado, são considerados certos aspectos dos saberes, do território, da autonomia relativa, dos princípios culturais e das identidades coletivas, que compõe o modo de vida ribeirinho na Amazônia.
Quadro 4: Elementos do modo de vida ribeirinho considerados na cadeia produtiva da andiroba na RESEX do Médio Juruá - Carauari/AM
Fonte: Elaboração própria, a partir dos dados da Pesquisa.
Ressalta-se a importância de considerar a participação da comunidade ribeirinha referida em todo o processo da cadeia de produção referida, pois historicamente os povos ribeirinhos, organizados em movimentos sociais, lutam para que sejam reconhecidos seus direitos e o seu modo de vida, e ser partícipe da formulação e implementação de Políticas Públicas é essencial para conhecer as reais demandas desses povos e reconhecer seus saberes, o seu território, sua autonomia relativa, seus princípios culturais e suas identidades coletivas, como nos afirma Almeida (1994, p. 522), “compõem-se, objetivando garantir o efetivo controle de domínios representados como territórios fundamentais a sua identidade, e, inclusive, para alguns deles, a sua afirmação étnica”.
Diante disso, ainda há grandes desafios para que sejam reconhecidos e garantidos os direitos de cidadania das populações tradicionais amazônicas, para que assim haja a possibilidade de manterem sua reprodução social e cultural e a garantia de seus direitos de cidadania. Por meio dos dados obtidos, percebe-se que o incentivo à valorização das cadeias produtivas da sociobiodiversidade nas comunidades estudadas, favorece a geração de renda, melhor qualidade de vida, a organização social e política das comunidades.
Infere-se por meio dos dados expostos, que há resultados importantes na valorização das cadeias da sociobiodiversidade estudadas, sobretudo no manejo dos recursos naturais de forma sustentável; na busca por geração de renda através dos recursos disponíveis na comunidade, atendendo assim, as especificidades desses povos, respeitando suas práticas sociais e saberes.
No entanto, há grandes desafios que precisam ser superados, tais como, a necessidade de maior articulação de Políticas Públicas para garantia dos direitos de cidadania dos ribeirinhos, como o acesso de qualidade a bens e serviços sociais; acesso à incentivos governamentais para a produção local, gerando renda para os ribeirinhos, entre outras problemáticas que necessitam ser atendidas, para garantir aos mesmos, melhores condições de vida e bem-estar social.
Por meio dos saberes sobre o manejo sustentável dos recursos naturais e sua relação de respeito ao tempo de recomposição natural do meio ambiente, os ribeirinhos garantem a sua sobrevivência, o que lhes permite repassar às futuras gerações esse riquíssimo conhecimento e perpetuá-lo enquanto saber essencial a permanência de seus valores e práticas. Nesse sentido, essa relação com o meio ambiente possibilita-o “criar e recriar a própria vida, aspectos do saber que estão para a autonomia do sujeito, da mesma forma que para a autoria do saber-conhecimento” (Sousa, 2017, p. 30).
Urge a necessidade da realização das cadeias produtivas de forma sustentável, como realizado nas comunidades estudadas, considerando as práticas e valores dos povos ribeirinhos, não ocasionando depredação ambiental, concentração de renda, e exclusão social que historicamente se observa na Amazônia, sendo primordial entender esse modo de vida e valorizar suas práticas e valores milenarmente adquiridos e passados de geração a geração.
Conclusiones:
Por meio dos dados obtidos percebe-se que o incentivo à valorização das cadeias produtivas da sociobiodiversidade nas comunidades estudadas favorece a geração de renda, melhora a qualidade de vida, a organização social e política das comunidades estudadas.
Infere-se, por meio dos dados expostos, que há resultados importantes na valorização das cadeias da sociobiodiversidade estudadas, sobretudo no manejo dos recursos naturais de forma sustentável; na busca por geração de renda através dos recursos disponíveis na comunidade, atendendo, assim, as especificidades desses povos, respeitando suas práticas sociais e saberes.
