La actividad minera en Panamá es una realidad reciente, que con sus beneficios económicos y afectaciones ambientales, de no ser reguladas tendrán alto impacto social. Por esta razón, hay que resaltar que la institucionalidad en nuestro país debe ser reformada en lo concerniente al tema minero y energético. En la actualidad, en la Asamblea Legislativa existe un proyecto de Ley, fechada el 20 de abril del 2020, por la que se busca regular el dominio patrimonial y la propiedad del Estado sobre los recursos minerales metálicos en la república. Es importante señalar que en Panamá la Dirección Nacional de Recursos Minerales forma parte del Ministerio de Comercio e Industria y la Secretaría Nacional de Energía del Ministerio de la Presidencia.La nueva ley busca crear una Corporación Estatal de Fomento y Desarrollo de la Industria Minera Metálica (CORESFODEMIN), que contará con una Junta Directiva presidida por un director, nombrado por un periodo de nueve años y que tendrá condición de ministro de Estado, con derecho a voz y voto en los consejos de gabinete. Relacionado a la Junta Directiva y al hecho de que la Dirección Nacional de Recursos Minerales pertenece al MICI, llama la atención que se proponga como directivos al ministro de Economía y Finanzas (MEF), el ministro de Desarrollo Social y el ministro de Ambiente, mas no el de Comercio e Industria. Como antecedente de CORESFODEMIN se puede mencionar la creación de la Corporación de Desarrollo Minero Cerro Colorado (CODEMIN) en 1975, en donde se estipulaba claramente que pertenecía al MICI y que el ministro de Planificación y Políticas Económica (antecesor del MEF) era uno de los directivos. En el presente, existe una Dirección Nacional de Recursos Minerales, por lo que una solución razonable podría ser elevarla a ministerio, y de forma que se dedique a los proyectos mineros metálicos, sean empresas de capital estatal o mixto. Dentro de las funciones de la Junta Directiva de CORESFODEMIN también estará proponer los límites de las cuencas hidrográfica de las empresas mineras de capital estatal y mixto. Siendo el Canal de Panamá otra de las instituciones que históricamente se han dedicado a una actividad extractivista importante para la país, de realizarse la ampliación programada de la cuenca hidrográfica del Canal, al construirse la represa del río Indio, queda el cuestionamiento de si siendo Minera Panamá exclusivamente de capital privado canadiense, a cuál institución le corresponderá la coordinación con la Autoridad del Canal de Panamá, responsable a nivel constitucional de la administración, mantenimiento, uso y conservación de los recursos hídricos de la cuenca hidrográfica del Canal de Panamá, en coordinación con los organismos estatales que la Ley determine.
#03632 |
Processos de mercantilização e apropriação capitalista no contexto de crise: as terras, as águas e a fome no Brasil.
Juliana de Oliveira Sales1
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Daniele de Oliveira Lazzeres
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1 - Universidade Federal do Tocantins.2 - Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
O Brasil presenciou nos últimos anos uma escalada neoliberal de cunho extrativista predatório. As florestas e seus povos foram crescentemente ameaçados pelo garimpo, pela mineração de grandes empresas, pelo desflorestamento do comércio ilegal de madeira e pelo agronegócio, com o aumento das fronteiras agrícolas e enfraquecimento do arranjo institucional de controles socioambientais. Nesse contexto, ao qual se adiciona a tragédia sanitária ocasionada pela pandemia de Covid-19, presenciou-se a volta da fome como problema social amplo. Enquanto as causas mais imediatas desse fenômeno são facilmente observadas pelos aspectos político-econômicos, da ausência de medidas de assistência, amparo e fortalecimento à segurança alimentar, outras implicações adjacentes podem ser estudadas. Este artigo pretende relacionar processos de mercantilização e de apropriação capitalista das terras e das águas com o que pode ser compreendido como uma política de fome e de morte. Por meio do levantamento bibliográfico e de dados, emprega-se o método dialético visando a estudar como a radicalização da exploração das terras e o ingresso das águas na lógica de mercado podem acentuar o problema da fome e trabalhar em prol do aumento das desigualdades sociais, gerando cidadãos de segunda espécie, que não possuiriam acesso às instâncias mais básicas da existência. Para tanto, teóricos como Karl Polanyi e Karl Marx contribuem na base das discussões, enquanto a literatura clássica brasileira como a de Jacob Gorender e Alberto Passos Guimarães é conciliada à bibliografia contemporânea sobre os temas. Sabe-se que o Brasil é um país agroexportador, no qual as elites latifundiárias assentaram seu poder e, por meio da