Resumen de la Ponencia:

Estas reflexiones se sitúan en el marco de ese congreso, y que tiene por propósito poner en relieve los efectos del neoliberalismo en la educación, pero sobre todo, y de manera concreta en el tipo de educación que se moldea bajo los esquemas del mercado, así como del tipo de sujeto que educa y que se va re-configurando bajo los esquemas de la política neoliberal, pero también la emergencia de proyectos alternativos de educación, de sujetos críticos bajo el manto de las alternativas, de las resistencias, de la rebeldía. Comenzaré con algunas ideas que a mí me parecen reveladoras y que podemos discutir:PRIMERO. Que el capitalismo es algo más que un modo de producción de bienes, implica un proceso de subjetivación tanto como un proceso de producción y esto es lo que se ve hoy en día. No podemos entender qué le sucede al sujeto o a los sujetos en su conjunto (en grupo) sin tener en cuenta los procesos históricos de cambio social (Laval, 2015).En suma, debemos tener en cuenta la relación entre historia, economía, formas de poder y por ende el sujeto. Se dice, que los neoliberales tienen clara conciencia de este hecho. Por lo tanto, la caracterización que se hace del sujeto como consumidor en tiempos de cambio en los mercados, en las modas, en las tendencias de la privatización y mercantilización de la educación, describen a un sujeto trabajador al ritmo de las mercancías y las finanzas o por lo menos que se rige por esa racionalidad y lógica.SEGUNDO. La escuela, y el sistema educativo en su conjunto, se pueden entender como una instancia de mediación cultural como lo expresa Pérez (2000) entre los significados, sentimientos y conductas de la comunidad social y el desarrollo particular de las nuevas generaciones y de los sujetos.Si se cuestiona el sentido de la escuela, de su función social y de la naturaleza del quehacer educativo (tomando en consideración las transformaciones y cambios políticos y económicos, y de la configuración cultural y social), los docentes aparecen en escena dirigidos a cumplir estrictamente un papel de educador y el alumno de educando, por lo tanto la fuerza que ejerce sobre ellos la política, el papel social e histórico de “cómo deben educar” y las vertiginosas modificaciones (reformas educativas) vuelven a veces obsoletos los contenidos y a veces incongruentes las prácticas.TERCERO. La escuela como espacio donde se afianzan las identidades políticas y socioculturales, es decir, la construcción educativa que alimenta los rasgos y atributos identitarios que le dan sentido al pensamiento y a las acciones de los grupos (rebeldes) y que es la parte medular de la emergencia educativa frente a los embates postmodernidad actual (Baronnet, 2015).

Resumen de la Ponencia:

A distinção do masculino e feminino, inicia-se nos processos de socialização da criança logo na sua concepção, no questionamento do sexo do bebê. Segundo Bourdieu (2012), instituir essa diferença entre corpos biológicos reforça o sentido de gêneros construídos como duas essências sociais hierarquizadas, uma vez que é a partir dessa construção arbitrária do biológico, em particular do corpo masculino e feminino, nos seus usos e atribuições, é que se dá um fundamento aparentemente natural e androcêntrica da divisão do trabalho sexual e da divisão sexual do trabalho. Embora existam alguns avanços em relação ao direito das mulheres ao trabalho, elas ainda são responsáveis pela maior parte das atividades domésticas, limitando seu tempo em relação as atividades esportivas e de lazer. (MARCELINO, 1996). Deste modo, o objetivo do presente estudo foi realizar uma analisar interseccional do perfil dos praticantes de atividade física e esporte no Brasil. Para isso utilizou-se uma pesquisa documental, analisando os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do ano de 2015 (mais atual), publicada no ano de 2017 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Como aporte teórico/metodológico utiliza-se a interseccionalidade para compreender como as relações interseccionais de poder influenciam nas relações sociais, principalmente considerando as categorias de raça, classe, gênero, orientação sexual, entre outras, para o em entendimento da complexidade do mundo, pessoas e experiências humanas. (COLLINS, BILGE, 2020). Observou-se que existia uma relação diretamente proporcional entre a prática de atividade física ou esporte e o nível de formação escolar ou faixa de renda. Quando questionados em relação a cor ou raça, das pessoas que praticam algum esporte, declararam-se como brancas 24,8% e preta ou parda com 23, 2%. Quanto ao sexo, entre os homens 31,7% praticavam algum esporte ou atividade física, já entre as mulheres o número foi de 16,9%.  Dentreos esportes, 94,5% dos praticantes de futebol são do    sexo masculino, no ciclismo 75,2% são homens. Com relação dança ou ballet 85% dos praticantes eram mulheres, na ginástica rítmicaou artística eram 80,5%, se comparadas ao sexo masculino. Conclui-se que as práticas de atividades físicas e esporte apresentam uma padronização de gênero, sendo distribuido, a dança ou ballet para as mulheres e o futebol para os homens, onde a cobrança em cuidar da saúde e do corpo, recai sobre o sexo feminino em sua maioria, deixando o lazer como uma prática de direito de homens, destacando como uma prática masculina, relacionando um exercício de diferenciação generificada de poder cultural. Deste modo, aponta-se para a necessidade de ações que oportunizem novas formas de aprendizagem e apropriação da cultura corporal esportiva, visando diminuir os impactos de uma cultura que ainda perdura na desigualdade de gênero entre as brasileiras e brasileiros.

Resumen de la Ponencia:

Resulta inútil ya hablar de la simplista división entre online-offline. La denominada computación ubicua ha hecho de la monitorización, la predicción y el control una empresa triunfante que se consolida so pretexto del discurso de la inevitabilidad. Sin embargo, más allá de estas fronteras por todos bien conocidas, la del cuerpo y la tecnología representan otro terreno importante de explorar desde lo reconstructivo hasta lo estético. Desde la manipulación deliberada hasta la sobrevivencia necesaria. En este trabajo se presentan trece casos que permiten ilustrar ¿qué está ocurriendo con la frontera entre el cuerpo y la tecnología? y ¿de qué manera las tecnologías se están empleando tanto para devolver un sentido originario de la existencia a quienes han perdido algunas extremidades, como abrir horizontes de sensaciones a quienes pretenden expandir sus sentidos? Desde los diy-ciborg, pasando por los biohackers y el diseño de prótesis al estilo steampunk se presentan casos de las distintas formas en que las modificaciones corporales representan esa fusión entre la carne y la tecnología que ha dejado de estar sólo en la ciencia ficción para pasar a ocupar un lugar importante en la vida cotidiana y que permite, entre otras cosas, la pertinente problematización sobre el cuerpo, la tecnología y la sociedad.

Resumen de la Ponencia:

A presente pesquisa buscou analisar a história da educação nas prisões do Estado do Rio de Janeiro a partir de concepções sociológicas. Pretendeu-se ainda, propor reflexões a respeito do papel da educação em prisões, considerando as especificidades de seus sujeitos, suas histórias de vida e o contexto em que estão inseridos. A forma de organização da educação nas prisões cariocas foi analisada com base nos estudos de Paulo Freire (1987), dialogando com as teorias de Gramsci (1975) e de Goffman (1961). Trata-se de uma pesquisa teórica de natureza bibliográfica e qualitativa. No Estado do Rio de Janeiro, as pesquisas na área da educação em prisões são encontradas em cursos de especialização, mestrado e doutorado, sendo bem limitado o debate no âmbito dos cursos de graduação. É devido a tal escassez que esse estudo se justifica. Como resultado foram identificados alguns elementos históricos do passado que possibilitaram a compreensão das relações entre as prisões do Estado do Rio de Janeiro e a sociedade atual, concluindo que existe um longo caminho a ser percorrido no sentido de viabilizar uma educação que atinja a todos os que se encontram nas prisões cariocas.

Introducción:

Segundo o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias do Departamento Penitenciário Nacional (2019), o Brasil é o terceiro país com maior número de pessoas privadas de liberdade no mundo, com 755.274 detentos, incluindo os condenados de todos os regimes (aberto, semiaberto e fechado) e os presos provisórios que aguardam decisão judicial. O sistema prisional brasileiro tem capacidade para 442.349 pessoas, portanto o déficit nacional é de 312.925 vagas. Deste montante, 51.029 estão encarceradas nas 50 unidades prisionais do Estado do Rio de Janeiro, cuja capacidade é de 31.485 detentos. Desta forma, o déficit estadual é de 19.544 vagas. O levantamento do DEPEN (BRASIL, 2019) também destaca que o Rio de Janeiro é o terceiro Estado que mais encarcera no Brasil, ficando abaixo somente dos estados de São Paulo, com 233.089 pessoas privadas de liberdade, e de Minas Gerais, com 74.844.

A assistência educacional, prevista na Lei de Execução Penal (LEP – Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984), compreende a instrução escolar e a formação profissional para todas as pessoas privadas de liberdade, entretanto, somente 63.707 pessoas estão matriculadas em cursos da educação básica, técnica e superior. Destas 63.707 pessoas, 3.348 se encontram no Estado do Rio de Janeiro (BRASIL, 2019), sendo 2.877 matriculadas no ensino presencial e 471 no ensino à distância.

Com isso surgem alguns questionamentos: Historicamente, como a educação nas prisões cariocas foi configurada? Por que o Estado do Rio de Janeiro não consegue assegurar o direito à educação para todas as pessoas privadas de liberdade? Como é a relação entre as prisões do Estado do Rio de Janeiro e a sociedade?

Esta pesquisa pretende analisar a história da educação nas prisões do Estado do Rio de Janeiro a partir de concepções sociológicas. Trata, entre outras questões, das dificuldades que as pessoas privadas de liberdade possuem em exercer o direito humano à educação nas prisões diante da deficiência presente na política criminal e penitenciária do Estado do Rio de Janeiro.

O estudo foi desenvolvido no ano de 2022 e se delimita pelo viés de uma abordagem diagnóstica atrelada aos campos da Educação e da Sociologia, compreendendo a revisão documental e bibliográfica no que se refere à história e à avaliação da educação em prisões no Estado do Rio de Janeiro.

Trata-se de uma pesquisa teórica de natureza bibliográfica e qualitativa. Desta forma, o delineamento metodológico escolhido para a elaboração desta pesquisa foi a coleta de dados a partir de uma análise documental e bibliográfica do tema em questão. A pesquisa qualitativa pretende entender um fenômeno específico com profundidade. Segundo Minayo (1999) nessa abordagem não encontramos a verdade dos fatos como certo ou errado, ou seja, precisamos ter a compreensão da lógica que cerceia a prática que se desenvolve na realidade.

Conforme os estudos de Sousa, Oliveira e Alves (2021), a pesquisa científica é iniciada por meio de pesquisa bibliográfica. Assim, para que uma pesquisa bibliográfica obtenha êxito e atinja os objetivos, primeiramente é necessário buscar trabalhos publicados relacionados à compreensão e à análise de dados sobre o tema investigado. Segundo os autores, a pesquisa bibliográfica é a base para uma iniciação científica, uma vez que permite o aprofundamento do fenômeno no campo de estudo pretendido. Ela atua, portanto, como um instrumento de execução.

Com base nisto, faremos análises de fontes para a coleta de dados e informações sobre o Sistema Prisional do Estado do Rio de Janeiro, que são documentos disponibilizados publicamente pela Secretaria do Estado de Educação (SEEDUC) e pela Secretaria do Estado de Administração Penitenciária (SEAP). Também estudaremos os relatórios do Sistema de Informações Penitenciárias (INFOPEN), vinculado ao Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça (DEPEN/MJ); e os documentos do Conselho Nacional de Justiça, por meio de seus relatórios periódicos – estes dois últimos são instrumentos oficiais de coleta e organização de dados do sistema penitenciário brasileiro.

Outras fontes são constituídas por artigos, livros, teses e dissertações de caráter analítico e interpretativo da realidade das prisões produzidas por uma variedade de autores e instituições, mas capazes de aportar a este estudo o estado da arte em relação ao objeto da pesquisa.

Na primeira seção do trabalho, levando em consideração a escassa bibliografia sobre esta temática, apresentamos uma reflexão com base nos principais estudos que tratam acerca das prisões na sociedade e sobre a educação no sistema prisional brasileiro, lançando assim, as bases teóricas para o desenvolvimento do conteúdo que será discutido ao longo de todo o texto.

Na segunda seção foi traçado um panorama histórico sobre a educação nas prisões do Brasil e do Estado do Rio de Janeiro na sociedade contemporânea, considerando os rumos que a política de privação de liberdade tomou ao longo dos anos. 

Na terceira seção foi feita uma análise sociológica no sentido de compreender o impacto da Educação nas pessoas privadas de liberdade, tomando como base os estudos de Paulo Freire (1987), Gramsci (1975) e de Goffman (1961). Também serão analisados os limites e desafios para os professores no contexto prisional.

Por fim, a partir dos dados coletados através da análise documental e bibliográfica que serviu de base para este estudo, apresentamos os resultados e a discussão da presente pesquisa.