No entanto, há grandes desafios que precisam ser superados, tais como a necessidade de maior articulação de políticas públicas para garantia dos direitos de cidadania dos ribeirinhos, como o acesso de qualidade a bens e serviços sociais; acesso a incentivos governamentais para a produção local, gerando renda para os ribeirinhos, entre outras problemáticas que necessitam ser atendidas, para garantir melhores condições de vida e bem-estar social.
Bibliografía:
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Este estudo tem como objetivo reconstruir a controvérsia científica sobre a emissão de gases de efeito estufa (GEE) por reservatórios de usinas hidrelétricas, tendo como foco dois grupos de cientistas, um deles liderado pelo professor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ,) Luiz Pinguelli Rosa, e outro liderado pelo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Philip Fearnside. O objetivo será relacionar elementos científicos e políticos que participaram ativamente do desenvolvimento da controvérsia. Com isso, compartilhamos com modelos analíticos de estudos de controvérsia a premissa de que tais eventos não são somente científicos, mas também políticos, e se misturam nas dinâmicas de abertura e fechamento das controvérsias. Para tanto, utilizamos como documentos de análise os artigos publicados pela revista Climate Change, periódico que não somente recebeu e publicou os artigos dos contendentes e seus grupos, como emitiu comentários editoriais sobre a controvérsia.
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La transición ecosocial en las cadenas generalistas de T.V con cobertura estatal en España
Sara López Gómez1
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Lara Espinar Medina
1
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Lidia Peralta García
2
1 - Universidad de Málaga.2 - Universidad de Castilla-La Mancha.
El deterioro medioambiental producto de las economías extractivistas y la alta dependencia de los combustibles fósiles ponen en riesgo la vida en el planeta tal cual la conocemos. La transición ecosocial, es, por tanto, un necesario viraje hacia modelos de vida que sitúan en el centro el bienestar de los ecosistemas, así como de los seres humanos y no humanos que los habitan, entendiendo tanto las relaciones de reciprocidad, ecodependencia e interdependencia, como los límites biofísicos de la tierra. (Herrero, 2013). Es bien conocido el papel que juegan los medios de información a la hora de consolidar y difundir marcos mentales en la ciudadanía, por lo que se hace urgente la incorporación de narrativas que permitan transitar de las lógicas economicistas actuales, a nuevas consideraciones éticas con la naturaleza. Con el objetivo de conocer si esas narrativas se están incorporando, o no, en la agenda mediática española, se han analizado durante cuatro semanas alternadas del año 2021 las parrillas de programación e informativos de las principales televisiones del país; TVE1, La 2, Antena 3, Cuatro, Telecinco y La Sexta. Se han identificado los programas que tienen por finalidad la promoción de iniciativas y hábitos ecológicos, y las noticias relacionadas con temáticas que puedan favorecer la transición ecosocial. Los resultados son preocupantes, la presencia de temáticas ecológicas o que incidan en transformaciones ecosociales representan un porcentaje ínfimo, tanto en los informativos; menos del 4% del total de noticias, como en las programaciones, con sólo 2 cadenas, en concreto las públicas, de las 6 analizadas, con programas de tipo ecológico que no alcanzan a sumar un 2% de su total de programación. Por el contrario, las temáticas más abordadas en los informativos son “sanidad”, “política” y “sucesos”, y en lo que respecta a las parrillas de programación, priman los contenidos de “entretenimiento", “cine”, “infoentretenimiento”, “realities” y “concursos”, aunque es posible distinguir una mayor emisión de “documentales” y “programas de investigación” en las cadenas públicas, en comparación con las privadas.La transición ecosocial requiere de un proceso colectivo, inventivo y creativo sin precedentes, sustentado en; la ética ecológica que le fundamenta y da sentido; la estética permacultural que le ofrece identidad y permite diseñar modos de antropización sostenible, y la política ecológica o ecosocial, que viabiliza nuevas formas de autoorganización social más resilientes. (Albelda, Sgaramella y Parreño, 2019). Sin la comunicación de su lado, como articuladora de sentido y constructuctora de imaginarios del cambio social, será imposible llevar a cabo esta transformación. Esta investigación forma parte de la aplicación de Irscom (Indicador de Rentabilidad Social en Comunicación) a cadenas de televisión, del grupo de investigación LabCOMandalucía de la Universidad de Málaga.