grilagem e da tomada violenta, passaram a explorar as terras em uma reinvenção das plantagens escravagistas. A exploração dessas terras em caráter capitalista e predatório não é novidade, produz-se nelas comodities e não alimento. O chamado agronegócio, quando fortalecido, não representa combate à fome, mas ao contrário, sua agudização, uma vez que toma o lugar e sufoca uma outra agricultura (a familiar/camponesa), produtora de alimentos saudáveis. Por outro lado, a novidade aqui reside no alargamento da mercantilização sobre outro bem essencial: as águas. Em julho de 2020 foi promulgada no Brasil a Lei nº 14.026/2020, chamada de “marco legal do saneamento básico”, que estabelece uma gestão das águas e do saneamento básico centralizada em mãos particulares. Embora muito distintos os processos, eles parecem fazer parte de um mesmo movimento: de passar às mãos das classes capitalistas a hegemonia de bens que deveriam ter acesso universalizado – seja por meio da reforma agrária integral, seja por meio do reconhecimento da água como bem de todos, não apropriável economicamente. O ciclo capitalista parece se retroalimentar, ocasionando consequências graves – da destruição da natureza e seus povos, da acentuação das diferenças, da geração da fome e subnutrição como problemas de difícil superação.
#03647 |
Neoextrativismo e conflitos socioambientais: considerações a partir do caso da Serra do Curral, Brasil
Ricardo Carneiro
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Flávia de Paula Duque Brasil
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Bruno Dias Magalhães1
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Clara de Oliveira Lazzarotti Diniz
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A Serra do Curral configura-se como uma referência para a cidade de Belo Horizonte – capital do estado de Minas Gerais. Estendendo-se geograficamente aos municípios circunvizinhos de Sabará e Nova Lima, a Serra tem sido objeto de crescente ocupação antrópica, com destaque para a atividade minerária, cujo histórico deixa um rastro de degradação, sem os devidos cuidados de preservação e reparação, o que se faz acompanhar de diversos conflitos socioambientais. Assim, desde os anos 1960, a área tem suscitado mobilizações da sociedade civil em torno de sua proteção, das quais resultaram, dentre outras medidas, o tombamento por parte dos governos federal e municipal. Ocorrido em 1961, o tombamento federal envolveu uma parte do complexo da Serra localizada em Belo Horizonte. O tombamento municipal engloba a área da Serra pertencente ao território de Belo Horizonte e ocorreu em 1996. A partir desse último tombamento, as atividades minerárias locais foram paralisadas, mas não descartadas como forma de exploração econômica. No contexto do neoextrativismo que (re)impulsiona as atividades primárias na América Latina, a exploração mineral tem experimentado crescente saliência na estrutura produtiva das economias nacionais. No caso brasileiro, esse movimento vê-se favorecido, em anos mais recentes, pelo progressivo desmantelamento dos arranjos legais e institucionais de proteção ambiental, que ganha contornos críticos no mandato do atual presidente Jair Bolsonaro, ilustrado pela extinção do Ministério do Meio Ambiente.O estado de Minas Gerais, que se destaca historicamente pela exploração de seus recursos naturais, tem ocupado posição de relevo na expansão recente da mineração no pais. Responsável pelo licenciamento das atividades mineradoras no território estadual, por meio da Câmara de Atividade Minerária do Conselho Estadual de Política Ambiental (CMI/COPAM), o governo estadual autorizou, em maio de 2022, a mineração de uma área da Serra do Curral, localizada em Nova Lima. O empreendimento licenciado, com oito votos favoráveis, incluindo os representantes do Executivo estadual, e quatro contrários, todos de representantes da sociedade civil, valeu-se do vácuo de tombamento da Serra pelo governo estadual, cujo projeto, pronto desde 2020, continua pendente de aprovação pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural. O licenciamento da atividade mineradora mobilizou a sociedade civil de Belo Horizonte e de sua região metropolitana, com repercussões no nível nacional, articulando atores coletivos atuantes em conflitos socioambientais e culturais ao lado de outros atores de perfil variado em torno da revogação da decisão favorável à extração minerária na área e a proteção da Serra por meio do tombamento no nível estadual. Diante deste cenário, o artigo tem por objetivo examinar o licenciamento e seus desdobramentos, problematizando o largo escopo de conflitos socioambientais potencializados pelo neoextrativismo e suas implicações para o processo de políticas públicas. A análise empreendida lastreia-se em pesquisa documental e levantamento da cobertura da mídia.