Desarrollo:

BREVES CONCEPÇÕES SOBRE A POLÍTICA DE PRIVAÇÃO DE LIBERDADE NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E A HISTÓRIA DAS PRISÕES DO RIO DE JANEIRO

 

A superlotação no sistema prisional mundial é um fator preocupante na contemporaneidade. Ao estudarmos a história das prisões nos deparamos com experiências esquecidas ou ocultadas, e retomá-las significa compreender melhor a sociedade em que vivemos. Analisar a origem das prisões e o seu desenvolvimento no Brasil e no Estado do Rio de Janeiro, nos dará as bases para a construção de uma visão crítica sobre a educação no contexto prisional – principal objeto deste estudo.

Esta primeira seção tem o objetivo de apresentar um panorama histórico sobre a construção da política de privação de liberdade no Estado do Rio de Janeiro, o que significa voltar o olhar para diversas trajetórias políticas e distintos padrões econômicos e sociais que foram constituídos ao longo do tempo. Apresentaremos uma reflexão com base nos principais estudos que tratam acerca das prisões na sociedade contemporânea e sobre a história das prisões no sistema prisional carioca.

Desde o ano de 1967 o Estado do Rio de Janeiro desenvolve ações na área da educação nas prisões quando a então Superintendência do Sistema Penitenciário (SUSIPE) firmou uma parceria com a Secretaria de Estado de Educação (SEEDUC) para oferecer apenas o ensino da Alfabetização à 4ª série (atualmente do 1º ao 5º ano).  No mesmo ano foi inaugurado o primeiro colégio formal dentro de uma unidade prisional no Brasil: o Colégio Estadual Mario Quintana, localizado na antiga Penitenciária Lemos Brito, no Complexo da Frei Caneca. (JULIÃO, 2003)

Somente em 1975 a SEEDUC consegue instalar 6 (seis) novas escolas estaduais de ensino supletivo que ofereciam o ensino da 5ª série à 8ª serie (atualmente do 6º ao 9º ano).  Em 2003, 28 anos depois, as “escolas” passaram a se chamar “colégios”, quando foi concedida autorização para oferecer o Ensino Médio. A troca do termo “escola” por “colégio” se deu porque, na época, se compreendia que “escola” era uma instituição que oferecia turmas até o Ensino Fundamental, já “colégio” era uma nomenclatura utilizada para as instituições que ofereciam também o Ensino Médio. 

Apesar da Constituição Federal de 1988 garantir, em seu artigo 205, a educação como um direito de todos, oferecer o Ensino Médio nas prisões passou a ser obrigatório pelos Estados somente em 2015, quando a presidente Dilma Rousseff sancionou novas mudanças na Lei de Execução Penal (Lei 7.210/84). Essa nova legislação determinou também, a inclusão do sistema de educação a distância e a utilização de novas tecnologias de ensino no atendimento aos presos.

No ano de 2008 o Estado do Rio de Janeiro criou a Coordenadoria Especial de Unidades Escolares Prisionais e Socioeducativas (COESP) que, mais tarde, em 2010, passou a se chamar Diretoria Especial das Escolas Socioeducativas e Prisionais (DIESP), ficando subordinada à Superintendência de Gestão de Ensino da SEEDUC.

Mesmo diante de tais avanços, o atual cenário da educação nas prisões do Estado do Rio de Janeiro se distancia muito dos objetivos propostos pelo Decreto 8.897, de 1986, que regulamenta o sistema penal estadual até hoje. O ensino de primeiro grau (agora Ensino Fundamental I), aparentemente obrigatório conforme o artigo 32 do referido decreto, não está disponível em todas as unidades prisionais.

Uma situação que também nos preocupa é o formação de professores voltada para a educação nas prisões. Silva & Moreira (2011), em estudo sobre a realidade do Estado de São Paulo, denunciam que os cursos de formação de professores ainda não estão sensibilizados com a necessidade de se formar docentes para a atuação em espaços como as prisões. Segundo os autores, lecionar nas prisões tem sido opção apenas para os profissionais em início de carreira ou àqueles que não encontram lugar na rede regular de ensino. Neste sentido, a realidade do Estado do Rio de Janeiro muito se assemelha ao que ocorre em São Paulo, apesar da existência da DIESP.

É preciso analisar então, o porquê da falta de uma formação acadêmica específica para professores que desenvolvem suas atividades nas prisões. Tal trabalho, exercido pelos professores no ambiente prisional, se difere da forma pela qual o ensino regular é estabelecido, pois possui características próprias, muitas vezes não se enquadrando no modelo tradicional da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

A história da educação nas prisões no Rio de Janeiro também foi marcada por um importante normativo: o Plano Estadual de Educação em Prisões (PEEP/RJ), elaborado no ano de 2012, em atendimento às Diretrizes Nacionais para a Oferta da Educação em Estabelecimentos Penais. 

O PEEP estabelece como uma das meta da SEEDUC/RJ a ampliação a cada cinco anos, de pelo menos 20% da oferta de vagas da educação em todo o Sistema Prisional. No entanto, em 2018 apenas 3.142 pessoas privadas de liberdade estavam envolvidas em atividades educacionais, o que correspondia a 6% da população prisional do Estado do Rio de Janeiro.

O Plano Estadual de Educação em Prisões atualizado no ano de 2018, informava que o sistema prisional do Estado do Rio de Janeiro contava com 19 espaços educacionais, dentro de 21 unidades prisionais. Já no ano de 2021, a nova versão do PEEP apresenta como um dos seus objetivos “aumentar os espaços destinados às atividades educacionais”, entretanto, informa que o quantitativo de espaços educacionais subiu de 19 para 22, enquanto o número de unidades prisionais já está em 52.

Outro fator relevante é o fato de que, mesmo com a obrigatoriedade da assistência educacional nas prisões, as 31 novas unidades prisionais cariocas, construídas entre os anos de 2018 a 2021, foram feitas sem escolas. Isso se deu porque o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária - CNPCP, através da Resolução nº 6, de 7 de dezembro de 2017, estabeleceu uma flexibilização nas Diretrizes Básicas para Arquitetura Penal, excluindo os módulos de educação e de trabalho.

Em 2010, o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) publicou as Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos em situação de privação de liberdade nos estabelecimentos penais, onde estabelecem que os estados devem garantir às pessoas privadas de liberdade, condições de acesso e permanência na Educação Superior. No Estado do Rio de Janeiro somente os presos em regime semiaberto conseguem ter acesso às universidades pois nenhuma unidade prisional do Estado possui esta modalidade de ensino. 

Como podemos perceber, o Brasil tem avançado no sentido de construir um arcabouço legislativo, normativo e documental visando garantir a educação nas prisões, entretanto, a maioria dessas leis não são aplicadas pelos estados. Segundo Pereira (2018), um dos maiores avanços no âmbito estadual foi a criação dos Planos Estaduais de Educação em Prisões. O PEEP/RJ, apesar de suas limitações, se constitui em um instrumento de suma importância para a garantia do direito a educação no sistema prisional carioca, mas carece de melhor aplicabilidade.

 

 

UMA ANÁLISE SOCIOLÓGICAS SOBRE A EDUCAÇÃO NAS PRISÕES CARIOCAS: LIMITES E DESAFIOS PARA OS PROFESSORES NO CONTEXTO PRISIONAL

 

Pretende-se, nesta seção, construir uma análise sociológica no sentido de compreender o impacto da Educação nas pessoas privadas de liberdade, tomando como base os estudos de Paulo Freire (1987), Gramsci (1975) e de Goffman (1961). Para isto, consideraremos os estudos de Mesquida (2012) sobre Paulo Freire e Antonio Gramsci, traçando um olhar sobre a importância das histórias de vida no processo educativo; além da pesquisa de Godinho, Julião e Onofre (2020) que relata sobre os desafios da educação popular em contextos de privação de liberdade. Também faremos um contraponto com as teorias de Goffman (2013) sobre o processo de mortificação do “eu” presentes nas “instituições totais” como as prisões.

Mesquida (2012), no artigo “Paulo Freire e Antonio Gramsci: a filosofia da práxis na ação pedagógica e na educação de educadores” busca apresentar e relacionar os pensamentos de dois autores renomados no campo acadêmico: Antonio Gramsci e Paulo Freire. Na análise do autor, Gramsci entende que as ligações afetivas que os indivíduos constroem ao longo da vida pertencem ao processo de educação, e por isso o docente, durante o processo de educação, deve considerar esses fatores como essenciais para a formação daquele sujeito. Da mesma forma torna-se essencial que o meio passe a ouvir o educador, acontecendo assim o processo da educação. Paulo Freire entende que a participação do meio onde o educando está inserido é o ponto de partida da análise pedagógica. Ou seja, Paulo Freire apresenta a ideia de que com as convivências dentro da sociedade onde um sujeito está presente, esse adquire ao longo da vida experiências que o ajudam a compreender o mundo onde vive, e a formar o seu caráter, e é sobre isso que o educador deve desenvolver o seu trabalho pedagógico, utilizando de elementos que se aproximem da realidade apresentada, sentida e experienciada pelo educando.

Sobre isto, para Onofre (2015), a Educação de Jovens e Adultos em contexto de privação de liberdade deve ter como ponto de partida as histórias de vida dos educandos, dos seus conhecimentos prévios e dos seus saberes. Desta forma os conteúdos trabalhados em sala de aula terão proximidade com as realidades dos sujeitos envolvidos.

Compreender que as experiências vivenciadas pelos educandos são responsáveis por formar o caráter desses, ajuda a analisar o processo de educação de uma maneira diferente do habitual, de uma maneira mais positiva, mais ampla e mais natural; o que resultará em uma experiência de aprendizagem mais fluida e significativa.

Cabe considerar também que todo o processo de ingresso nas prisões deixa marcas na história de vida dos indivíduos privados de liberdade. Goffman (2013) chama esse processo de “mortificação do eu”, onde os novatos chegam às “instituições totais” com uma concepção de si mesmos, criada devido a algumas disposições presentes no meio social. Ao ingressarem na prisão (instituição total), se despem do apoio dado por tais disposições e recebem uma série de rebaixamentos, humilhações e degradações do “eu”, que se mortifica.

A instituição total pode ser definida como um local de residência e trabalho onde um grande número de indivíduos com situação semelhante, separados da sociedade mais ampla por considerável período de tempo, levam uma vida fechada e formalmente administrada. (GOFFMAN, 2013, p.11)

A partir disto, podemos refletir sobre o papel da educação no sistema prisional como uma tentativa de contribuir para o resgate do “eu” mortificado, possibilitando a construção de sujeitos autônomos e capazes de identificar novas alternativas de vida após a prisão.

Outro fator importante analisado por Mesquida (2012) está no fato de que, para Gramsci, existe uma relação entre a escola com a vida, ou seja, Gramsci entende que tanto a vida do docente quanto a vida do educando estão ligadas por uma conexão que se estabelece na escola, sendo assim: “Na medida em que a prática pedagógica é uma ação baseada fundamentalmente na palavra, a escola e a vida não podem estar separadas” (MESQUIDA, 2012, p. 34). Já Paulo Freire entendia que, assim que o educando passasse a compreender a construção política da palavra, ele seria capaz de tornar-se livre de toda opressão da sociedade, pois a partir do momento em que o sujeito tivesse a consciência de si, compreendendo os fatores políticos e sociais da sociedade, ele estaria moldando uma visão libertadora, transformadora.

Gramsci entendia que a escola poderia moldar um cidadão político capacitado a governar, enquanto Paulo Freire compreende que a educação pode ser o caminho para que um sujeito, oprimido pelo sistema possa alcançar a sua liberdade. Visando superar o que Paulo Freire chama de educação bancária, ele mesmo propõe a utilização do diálogo como uma peça principal para a educação, levando em consideração toda a experiência de vida do educando, reformulando a relação hierárquica entre o docente sobre o discente, possibilitando a síntese cultural, processo onde o sujeito se integra, com participação ativa na sociedade, a fim de superar as opressões vivenciadas nela e a partir dela, tornando-se capaz de governar (MESQUIDA, 2012, pp. 34-35).

Conforme visto anteriormente, uma ideia central dos estudos de Paulo Freire (1979) se volta para o conceito de educação libertadora. Para ele, a partir da educação, os sujeitos que são oprimidos dentro da sociedade desenvolveriam uma consciência crítica e então seriam capazes de se libertar da opressão capitalista, passando a ter um papel na construção de uma nova sociedade. Neste sentido, Godinho, Julião e Onofre (2020), com base nas concepções de educação para liberdade escritas por Freire (1979), defendem a ideia de uma proposta político pedagógica para a educação nas prisões que se alicerce nos preceitos da educação popular.

