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Resumen de la Ponencia:
Usina HIDRELÉTRICA BARRA GRANDE (BRASIL): UMA BREVE BIOGRAFIA SOCIAL Katsura Nayane Balbinot [1] Arlene Anélia Renk[2] Grupo de Trabalho: GT04 Kopytoff (2008), responsável pela elaboração de etnografias de experiências africanas diferenciadas, considerou interessante realizar uma análise da biografia cultural das “coisas”. A perspectiva consiste em abordar a Usina Hidrelétrica de Barra Grande como uma coisa, analisando sua constituição, planejamento inicial, para entender sua situação e, segundo Bourdieu (2012), o sentimento de mal-estar no mundo, portanto, considerá-la como não significa que ela não tenha significado ou valor simbólico. Propomos traçar uma biografia da hidrelétrica de Barra Grande, no rio Pelotas, enfocando-a como mercadoria, a partir de uma perspectiva cultural, com base em dois estudos de Arjun Appadurai (2008), em sua obra A vida social dá coisas. Isso não representa a imersão no longo período decorrido em trâmites legais, burocráticos e disputas no momento do início efetivo da construção. Um esforço enorme, de disputas entre os estados vizinhos, consome tempo, esforços, desavenças e mudanças no projeto. Tomamos Barra Grande como mercadoria, ou o que está em jogo é "uma candidatura das coisas ao status de mercadoria mais conceitual do que temporário, e diz respeito aos padrões e critérios (simbólicos, classificatórios e morais) que determinam a transferibilidade das coisas em qualquer contexto social e histórico em particular” (Appadurai, 2008, p. 28). sua situação e, segundo Bourdieu (2012), o sentimento de mal-estar no mundo. A opção de traçar o quadro analítico da vida das pessoas e dos lugares por elas construídos é pauta de diversos autores das ciências sociais, como Lefebvre (2000), Certeau (1988), Massey (2005), Hannerz (2010 ), etc. , que sinalizam a importância de dois tecidos humanos na análise, não se resumem nas ideias formalistas econômicas clássicas (Knowles, 2014). , sentenças judiciais, artigos científicos, livros etc. Referências Appadurai, A. Não se trata de resumir as ideias formalistas econômicas clássicas (Knowles, 2014).A metodologia utilizada, pesquisa qualitativa, de natureza bibliográfica, passando por textos teóricos, literatura escrita, documentos, como atos governamentais, sentenças judiciais, artigos científicos, etc. Referências APPADURAI, Arjun. Não se trata de resumir as ideias formalistas econômicas clássicas (KNOWLES, 2014).A metodologia utilizada, pesquisa qualitativa, de natureza bibliográfica, passando por textos teóricos, literatura escrita, documentos, como atos governamentais, sentenças judiciais, artigos científicos, etc. Referências APPADURAI, Arjun.Uma vida social dá coisas : a mercadoria numa perspectiva cultural. Niterói: Editora da Universidade Federal Fluminense, 2008. BOURDIEU, Pierre. Capital simbólico e classes sociais. Revista Novos Estudos, n. 96, 2012. KNOWLES, Caroline. Trajetórias de um chinelo: microcenas da globalização. Londres, Pluto Press, v. 4, não. 2 p. 289-310. KOPYTOFF, Igor. Uma biografia cultural das coisas: a mercantilização como um processo. In : APPADURAI, Arjun. Você dá coisas para a vida social: a mercadoria a partir de uma perspectiva cultural. Niterói: Editora da Universidade Federal Fluminense, 2008.[1] Mestre em Direito pela Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ.[2] Doutora em Antropologia pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professora de dois Programas de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e em Direito da UNOCHAPECO.
Introducción:
Kopytoff (2008), responsável pela elaboração de etnografias de diferenciadas experiências africanas, pontuou como interessante realizar uma análise da biografia cultural das “coisas”.