#04195 |
México y la financiarización de los minerales estratégicos: una perspectiva geopolítica.
La minería es un sector productivo que no escapa al proceso de financiarización. Al menos en las últimas dos décadas, las finanzas han ido determinando el proceso productivo de la minería, a través de mecanismos especulativos sobre la configuración del espacio mediante concesiones mineras para los procesos extractivos, así como por papel de los minerales como activos financieros, resultando en la acentuación de la compraventa de estos productos en las principales bolsas de valores del mundo por parte de bancos comerciales, sociedades de inversión, fondos de cobertura, y demás conglomerados financieros que buscan ganancias rápidas sin necesidad de tener una participación directa en la producción. Dentro de este horizonte, la expansión de las finanzas ha tenido un empuje claro que se deja entrever a partir de la necesidad por adquirir un mayor porcentaje de ganancias para las firmas –tanto pequeñas, medianas y grandes–, que se involucran en el sector minero, dentro de un período de tiempo menor. Sin embargo, este impulso ha tenido actualmente un nuevo aliciente, ya que la especulación dentro de la minería se ha reconfigurado gracias al papel que ha desempeñado el tema del “calentamiento global” y de la búsqueda por transitar a un nuevo patrón energético. Según un informe emitido por la Agencia Internacional de Energía de Estados Unidos, dicha transición hacia el uso de nuevas energías no basadas en el patrón fósil, requiere del aumento exponencial y acelerado en el uso de minerales considerados como “críticos” o “estratégicos”. Entre estos minerales, se consideran aquellos que tienen un uso esencial en el proceso productivo de tecnologías de energía “limpia”, principalmente autos eléctricos, baterías y dispositivos de energía eólica y solar. El presente trabajo busca dar cuenta sobre el fenómeno de la financiarización de los minerales estratégicos en un contexto geopolítico de “transición energética”, mismo a partir del cual México adquiere una relativa importancia de acuerdo a los intereses del capital financiero minero-extractivista.
Introducción:
Minería y financiarización de la naturaleza
La financiarización supone un fenómeno que ha tomado particular relevancia a partir de la larga fase de crisis global capitalista iniciada en 2007. Por financiarización, se debe comprender en primer lugar un concepto que tiene alcances y límites concretos, para poder afirmar sus condiciones de posibilidad como fenómeno particular. En ese sentido, la comprensión de dicho concepto implicaría no tratar a las finanzas como un conjunto de actividades “parasitarias” o “especulativas”, para poder trascender hacia el argumento de que la financiarización expresa un fenómeno con normas y actividades específicas. Esto sugiere que tales actividades deben ser comprendidas en su contexto histórico concreto, considerando aquellos actores y agentes que definen dicho fenómeno en diversas esferas de la cotidianidad, incluyendo las económicas, políticas, e inclusive las culturales (Lapavitsas, 2016). En suma, por financiarización debe entenderse aquella fase o etapa histórica dentro del capitalismo, a partir de la cual el capital que deviene interés, tiene un lugar predominante dentro del proceso de acumulación, extendiendo ese predominio de manera intensiva y extensiva, a cada vez más áreas de la reproducción social y económica (Fine, 2013).
Si buscamos simplificar este concepto, nos daríamos cuenta de que las finanzas han alcanzado un lugar prioritario en actividades económicas y sociales que antes se suponían diferenciadas en tanto actividades propias de las esferas de producción o circulación económicas. De ese modo, se puede afirmar que la financiarización significa el aumento de los motivos, agentes y mercados financieros en las operaciones de la economía doméstica e internacional (Meireles & Villavicencio, 2019), lo que implica un mayor grado de inestabilidad, especulación y desigualdad dentro del sistema global capitalista (Guevara, 2013). Esto incluiría aquellos mecanismos partir de los cuales el capital que deviene interés se inserta y toma el control de los procesos productivos a nivel macro, así como aquellos que se sitúan en las economías locales. En esa medida, se puede tener en cuenta que estas determinaciones de carácter financiero atraviesan actividades como las de la producción de bienes de capital, industria, y sectores estratégicos, o aquellas que tienen un impacto directo en el ámbito cotidiano, tales como el sistema alimentario, transporte o de servicios, donde los recursos naturales fungen como elementos prioritarios dentro de este fenómeno.