Na Pedagogia do oprimido (1987), Paulo Freire aborda a educação como exercício de diálogo, autonomia e exercício de conscientização sobre o mundo e sobre o próprio sujeito, que o liberta da visão fatalista da sociedade e da história; educação que requer relações e interações humanas horizontais, pautadas pelo respeito e pelo reconhecimento do outro como sujeito da história, da cultura e da política. A privação de liberdade, por sua vez, em outra direção, remete à prisão, instituição constituída historicamente para privar a liberdade individual de quem é condenado por crime ou ato infracional, retirando-o do convívio com o restante da sociedade. Esta é uma contradição – não a única – da educação em contextos de privação de liberdade. Entendemos as contradições não como impeditivas à reflexão sobre a articulação entre o pensamento freiriano e a educação em contextos de privação de liberdade. Ao contrário, a categoria contradição remete aos desafios que impulsionam a busca ontológica permanente por saber mais para ser mais, como nos ensinou Freire, em Educação e mudança (1979). (GODINHO, JULIÃO e ONOFRE, 2020, p. 02).

Para pôr em prática as ideias de Godinho, Julião e Onofre (2020) é necessário, primeiramente, que se invista na formação de professores/educadores populares. Silva e Moreira (2011), ao realizarem uma pesquisa no Estado de São Paulo, perceberam que os cursos de formação de professores ainda não estão sensibilizados com a necessidade de se formar docentes para a atuação em espaços como as prisões. Para os autores, a atuação de educadores nas prisões tem sido opção apenas para os que estão em início de carreira ou para os que não conseguem emprego na rede regular de ensino.

Sobre esse assunto, Mesquida (2012) nos mostra um ponto importante na análise teórica sobre Freire e Gramsci, apresentando uma definição de Marx no que diz respeito à educação: “o educador precisa ser educado”. Seguindo o conceito de Marx compreende-se que a práxis revolucionária tem a função de educar o educador, tendo em vista que esse está comprometido com a luta para construir uma nova sociedade. Desta forma, o autor destaca que Gramsci pensava a educação como um caminho para desenvolver o homem a fim de torná-lo um sujeito politizado capaz de governar. Esse processo seria resultado da práxis pedagógica e esse resultado se mostraria presente a partir do momento em que esse sujeito deixasse a sua visão de mundo fundada no senso comum e passasse a observar o mundo com uma perspectiva filosófica. Complementando as ideias de Gramsci, Paulo Freire entende que o papel de transformar a consciência de um sujeito que está conformado com a sociedade, para um sujeito que apresenta uma consciência crítica, é do educador.

Neste sentido, destacamos então, a importância da formação de educadores para atuar no contexto prisional. O trabalho desenvolvido pelos professores nas prisões é diferente da forma pela qual o ensino regular é estabelecido e, por sua vez, diferente do que é ensinado nos cursos de Licenciatura. A educação prisional possui características próprias que exigem maior atenção por parte dos professores, muitas vezes não se enquadrando no modelo tradicional da Educação de Jovens e Adultos (EJA), conforme citam Silva e Moreira (2011).

Conclusiones:

Esta pesquisa pretendeu, como objetivo geral, analisar a educação nas prisões do Estado do Rio de Janeiro a partir da leitura crítica de Gramsci. Neste sentido, com base nos questionamentos iniciais, foi possível confirmar que a educação nas prisões do estado do Rio de Janeiro convive com problemas como o descaso do poder público, a falta de estrutura e o preconceito da sociedade. 

A população prisional brasileira possui um perfil de escolarização preocupante. Os dados estatísticos nos mostram que 75% das pessoas privadas de liberdade não teve acesso ao Ensino Médio, 51% deste montante não concluiu o Ensino Fundamental e 4% da população prisional brasileira é analfabeta. Quando se trata do Ensino Superior, o índice é, ainda, mais alarmante não atingindo nem 1%. Desta forma, ao que nos parece nos limites dessa pesquisa, que quanto maior a escolarização menor o índice de privação da liberdade. Ou seja, se considerarmos que a maior parte da população escolarizada é oriunda das camadas mais abastadas da sociedade, conforme nos aponta Salvato, Ferreira e Duarte (2010), logo, majoritariamente, a população encarcerada pertence às esferas menos favorecidas economicamente. A relação de escolarização e renda é proporcional à escolarização e encarceramento. 

No Estado do Rio de Janeiro a realidade não está muito distante dos índices nacionais. O Estado possui 603 analfabetos, 2432 pessoas privadas de liberdade que foram somente alfabetizadas e 96 que apenas sabem assinar. A maioria dos presos – 31.106 pessoal – possuem apenas o ensino fundamental incompleto, ou seja, não tiveram acesso ao Ensino Médio. 

Diversos aspectos limitam a implementação de leis e normas voltadas para a educação nas prisões, e de um processo educacional que esteja mais conectado com uma visão emancipadora que considere a educação como um direito humano. Existe um longo e árduo caminho a ser percorrido pelo Estado do Rio de Janeiro no sentido de disponibilizar uma educação que atinja todos os níveis de ensino (inclusive o nível superior) e seja acessada por todos os que se encontram privados de liberdade.

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Palabras clave:

História da Educação nas prisões. Rio de Janeiro. Paulo Freire. Antonio Gramsci. Erving Goffman.

Resumen de la Ponencia:

Esta propuesta de ponencia pretende analizar el papel desempeñado por los Think Tanks Fedesarrollo (Colombia) y Fundação Getúlio Vargas (Brasil) en la definición de la política económica de sus respectivos países durante lo corrido del siglo XXI, a través de un estudio comparado que observa la diferencia en las orientaciones ideológicas de los gobiernos de los mencionados países durante el periodo en mención (centroizquierda con el Partido de los Trabajadores en Brasil y neoliberal con el Uribismo y Santismo en Colombia). Ello, enfatizando en la función de proveedor de altos cuadros burocráticos de estos tanques de pensamiento y la relación que dicha función pueda tener con el uso del discurso científico-económico al presentarse como Think Tanks con características de la llamada “primera ola”: independientes, apartidarios y orientados a la investigación de largo alcance. Con lo anterior, se espera establecer si la capacidad de influir la toma de decisiones públicas en materia económica para tanques de pensamiento de las mencionadas características, logra trascender las diferencias ideológico-políticas de los gobiernos de los que hacen parte o asesoran y, por tanto, si ocupan un lugar preponderante en la estructura político-social contemporánea que permite la reconversión de sus visiones particulares del mundo en societales. Para lo anterior se utilizará un marco conceptual acerca de las élites intelectuales y la tecnocracia y la propuesta de teoría del Estado (y el campo burocrático) y de Poder de Pierre Bourdieu. Cabe mencionar que esta reflexión se enmarca en el desarrollo de la investigación de la tesis doctoral de la autora. 

Resumen de la Ponencia:

El turismo desde las teorías del desarrollo es conceptualizado como un factor dinamizador desde una óptica economicista, en palabras de Fletcher (2019)“la industria del turismo global refleja la dinámica del capitalismo neoliberal” (p.46), por lo que los planes de desarrollo en los países que consideran el turismo dentro de las actividades económicas principales para el aumento del PIB, toman elementos como recursos naturales, cultura, olvidando las formas establecidas de turismo responsable.                El fenómeno turístico en Puerto Escondido comienza a tomar fuerza a partir de la década de 1940, sin embargo, es importante mencionar que la etapa del Estado de Bienestar en México en el periodo entre 1970 a 1982 en años de crisis, después de una etapa de estabilización, promueve la creación del Fondo Nacional de Turismo (FONATUR) así como la creación de los Centros Integralmente Planeados (CIP) como parte de la planeación nacional, el territorio de Puerto Escondido fue la primera opción en el estado de Oaxaca para implementar el CIP. No obstante, por problemas territoriales, aunque hubo una inversión considerable, se reubicó y fue implementado en Bahías de Huatulco. (Gutiérrez, 2017).Por tal motivo, es a partir de la inversión de FONATUR que se comienza a recibir una cantidad mayor de turistas en Puerto Escondido, actualmente la oferta turística es provida por inversión extranjera, creando imaginarios sociales y espacios simbólicos adhoc a la demanda de este destino relacionada mayormente con turistas internacionales a base de la turistificación de los recursos naturales y culturales del territorio, La contestación de los actores locales comienza a verse ejemplificada desde la acción colectiva como resistencia a los proyectos inmobiliarios en las playas de este destino. La investigación tiene como objetivo principal conocer las principales consecuencias sociales de estimar al turismo como factor de desarrollo desde la política pública, en el territorio de Puerto Escondido, Oaxaca. Se analizan dos puntos clave: el plan sectorial de turismo 2016-2022 como política pública; actores sociales como empresarios del sector turístico, grupos de asociaciones civiles y pobladores en general. Se emplea un abordaje interdisciplinar, para dar cuenta de la complejidad del fenómeno en el contexto estudiado. Desde el abordaje teórico metodológico se dispone del turismo desde los modelos de desarrollo y cómo este ha sido elemento en la economía política. Los efectos sociales y ambientales desde una contestación social que en ideas de Palou (2019) es analizar el turismo desde puntos conflictivos y contrastar sus efectos sociales, un fenómeno social como el turismo debería ser analizado desde la dinámica de la globalización como escenario del comportamiento del capitalismo actual. Esta ponencia presenta los primeros avances de la investigación en el marco de la Maestría en Estudios para el Desarrollo de la Universidad de Guanajuato, Campus León.

Resumen de la Ponencia:

Educação decolonial nas séries iniciais do ensino fundamentalO presente trabalho mostra a partir de alguns apontamentos de Bell Hooks , Angela Davis e Lélia Gonçalves. algumas estratégias para que o ensino decolonial seja implementado nas seriés iniciais do ensino fundamental. Mostraremos os depoimentos de estudantes do curso de pedagogia que fazem estágio em Escolas da periferia do Rio de Janeiro, nas ditas áreas de risco. Será relatado a experiência de 5 estagiárias do curso de Pedagogia sobre a vivência em sala de aula e  a tentativa e despertar nos alunos  uma educação decololonial  tentando provocar uma pedagogia experimental. O desafio  é estimular a produção  de novas propostas teóricas que aguçe a inovação do pensamento para além da  continuidade dos saberes já estabelecidos.  Para tanto foi mostrado para os alunos questões relacionados ao feminismo, raça e classe para que a partir daí eles produzissem relatos sobre a sua realidade e seus projetos de estudo e trabalho.Os relatos mostraram  a dificuldade de se trabalhar em áreas de risco tentando imlementar uma educação crítica que estimule a criação de novas ideias pelos alunos. A falta de estrutura e o ambiente capitalista que estrutura  o ensino no Brasil, torna ainda mais difícil o estímulo a outras compreensões teóricas que estimulem uma visão perspicaz da realidade vivivda por esses jovens. No entanto relatos muito interessantes que relacionam o ensino decolonial e capacidade de criação e invenção, pautado no aumento da auto-estima e na comprensão parcial da complexa sociedade racistas em que eles estão envolvidos.Mostrammos também algumas diferenças pontuaias entre a comunidade negra americana apontada por Bell Hooks e a Brasileira mostrada por Lélia Gonzales e também pela própria realidade das Escolas relatadas.Por fim, o trabalho tenta mostrar importantes desafios para uma educação crítica encontrados no dito “chão da Escola” nas comunidades do Rio de Janeiro .

Resumen de la Ponencia:

O artigo apresenta os resultados parciais de um projeto de pesquisa de mestrado, iniciado em março de 2021, que tem como objeto de estudo as estratégias de resistência protagonizadas por três organizações indígenas Munduruku do alto Tapajós/Pa/Brasil: Conselho Indígena Munduruku do alto Tapajós/CIMAT, a Associação DA’UK e a Associação de Mulheres Munduruku WAKOBORUM contra o avanço do garimpo ilegal e instalação de hidrelétricas em seus territórios.  O estudo se insere no campo da etnopolítica e cosmopolítica. Os termos abarcam tanto o estudo da micropolítica (as relações de poder internas às instituições e grupos sociais, bem como as regiões não exclusivamente políticas, como parentesco e cosmologia), da cosmopolítica (ou da atividade que, sem lentes etnográficas, seria invisível, de resistência e conflitualidade dos grupos em face das estruturas de poder) e do nível local da política e (das redes de instituições e poderes estatais e coloniais integrantes de um sistema mundial) (FERREIRA, 2017). A pesquisa de cunho qualitativo está sendo realizada fora da Terra Indígena Munduruku. Os dados socializados neste texto resultaram de coleta de informações de fontes documentais e de entrevistas realizadas com as lideranças dessas organizações, via plataformas digitais, no período de agosto de 2021 a abril de 2022. As frentes de luta do povo Munduruku da região do médio e alto Tapajós, no estado do Pará, no norte do Brasil, são diversas, mas contra inimigos comuns: os Munduruku da TI Sawré Muybu, localizada nos municípios de Itaituba e Trairão, médio Tapajós, sudoeste do Pará, lutam para regularização de seus territórios; já os Munduruku do alto Tapajós (região acima do município de Jacareacanga/PA), cujas terras estão devidamente regularizadas, lutam contra grandes mineradoras e o governo federal, que pretende liberar a mineração em seu território. As duas regiões, médio e alto Tapajós, estão gravemente ameaçadas por essas duas forças. Neste texto, apresentamos a historiografia de constituição dessas três organizações, desvelamos o processo de constituição do movimento criado e liderado por elas, descrevemos as estratégias etno e cosmopolíticas que elas têm engendrado para assegurar a resistência, construir alianças, fortalecer a luta e dar visibilidade à causa, a partir do diálogo com Mignolo (1999, 2008) Quijano (2007), Santos (2007, 2010), Spivak (2010), Ballestrin (2013) e Santos e Baumgarten (2016).