A ideia, então, consiste em abordar a usina hidrelétrica de Barra Grande como coisa, analisando sua constituição, planejamento inicial, para entender sua situação e, de acordo com Bourdieu (2012), o sentimento de mal-estar no mundo, pois, considerá-la como coisa não significa que ela não possua significação ou valores simbólicos.
Propõem-se traçar uma biografia da hidrelétrica de Barra Grande, no rio Pelotas, enfocando-a como mercadoria, sob uma perspectiva cultural, na proposta dos estudos de Arjun Appadurai (2008), em sua obra A vida social das coisas. Isso não isenta a imersão no longo período percorrido em tramitações legais, burocráticas e de disputas até o momento do início efetivo da construção. Um esforço enorme, de disputas entre os estados ribeirinhos consumiu tempo, esforços, desavenças e mudanças no projeto.
Ao tomarmos Barra Grande como mercadoria, o que está em jogo é “a candidatura de coisas ao estado de mercadoria mais conceitual do que temporal, e concerne aos padrões e critérios (simbólicos, classificatórios e morais) que determina a trocabilidade de coisas em qualquer contexto social e histórico em particular” (Appadurai, 2008, p. 28).
A ideia, então, consiste em abordar referida hidrelétrica como coisa, analisando sua constituição, planejamentos iniciais, para entender sua situação e, de acordo com Bourdieu (2012), o sentimento de mal-estar no mundo.
Ademais, a opção por trazer ao quadro analítico a vida das pessoas e os lugares por elas construídos pauta-se em vários autores das ciências sociais, como Lefebvre (2000), Certeau (1988), Massey (2005), Hannerz (2010), etc., os quais sinalizam a importância dos tecidos humanos às análises, não se resumindo às ideias formalistas econômicas clássicas (Knowles, 2014).
A metodologia utilizada, pesquisa qualitativa, de cunho bibliográfico, recorrendo a textos teóricos, literatura escrita acerca das hidrelétricas em questão, documentos, como atos governamentais, sentenças judiciais, artigos científicos, livros etc.
Desarrollo:
A história da Usina Hidrelétrica de Barra Grande, implementada pelo consórcio BAESA que, por sua vez, é integrado pelas empresas Alcoa, Votorantim, Camargo Corrêa, CPFL e DME Energética, teve início no ano de 1998, ocasião em que o IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, permitiu a construção da barragem em um espaço existente na divisa entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Tocante ao consórcio responsável pela UHE Barra Grande, a DME Energética S.A./ DME Energética Ltda. é uma empresa pública de direito privado, com sede Poço de Caldas – MG. O Departamento Municipal de Energia Elétrica de Poços de Caldas detém 8,8189% de participação na Barra Grande Energética S.A. - BAESA, que é a detentora da concessão da usina. Por sua vez, a BAESA tem a seguinte composição acionária[1]: Alcoa Alumínio S.A. (42,18%); CPFL Geração de Energia S.A. (Companhia Paulista de Força e Luz) atual faz parte da State Grid Corporation of China (25%); Companhia Brasileira de Alumínio (15%); Barra Grande Participações S.A. (9%) e DME Energética S.A. (8,82%).
A UHE Barra Grande tem seu eixo de barramento situado no rio Pelotas, um dos principais afluentes do rio Uruguai, distante aproximadamente 43 quilômetros à montante da foz do rio Canoas, entre o Município de Esmeralda-RS e Anita Garibaldi-SC. A licença ambiental foi concedida, autorizando assim a inundação de cerca de 6 mil hectares de floresta e a origem de um lago de aproximadamente 94 quilômetros quadrados. Além destes fatores ambientais, a incorporação da barragem guarda significativos reflexos sociais: aproximadamente 2.500 famílias de pequenos e médios agricultores rurais seriam atingidas, a maioria, dependentes da região para o próprio sustento. A obra em sua plenitude afetou os Municípios de Anita Garibaldi, Cerro Negro, Campo Belo do Sul, Capão Alto e Lages, em Santa Catarina, e Pinhal da Serra, Esmeralda, Vacaria e Bom Jesus, no Rio Grande do Sul.
