Resumen de la Ponencia:

Vivir en condiciones de marginalidad y pobreza implica expectativas muy distintas cuando se es parte de una comunidad religiosa pentecostal. Participar del culto y prácticas religiosas de una congregación cristiana supone compartir membresía, no sólo a una comunidad protestante, sino a una red de intercambio que, bajo ciertas condiciones temporales, puede tener efectos positivos en términos de movilidad social intra e intergeneracional.Diversos estudios han demostrado la importancia de las redes sociales de intercambio y aprovisionamiento para comprender las condiciones de existencia y la reproducción social de distintos estratos sociales. Esta ponencia presenta resultados preliminares de un estudio etnográfico sobre el don o, mejor dicho, la ofrenda y las redes de apoyo en una comunidad bautista-pentecostal en Guadalajara, Jalisco; compuesta por fieles de distintos orígenes sociales.Se encuentra que, lejos de ser un fenómeno meramente religioso, el protestantismo se inserta en complejas dinámicas sociales, urbanas y económicas. Se evidencia, por ejemplo, un modo de sociabilidad urbana atípico tanto por el encuentro e interacción de sujetos con diametralmente distintos rangos de ingreso, cómo por los ideales colectivistas y la centralidad del don cómo medio de relación con el otro.Asimismo, a partir de la pandemia por Covid-19, se muestra la importancia de la red de apoyo protestante en paliar la crisis y asegurar el aprovisionamiento de los fieles que fueron más afectados. Más allá del acompañamiento y apoyo en la gestión emocional, se revela la función asistencialista y redistributiva que adopta la institución religiosa a nivel local y autogestivo; labores que son atribuidas al Estado regularmente.De tal manera que vincular religión a la discusión de las relaciones de clase vuelve posible comprender de una manera más compleja la desigualdad social. Pues, las relaciones entre la clase media y los estratos más bajos, lejos de ser meramente económicas, extractivistas o antagónicas, se presentan más complejas al incluir regalos, donaciones, favores y, además, intercambios personales de amistad.Distintos recursos que, más allá de paliar la miseria o reducir la vulnerabilidad, facilitan biografías de movilidad social ascendente. Sobre todo entre los fieles más jóvenes y con mayor grado de integración y tiempo de pertenencia a la red de apoyo que tiene lugar a propósito de la congregación.  

Resumen de la Ponencia:

Se analiza la viabilidad político-estratégica que enfrentaría una política de Renta Básica Universal (RB) en el Chile contemporáneo. El estudio tiene como objetivo cotejar tres criterios fuertes de la política de RB (universalidad, incondicionalidad e individualidad), con las respectivas posiciones que demuestran los agentes implicados en la formulación de políticas.Por viabilidad político-estratégica se entiende el proceso por el cual los actores políticos logran internalizar criterios normativos, establecer agendas, coordinar alianzas y coaliciones que permiten materializar proyectos. Si bien la viabilidad político–estratégica es una cuestión perentoria para la realización ulterior de la política —en este caso de RB—, esta es solo una parte constitutiva de un marco analítico mayor, que se completa considerando otros tres tipo de viabilidad política: la psicológica, institucional y conductual (De Wispelaere & Noguera, 2012). El análisis de estos otros tipos de viabilidad exceden los alcances del presente trabajo.Además, en este marco existe una premisa sociológica básica: política implica poder producir efectos intencionales en el resto, o sea, política implica agencia. En este sentido, se reconocen dos tipos de agencia: discreta y difusa. Aquí se trabajará con agentes discretos: actores fácilmente reconocibles y que son poseedores de ciertas capacidades e intenciones distintivas, a diferencia de la agencia difusa, en donde los actores o grupos no son tan fácilmente identificables. Asimismo, la agencia siempre se ve enfrentada a ciertos tipos de restricciones: las prospectivas, es decir, aquellas que afectan su capacidad de realización; y las restricciones retrospectivas, es decir, aquellas que afectan el funcionamiento y resiliencia de la política.Se ejecutó un total de siete entrevistas semiestructuradas a diputados/as, abarcando el amplio marco político– ideológico que compuso el Congreso de la República (periodo 2018–2022). El producto fue trabajado con la técnica de análisis de contenido apoyado por software de análisis cualitativo. Se busca identificar las restricciones prospectivas que demuestran los representantes acerca de los criterios de universalidad, incondicionalidad e individualidad que reviste la propuesta de RB.Si bien sectores de izquierdas se demuestran más proclives a una política de RB ‘plena’, algunos de sus criterios pueden ser abrazados por sectores liberales. A la derecha le interesa la simplificación burocrático-administrativa que significa la propuesta, pero no se comparte el espíritu predistributivo. En cualquier caso, la incipiente discusión en Chile se ve enfrentada al trilema de la RB (Noguera, 2019), esto es, no es posible tener al mismo tiempo una RB plena y de manera inmediata. El éxito de la propuesta pasa por, en principio, flexibilizar los criterios de universalidad e incondicionalidad (sin renunciar a ellos), e impulsar políticas de garantía de ingresos más acotadas que despejen miedos y prejuicios de las bondades de la universalidad y la incondicionalidad en una sociedad que reclama bienestar y seguridad socioeconómica.