Resumen de la Ponencia:

O objetivo do trabalho é sistematizar e refletir sobre a experiência vivenciada pela Cooperativa Agropecuária Familiar Sertão Forte de Casa Nova e Região – COOAF, na execução do projeto “Fortalecimento e promoção do desenvolvimento sustentável a partir do uso da sociobiodiversidade nas Comunidades Tradicionais de Fundo de Pasto de Casa Nova – BA”, Brasil, Projeto BRA/14/G33 – Integração da Conservação da Biodiversidade e Uso Sustentável nas práticas de produção de PFNM e SAF em Paisagens Florestais de Usos Múltiplos de Alto Valor para a Conservação em parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O projeto atendeu as comunidades tradicionais de Ladeira Grande, Melancia, Mucambo e Salina da Brinca, com a participação de famílias que trabalham com o beneficiamento das frutas nativas da caatinga e dos derivados da mandioca (Manihot esculenta) e também o grupo de jovens, Jovens Comunicadores da Caatinga, perfazendo um público beneficiário diretamente de 46 pessoas. As atividades foram desenvolvidas no período de 22 de setembro a 28 de novembro de 2021. As ações desenvolvidas fortaleceram as agroindústrias comunitárias locais, por meio da melhoria do beneficiamento das espécies nativas e/ou  adaptadas,  vinculadas à sociobiodiversidade do Bioma Caatinga. O projeto focou principalmente em ações nos seguintes eixos temáticos: Gestão de Agroindústrias Comunitárias; Acesso a Mercados; Sistemas Agroflorestais. Ao final do projeto foi possível obter de forma participativa mapas georeferenciados das quatro comunidades envolvidas ilustrando parte da sociobidiversidade existente e relatado pelas famílias agricultoras. Esse mapeamento foi protagonizado por jovens filhos dos agricultores das comunidades a partir de oficinas e de vivências junto à lideranças comunitárias, registrando principalmente matrizes de umbuzeiro (Spondias tuberosa), Maracujá da Caatinga (Passiflora cincinnata), áreas de plantios de cultura anuais (milho, feijão, mandioca, melancia, abóbora, etc), áreas de vegetação nativa (caatinga), áreas de pastoreio coletivo (fundo de pasto) e áreas de importância cultural na comunidades (escolas, capelas, sedes de associações, estruturas de beneficiamento agropecuário). Foram realizadas ainda diversas formações teórico e práticas junto às comunidades que já estavam organizadas em grupos de produção e beneficiamento, com foco especial nas frutas nativas (umbu) e na mandioca. As formações coletivas nas comunidades marcaram o retorno das atividades, em um momento de transição do isolamento social advindo da pandemia da COVID-19. Foi possível ao final do projeto ensaiar "novas" propostas de cultivo agrícola nas comunidades, a partir da implantação de pequenos Sistemas Agroflorestais de propósito didático e experimental, junto às famílias agricultoras.

Resumen de la Ponencia:

El presente trabajo recupera aquellos estudios que analizan a las elites y al periodismo desde una perspectiva sociológica para dar cuenta de la dinámica entre actores y grupos de poder del campo político y periodístico. Esta ponencia forma parte del proyecto de investigación colectivo “Un análisis sociohistórico del periodismo político en la Argentina reciente”, del Área de Teoría Política del Instituto de Investigaciones Gino Germani, de la Universidad de Buenos Aires. En este caso, se presentan los primeros hallazgos referidos a la caracterización de las elites periodísticas en América Latina, tras los procesos de concentración de los sistemas mediáticos que tuvieron lugar en la región desde las décadas de 1980 y 1990.  La literatura clásica coincide en definir a las elites como aquellos grupos que concentran el poder político, económico y simbólico en una sociedad determinada. En este sentido, este campo de estudio sociológico, inaugurado por Wright Mills (1957), analiza las relaciones que vinculan a los actores situados en las posiciones de mayor jerarquía social y prestigio. Por su parte, los aportes de la sociología política del periodismo, especialmente aquellos trabajos de inspiración bourdesiana, definen a las élites periodísticas como aquellos actores posicionados en la cima de la jerarquía profesional (Rieffel, 1984) producto de estrategias de acumulación de capital. Asimismo, señalan al periodismo político como una subespecialización jerarquizada que cumple una posición dominante dentro del campo periodístico (Kuhn y Neveu, 2013). En este sentido, los periodistas “notables” son aquellos miembros de la elite cuyo prestigio radica en su habilidad para obtener información de primera mano, a través de sus fuentes y contactos directos con actores políticos (Kaciaf, 2000). Si se consideran los procesos de concentración e internacionalización de los sistemas de medios a nivel global y regional que han tenido lugar desde la década de 1980 (Becerra y Mastrini, 2006 y 2009; Guerrero, 2010; Porto, 2012), es posible sostener que las elites periodísticas han sido objeto de importantes reconfiguraciones en las últimas décadas. Atendiendo a esta hipótesis de trabajo, la ponencia presenta los hallazgos del relevamiento y sistematización de las investigaciones sobre esta categoría de actores en la región. Esta actualización del estado de la cuestión sobre la temática, permitirá analizar las perspectivas teóricas y las estrategias metodológicas utilizadas, comparar los hallazgos de los distintos estudios y atender a las problemáticas que resta explorar. Como resultado, se conformará una cartografía de las élites periodísticas en latinoamérica que dé cuenta tanto de sus regularidades como de sus diferencias y particularidades nacionales o regionales. 

Resumen de la Ponencia:

Este resumen se fundamenta en la investigación: “Caracterización y problemáticas contemporáneas del trabajo y cadena productiva-comercial en ocho productos agropecuarios “emblemas” del Bajío”, la cual se aproxima a cien productores de maíz, frijol, cebada, frutos rojos, hortalizas, jitomate alfalfa y productos pecuarios; en su conjunto. Su objetivo es caracterizar la situación productiva regional, por la especialización productiva, misma que ha transformado las relaciones laborales del sector agropecuario en el bajío mexicano. Así también busca analizar el proceso productivo y las relaciones laborales de dicho sector en la región, sus principales subsistemas productivos y las principales formas de contratación.Las principales características productivas regionales involucran un alto grado de centralización y especialización, así como procesos de uniformización para intensificar los márgenes de ganancia; prevaleciendo dos modalidades: 1) aprovechar intensivamente los recursos y 2) la producción de agroproductos con multipropósitos. En este sentido, las transformaciones de las estructuras agroalimentarias a nivel mundial, y de América Latina, a lo largo de más de seis décadas, reconfiguran las actividades corporativas clásicas del sector. En este contexto es importante analizar la emergencia de polos agropecuarios que sirven como alternativas al desarrollo regional sobre la franja del corredor industrial en el Bajío mexicano.Así, los monocultivos se convierten en expresión generalizada de la producción agrícola industrial en los agronegocios (característico de la estructura agroalimentaria global) dada la necesidad de imponer sistemas productivos a gran escala que se adapten a la implementación de insumos y mecanización del proceso productivo (representado en la región por la centralización en productos estandarizados a gran escala como las hortalizas o alfalfa). En ese sentido, la relación de los cultivos “comodín” (con capacidad para fingir como alimento humano, alimento animal y productos industriales) acentúa la adquisición-renta sobre grandes extensiones de tierra y la transformación de periodos de trabajo.Con esta configuración productiva, las transformaciones sociales han implicado: a) transformación de la frontera geográfica, económica y social entre el campo y la ciudad;  b) emergencia de la comunidad transnacional mediante la ampliación de servicios en el entorno rural; c) intensificación de los procesos de migración (en combinación con la ruralización de la ciudad) d) control de las cadenas productivas y agricultura de contrato por parte de empresas transnacionales; e) unidades familiares plurifuncionales que con diferentes actividades económicas agrícolas y no agrícolas de sus miembros; f) desigualdad social, pobreza y marginación; g) deterioro ambiental; h) aumento de la violencia ; i) informalidad, flexibilidad y precariedad en el empleo.

Resumen de la Ponencia:

La valoración de productos autóctonos de las cosechas andinas y los beneficios que proporcionan en su incorporación a nuestras dietas; le otorgan un elemento significativo en la mejoría de la calidad de vida de las personas de estas comunidades con su respectiva extensión a otros sectores, comunidades y países, son los aspectos cuando se habla del Chocho, como una alternativa alimentaria sostenible, y en base esta afirmación, se realiza un estudio documental con el objetivo demostrar la necesidad de integrar ciencia, sociedad y agricultura ancestral andina en la matriz productiva de esa región; el cual se logra a través de un enfoque cualitativo-etnográfico y un análisis explicativo a partir de fuentes bibliográficas que permiten demostrar la veracidad y necesidad de interrelacionar procesos de índole científicos, tecnológicos y sociales que permiten concluir que: La sociedad contemporánea demanda el desarrollo de prácticas agrícolas sustentables, que sean menos agresivas con el medioambiente y generen productos más saludables; la ciencia es la encargada de velar por el alcance de esta necesidad, cumpliendo con los principios bioéticos correspondientes y empleando metodologías para la evaluación y reducción de riesgos ambientales y estas presiden toda opción de desarrollo partiendo una opción viable de producción ecológica, constituye patrimonio cultural y parte importante del desarrollo económico comunitario.

Summary

The evaluation of native products of the Andean crops and the benefits they provide in their incorporation to our diets; give it a potential as a significant element in improving the quality of life of the people of these communities with their respective extension to other sectors, communities and countries, are the aspects that appear when talking about Chocho, as a sustainable food alternative, and based on this statement, a documentary study is conducted with the objective of demonstrating the need to integrate science, society and Andean ancestral agriculture in the productive matrix of that region; This is achieved through a qualitative-ethnographic approach and an explanatory analysis based on bibliographic sources that allow us to demonstrate the veracity and need to interrelate scientific, technological and social processes in such a way that allows us to conclude that: Contemporary society demands the development of sustainable agricultural practices, which are less aggressive with the environment and generate healthier products; Science is in charge of ensuring the scope of this need, complying with the corresponding bioethical principles and employing methodologies for the evaluation and reduction of environmental risks and these preside over all development options. The organic products consumption trend, which has been established as a lifestyle in harmony with the environment and beneficial to individual and collective health, encompasses a whole social sphere, being a viable option for ecological production, constitutes cultural heritage and an important part of community economic development.

 

 

Introducción:

La agricultura tradicional andina es una parte importante del patrimonio mundial de la humanidad, sus principios ecológicos de funcionamiento favorecen la conservación y el manejo de los suelos. Los productos derivados de esas prácticas continúan siendo parte de la dieta regional y se han universalizado por su calidad nutricional, sabor e impacto beneficioso para la salud. Estos aportan significativamente a la economía de varios países y son fuente de investigación para nuevos usos y la mejor comprensión de las técnicas de producción ancestral como una de las bases culturales de los pueblos autóctonos (Gortaire, 2016).

El chocho (Lupinus Mutabilis Sweet) es uno de esos cultivos tradicionales, este se produce principalmente en Bolivia, Ecuador y Perú con gran impacto en el desarrollo de comunidades indígenas de esos países andinos, impulsando el comercio y generando empleos. Su nivel de consumo está reconocido como parte de la dieta básica en esas sociedades, con diversidad de formas de distribución y preparación (Suca et al., 2015).

Considerando que diversos aspectos de la producción, cosecha, poscosecha y comercialización del chocho en el país no son conocidos y debido a la importancia agronómica, económica y nutricional que tiene el mismo para identificar los sistemas de producción prevalentes, limitantes y potencialidades del cultivo, así como la  determinación de  limitantes tecnológicas (brechas de producción) y demandas; unido al interés en los granos andinos ha sido renovado en los últimos 25 años, ya que varios estudios han destacado su valor como fuentes de alimento altamente nutritivas.

Así, diversas organizaciones gubernamentales y no gubernamentales dedican recursos a la investigación del impacto de estos cultivos en la sociedad y la matriz productiva de la región, las que van desde las prácticas ancestrales y la diversificación de la producción hasta su impacto en la salud humana (Jarrín Zambrano et al., 2018). 