Os levantamentos para dar início à proposta foram realizados pela recém criada Centrais Elétricas do Sul do Brasil S.A. – ELETROSUL, subsidiária das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – ELETROBRAS. Quando do início dessa idealização, foram pensados 19 aproveitamentos e 3 barramentos para controle de vazão que se demonstraram interessantes e passíveis de implementação (Canalli, 2002).
Nos anos de 1980, com a crise econômica que assolou o Brasil, o setor elétrico sentiu dificuldade de levá-lo adiante pois, além da estagnação econômica, passaram a perceber forte resistência popular em relação à implementação deste tipo de empreendimento.
Foi neste contexto que, na década de 1980, a fim de atender a demanda social de dar atenção aos variados problemas que circundam a construção de barragens e hidrelétricas, o governo brasileiro viu-se obrigado a adotar uma série de medidas e recomendações relativas ao setor elétrico de forma institucionalizada.
Na década de 90, o país enfrenta um período de privatizações, fundamentado internamente no liberalismo econômico, porém permeado de influência internacional pautada na globalização.
Antes da privatização, todavia, as empresas estatais foram divididas e distribuídas, de acordo com os interesses de mercado. Assim, na região sulista, a ELETROSUL foi dividida, originando as empresas Centrais Geradoras do Sul do Brasil S.A. (GERASUL) e a Empresa Transmissora de Energia Elétrica do Sul do Brasil S.A. (ELETROSUL).
Pouco tempo depois, a empresa GERASUL foi privatizada, passando a pertencer ao grupo belga Tractebel Eletricity e Gas Internacional, por sua vez integrante do grupo belga Suez/Engie.
Com as privatizações, as ações governamentais relativas ao setor elétrico voltaram-se ao controle de outros órgãos e agências, como a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
Após um considerável período de falta de planejamento da política energética nacional, adveio a crise no abastecimento e o consequente racionamento no uso de energia elétrica, conhecido como “apagão”, ocorrido no ano de 2000. Objetivando resolver o problema, o governo federal estabeleceu prioridades e alternativas que, todavia, não envolveram a substituição da matriz energética. Ao contrário, reforçou-se a hidroeletricidade como atividade prioritária, fomentando-se o planejamento sistemático de sua expansão. Do mesmo modo, a adoção de medidas para resolver a questão não abordou a institucionalização de uma política socioambiental (Ruppenthal, 2013).
Todas estas informações devem estar inseridas obrigatoriamente nos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e nos Relatórios de Impacto Ambiental (RIMA), de elaboração sob a responsabilidade das empresas e grupos interessados na implementação do empreendimento. Contudo, não raro os dados são muito divergentes da realidade verificada quando do início das obras, dependendo inclusive da compreensão de atingidos[2].
Barra Grande foi idealizada por um projeto desenvolvimentista encabeçado pela Empresa ELETROSUL, no qual foi planejada a construção de 19 aproveitamentos e 3 barramentos para aproveitamento de vazão na bacia do Rio Uruguai. Foi construída após as UHE de Itá, de Machadinho, de Passo Fundo, sendo seguida pela UHE de Campos Novos e UHE Foz de Chapecó (Rocha, 2013).
A UHE de Barra Grande possui potência instalada de 690 MW e a garantia física é de 380,6 MW. A hidrelétrica entrou em operação no dia 1° de novembro de 2005, com uma máquina, ativando outras duas no ano seguinte. O reservatório da grande obra possui 94 km² e sua barragem conta com 185 metros de altura.
O que torna a experiência vivenciada em Barra Grande única é o impacto ambiental. Conflitos e desacordos socioeconômicos e impasses entre moradores locais e a empresa verificaram-se em praticamente todas as obras deste tipo.