Por consiguiente, la minería es un sector productivo que no escapa al proceso de financiarización. Al menos en las últimas dos décadas, las finanzas han ido determinando el proceso productivo de la minería, a través de los procesos de inversión financiera y de los mecanismos especulativos sobre la configuración del espacio mediante concesiones mineras para los procesos extractivos, así como por el papel de los minerales como activos financieros, resultando en la acentuación de la compraventa de estos productos en las principales bolsas de valores del mundo por parte de bancos comerciales, sociedades de inversión, fondos de cobertura, y demás conglomerados financieros que buscan obtener ganancias en cada vez menores cantidades de tiempo, sin necesidad de tener una participación directa en la producción (Tellez & Sánchez, 2022). El mercado de dichos activos financieros –conocidos como over-the-counter– se basa en contratos cuyo valor se deriva del precio de otro activo financiero conocido como valor de referencia, de ahí el nombre de “derivados”. Entre estos, se encontrarían los llamados futuros o los fondos de inversión cotizados (ETF por sus siglas en inglés), por mencionar los más comunes y relevantes.
Dentro de este horizonte, la expansión de las finanzas ha tenido un empuje claro que se deja entrever a partir de la necesidad por adquirir un mayor porcentaje de ganancias para las firmas –tanto pequeñas, medianas y grandes–, que se involucran en el sector minero, dentro de un período de tiempo cada vez menor. Sin embargo, este impulso ha tenido actualmente un nuevo aliciente, ya que la especulación dentro de la minería se ha reconfigurado gracias al papel que ha desempeñado el tema del “calentamiento global” y de la búsqueda por transitar hacia un nuevo patrón energético. Esto es así, debido a que el modo de producción capitalista requiere incesantemente de un cambio en la estructura tecnológica que permita impulsar nuevamente el ciclo de valorización de capital, pero además, porque las condiciones materiales planetarias imponen un límite al desmedido consumo que propaga el modo de producción capitalista y que conlleva al colapso mismo de la especie humana (Bruckmann, 2022). Aunque no se tenga certeza de la posibilidad real sobre el tránsito hacia un régimen de uso de energías “totalmente limpias”, es sabido que dicha transición supone la demanda de grandes cantidades de bienes naturales, entre los que destacan minerales metálicos y no metálicos que intervienen en el proceso productivo de tecnologías de energía “limpia”, tales como autos eléctricos, baterías y dispositivos de energía eólica y solar, por mencionar los más comunes.
Desarrollo:
La financiarización de los recursos estratégicos
Tomando en consideración el informe publicado por la Agencia Internacional de Energía de Estados Unidos en mayo de 2021 y que lleva por nombre The role of the critical minerals in energy transicions, se puede llevar a cabo un análisis general de lo que implica para algunas naciones centrales, el proceso de transición hacia el uso de nuevas energías no basadas en el patrón fósil, tomando en cuenta como punto de partida el aumento exponencial y acelerado en el uso de minerales considerados como “críticos” o “esenciales”.[1] Entre estos bienes naturales que se muestran en dicho informe y que forman una lista de 32 minerales, destacan aquellos que se consideran de mayor necesidad o que tienen una participación mayor en los procesos productivos de cambio tecnológico, y que se encuentran dentro de la categoría de focus minerals (AIE, 2021). Tales materiales, conjuntan además del litio y las tierras raras –minerales que han merecido una gran atención por parte de los estudiosos en la materia–, otros de suma relevancia como el cobalto, grafito, manganeso, cobre y níquel, por mencionar solo algunos.
Imagen 1: Proyección del aumento de la demanda de minerales estratégicos en dos posibles escenarios
Fuente: Agencia Internacional de Energía, 2021.