La Secretaria Nacional de Planificación y Desarrollo (SEMPLADES, 2012) explica que el gobierno pretende “generar mayor valor agregado” a los productos primarios del país, de tal forma que esto permita superar el actual modelo basado en recursos naturales, a un modelo de producción de recursos infinitos. La matriz productiva de un país no se puede cambiar de forma deliberada con un plan impuesto desde las alturas. Creemos que es ignorar que la matriz productiva se cambia con una educación de calidad que desarrolle recursos infinitos que permitan llevar a cabo la innovación del conocimiento.

La matriz productiva constituye la forma en que una sociedad elabora bienes y servicios con sus diferentes sectores y actores nacionales, provocando un determinado patrón de especialización en los procesos productivos que conlleva a la eficiencia por el uso consciente y programado de los recursos naturales y humanos para construir bienestar y desarrollo (Matute et al., 2017; Palacios et al., 2016).

La presencia constante de evidencias de que la producción de conocimiento científico de primera línea ha aumentado llamativamente, tanto en el plano cuantitativo como cualitativo. Por otro lado, la trasferencia de conocimientos ala producción ha avanzado muy poco, según evidencias que surgen del escaso dinamismo de la región en materia patentes y de los documentos de política científica tecnológica y de innovación que hacen públicos los gobiernos de la región. 

En efecto, los países de América Latina han incrementado en forma vigorosa su presencia en aquellas bases de datos bibliográficas que dan cuenta de la “corriente principal de la ciencia” y así observamos que diversos estudios de diagnóstico y documentos de política científica y tecnológica elaborados por expertos y gobiernos de la región muestran que los sistemas de ciencia y tecnología de los países de la región se han caracterizado, con algunas excepciones y matices, por las escasas conexiones y la baja articulación entre el sector público de I+D –predominantemente universitario– y el sector productivo. Considerado esto como una verdadera falencia para el desarrollo de proyectos como estos. (Albornoz, 2009).

Sin lugar a dudas la ciencia es una vía para solucionar los problemas de la sociedad, por lo que, la investigación acerca del cultivo ancestral de chocho y la forma en que se percibe esta tradición cultural agraria y alimentaria, además de su impacto en la matriz productiva de las naciones reviste especial importancia.

Todo proceso de cambio genera resistencia, pero esta resistencia debe llamar la atención de los directivos de las Instituciones de Educación Superior, a fin de que todos estos aspectos, considerados por algunos como debilidades, se convierten en oportunidades, lo que permitirá un repensar de las prácticas académicas y contribuir al cambio de la matriz productiva propuesta desde el gobierno; es por ello que es preciso, evaluar la calidad de los diseños y rediseños curriculares, la calidad de la implantación y la calidad de uso, de forma sostenida, permanente y vinculante a los espacios colectivos que debemos remozar.

Estos antecedentes nos permiten desarrollar este trabajo con el objetivo de argumentar la necesidad de integrar ciencia, sociedad y agricultura ancestral andina en la matriz productiva de esa región.

Desarrollo:

La producción agrícola moderna transita hacia la creación de nuevas especies mediante la genética, lo que resulta controversial en relación con el posicionamiento ético de consumidores, productores y otros sectores de la sociedad como el científico y el político. Además de otros dilemas que se suscitan alrededor del uso métodos invasivos para los suelos y los agricultores. Así, la agricultura por métodos ancestrales se muestra como una posible solución viable (León Sicard, 2019). 

Existen dos culturas antiguas que hace por lo menos cuatro mil años, fueron las que por primera vez llegaron a domesticar y utilizar en su alimentación dos especies de Lupinus: el Lupinus luteos en Egipto y el Lupinus mutabilis en los Andes, siendo estas especies utilizadas con fines  alimenticios  Tapia (2015).

Jacobsen y Mujica (2006) coinciden con el centro de origen ubicado en la región Andina de Bolivia, Ecuador y Perú, ya que en ellas se encuentra la mayor variabilidad genética.  

Según otros autores (Suca y Suca, 2015) es conocido con diferentes nombres comunes, en el Ecuador y norte del Perú se lo conoce como chocho, al Sur de Perú y Bolivia se lo conoce como tarhui y en España es conocido como atramuz o lupino.

El Artículo 13 de la Constitución de la República del Ecuador establece que: “las personas y colectividades tienen derecho al acceso seguro y permanente a alimentos sanos, suficientes y nutritivos; preferentemente producidos a nivel local y en correspondencia con sus diversas identidades y tradiciones culturales”. El estado ecuatoriano promueve la soberanía alimentaria (AGROCALIDAD, 2013).

En este ámbito, la ancestralidad constituye un patrimonio cuyo valor no se circunscribe únicamente a las comunidades originarias, sino que constituyen un importante recurso para toda la humanidad, en tanto enriquecen el conocimiento mutuo por medio del diálogo, y permiten conservar el amplio espectro de la diversidad cultural existente en un territorio determinado. 

A partir de esta denominación, los saberes ancestrales de los diferentes grupos indígenas se constituyen como parte del patrimonio cultural inmaterial, el cual hace referencia a aquellos conocimientos, prácticas, habilidades, expresiones orales y técnicas milenarias, transmitidas a lo largo de los años por generaciones, y que según la UNESCO deben ser salvaguardadas porque constituyen parte del legado e historia de nuestros antepasados. 

Sin embargo, dentro de la sociedad aún no se les ha atribuido ese valor cultural, por el contrario, “Han sido desprestigiados, deslegitimados e incluso usurpados y puestos en una jerarquía inferior, como saberes de pueblos “atrasados”, “subdesarrollados” o “primarios” y, en el mejor de los casos, han sido considerados como “folklore”, lo que supone una gran problemática, pues, la alimentación y sus disimiles variantes como uno de los elementos de los saberes ancestrales son parte del patrimonio cultural inmaterial desarrolla” (Castro-Viera et al.)

 El Chocho (Lupinus mutabilis Sweet)  es  la única especie americana del género Lupinus, que ha sido domesticada y cultivada como una leguminosa encontrándose en vías de extinción por la falta de información de las características de adaptación del cultivo y sus zonas de conservación, constituyendo una amenaza para la conservación de esta especie en el país, llegando a considerarse un cultivo olvidado y subutilizado (Peralta,2016).

Mantener la tradicional costumbre alimenticia de su consumo en las regiones alto andinas, principalmente en Ecuador, Perú y Bolivia, ha permitido que se mantenga su producción a nivel local, teniendo una incidencia en la economía y aspectos sociales y potencial en el desarrollo rural, sobre todo en los últimos años, también interesadas en la reducción de la pobreza con el uso de los granos andinos, la mejora de la seguridad alimentaria y la conservación del medio natural en las zonas donde crecen estos cultivos se espera que contribuyan a los cambios en la producción y consumo de los granos andinos y en definitiva, ayudar a reducir la pobreza rural, mejorar la seguridad alimentaria y la conservación de los recursos naturales. La superficie del cultivo de chocho en Ecuador es de 5974 Ha (III Censo Agropecuario Nacional). El rendimiento promedio a nivel nacional es de 400 kg/ha; sin embargo en la actualidad se están introduciendo variedades mejoradas con un rendimiento potencial de 1500kg/ha. La comercialización del grano de chocho se realiza de varias formas. Los productores venden a los intermediarios en los mercados locales de Guamote, Alausí, Latacunga, Saquisilí, Cayambe, Otavalo y Cotacachi; los cuales a su vez distribuyen a los procesadores. Los productores de las provincias de Chimborazo (69%) y de Pichincha (71%) consideraron que el precio del chocho en el mercado es bajo y que en muchos casos no permite recuperar la inversión realizada en el cultivo.

En la actualidad existen muchos problemas de desnutrición y malnutrición, por la deficiencia proteica en los alimentos, por el elevado crecimiento demográfico, la escasez y alto costo de las fuentes proteicas de origen animal. Esta problemática demanda producir fuentes proteicas de origen vegetal que sean económicas y accesibles, una alternativa es la producción de concentrado proteico a partir de chocho.

Una de las necesidades básicas del ser humano sigue siendo la alimentación y puede significar, probablemente, la raíz de una cultura. Se debe tener en cuenta que antes de la revolución industrial y de la globalización, los habitantes estaban limitados a lo que podían recolectar y producir de forma local; es por ello, que los sistemas patrimoniales alimentarios se desarrollaron en ese contexto; es decir, tratando de buscar la manera más simple y eficiente de producir y crear alimentos que sean bastante nutritivos. Permitiendo que el patrimonio alimentario siguió evolucionando con el ingreso de productos de otros lugares y fueron adaptados por sus pobladores, deforma útil (Medina, 2017).

Con la finalidad de reducir los costos de producción, en la formulación de los productos cárnicos se han introducido algunas sustancias, denominadas ''extensores'', cuyo objetivo es sustituir una parte de la carne que se emplearía, ofreciendo el aporte proteico y funcional adecuado. Desde una perspectiva económica, el criterio para la utilización de los extensores cárnicos es maximizar las utilidades reduciendo los costos de las materias primas. Así, la máxima proporción alcanzable de un extensor en un producto cárnico dado, está acotada por las diferencias entre las propiedades de la carne y las de los extensores con los que se la sustituye. 

 

Entre las restricciones más importantes están las de orden tecnológico y legal, con un aspecto derivado de este último, que es el referente al valor nutricional y constituyen uno de los extensores más empleados en el reemplazo de proteína cárnica; su, contenido proteico promedio es de 40%, pero algunas variedades del chocho pueden alcanzar porcentajes de proteína bruta entre 42% y 43%, valores que se consideran elevados. La digestibilidad de la proteína proveniente del Lupinus mutabilis es de 80 a 90%y similar al de la soya y tiene semejanza en su contenido de aminoácidos esenciales con la proteína cárnica (Farinango, 2015).

 

El Ecuador en la actualidad da prioridad a cuestiones de soberanía alimentaria, reducción de la pobreza y el desarrollo de recursos locales y capacidades para lograr los objetivos de desarrollo del país. Estas prioridades proporcionan un contexto positivo para trabajar con grupos de indígenas y con los granos andinos. Adicionalmente, varios acontecimientos recientes han dado un impulso para trabajar en granos andinos.

 

La valoración de esta exige conocer tecnologías de transformación, técnicas para aumentar la vida útil, minimizar los riesgos y mejorar las propiedades nutritivas, funcionales y sensoriales, con el objeto de diversificar e incrementar la utilización de su consumo, siendo  hora de que la estrategia nacional de desarrollo, se reoriente hacia el aumento, la diversificación de la producción y el consumo de alimentos nativos como este, con el fin de  aliviar el hambre y la mal nutrición agravada entre otros factores por las dietas y costumbres alimenticias inapropiadas con una tendencia al patrón de consumo occidental caracterizado a la monotonía con alto porcentaje de carbohidratos y bajo consumo de proteínas (Suquilanda, 2012).

La afirmación anterior permite considerar que este cultivo, seguido de los de cereales quinua y maíz, es el sistema más importante en Chimborazo, Pichincha e Imbabura y las principales características botánicas de esta leguminosa permiten la sostenibilidad en las esferas productivas de estos territorios y la generación de una amplia gama de usos, constituyendo un elemento fundamental como nutriente indispensable en la salud de sus consumidores.

 

Esta leguminosa por el elevado porcentaje de proteína que contiene, motivo por el cual también se lo conoce como la soya Andina y los beneficios de esta legumbre en su incorporación a nuestras dietas; le otorgan un potencial como elemento significativo en la mejoría de la calidad de vida de las personas, tratamientos y la extensión de su uso en otros derivados alimenticios y exige conocer tecnologías de transformación, técnicas para aumentar la vida útil, minimizar los riesgos y mejorar las propiedades nutritivas, funcionales y sensoriales, con el objeto de diversificar e incrementar la utilización del consumo del chocho, fortaleciendo la producción y expansión en uso de prácticas sostenibles (Mujica y Moscoso, 2018).

 

Los agricultores han conservado la agrobiodiversidad mediante el conocimiento que ha sido transmitido de generación en generación, a través de la obtención de semillas y propágulos vegetativos, así como su siembra continua; éste es un proceso dinámico, en el que se selecciona e introduce permanentemente variabilidad mediante el libre intercambio de materiales entre comunidades, lo cual ha conducido al desarrollo de las llamadas variedades locales, folclóricas, primitivas de agricultor, teniendo como ventajas, entre otras, la adaptación a ambientes marginales y a estrés, con una conservación vinculada a su utilización y con un proceso evolutivo en marcha, como respuesta a cambios ambientales y presiones de patógenos y pestes (Arias y Medina, 2009).