O documento de autorização para o início da obra, expedido à época pelo órgão federal responsável, IBAMA, não fez menção à existência, no espaço em que seria construída a hidrelétrica, de uma floresta de araucária de aproximadamente 6 mil hectares. Quando o “problema” da existência da mata de araucária foi percebido, o muro de concreto da obra já contava com 185 metros de altura, tendo custado aproximadamente 1,36 bilhão de reais, tendo servido de principal argumento para a sequência da obra que, caso interrompida, ensejaria “grave prejuízo” às empresas integrantes do consórcio, que se eximiam de qualquer culpa na irregularidade do licenciamento.
O Estudo de Impacto Ambiental elaborado pela empresa Engevix[3], no ano de 1999, a pedido do grupo empresarial interessado em construir a hidrelétrica foi silente em relação à existência da mata de araucárias, espécime da flora está que em diversas variações encontra-se ameaçada de extinção, além de mais de 50% do espaço ser composto por matas primárias e secundárias em avançado estado de regeneração, algo raro nos remanescentes da Mata Atlântica. Por sua vez, apesar da considerável extensão da mata mencionada, como já dito, sua existência no local também não foi percebida pelo IBAMA, que expediu autorização para o início da obra.
A existência da floresta de araucárias só “apareceu” quando o muro de contenção da água já estava totalmente construído e o consórcio responsável pela construção solicitou autorização para extrair e transportar as araucárias existentes no local, antes da inundação do espaço.
Quando se percebeu, a celeuma já estava estabelecida. De um lado, o consórcio investidor sustentava a autorização para a construção e o consequente represamento de água, enquanto, de outro lado, a sociedade civil se organizava e se mobilizava para tentar salvar os interesses ambientais em jogo. Viu-se então o surgimento de vários movimentos sociais e associações, assim como entidades e associações que já traçavam suas trajetórias acerca das questões envolvendo este tipo de empreendimento passaram a atuar em Barra Grande e seus arredores, como foi o caso da Rede de Organizações Não-governamentais da Mata Atlântica e a Federação das Entidades Ecologistas de Santa Catarina.
Teve início uma batalha judicial perante o Tribunal Regional Federal da 4ª região, por meio de uma Ação Civil Pública proposta pelas duas entidades acima descritas, que posteriormente recebeu vários litisconsortes ativos, sob o argumento principal de que houve fraude no licenciamento ambiental, mediante a ocultação da existência de Floresta de Mata Atlântica, formada por diversas espécies ameaçadas de extinção.
[1]http://www.baesa.com.br/baesa/subcategoria.php?&cod_modulo=6&cod_categoria=32&cod_subcategoria=34
[2] A questão envolvendo a conceituação de atingidos é facilmente percebida nos números de atingidos por este tipo de empreendimento no Brasil. enquanto o Movimento dos Atingidos por Barragens menciona aproximadamente 1 milhão de atingidos, o setor elétrico faz menção a aproximadamente 300 mil pessoas afetadas.
[3]A empresa presente em vários empreendimentos, ou como construtora ou como responsável pelos estudos técnicos. Paradoxalmente, no ano seguinte, em 2000, foi a representante do setor empresarial na Comissão Mundial de Barragens.
Conclusiones:
Ao analisar o papel dos Estados e a formação dos consórcios a fim de implementar obras de grande vulto, como as barragens e as hidrelétricas, abstrai-se a incansável argumentação pública no sentido de crescimento econômico, ainda que ao alto custo socioambiental.
A resistência à incorporação e barragens e a realocação de milhares de pessoas sempre existiu. Mas é há algumas décadas que os movimentos antibarragens tem se destacado e ganhando força, alcançando teias de relacionamento e respaldo transnacionais.
É realidade a contínua ascensão alcançada nas últimas décadas pelas empresas multinacionais e, com esse crescimento, vê-se aumentar também seu poder opressivo.