Los datos presentados por la Agencia Internacional de Energía, muestran una proyección sobre el aumento exponencial en el consumo de minerales, que va de tres, hasta seis veces más el porcentaje de aquellos que son utilizados para las energías convencionales. Las expectativas proyectadas en este informe, que giran en torno a una posible transición energética, considera dos escenarios que tienen como meta el año 2040. El primero de estos escenarios, estaría caracterizado por un consumo que tenga como lineamientos generales las políticas actualmente establecidas en torno al patrón energético fósil. El segundo, en cambio, asume un patrón de consumo donde se imponen los limites considerados en el Acuerdo de París propuesto en 2015 en el marco de la Convención Marco de las Naciones Unidas sobre el Cambio Climático (Véase imagen 1).
Los problemas a los que apunta este informe, se centran en la proyección acelerada del aumento en el consumo de los materiales mencionados, la centralización de los países y empresas en donde se concentra la producción y procesamiento de los mismos, la dirección del consumo destinada a los países que tienen capacidad de compra de las nuevas tecnologías de transición energética, así como sobre el problema del acceso a dichos mienrales –principalmente en la zona de la periferia capitalista– y el impacto ambiental generado por su extracción y producción. Esto supone no solo un cambio en el escenario geopolítico y espacial que implica la disputa por los territorios ricos en estos minerales estratégicos para el futuro, sino además, en el aumento de la dinámicas y procesos de financiarización dentro de los mercados de commodities de tales minerales, en el financiamiento e inversión para dinamizar los procesos extractivos, y en la determinación de los precios que inciden en la rentabilidad de dichos procesos, teniendo un efecto directo en la esfera de la producción, así como en los territorios donde acontecen conflictos y disputas en torno a los procesos extractivos (Clapp, 2014).
Esto quiere decir que la financiarización de la actividad minera implica una intensificación de las actividades de actores, mercados y transacciones financieras en relación con la prospección, exploración, producción y consumo de los minerales mencionados, a través de agentes y compañías a escala local y global en aquellos espacios donde se encuentran localizados dichos materialss. En un panorama como este, donde el régimen de acumulación capitalista asume un dominio financiero (Guillén, 2015), es de destacar el papel y las actividades de las empresas y naciones centrales en la búsqueda, acceso y uso de los bienes naturales considerados críticos o estratégicos, y el de aquellas naciones que tienen un alto potencial en cuanto a las reservas que se sitúan dentro de sus territorios, así como en el ejercicio de la administración, gestión, soberanía y control de los mismos.
Por otro lado, la relevancia geoestratégica sobre la administración de los bienes naturales que muestra la Agencia Internacional de Energía de Estados Unidos a través del presente Informe, se deja entrever a través de los usos que los llamados focus minerals tienen en los procesos productivos de industrias como la de motores eléctricos, energía eólica, paneles solares, energía nuclear, e inclusive en la industria del gas natural (Véase imagen 2).
Imagen 2: Minerales utilizados y requeridos en algunas tecnologías de “transición energética”
Fuente: Agencia Internacional de Energía.
Para poner un ejemplo, el cambio tecnológico en los procesos productivos de los autos eléctricos, supone el aumento exponencial y diversificado de minerales considerados como críticos o estratégicos, de una a seis veces más que en los autos convencionales, incluyendo materiales como cobre, litio, níquel, manganeso, cobalto, grafito y tierras raras. Esto quiere decir que el cambio tecnológico no sólo requiere de baterías eléctricas donde se le ha dado mayor importancia al litio, sino de todo un “paquete” de minerales sin los cuales no sería posible dicha “transición”. Lo mismo se puede decir para todos y cada uno de los diferentes mecanismos o tecnologías de transición energética, mismos que suponen altos porcentajes de minerales en torno a los procesos productivos que los hacen posibles (Véase imagen 3).