Resumen de la Ponencia:

No cenário pandêmico a noção de risco voltou a estar no centro de atenção em diversos esfera da sociedade. As questões da teoria de sociedade de risco, de Ulrich Beck (2010), como riscos globais e invisíveis, bem como noções de conhecimento e saber científico tornaram-se presente no contexto da pandemia da Covid-19, influenciando decisões, coletivas e individuais, políticas públicas e controle e organização social. Isolamento social, higienização e vacinação passaram a permear a vida social. Um caloroso e difícil debate suscitado foi o da confiança no conhecimento científica. Houve embates, desde a existência ou não da pandemia, como também de sua origem, gravidade, precaução e tratamento. Setores da sociedade passaram a negar e combater o saber científica. Este cenário levantou discussões sobre liberdade individual e direitos coletivos, tema caro que remete ao debate clássico e recorrente nas ciências sociais sobre a dicotomia entre indivíduo e sociedade. Nos estudos sobre riscos, esta questão é bem elaborada sob a perspectiva do saber perito e o reconhecimento ou não desse conhecimento pelos leigos. A aceitação, o questionamento e até a negação da ciência se traduziram no período pandêmico na adesão ou não de práticas e ações, recomendadas por especialistas da área de saúde, como lockdown, uso de máscaras e vacinação. A crença ou a descrença, a confiança ou a desconfiança e a aceitação ou negação estão relacionadas à percepção de riscos de cada grupo ou segmento social. Esta percepção, por sua vez, está relación ao contexto social vivido. As configurações políticas, econômicas, religiosas e ideológicas influem na percepção de risco, conforme a afiliação e o modo de inserção no meio social em que se vive, ou seja, é fruto das particularidades culturais de diferentes formações sociais. A teoria cultural do risco formulada por Mary Douglas e Aaron Wildavsky (2012) refuta uma noção de que uma percepção de risco é o resultado exclusivamente de dois modelos matemáticos. Nessa perspectiva teórica, não há separação entre riscos físicos objetivamente calculados e a percepção subjetiva das pessoas. Nesta comunicação, além da referência à teoria da sociedade risco de Beck (2010), a análise se guiará também pela contribuição culturalista de percepção de risco de Douglas e Wildavsky (2012), em especial sobre a contribuição desses autores para se pensar riscos voluntários e riscos involuntários e riscos desconhecidos e irreversíveis. A proposta é refletir, no cenário pandêmico, até que ponto os riscos aceitos voluntaria por uns, em nome da liberdade individual de escolhas, terminam contribuindo na difusão de riscos que atingem todo um coletivo. Ou seja, analisar até que ponto a percepção e aceitação de riscos de uns interfere nos riscos que afetam outros. 