Nesse contexto, os movimentos conhecidos como antiglobalização e justiça social passaram a deter um alcance global de suas manifestações. Isso em razão especial de suas estratégias transnacionais de atuação.
Concomitante, observa-se que os Estados estão, de modo geral, retirando-se do centro das disputas e cedendo espaço aos organismos, instituições e grupos internacionais interessados nos empreendimentos, de maneira que os movimentos sociais vêem-se obrigados a pressionar, muitas vezes de forma direta, as empresas multinacionais para alcançar algum avanço em suas batalhas.
No entanto, o deslocamento do foco local para o global requer atenção, já que é naquele onde, diretamente, verificam-se maiores impactos na vida das pessoas, no qual estas são afetadas mais diretamente. Assim, infere-se a necessidade de se intensificar e se dedicar às lutas no âmbito local e nacional, expandindo-as também ao cenário transnacional e global. Além disso, infere-se a necessidade de trazer novamente o Estado à responsabilidade mais direta, uma vez que trabalhar para o bem do povo é o seu objetivo.
Em análise aos movimentos sociais propriamente ditos, realizou-se uma abordagem, no caso brasileiro, inicialmente dos movimentos verificados nas barragens e usinas hidrelétricas da bacia do Rio Uruguai, para, posteriormente, adentrar no caso de Barra Grande. Isso porque, muito do que se verificou nesta, pode ser como uma continuidade da luta iniciada nas demais obras das redondezas, que se valiam das experiências anteriores para obter mais êxito.
O documento de autorização para o início da obra, expedido à época pelo órgão federal responsável, IBAMA, não fez menção à existência, no espaço em que seria construída a hidrelétrica, de uma floresta de araucária de aproximadamente 6 mil hectares. A presença da floresta só foi percebida quando a própria empresa solicitou autorização para derrubar a vegetação, no ano de 2003.
Quando o “problema” da existência da mata de araucária foi percebido, o muro de concreto da obra já contava com 185 metros de altura, tendo custado aproximadamente 1,36 bilhão de reais, tendo servido de principal argumento para a sequência da obra que, caso interrompida, ensejaria “grave prejuízo” às empresas integrantes do consórcio, que se eximiam de qualquer culpa na irregularidade do licenciamento.
O Estudo de Impacto Ambiental elaborado pela empresa Engevix no ano de 1999 foi silente em relação à existência da mata de araucárias, espécime da flora está que em diversas variações encontra-se ameaçada de extinção, além de mais de 50% do espaço ser composto por matas primárias e secundárias em avançado estado de regeneração, algo raro nos remanescentes da Mata Atlântica. Por sua vez, apesar da considerável extensão da mata mencionada, sua existência no local também não foi percebida pelo IBAMA, que expediu autorização para o início da obra.
A questão envolvendo a construção da UHE Barra Grande foi judicializada e, após idas e vindas, entre decisões judiciais, manifestações, mobilizações, articulações, a floresta foi derrubada e a represa inundada, os atingidos relocados e a energia foi gerada. Os benefícios foram obtidos por alguns e os prejuízos sentidos por outros. O caso emblemático envolvendo Barra Grande é ainda por muitos incompreendido. Um erro incutido à uma empresa contratada para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental justificou a expedição da licença ambiental de instalação e da autorização para suprimir uma Floresta de Araucárias, abrigo de diversas espécimes em extinção e, por isso, justificou a relativização da legislação ambiental.
Praticamente todos os órgãos ambientais e jurídicos de ambos os estados (Santa Catarina e Rio Grande do Sul) tomaram conhecimento dos fatos, que inclusive foram submetidos à apreciação do Poder Judiciário. A omissão da Floresta no relatório foi reconhecida, mas isso não impediu que uma decisão adequada aos interesses socioambientais em jogo fosse tomada.
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Palabras clave:
Usinas Hidrelétricas. Biografia Social. Barra Grande.