El conocimiento científico se constituye en la forma adecuada para la solución de los grandes problemas de la sociedad y la toma acertada de decisiones. Al respecto, Núñez Jover (2018) plantea las siguientes pautas:

Creación de una visión holística del desarrollo de la dimensión potencial humano profesional, científico y técnico, potencializando la educación en todos los niveles con un enfoque humanístico. La implementación de la formación de consciencia de la función social de la ciencia en los investigadores, para una contribución ética a la economía local y nacional. La toma de decisiones políticas, culturales, económicas y educacionales por las autoridades correspondientes con respaldo y asesoramiento científico-técnico.El estudio de la sabiduría ancestral y popular, respetando los criterios de los individuos que son poseedores de esta, independientemente de su nivel de escolaridad.El establecimiento de adecuados canales de comunicación y procesamiento de la información, para viabilizar el intercambio con los diversos actores sociales.

 

El gobierno de la revolución ciudadana en Ecuador instrumentó un nuevo orden económico y social basado en la equidad y la inclusividad, estimulando la transformación del patrón productivo de la economía. Así, se requirieron mejoras sustanciales en la formación de capacidades en la educación y para el uso de las tecnologías de la información y las comunicaciones. Esto se fundamentó en principios, tales como (Proaño Altamirano, 2019):

Potencialización del talento humano que interviene en el desarrollo productivo en sectores de elevada productividad.Incorporación de la innovación, ciencia y tecnología a los procesos generadores de bienes y servicios en un esquema productivo complejo. Vinculación de los regímenes de educación, tecnología y conocimiento ancestrales al sector productivo.Compromiso e involucramiento de las instituciones de educación superior con el desarrollo económico, beneficiando la empresa y las oportunidades laborales.Incremento de la producción científica, tecnológica y cultural para aportar significativamente a solventar las necesidades de la transformación productiva, invirtiendo en proyectos de investigación y desarrollo. 

Al respecto, la educación universitaria adquiere gran responsabilidad en la formación de los científicos y técnicos del futuro, requiriendo acciones dirigidas al beneficio y perfeccionamiento de las habilidades investigativas en sus estudiantes, con el fin de prepararlos integralmente para cubrir las necesidades sociales de su profesión, mediante el liderazgo empresarial, el humanismo y el espíritu emprendedor (Lara Satán, 2021).

Además de, establecer una armonía con la tendencia global del desarrollo sostenible, generando crecimiento económico procurando favorecer el medio ambiente a partir del establecimiento de adecuadas políticas gubernamentales, las que fomentan la creación de proyectos de investigaciones aplicadas para evaluar y mitigar los riesgos (Saltos García et al., 2020).

Todo lo anterior debe realizarse en medio de un mercado económico y financiero latinoamericano, que tiende al decrecimiento del financiamiento gubernamental de proyectos públicos, fomentando la liberalización y globalización del capital privado que conspira contra un desarrollo sostenible. Esto implica que la implementación de políticas que obliguen a las entidades bancarias a considerar riesgos ambientales y sociales en sus análisis para la concesión de créditos a nuevos proyectos de inversión (Freire Quintero, et al., 2018).

Entonces, la sociedad (comunidad) se organiza en producir bienes, productos o servicios siguiendo normas que protejan el ambiente y garanticen el desarrollo del país, mediante la interacción entre los distintos actores sociales, políticos, económicos y culturales, utilizando responsablemente los recursos disponibles en las actividades productivas con proyección futura (Díaz Rodríguez, et al., 2019).

Esa situación aportó a la tendencia mundial al consumo de productos orgánicos por la población a nivel mundial, lo que se ha establecido como un estilo de vida armónico con el ambiente y beneficioso para la salud individual. Generalmente, estas prácticas agrícolas no utilizan fertilizantes químicos, semillas u organismos genéticamente modificados y su procesamiento se realiza empleando ingredientes naturales (Paladines Ormaza, et al., 2017).

El trabajo de los investigadores que incursionan en la proliferación de estas prácticas debe construir y diseñar capacidades comunitarias, para fomentar la autonomía socioeconómica de estas. Además de indagar acerca de las posibles complicaciones que se presenten En ese nivel se materializan esas producciones y precisan la concentración de recursos (Cantú Martínez, 2019; Rojo, 2019; Aguilar, 2017). 

Entonces, en la actualidad no se cuestiona la necesidad de desarrollar la agricultura sustentable en las comunidades a nivel global, constituyendo un paradigma que cumple con propósitos productivos, económicos, socioculturales y ecológicas. Así, se requiere la implementación procesos dinámicos y multidisciplinario para la evaluación de la sostenibilidad, mediante metodologías apropiadas (Painii Montero, 2020).

(Vilá   Blanco, 2009), corrobora que las ciencias y las investigaciones como pilares en la generación de un sistema complejo de innovación, presiden toda opción de desarrollo y se conciben flexibles, abiertos e integrados a nivel global/local, desde una activa movilidad de la educación universitaria y que la a cultura científica se encuentra en el centro de todo lo analizado  y en sus decursos históricos; además de considerar que adentrarnos en el entendimiento de una cultura científica y sus desafíos educacionales para potenciarla en las condiciones actuales, ha requerido penetrar en la comprensión de cultura, donde la índole de cualquier posible sucediendo. 

A la cultura o las culturas se les toma el pulso en los micros escenarios en que se producen y reproducen, en una palabra, se autogestan y esto es lo que se pudiera considerar  con el logro de la implementación de políticas nutritivas en los ámbitos andinos del Ecuador para poder entender una  cultura científica desde una comprensión que no eluda lo que se ha eludido siempre, a saber: las identidades ciudadanas  inter/retro/actuantes  y  sus posibilidades reales de aprehenderlas y proceder en consonancia con ellas y no chocar con las realidades de otros países en estos procesos .

Al observar el desarrollo de los instrumentos de producción, así como de los aspectos ligados a la fabricación, y al perfeccionamiento de los implementos destinados a la defensa, encuentra una serie de particularidades inmersas, en la historia de la evolución del pensamiento creativo de la humanidad e intenta demostrar que la historia de la técnica está sujeta a la evolución del género humano. Siendo esa parte de la cultura material de los pueblos, la que representa una medida interesante de su nivel evolutivo, así como de la capacidad tecnológica de los hombres para transformar su entorno, logrando mejorar sus condiciones de vida, mediante un proceso de innovaciones en constante ascenso.

 

Esto le permite afirmar que la evolución tecnológica depende directamente del nivel de desarrollo alcanzado por el género humano, tanto desde el punto de vista material, como en todo lo concerniente a la magnitud de su riqueza intelectual y espiritual, afectando por consiguiente, la estructura de la conciencia social, en cada uno de los modos de producción, de acuerdo con la capacidad que cada sociedad posee para asimilar el cambio tecnológico, apropiándose de lo mejor de él, para escalar los peldaños que lo conducen hacia nuevos parámetros de modernización y que sea posible constatar, cómo a partir de la simple elaboración de elementos de características aún muy primarias y elementales, el hombre va generando, apropiando, manejando y difundiendo sus propios aportes al know - how mundial know – how que poco a poco irá adquiriendo características ilimitadas al transferirse, copiarse, innovarse y apropiarse de generación en generación, de sociedad en sociedad, de país en país a través de los lazos invisibles que mueven la economía mundial o sea en la dinámica evolutiva de la humanidad, este saber-hacer o saber técnico se mantiene en el tiempo, gracias a su constante y ascendente movilidad. 

Por esta razón, es posible comprender, cómo de formas aparentemente simples, se fuera pasando hacia otras más complejas, en la creación de respuestas adecuadas, de acuerdo con el nivel evolutivo de cada sociedad, y son estos principios (elementales unos, de alguna complejidad otros), que imprimen la especificidad a cada una de las formaciones sociales en la historia de la humanidad. (Acevedo Pineda, 2010).

Así miso concibe la evolución tanto técnica como tecnológica va acompañada de un movimiento constante y ascendente de las formas sociales, económicas, políticas y culturales, entre otras. 

Para Acevedo Pineda, (2010). En este orden de ideas el hombre va configurando, como hemos dicho, su esquema o estructura de pensamiento acorde con cada momento de su desarrollo, generando respuestas, buscando alternativas y asumiendo los retos que se plantean hacia un futuro más global e interdependiente. donde la carrera tecnológica se ve como amenaza por dejar rezagados a la mayoría de los países, concentrando y monopolizando la producción, aplicación y difusión de la tecnociencia en correspondencia con los requerimientos del medio, esto ha sido una constante en la historia de la humanidad, que a su vez actúa como elemento de acercamiento entre las diferentes sociedades. 

 

Pero el hecho de que el hombre primitivo creara y aplicara la técnica a su favor, constituye la característica diferencial sustancial con respecto al hombre contemporáneo; y reafirma que: ¨la cultura o las culturas se les toma el pulso en los micros escenarios en que se producen y reproducen, en una palabra, se autogestan y esto es lo que se pudiera considerar  con el logro de la implementación de políticas nutritivas en  los ámbitos andinos del Ecuador para poder entender una  cultura científica desde una comprensión que no eluda lo que se ha eludido siempre, a saber: las identidades ciudadanas  inter/retro/actuantes  y  sus posibilidades reales de aprehenderlas y proceder en consonancia con ellas y no chocar con las realidades de otros países en estos procesos¨.

Conclusiones:

La sociedad contemporánea demanda el desarrollo de prácticas agrícolas sustentables, que sean menos agresivas con el medioambiente y generen productos más saludables. La ciencia es la encargada de velar por el alcance de esta necesidad, cumpliendo con los principios bioéticos correspondientes y empleando metodologías para la evaluación y reducción de riesgos ambientales.

 

Las investigaciones como pilares en la generación de un sistema complejo de innovación, presiden toda opción de desarrollo.

 

Existe una tendencia por la población a nivel mundial al consumo de productos orgánicos, que se ha establecido como un estilo de vida armónico con el ambiente y beneficioso para la salud individual y colectiva que engloba todo un ámbito social.

 

El estudio y proliferación de la agricultura ancestral andina constituye una opción viable de producción ecológica, la que además constituye patrimonio cultural y parte importante del desarrollo económico comunitario.

 

La promoción de los beneficios del chocho en la alimentación, industria y salud permite incrementar su producción y consumo en las comunidades andinas y a nivel nacional.

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Palabras clave:

Palabras Clave: chocho (Lupinus Mutabilis Sweet), alimentación sostenible, producción ecológica.

Key Words: chocho (Lupinus Mutabilis Sweet), sustainable food, organic production.

Resumen de la Ponencia:

O presente texto nasce de uma serie de oficinas realizadas em dois estados do nordeste brasileiro, Bahia e Sergipe, nos municípios de Ruy Barbosa, Feira de Santana, Paulo Afonso e Caetité, na Bahia e Brejo Grande em Sergipe. Mediante ao convite da Cáritas Brasileira Regional Nordeste 3, instituição com forte atuação no semiárido baiano e sergipano. Entre os meses de outubro e dezembro de 2021, realizamos mais de dezessete  oficinas presenciais e virtuais com grupos de mulheres negras em sua grande maioria , de zona rural e  também da zona urbana, sendo destes grupos três de comunidades quilombolas , a saber  Bete 2, Lagoa do Mato e  Brejão dos Negros . Os grupos com os quais realizamos as oficinas eram formados em sua maioria por mulheres que lideram suas comunidades, participantes de associações comunitárias, de grupos organizados de geração de renda e sustento, que vivenciam os princípios da Economia Popular Solidária. Sobre estas é relevante trazer a baila ainda que suas lutas de reafirmação de identidades, sobrevivência e anseio por uma sociedade mais equânime perpassam a busca por melhores condições de vida em comunidade, coletivamente e isso de forma muito atrelada à comercialização de seus produtos, dos quais destaco as artesanias e as gastronomias locais, este processo de comercializar, ocorre na própria comunidade, em pequenas feiras na região onde possuem residência. As oficinas deste modo tiveram como objetivo o fortalecimento dos grupos de mulheres através da promoção ao empoderamento, afirmação identitária, de gênero, memórias e vida comunitária. Nosso intuito neste trabalho é apresentar as percepções, sentires e memórias destas mulheres de dois estados donordeste brasileiro, no que tange as suas vivências e memórias enquanto lideranças femininas, negras e também quilombolas, em meio a uma pandemia em escala mundial, tendo muito de seus sonhos interrompidos e outros vindos a ganhar formas e contornos mediante as ações promovidas pelo projeto e por seus movimentos internos. Trabalhamos nestas oficinas, rodas de conversas e encontros virtuais temas como as Lutas das mulheres na história e empoderamento feminino, o fortalecimento dos laços de comunhão e confiança entre as mulheres, relações e equidade de gênero, ancestralidade, identidades étnico racial e a participação, resistência e incidência política. Reiteramos que todas as normas de segurança sanitária e de distanciamento foram seguidas a época. Trazemos aqui deste modo os recortes do que vivenciamos , coletamos  e  nos foi  narrado pelas protagonistas de todo texto.