Introducción:

No cenário pandêmico da Covid 19, a noção de risco voltou a estar no centro de atenção em diversos esfera da sociedade. As questões da teoria de sociedade de risco, de Ulrich Beck (2010), como riscos globais e invisíveis, bem como noções de conhecimento e saber científica, tornaram-se presente nesse contexto, influenciando decisões, coletivas e individuais, políticas públicas e controle e organização social.

Um caloroso e difícil debate suscitado foi o da confiança no conhecimento científica. Houve embates, desde a existência ou não da pandemia, como também relativos à sua origem, gravidade, precaução e tratamento. Alguns setores da sociedade passaram a negar e combater o saber científica. Situação que levantou discussões sobre liberdade individual e direitos coletivos, tema caro que remete ao debate clássico e recorrente nas ciências sociais sobre a dicotomia entre indivíduo e sociedade.

Nos estudos sobre riscos, esta questão é bem elaborada sob a perspectiva do saber perito e o reconhecimento ou não da expertise de especialistas pelos leigos. A aceitação, o questionamento e até a negação da ciência se traduziram no período pandêmico na adesão ou não de práticas e ações, recomendadas por agentes da área de saúde. Questões como isolamento social, higienização, uso de máscaras protetivas e vacinação passaram a permear a vida social, mesmo daqueles que desacreditavam ou desejavam se alijar da nova realidade que se impunha. A crença ou a descrença, a confiança ou a desconfiança e a aceitação ou a negação estão relacionadas à percepção de riscos de cada grupo ou segmento social. Essa percepção, para o seu tempo, é um contexto social vivido. As configurações políticas, econômicas, religiosas e ideológicas influem, em grande medida, na percepção de risco, conforme a afiliação e o modo de inserção no meio social em que se vive, ou seja, é fruto das particularidades culturais de diferentes formações sociais. 

Nesta comunicação, além da referência à teoria da sociedade de risco de Beck (2010), sobre riscos globais e invisíveis, a análise se guiará também pela contribuição culturalista de percepção de risco de Douglas e Wildavsky (2012), em especial sobre a contribuição desses autores para se pensar riscos voluntários e riscos involuntários e riscos desconhecidos e irreversíveis. A teoria cultural do risco formulada por esses autores refuta a noção que a percepção de risco seja fruto exclusivamente de modelos matemáticos. Nessa perspectiva teórica, diferentemente da perspectiva objectivista que predomina nas ciências exatas, não há separação entre riscos fisicamente calculados e a percepção subjetiva das pessoas. 

A proposta deste trabalho, portanto, é refletir, no cenário pandêmico, até que ponto os riscos aceitos voluntaria por uns, em nome da liberdade individual de escolhas, terminam contribuindo na difusão de riscos que atingem todo um coletivo. Ou seja, analisar até que ponto a percepção e a aceitação de riscos de uns interfere nos riscos que afetam outros. 

Desarrollo:

Sociedade de risco e pandemia

O sociólogo alemão Ulrich Beck, em seu livro Sociedade de Risco, escrito em 1986, apresenta uma teoria social sobre a modernidade reflexiva que tem grande repercussão no meio acadêmico. Beck propõe, contrariando a perspectiva positiva e utópica da modernização, uma visão um tanto sombria da modernidade. Para o autor, o desenvolvimento científico e industrial não trouxe apenas benefícios para a sociedade, mas também males de grande proporção espacial e temporalmente. second, a modernidade é um momento de rupture histórica. Essa ruptura, contudo, não significa que estamos na pós-modernidade, mas sim que há a reconfiguração da própria modernidade, em que ocorre a transformação de uma sociedade industrial clássica, caracterizada pela produção e distribuição de riquezas, para uma sociedade de produção e distribuição de riscos.