Por dicha razón y teniendo en cuenta la lista de minerales presentada por el Informe emitido por la Agencia Internacional de Energía que se basa en los requerimientos de tales tecnologías, se debe comprender la importancia geoestratégica que tiene la región de América Latina en torno a los objetivos e intereses mencionados. Es de destacar el caso de Brasil que concentra dentro de su territorio el 84.6% niobio, el 37.7% de tantalio, el 24% de grafito, el 18.5% de hierro, el 18.3% de tierras raras, el 17.2% de manganeso, el 14.8% de estaño, el 12.3% de níquel y el 8.6% de bauxita, por mencionar algunos materiales. También es de gran relevancia el lugar que ocupa Perú ya que concentra el 16.1% de las reservas mundiales de molibdeno, así como el 13.1% de las reservas de selenio. Por su parte, Chile concentra en su territorio el 54.1% de las reservas mundiales de renio y el 22.9% de las de cobre. Además, se puede considerar también el caso de Bolivia que conserva una gran cantidad de las reservas mundiales de litio así como el 20.6% de las reservas de antimonio. Para el caso de México este tema debe ser de vital importancia, ya que, tal y como se presenta en diversos estudios e informes emitidos por diversas instituciones como el Servicio Geológico Mexicano o el Departamento del Interior de Estados Unidos, el territorio mexicano resguarda grandes reservas probadas de materiales como cobre, cobalto, grafito, litio y níquel (Mineral Commodity Summaries, 2022).
Imagen 3: Uso de minerales críticos y estratégicos en vehículos eléctricos en comparación con vehículos convencionales.
Fuente: Agencia Internacional de Energía.
Si se considera que los grandes grupos mineros nacionales y trasnacionales han controlado la producción minera mexicana alrededor de los últimos cincuenta años, es necesario tener en cuenta sus formas de operación, tanto productiva como financiera, para determinar sus impactos en términos territoriales, ambientales, económicos, sociales y culturales.
Empresas y financiarización de la minería en México
Aunque las grandes empresas mineras tanto nacionales como extranjeras han sido los conglomerados más importantes a nivel histórico que operan dentro del territorio mexicano, es necesario considerar para el fenómeno de la financiarización de los minerales estratégicos, aquellas compañías “junior” que tienen un papel determinante en las operaciones de configuración espacial y de relación social con las comunidades y territorios en donde se localizan las reservas de los minerales mencionados. Esto debido al hecho de que dichas compañías, se dedican a la venta de concesiones y proyectos mineros con base en el trabajo de exploración y prospección del territorio, determinando si existen condiciones potenciales para su explotación. De ese modo, logran el financiamiento necesario en las grandes bolsas de valores donde cotizan las empresas mineras que operan en México, y que en su mayoría son de capital extranjero, donde figuran principalmente empresas provenientes de países como Canadá, Estados Unidos, Australia, Reino Unido y más recientemente de China.
Al respecto, se puede decir que la actividad minera en México considera tres categorías para las empresas que se dedican al proceso extractivo, entre las que se encuentran las grandes, medianas y pequeñas. Una empresa grande es aquella compañía o corporación cuyos ingresos derivan de la explotación de minas a gran escala. Por su parte, las empresas medianas son consideradas como tales, debido a que se incorporan a la fase de producción sobre la base de sus propios hallazgos prospectivos. Finalmente, las pequeñas empresas, nombradas también como empresas junior, son aquellas firmas que restringen sus actividades a la identificación y exploración de yacimientos, con la finalidad de vender sus proyectos a una empresa mediana o grande (Téllez & Sánchez, 2022). Aunado a ello, las grandes empresas se caracterizan por su elevada capacidad operativa y financiera en todas las fases del proceso productivo, integrándose de manera sencilla en otras ramas industriales, lo que contrasta con las pequeñas y medianas empresas que carecen de la capacidad de financiamiento de las primeras (Urías, 1980).
No obstante, las empresas junior tienen un papel de suma relevancia en los procesos productivos mineros, ya que éstas inciden de manera prioritaria en las etapas de exploración, principalmente por su capacidad de penetración en regiones aisladas o que suponen un alto “riesgo” en la generación de conflictos sociales. Además, estas empresas poseen un elevado grado de especialización que se manifiesta en la calidad y experiencia de sus equipos de exploración (Torres, 2015), o en la experiencia de su planta productiva, que generalmente es reducida (Téllez & Sánchez, 2002). En muchos sentidos, el objetivo de las compañías junior, consiste en proveer a las grandes empresas de proyectos mineros para su posterior explotación, adquiriendo el financiamiento necesario y la posibilidad de obtener una rentabilidad positiva dentro de los límites de sus actividades.