Resumen de la Ponencia:

Após os primeiros casos confirmados de Covid-19 no Brasil, diversas medidas de controle e prevenção passaram a ser adotadas pelo Estado, através de campanhas de conscientização, decretos, medidas provisórias, projetos de lei etc. Dentre elas, as medidas de distanciamento e isolamento social foram objeto de muitas polêmicas (BEZERRA et al. 2020). O que, porque e quem, deve definir o que é ou não essencial na vida de uma pessoa? Foi uma questão recorrente no debate público. Em Ponta Grossa, cidade localizada no estado do Paraná - Brasil, durante o ano de 2020, a Liga de Futebol de Ponta Grossa suspendeu os campeonatos amadores, por mais de seis meses (de 13/03/2020 a 20/09/2020), logo nas primeiras rodadas, devido o avanço da Covid-19 na região, o que desencadeou a paralização das atividades de clubes como o Mirante Esporte Clube, que comemoraria seus 98 anos de fundação. Diante das medidas adotadas, o objetivo do presente estudo foi interpretar como as interações sociais e culturais fomentadas pelas práticas futebolísticas no Mirante Esporte Clube, foram afetadas pelas medidas de distanciamento e isolamento social na cidade de Ponta Grossa- Brasil. A interpretação das práticas simbólicas deste grupo ocorreu através do acompanhamento dos diálogos realizados via aplicativos de comunicação e redes sociais, durante o período mais restritivo das medidas de isolamento social. Através do Mirante E. C. pode-se enxergar dois pontos de vistas distintos sobre a prática do futebol em tempos de pandemia – 1) aqueles que olhavam para a função imediata do isolamento social, de reduzir os números de casos de Covid-19, entendiam o desejo de jogar futebol como uma loucura ou falta de responsabilidade coletiva, uma vez que, aparentemente, o futebol seria apenas uma prática esportiva; 2) os agentes que defendiam o retorno do futebol amador na cidade, com todos os seus ritos, viam no isolamento a perda de seus lucros simbólicos. Que dificultariam a conquista dos troféus do campo, as possibilidades de acúmulo de capital futebolístico e em alguns casos a permanência no clube. Para este grupo, as perdas simbólicas eram tão prejudiciais quanto contagiar-se com o Covid-19. Em oposição ao percentual estatístico de letalidade ou contágio, não era possível mensurar o quanto abandonar o campo neste momento poderia comprometer sua permanência nos clubes, seja nos jogos recreativos ou nos times que disputavam o campeonato amador de futebol. Devido as regras e lógicas específicas destes espaços sociais, o que parecia loucura para uns, era a necessidade primordial de outros. No caso em questão prevaleceu o distanciamento formal, porém isto não evitou que houvessem jogos clandestinos realizados no auge da Pandemia.

Resumen de la Ponencia:

O presente trabalho reflete sobre o conceito de invisibilidade seletiva, desenvolvido por ambas as autoras no âmbito de suas trajetórias de pesquisa no campo da socioeducação feminina. Busca apresentar as singularidades expressas na institucionalização das adolescentes/meninas inseridas no DEGASE/RJ (Departamento de Ações Socioeducativas do estado do Rio de Janeiro) que cumprem medidas socioeducativas em meio fechado e possuem suas realidades marcadas pela violência estrutural e atravessadas pela invisibilidade seletiva. Assim, o trabalho apresenta um debate sobre as violências, a questão de gênero e a interseccionalidade face às questões vivenciadas por adolescentes do sexo feminino em situação de socioeducação. Apesar dos estudos voltados ao feminino e ao público infanto-juvenil terem aumentado expressivamente nas últimas décadas, a temática estudada ainda carece de maior atenção no que tange a face da socioeducação feminina. O conceito apresentado nos ajuda a pensar sobre o fato da invisibilidade que ronda determinados grupos sociais até que estes cruzem o limite do legalmente instituído e aceito socialmente, tornando-os então, muito visíveis para a sua criminalização e estigmas. Para demonstrar este quadro, resgatamos parte dos estudos realizados pela autora principal em sua tese de doutorado, somado a uma revisão bibliográfica mais recente em textos pertinentes ao tema dentro da área das Ciências Sociais Aplicadas e o resgate de informações registradas em diários de campo alimentados durante nossa participação em um projeto de pesquisa desenvolvido no DEGASE durante os anos de 2017 e 2020. Acreditamos que o presente trabalho possa contribuir para a ainda incipiente produção na área (se em comparação com o masculino) que permanece necessitando de olhares atentos e diversos, que busquem problematizar o fenômeno de modo mais aprofundado, fortalecendo a Doutrina de Proteção integral preconizada no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), os preceitos do Sistema Nacional de Acompanhamento de Medidas Socioeducativas (SINASE) e a garantia de direitos deste público de forma ampliada. Auxiliando na inclusão/permanência da temática nas agendas de discussões públicas e no processo de desenvolvimento de políticas públicas efetivas para a área. 

Resumen de la Ponencia:

En 1921, el Estado ecuatoriano inicia la regulación sanitaria de la prostitución, convirtiendo a las prostitutas en una de las primeras poblaciones laborales femeninas en ser intervenidas directamente por el Estado. Sin embargo, en un siglo de regulación estatal, y a pesar de la lucha colectiva de las Mujeres Trabajadoras Sexuales (MTS), esta actividad productiva y sus sujetos continúan, hasta el día de hoy, sin un marco regulatorio laboral que les reconozca como trabajadoras y les garantice derechos y condiciones laborales. En consecuencia, la ascendente conflictividad política en torno a lo laboral ha modulado la interacción entre el Estado, que niega sistemáticamente la dimensión laboral del Trabajo Sexual, y las MTS, que disputan colectivamente al Estado y a sus instituciones regulatorias el reconocimiento laboral de su actividad como el único medio posible para sustantivar sus ciudadanías. Por ello, esta ponencia indaga en la relación entre el Estado, las MTS y los conflictos políticos de índole ciudadano-laboral activados por las organizaciones de base en el campo del comercio sexual femenino, en el marco de las regulaciones que operan tanto en el campo de la prostitución, durante la regulación neoliberal de la prostitución (1980-2006), como en el campo del trabajo sexual, durante la regulación postneoliberal del trabajo sexual (2007-2017), situando en estos momentos políticos (ciclo neoliberal y ciclo postneoliberal) las acciones de lucha política colectiva con las que las MTS contestan a cada una de las regulaciones estatales. En suma, esta ponencia analiza desde la sociología política, específicamente, desde la sociología del conflicto político, la sociología de la Acción Colectiva, la sociología del trabajo y los estudios foucaultianos del Estado: ¿cómo opera la histórica Contienda Político-laboral entre el Estado ecuatoriano y las MTS?. Para ello, reconstruye los 4 conflictos políticos que integran y modulan dicha Contienda, a saber, el conflicto por la salud (1980-2006), el conflicto territorial (1990-2006), el conflicto Anti-Trata (2000-2006) y el conflicto por la autonomía laboral absoluta en el reconocimiento normativo del trabajo sexual (2014-2015), e indaga específicamente: ¿por qué se activa cada conflicto? ¿cómo se despliegan las acciones contenciosas? ¿cómo son procesados los conflictos? y ¿con qué resultados o implicaciones sociopolíticas?. El objetivo, tratar a cada conflicto como un caso de estudio en sí mismo, en un primer momento, para realizar, en un segundo momento, un análisis comparativo (estudio de casos múltiples) que permita establecer similitudes, diferencias, particularidades y complementariedades entre la acción estatal-gubernamental regulatoria y la acción colectiva de las organizaciones de MTS en la construcción y disputa de derechos laborales. 

Resumen de la Ponencia:

Este trabalho tem como objetivo mapear e analisar as reportagens publicadas na “Plataforma Digital Nova Escola” sobre as relações entre o novo Ensino Médio em implantação no Brasil e a educação a distância. O Ensino Médio é a última etapa da Educação Básica brasileira, destinada aos jovens que completaram o ensino fundamental. O novo Ensino Médio foi aprovado em 2017, com previsão da implantação de uma Base Nacional Comum Curricular e da possibilidade de efetivação de convênios com instituições de educação a distância para o cumprimento das exigências curriculares previstas na reforma. Esta inserção, junto a outros temas envolvendo a publicação do documento normativo, tem gerado estudos e debates sobre os impactos do “Novo” Ensino Médio na formação do jovem brasileiro. Para contribuir com reflexões críticas sobre essa temática, analisamos 14 reportagens publicadas na “Plataforma Digital Nova Escola”, entre 2018 e 2020, sobre o Ensino Médio e suas relações com a educação a distância. A “Plataforma Digital Nova Escola” foi escolhida devido à influência que ao longo dos últimos trinta anos a marca Nova Escola exerceu na educação brasileira. Vinculada à Editora Abril e à Fundação Victor Civita desde a sua criação em 1986, foi transformada em Associação Nova Escola em 2015, passando a ter como mantenedora a Fundação Lemann. Enquanto esta última tem grande poder de articulação com os órgãos públicos, influenciando políticas públicas e curriculares, a marca Nova Escola é uma das mais conhecidas entre os professores da Educação Básica, atingindo atualmente milhares de usuários via plataforma digital. Ambas se apresentam como capazes de promover inovação e superação das mazelas que acometem a educação pública brasileira. Para a análise das reportagens, elegeu-se dois eixos: 1) a racionalidade do “Novo” Ensino Médio; 2) as implicações da virtualização da educação via modalidade a distância no Ensino Médio brasileiro. As discussões têm como aporte teórico a teoria crítica da tecnologia considerando suas contribuições para tecer reflexões críticas sobre os processos formativos que permeiam a atualidade.

Justificación del Panel:

En la región Latinoamericana las ciencias y las tecnologías asumen un rol fundamental para enfrentar los desafíos de la post pandemia. El confinamiento físico por la emergencia del COVID-19, implicó la continuidad de las prácticas sociales a través de plataformas digitales. Ello incrementó la exclusión de quienes no tienen acceso adecuado a Internet y dispositivos digitales o que carecen de las habilidades necesarias para emplearlas de manera efectiva y con ello acceder a servicios y derechos fundamentales como educación, salud, entretenimiento, comunicación y participación social y política. En este marco, el panel propone abordar la temática de la ciudadanía digital, vinculada en términos generales con las maneras en que la población participa (o no) en los diferentes ámbitos del espacio público virtual. La noción de ciudadanía digital no es unívoca, diversos enfoques se encuentran en la literatura académica y en los fundamentos de políticas públicas, algunos lo entienden como participación e inclusión institucional digital y otros como nuevas formas de participación y dinámicas de poder en el espacio digital. Con todo apuntamos a una perspectiva amplia que incluye a la participación e inclusión digital de los grupos más excluidos y vulnerables; iniciativas de transparencia y gobernanza en Internet; participación política y social (interacciones entre políticos-as y los ciudadanos-as, estrategias de influir en la agenda política y de incidencia, organización y difusión de protestas u otras movilizaciones, etc.). Desde una perspectiva de derechos el resguardo de los principios de igualdad, no discriminación y violencias en línea; derecho a la comunicación y la libertad de expresión; seguridad y privacidad en oposición a las tecnologías de vigilancia operadas con algoritmos, entre otros. 

Resumen de la Ponencia:

La Ciudad de Buenos Aires concentra alrededor del 60% de las industrias fonográficas de Argentina. El sector presenta una gran variedad de empresas que van desde las corporaciones transnacionales dedicadas a la industria musical hasta los medianos y pequeños emprendimientos. Los primeros son generalmente asociados a las producción y circulación de productos de la industria musical orientados hacia el mercado, con un perfil comercial y de alcance masivo. Los segundos son generalmente asociados con la producción y circulación de bienes que ponen el acento en la calidad artística por sobre los logros comerciales y la masividad, espacios genuinos de la producción simbólica local.  En tiempos recientes las tecnologías digitales fueron parte de los factores que condicionaron a estas industrias a buscar nuevas formas de negocio por fuera de la producción y comercialización de fonogramas en formato físico, cuya merma fue constante desde principios de siglo. Esto los condujo a nuevas actividades como la comercialización y distribución digital, el streaming, el gerenciamiento de artistas y las incursiones en la música en vivo. Sin embargo, no todos los sellos siguieron los mismos pasos. Según nuestro material empírico los denominados sellos independientes presentan una variedad de conformaciones en términos organizacionales, de perfiles estéticos, de políticas culturales y de búsquedas más o menos comerciales. Aquí analizamos 5 sellos discográficos independientes de la ciudad, entendidos como organizaciones culturales, alrededor de sus variables (1) socio organizacionales, (2) de recursos materiales, (3) sus equipos de trabajo, (4) sus configuraciones económicas, (5) sus producciones culturales y (6) sus vínculos con otras organizaciones y con el entorno urbano. A partir de los resultados nos proponemos describir las características particulares de los mismos en relación a esas variables y de qué manera son condicionados y a su vez condicionan las producciones culturales independientes de la ciudad en el contexto de la industria musical digital.