Nessa nova fase da modernidade, a reflexiva ou modernidade tardia, segundo Beck, os riscos passaram a ser globais e de grandes dimensões espacialmente e no tempo. São globais porque, independentemente dos lugares onde os riscos são produzidos, eles atravessam fronteiras e interligam diferentes espaços e alcança a todos, independentemente de onde, como e em que situação se vive, embora, conforme o próprio autor reconhece, para as populações economicamente desfavored, a gravidade dos riscos é maior e com mais consequências. Ou seja, apesar de ser equânime, os mais pobres são mais vulneráveis e com menor capacidade de resiliência que os ricos. Além da abrangência espacial, a repercussão dos riscos da modernidade avança na linha temporal, podendo se manifestar e ecoar por muito tempo, demonstrando imprevisibilidade e incerteza, até mesmo por conta de seu caráter de invisibilidade, desfazendo certezas e driblando cálculos probabilísticos. 

Em relação à pandemia do Covid 19, pode se afirmar que o processo de modernização tem uma relação estreita com esse fenômeno. Isto porque a pandemia pode estar ligada a certas transformações ocorridas na contemporaneidade, como a degradação ambiental e o desenvolvimento dos meios de transportes. A degradação ambiental, como desmatamento das floresta e a urbanização acelerada, pode ter propiciado a ocorrência de  spillover, que é um processo de transformação ecológica em que um vírus  ou micróbio consegue migrar e se adaptar de um hospedeiro para outros, situação apontada por especialistas como uma das fortes possibilidade de transmissão do vírus SARS-CoV-2.

Por sua vez, os avanços tecnológicos possibilitaram a modernização do sistema de transporte, o que ocasionou um intenso e rápido fluxo de pessoas. Com a advento da modernidade, o mundo se tornou relativamente menor, pois as distâncias se encurtaram por conta da ampliação e maior velocidade dos meios de transportes, facilitando os deslocamentos espaciais, a maior circulação de pessoas e mais contatos entre elas. Em contrapartida, a propagação de vírus em uma sociedade moderna e globalizada ficou mais rápida, atingindo várias localidades e contagiando grande parte da população em curto prazo de tempo, em comparação com outros períodos históricos, quando os meios de transporte eram mais lentos e de menor acessibilidade. Por sua vez, o rápido contágio facilita ainda a formação de novas cepas de vírus e ocasiona a rápida disseminação em sucessivas ondas de transmissão, gerando um quadro pandêmico, que é o termo utilizado para se referir a uma epidemia, que é o surto que afeta uma determinada locale e se espalha rapidamente por diferentes continentes com transmissão sustentada entre pessoas.

É nesse contexto que o vírus da Covid 19 adquiriu um caráter pandêmico, pois em pouco tempo deixou de ser uma doença restrita a uma localidade e se globalizou. No day 31 of dezembro of 2019 to WHO (Organização Mundial da Saúde) foi alertada da ocorrência de vários casos de doença de tipo respiratório, na cidade de Wuhan, na China. No início de janeiro de 2020, as autoridades de saúde chinesa anunciaram a identificação de um novo tipo de coronavírus. Tratava-se de uma nova cepa que não havia sido identificada antes em seres humanos. Esse novo coronavírus é responsável por causa a doença que foi denominada de COVID-19. Em 30 de janeiro de 2020, a OMS declarou que o surto desse coronavírus se constituaba como emergência de Saúde Pública de importância internacional, em razão de ser um evento que pode se constitute como um risco para a população de diversos países devido a sua capacidade de se espraiar espacialmente, ganhando contorno globalizante. A alta transmissibilidade e a rapidez que chegou a diversos locais fez com que, em 11 de março de 2020, a OMS caracteriza-se a COVID-19 como uma pandemia.

Por seu turno, em relação à origem do novo coronavírus, tal investigação ainda continua em curso. Em março de 2021, a OMS divulgou um relatório com algumas suposições, considerando que geralmente é preciso tempo para identificar a origem de um vírus. Entre as hipóteses consideradas mais prováveis está a que sugere que o vírus primeiramente se apresentou em um animal (morcego, visom ou pangolim) que entrou em contato com humanos, que infectados, passaram a transmitir o novo coronavírus a outros humanos. Supõem-se, nessa hipótese, que a mutação ocorrida tenha origem um processo natural, embora essa modificação tenha sido provocada, provavelmente, pelos efeitos da modernidade no meio ambiente. Mas há também hipóteses, atreladas a teorias de biopolítica e geopolítica, que consideram que o vírus tenha sido manipulado pelo homem em laboratório, seja por acidente ou intencional, neste caso por interesse econômico e político, argumentação que, por sua vez, é considerada como pertencente a correntes de teorias da conspiração. Contudo, é importante frisar que somente o rigoroso e metódico exercício científico poderá responder sobre a gênese desse vírus. Entretanto. Se a origem do novo coronavírus não pode ser creditada de forma contundente aos efeitos da modernidade, a sua alta transmissibilidade de característica pandêmica é, de certa forma, fruto da modernidade da sociedade globalizada e de riscos.