Ejemplos de este movimiento se pueden reconocer en diversas empresas que pasaron del proceso de prospección y exploración, a la venta de proyectos con un grado alto de rentabilidad a empresas medianas o grandes dentro del territorio mexicano, tanto en el pasado como en el presente. Este es el caso de la compañía junior, de nombre Kennecott, misma que en 1994 a través de diversos procesos de prospección y exploración, descubre el yacimiento de “Peñasquito”, ubicado en el valle de Mezapil en Zacatecas. Dicho yacimiento fue cedido posteriormente a la compañía Western Silver a través de la obtención y compra de los derechos de concesión en el año de 1998. Posteriormente, en 2006, la compañía Glamis Gold, compra el proyecto minero de Peñasquito, para pasar al año siguiente a ser absorbida por la transnacional canadiense, Goldcorp Inc., quien obtuvo todos los derechos y beneficios para extraer oro y otros minerales considerados como críticos dentro de dicha región (Garibay et. al., 2014).
De la misma forma, al interior de la Costa Chica de Guerrero, se localiza la mina “San Javier”, en el ejido de Zitlaltepec, descubierta a mediados del siglo XX y cerrada en ese mismo momento por considerarse una actividad no redituable. Hasta 2009, la concesión fue otorgada a Diana Rebeca Castillo a través del Gobierno Federal y la Secretaría de Economía, de ahí el nombre de la mina “La Diana”. Esta, sin embargo, fue vendida posteriormente a la empresa canadiense Cam Sin Mining, en el año 2009 (Ramírez, 2014). Cabe destacar que las operaciones actuales de la zona son llevadas a cabo por la compañía Vedome Resources Corp., originaria de Canadá, quien compró las concesiones de los pequeños empresarios, teniendo participación en la extracción de cobre, hierro, oro, magnesio, mercurio y zinc (Servicio Geológico Mexicano, 2020).
Lo mismo ha sucedido para el caso de empresas que se han dedicado a la extracción del litio, y que iniciaron como proyectos derivados de las actividades de empresas junior, pero que finalmente han pasado a manos de corporaciones que pueden considerarse como grandes empresas mineras. Entre estos proyectos se pueden mencionar el proyecto Sonora Lithium, y el proyecto Elktra, ubicados en Sonora., los proyectos de la empresa Silver Valley Metals, ubicados en Zacatecas y San Luis Potosí; los proyectos de la Zenith Minerals Limited, que se localizan principalmente en Zacatecas; el proyecto Lithium Brine, en Coahuila; o el proyecto Cerro Prieto, ubicado en Baja California, solo por mencionar algunos de los existentes actualmente en la zona norte del país (Olivera, Tornel & Azamar, 2022).
Pero a pesar de las posibilidades que se tienen para vender un proyecto y obtener una rentabilidad positiva a través de la exploración minera, el riesgo más grande al que se enfrenta una compañía junior, es el de la obtención de capital para inversión, ya que depende del financiamiento de las instituciones nacionales y bancarias, así como del financiamiento bursátil o de inversionistas privados que buscan obtener ganancias en períodos cortos de tiempo, y en muchas ocasiones sin tener ningún tipo de interés en la producción misma. Esta situación incide directamente en el proceso productivo a través de la constitución de los precios, la especulación de los mismos y en las directrices mismas del financiamiento que determinan las prioridades extractivas de las grandes firmas. De ese modo, el papel de las compañías junior en cuanto a los procesos de prospección y exploración mineras, suponen el primer nivel, dentro de la escala del fenómeno de financiarización, que rige la producción de recursos considerados como estratégicos en el panorama global.
En ese sentido, es importante mencionar el caso de compañías como Carbón Mexicano S.A y la Cía. Minera Caopas que tienen actividades en Coahuila en la producción de mineral de manganeso; la Compañía Minera Carson, Grafitos Mexicanos, o la Minera Real de San Javier, que operan en territorio de Sonora en relación a la producción de grafito. Asimismo, es de considerar las actividades de compañías como Minera y Metalúrgica del Boleo, que opera en Baja California Sur, o la de Representaciones Técnicas, mismas que tienen actividades en Nuevo León y que se involucran directamente en la producción de cobalto, minerales que en todos los casos, tienen una incidencia directa en la búsqueda por alcanzar un nuevo régimen energético de acuerdo con el consumo de dichos materiales para la producción de plantas de energía eólica, baterías, autos eléctricos, entre otros (Directorio del Sector Minero, Secretaría de Economía, 2020).