Resumen de la Ponencia:

El presente trabajo busca describir y analizar el contexto de precariedad laboral en los trabajadores de salud de Brasil y de Perú en tiempos de pandemia por COVID-19. Para ello, se parte del abordaje de la situación de la pandemia por el nuevo coronavirus, para posteriormente analizar las dimensiones de la precarización del trabajo y conseguir describir la situación laboral de los profesionales de la salud en medio de la crisis sanitaria. Se fundamenta que, con la llegada de la pandemia la situación de los trabajadores de la salud se agravó. Por la falta de condiciones laborales adecuadas, por la precaria infraestructura en donde desarrollan sus actividades, por el desabastecimiento de equipos de protección individual (EPIs) y, sobre todo, por la ausencia de medidas que protejan su salud y su integridad. Ello deja evidencia de que dichos trabajadores encaran, hoy en día, el abandono del sector sanitario, lo que nos lleva a (re)pensar las politicas de protección social a los trabajadores de salud.

Resumen de la Ponencia:

A presente proposta de trabalho trata de Rosana Paulino, artista visual, educadora e intelectual negra brasileira e a relação de sua arte com a estética decolonial.  A criação racial, os corpos racializados, mais precisamente o corpo feminino negro, ancestralidade africana e suas raízes na formação do Brasil, presentes na obra de Rosana estão  na origem do projeto colonial, da colonialidade do saber, do poder e do ser.  Como se verá nessa apresentação,  através das obras “Parede da Memória” e “Assentamentos” enquanto expoentes do que chamo de estética ou poética decolonial de Rosana Paulino. Trata-se, pois, de refletir sobre o decolonial através da arte, em suma, através da criatura e de seu criador. 

Resumen de la Ponencia:

Assim como a presença dos imigrantes foi fundamental para a introdução do futebol em outras localidades do Brasil, em Ponta Grossa, cidade localizada no estado do Paraná-Brasil, esta situação se repetiu. No entanto, aqui os jogadores buscaram espaços alternativos para a prática do futebol, fora dos limites dos clubes sociais. (FREITAS JR., 2000). Desse modo, o esporte foi estruturando-se também nos bairros, atribuindo a estes espaços uma importância significativa no fortalecimento das relações sociais. Como um mapa, o espaço social proporciona aos agentes nele inseridos uma visão panorâmica, através de “um ponto de vista”, dentre os inúmeros pontos que o constituem. (BOURDIEU, 2004). Neste sentido, o objetivo do estudo foi analisar o sentido e o significado do jogo para os futebolistas que disputavam os campeonatos amadores de futebol organizados pela Liga de Futebol de Ponta Grossa. Para tanto, optou-se pelos direcionamentos metodológicos da etnografia, pois eles guiam os pesquisadores no processo interpretativo do “ponto de vista” e da “visão sobre o mundo” dos agentes pertencentes ao grupo investigado, através das interpretações de suas práticas simbólicas. As saídas de campo ocorreram entre os anos de 2013 e 2021, durante os campeonatos das categorias principal, máster e sênior. Quanto as motivações dos jogadores para permanecerem no campo, foi possível classificá-las em quatro tipos distintos. Aqueles que jogam devido à identidade com o clube, permaneciam nele por anos ou até décadas, e mesmo após “pendurarem as chuteiras”, envolvia-se nas suas atividades administrativas. Recorrendo à Bauman (2005), pode-se inferir que para este grupo a identidade com o clube é construída e estimulada, por laços emocionais e afetivos de longa duração. A presença dos familiares também era frequente e fundamental. Já aqueles que jogam devido às relações de amizade e rodas de sociabilidade, encontram-se cada vez mais próximos de uma relação duradoura. Porém, as ligações que os mantêm nestes espaços ainda se ancoram predominantemente nos grupos de amizades em torno do futebol. Para aqueles que jogam devido ao amor pelo futebol, existia uma valorização do resultado do jogo, somente as vitórias ou títulos justificavam a realização de comemorações. Para os jogadores deste tipo, a habilidade era, em certa medida, uma unidade de troca simbólica, ou seja, “jogar bem” era essencial. Por fim, aqueles que jogam devido aos benefícios ou remunerações, eram os jogadores mais habilidosos do campo, muitos já haviam jogado profissionalmente. Nestes casos, receber para jogar significava, para eles, um ato de reconhecimento pelo “feito conquistado”. Através desta tipologia dos jogadores, foi possível perceber o quanto a prática futebolística amadora é plural, mesmo em um único espaço social. A capacidade do futebol amador se ressignificar, dando sentidos diferentes ao cotidiano destes jogadores, nos ajuda a compreender a dimensão sociocultural deste fenômeno em Ponta Grossa.

Resumen de la Ponencia:

La Corte Interamericana de Derechos Humanos (CorteIDH) es un espacio judicial de deliberación sobre el contenido y alcance de los derechos humanos en la región. Sus fallos son altamente reconocidos ya que han sentado jurisprudencia en torno a diversas materias que son referentes jurídicos a problemas sociales y políticos de primer orden. En la mayoría de ocasiones, estos son motivados por las peticiones y denuncias de la sociedad civil y de Organizaciones No Gubernamentales (ONG) de graves violaciones de derechos humanos ante el Sistema Interamericano. Este proceso es largo y altamente reglamentado. De manera general, esta ponencia está interesada en observar el proceso judicial de la CorteIDH más allá del fallo; y particularmente, se concentra en la etapa oral: la audiencia pública. La cual pese a ser altamente valorada por las diferentes partes involucradas en el proceso contencioso, no ha sido ampliamente estudiada. Desde un enfoque cualitativo y microrelacional, se abordan las relaciones e interacciones de los actores presentes en las audiencias públicas de dos casos llevados ante la CorteIDH contra Colombia, la Masacre de Mapiripán y las Comunidades afrodescendientes desplazadas de la cuenca del río Cacarica. Estos versan sobre hechos ocurridos en 1997, en medio del conflicto armado interno, protagonizados por la acción activa u omisa de las Fuerzas Armadas y grupos paramilitares, sobre poblaciones rurales que ocasionaron su desplazamiento forzado masivo. Las audiencias públicas de estos casos dan cuenta de una diversidad de actores, y de elementos significativos del litigio ante la Corte en casos contra el Estado de Colombia. Se argumenta que las audiencias públicas muestran las luchas simbólicas entre los actores que participan de la contienda judicial, particularmente entre los peticionarios y los agentes del Estado. Estas se evidencian en tres elementos: a. la selección de declarantes; b. las maneras de estar en sala; c. las formas de apropiación de la sala por medio de prácticas retórico-performativas. Su estudio aporta a la comprensión de la relevancia de la audiencia pública para los actores ya que les permite consolidar su versión de los hechos denunciados y su interpretación en derecho de estos y, además, buscar el respaldo de quienes integran la institucionalidad interamericana: los comisionados y los jueces. Las luchas simbólicas no se definen exclusivamente en la interacción, sin embargo, dejan ver la desigualdad entre los actores y sus capitales, y sus diferentes estrategias. Por todo lo anterior, la audiencia pública es la evidencia del encuentro de actores disímiles; de diferentes formas de litigio, entre el activismo judicial y la defensa nacional; y de diferentes comprensiones sobre la función de las sentencias de la CorteIDH, para la búsqueda de verdad y justicia y, por otra parte, para el apego al formalismo y la protección de la institucionalidad. 

Resumen de la Ponencia:

IMPACTO DE LA GESTIÓN AMBIENTAL EN EL DESARROLLO ECONÓMICO DE LAS MUJERES AFRODESCENDIENTES QUE SE DESEMPEÑAN COMO PLATONERAS DENTRO DE LA PLAZA DE MERCADO JOSÉ HILARIO LOPEZ EN EL DISTRITO DE BUENAVENTURA.La mujer afrodescendiente se ha caracterizado por su constante lucha por obtener un reconocimiento dentro de la sociedad que les permita tener su propia identidad étnica y cultural para desarrollar actividades económicas y así obtener un sustento para sus familias, pero la actividad económica de las platoneras de la plaza de mercado José Hilario López se ve interrumpida   por el mal manejo de los residuos sólidos y orgánicos  que no permiten una dinámica comercial satisfactoria, todo esto debido a la falta de  intervención de las entidades correspondiente para mitigar esta problemática que les impide tener una fluidez en su entorno laboral. Los problemas ambientales se originan del modo inapropiado de interacción del hombre con el ambiente, lo cual se expresa tanto en la calidad de los ecosistemas como en los niveles de calidad de vida que registran las poblaciones. (Field, 1994:26). frente a esta realidad, es pertinente la intervención de entidades que les permita resolver esta problemática porque se ven obligadas a desarrollar sus actividades laborales con estos desechos, pues tampoco cuentan con servicios públicos como agua potable, alcantarillado, recolección de basura; son múltiples dificultades las que deben lidiar cotidianamente estas mujeres afrodescendientes para lograr su sustento.La presente ponencia intenta mostrar la forma en la que esta precariedad en la gestión ambiental, adelantada por la autoridad distrital, afecta el desarrollo económico de un grupo de mujeres afrodescendientes que se desempeñan como platoneras en la plaza de mercado José Hilario López de Buenaventura. La presente investigación tiene un enfoque cualitativo, para la recolección de esta investigación se hizo el uso de herramientas como la entrevista, observación, y cartografía social. El trabajo de campo realizado permitió un acercamiento a las mujeres platoneras que dieron a conocer sus inconformidades y dificultades para trabajar los viejos problemas y los  que se originó con la nueva estructura de plaza de mercados José Hilario López, también se identificó los actores internos y externos que inciden en esta problemática,  cual es la relación y a quienes  les afecta con más frecuencia, también se identificó el rol desempeñado por las asociaciones dentro de la plaza y se destaca el interés que tienen las mujeres afrodescendientes por ser representadas a través de estas asociaciones que luchan por el bienestar colectivo. 

Resumen de la Ponencia:

A luta do Movimento negro brasileiro trazendo como bandeira a igualdade social, econômica e política entre  negros e brancos e a denúncia do racismo historicamente foram construídas  fora do espaço sindical. Registram-se como expressão dessa luta o surgimento de jornais negros – publicados  em 1920 e 1930 e 1948- 1950 –,  e da Frente Negra Brasileira (FNB), fundada em 1931. A partir de então emergem várias organizações que se puseram no enfrentamento ao racismo e das mais diversificadas formas de discriminação, principalmente à violência policial e o genocídio.Na contemporaneidade, a naturalização do genocídio da juventude negra está associada à criminalização da pobreza,  no âmbito da "militarização da vida social" e da generalização  da “[...] repressão estatal sobre as consideradas ‘classes perigosas’[...]” (NETTO, 2012, p. 427). Alia-se a esse quadro, a extinção de posto de trabalho seguida pelo  desemprego e informalidade nas relações de trabalho que é  acompanhada do encarceramento massivo e do extermínio da juventude negra.  Quando a programática neoliberal ganha corpo no Brasil e no estado de Sergipe, impactando o mercado de trabalho urbano, é notável o aprofundamento do histórico desemprego, da informalidade e da precariedade nas já precárias relações de trabalho dos/as negros/as. Em decorrência dessas determinações, a pobreza[1] cresce e a segregação socioespacial contribui para o  avanço do domínio do tráfico de drogas nos espaços geográficos , locais de moradia dos/as racialmente discriminados/as. Acompanha esse quadro o extermínio da juventude negra, justificada na "guerra contra ao tráfico de drogas". Assim, se o estado de Sergipe ganhou notoriedade com   “[...] as ações policiais mais brutais praticadas por grupos ligados às polícias estaduais”  (SOUZA, 2007, p.77), na década de 1990, a violência letal contra a juventude ganha destaque  nos  anos 2000. O Atlas da Violência, de 2018, aponta 142,7 homicídios por grupo de 100 mil jovens em Sergipe, quando a taxa média do país é de 65,5 jovens mortos por grupo de 100 mil,  revelando um verdadeiro extermínio da juventude sergipana. Essa taxa assume peculiaridade  quando se verifica que os jovens são, majoritariamente, do sexo masculino (94,6%) e que Sergipe apresenta a taxa mais elevada (280,6) na comparação com outros estados do Nordeste. O cruzamento desses dados com outras pesquisas também revela que a letalidade da ação policial é direcionada, sobretudo, aos jovens negros das/nas periferias de Sergipe.No enfrentamento do genocídio da juventude negra, o Movimento Negro de Sergipe traz para a  pauta da sua luta  “o fim do genocídio da juventude negra”.  O objetivo desse trabalho é refletir sobre o quadro de violência da juventude negra no Estado de Sergipe e trazer a luta do Movimento Negro no enfrentamento desse genocídio. [1]Segundo a PNAD, em 2017 haviam 695,4 mil pessoas em situação de pobreza em Sergipe. (ROCHA,2000).