Ciência 

Um debate gerado incessantemente no contexto pandêmico do coronavírus é relativo ao conhecimento científico e à negação desse conhecimento. Esse debate, todavia, não é novo e nem é exclusivo a esse cenário. Já fez parte de outros contextos históricos. O desenvolvimento científico ao se orientar e buscar explicações não teológicas para fenômenos físicos, químicas, biológicas e sociais gerou descontentamentos e perseguições por parte da sociedade que tinha o poder político, ideológico e econômico. A condenação à morte na fogueira de Giordano Bruno e a perseguição sofrida por Galileu Galilei por autoridades religiosas na Idade Moderna são emblemáticas das consequências do negacionismo científica.

 O negacionismo científico, entretanto, não se restringiu ao momento histórico em que estava criando seus pilares e rigor metodológico, a partir de métodos que envolvem um conjunto de técnicas e procedimentos especializados. Mesmo na contemporaneidade, em que já um acumulo de conhecimentos acquired, desenvolvidos e debatidos rigorosamente, ainda há setores da sociedade que não apenas duvidam e questionam o conhecimento científica, mas que o negam e o combatem, motivados por fatores de diversas ordens, como fundamentos religiosos, questões ideológicas, interesses econômicos e políticos. Duvidar e questionar o conhecimento não é em si um problema. Desconfiar, ficar ressabiado, não ter certeza são práticas do senso comum que podem até contribuir para o aprimoramento do saber científica, especialmente se incentivar o investimento na melhor comunicação do saber perito com o público leigo. Ou seja, o problema não é duvidar, mas sim negar o conhecimento científico baseado puramente em achismos, sem seguir rigorosos critérios de análise e aplicação de metodologia. É necessário ressaltar que a ciência não prescinde da dúvida, pelo contrário, ela tem por princípio o questionamento, mas essa tem que ser amparada pelo rigor metódico, não podendo ser baseada por contestações guiadas meramente pela intuição e por visões preconcebidas apoiadas em opiniões estritamente do senso comum. Em uma pesquisa científica se cria hipóteses, que podem ser confirmadas ou não, com a aplicação de metodologias que comprovem um resultado.

Além disso, não se pode pensar que o conhecimento científico persegue meramente um ponto final. A caminhada é longa e é fruto de um acúmulo de estudos e de experimentações. Uma descoberta cientifica de hoje é herdeira de um legado de outras tanta pesquisas. O conhecimento científica, além de não ser originário do nada, também não se viabiliza sozinho, pois só se sustenta coletivamente, na comunidade acadêmica, passando por critérios rigorosos de avaliação, aprovação e contribuição entre pares e canais de divulgação científica.

Outro ponto a ser destacado, é que o conhecimento científico não pode ser visto como uma a solução de todos os problemas. Não se pode criar a ilusão que a ciência resolve tudo. A fase da ciência como uma crença que elimina todas as incertezas, como no movimento positivista de séculos anteriores, já foi revista, especialmente após as grandes guerras mundiais, em que o uso tecnológico serviu como poderio bélico e demonstrou que o progresso não é necessariamente sinónimo de ordem, mas também gera caos e cria novos problemas. Até porque, a produção do conhecimento científico não é um processo neutro e nem é isolado, descolado de outros aspectos sociais. Há todo um jogo de forças operantes, onde há a participação de diversas instituições e agentes sociais, havendo, na cadeia de desenvolvimento e disseminação da ciência, a representação de vários interesses e escolhas de diferentes ordens, como a econômica e a política. 