Estas y otras compañías, significan el primer paso para la introducción financiera a los territorios y comunidades que son afectados de manera directa por la producción minera y que afectan los marcos legales y normativos que permiten facilitar la gestión, administración y soberanía de los territorios en donde se ubican aquellos bienes naturales considerados como estratégicos al interior de la periferia y semi-periferia capitalistas, incluido por supuesto el territorio mexicano. De ese modo, la ampliación del marco de conocimiento de estas actividades, debe ser una respuesta para crear escenarios que puedan generar una alternativa para el avance del capital financiero tanto a nivel local como a nivel global. Esto quiere decir que las alternativas, solo tendrán lugar en la medida en la que se pueda conocer a profundidad la forma a partir de la cual operan las finanzas y el capitalismo en su condición actual.
[1] El concepto de recurso crítico, supone el desplazamiento de la categorización del uso del concepto “recurso estratégico” que fue una constante en el panorama geopolítico de la Segunda Guerra Mundial y el mundo de la Guerra Fría. Esto implica la necesidad por analizar las implicaciones que tiene el uso del concepto de recurso estratégico como fundamento para buscar encubrir los verdaderos requerimientos o necesidades de dichos bienes naturales en un panorama de conflicto hegemónico y de disputa por su administración y aseguramiento. Al respecto puede verse Alvarez, 2020 y Ceceña & Barreda, 1995.
Conclusiones:
Consideraciones finales
Más que dar una respuesta sobre los problemas que se desprenden a partir del fenómeno de la financiarización de los minerales estratégicos, o de dar cuenta de los conflictos territoriales que actualmente se manifiestan dentro del territorio mexicano como consecuencia propia del problema, lo que se pretende con esta intervención, es mostrar la relevancia geopolítica de dichos minerales en un panorama de transición energética y de colapso climático tal y como se asume actualmente, con el objetivo de explorar posibles rutas de investigación que den cuenta de las condiciones actuales con las que opera el capital financiero. Una de estas posibles rutas puede situarse en el estudio de los fenómenos acontecidos en el pasado, y que proyectan un problema similar en relación a la necesidad de los países centrales y de las empresas y corporaciones transnacionales que articulan sus esfuerzos mutuamente, en la búsqueda por adquirir y asegurar bienes naturales considerados como “recursos estratégicos” en distintos momentos históricos de crisis, cambio tecnológico o fases de acumulación capitalista (Álvarez, 2020).
Este panorama histórico plantea un desafío para el análisis y reconocimiento estructural de los actores que tienen un papel directo en los procesos de administración, extracción, comercialización y consumo de tales bienes naturales en contextos de dependencia estratégica (Saxe, 2009). En esa medida, cabría preguntarse por todos y cada uno de los actores que tienen una incidencia en las cadenas productivas que van desde la prospección y reconocimiento del territorio hasta el procesamiento y consumo de los diferentes minerales estratégicos requeridos en el presente cambio tecnológico, pasando por los procesos de adquisición, comercialización y traslado de los mismos. Por tanto, las respuestas se podrían enfocar en las instituciones, empresas, gobiernos o grupos de poder que facilitan el acceso a tales bienes naturales, a las actividades específicas a partir de las cuales les permiten a dichos actores el acceso a los territorios y comunidades donde se localizan tales minerales y que preparan el terreno para la depredación y colonialismo extractivos.
Acaso la pregunta central que pudiera guiar dicho análisis, podría situarse desde el cuestionamiento de la diferencia con la cual se plantean estos problemas en la actualidad, en contraste con aquellos que se localizan en el pasado. En otras palabras, ¿cuáles serían las características que toma el actual patrón de acumulación capitalista con régimen financiero, y cómo es que éste determina los procesos productivos que giran en torno a la administración, extracción, comercialización y consumo de los minerales considerados como estratégicos? Desde esta perspectiva, un análisis como el que se plantea, sugiere por tanto un intercambio constante entre los acontecimientos histórico-geopolíticos que han supuesto los fenómenos del colonialismo, del extractivismo, el imperialismo o la dependencia entre los países capitalistas centrales y la periferia y semi-periferia globales, es decir, un intercambio constante y crítico entre la historia y el presente.
Bibliografía:
Bibliografía
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