Contudo, as dúvidas e as incertezas em relação ao conhecimento científico têm que fazer parte de um processo reflexivo e não uma negação sem nexo. Porém, se o negacionismo é efetivamente descabido por carecen de sustentação metodológica, ele não é destituído de interesses em diversas frentes. Há quem desacredita a ciência por interesses econômicos e jogadas políticas. Há, por sua vez, quem não confiam e negam a ciência por terem uma visão que a prática científica é fonte de desequilíbrio e desarmonia na natureza, em razão das transformações e mutações que submetem os corpos humanos e o meio ambiente. Há negacionismo também por fundamentalismo religioso, pois acreditarem que a ciência estaria desconfigurando a criação divina. No atual contexto pandêmico, é perceptível que o negacionismo é fortemente alimentado por questões ideológicas, No Brasil, 0 negacionismo transformou-se inclusive em ação de governo, quando no auge da pandemia, no decorro dos anos de 2020 e 2021, a principal autoridade do poder executivo federal entrou em rota de coalização com cientistas e instituições científicas que alertavam para os graves problemas da pandemia do Covid-19 e recomendavam medidas preventivas,  como o isolamento social, o uso de máscaras e a vacinação da população. Lideranças do governo, até onde puderam, ignoraram a advertência, menosprezaram a doença e não apenas não incentivaram esses procedimentos, como fizeram campanha contra essas medidas, se valendo da propagação de desinformação. O que ocorreu foi um embate, por um lado a comunidade cientifica alertando e recomendado cuidados em relação a pandemia e por outro lado uma forte campanha contra as argumentações científicas. 

A propagação de notícias falsas se vale de um processo de aceleração e abundância de notícias. Em uma sociedade cada vez mais imediatista, a reflexão mais apurada é dificultada pela proliferação de notícias duvidosas e por opiniões muitas vezes baseadas em visões preconceituosas e fundamentalistas. Há o uso de preconcepções inviabilizadoras da reflexão, que tem que ser concebida por processos de desconstruções para possibilitar reconstruções. Ou seja, o ritmo acelerado de informação em uma sociedade pode impedir a ponderação e a reflexão e, nesse sentido, a informação não significa necessariamente mais conhecimento.   

Riscos voluntários e involuntários e a liberdade individual e o direito coletivo 

No livro Risco e Cultura, by Mary Douglas and Aaron Wildavsky (2012), é apresentado o pressuposto que os riscos são construções sócio-culturais, não podendo ser interpretados como um conceito objetivo e mensurável, mas sim como algo construído social, cultural e politicamente. As opções de quais riscos são monitorados, aceitos, tolerados, temidos ou ignorados fazem parte da forma como a sociedade e grupos sociais se constituem e vivenciam sua realidade e visão de mundo. Há opções culturais por determinadas estilos de vida que influenciam nas percepções de riscos. Por sua vez, a forma como as pessoas estão inseridas e posicionadas socialmente faz com que certos riscos estejam mais presente ou distantes do que outros no universo social vivido. Por seu turno, as decisões políticas, que estão envoltas em relações de poder em uma esfera, mas ampla de uma sociedade, são responsáveis pelo debate e definição sobre políticas públicas e sua relação com gestão de riscos, pois tais práticas, ações ou omissões contém graus possíveis de riscos. Nesse aspecto , há uma outra dimensão do risco a destacar: a responsabilidade sobre sua gestão. A forma como cada governo se envolveu e atuou na pandemia é um exemplo de decisão política e as relações de poder em jogo. Nesse quadro de gestão de risco, ele é pensado, calculado e administrado conforme os pressupostos políticos adotados. Dessa forma, o sucesso ou o fracasso do modelo de gestão de risco implementado é de responsabilidade do poder público. 

As ações de políticas públicas ou a falta delas influenciaram a forma como os grupos sociais se envolveram no cenário pandêmico. O primeiro ponto a ser destacado está no reconhecimento ou não da pandemia por parte dos responsáveis pela gestão pública. No caso brasileiro, além da demora em reconhecer a situação pandêmica, por inclusive se duvidar de sua existência ou de sua potencialidade e gravidade, houve o menosprezo e o descaso, por parte do governo federal, em tomar medidas preventivas, o que contribuiu para que parte significativa da população continuasse ignorante a condição pandêmica. A incredulidade foi apoiada deliberadamente por ações de desinformação, como a prática de desacreditar o saber científico e pelo argumento investido. Um exemplo disso é a argumentação de que estava havendo um alarde midiático, em relação ao surto da doença, com o suposto objetivo de desestabilizar o governo. Narrativa que fez com que parte da população ignorasse os padrões preventivas recomendados pelos agentes de saúde e sanitaristas.

Outros poderes do Estado da sociedade brasileira, como o judiciário e governos locais, apoiados por instituições científicas e  parte da mídia, foram os entes que tomaram deliberações visando o controle sanitário, como campanhas de higienização, uso de máscaras e isolamento social.  Foi utilizado ainda o recurso, amparado nas leis, de se estabelecer regras de funcionamento de serviços, com a classificação daqueles que seriam essenciais ou não para a população, estabelecendo aqueles que poderiam ou não funcionar e de que forma, com delimitação de horários e com quais condições.

Foi estabelecido também regras gerais para a população, como a obrigatoriedade do uso de máscaras e delimitação em filas da distância mínima necessária entre as pessoas. As regras, bem como a adesão a essas determinações variaram muito em cada município e unidade da federação e conforme as posições e condições sociais dos grupos sociais e dos indivíduos. Pela necessidade de trabalhar, alguns tiveram que correr o risco de se infectar. Casos de isolamento social para quem precisava utilizar transporte público como ônibus, trem e metrô não foram possível, pois os transportes estavam geralmente lotados de trabalhadores, situação ainda potencializada pela diminuição da quantidade dos meios de transporte. 

A dita escolha por correr este risco, evidenciada por questões econômicas, foi ainda reforçada pela campanha do governo federal contrária ao isolamento social. Passeatas e afrontas as leis de isolamento foram even incentivadas. O argumento era que o risco do colapso econômico era mais grave do que o risco de se contaminar com o vírus. 

A questão econômica, entretanto, não era a única a balizar os embates de negacionistas com as diretrizes e recomendações científicas. Muitos se valeram da questão da liberdade individual para se contraporem ao isolamento social, ao uso de máscara e posteriormente à vacinação. Em nome da liberdade de ir e vir, da individualidade de seus corpos e de se poder escolher e assumir riscos, muitos recusaram a usar máscara e se vacinar, comprometendo uma política de saúde pública que necessitava de ampla adesão da população.

Essa situação é exemplar da análise teórica de Mary Douglas sobre riscos voluntários e involuntários. Na sociedade, alguns aceitam correr certos riscos e outros não. O risco de praticar esportes radicais por alguns é uma opção, que está relacionada a forma de vida desejada, como se aventurar e sentir certas emoções. O risco de investir no mercado de ações, com perdas ou ganhos financeiros, está tanto na capacidade de recursos para se investir, o que não é para todos já que depende da condição de classe social, como na vontade de um possível enriquecimento mais fácil. Ao se integrar a certas categorias profissionais consideras de alto risco, como policial ou bombeiro, há o aspecto da escolha voluntária por tais riscos, todavia isto acontece pelo leque de opções disponível para alguns, devido a sua condição social. Por sua vez, a escolha em ser piloto de corrida automobilística não é para todos, já que demanda alto recursos econômicos para se poder na pista correr tal risco. Por seu turno, a opção por se morar em uma área de risco, como em encostas, faz parte de um leque estreito de escolhas de quem vive com pouco recursos econômicos. Ou seja, a classificação de riscos voluntários apresenta elementos complexos atrelados a escolhas pessoais e ao leque disponível de escolhas conforme à condição e posição social de classe.

Ainda em relação à noção de risco voluntário, a visão culturalista de risco aponta que qualquer situação de risco voluntário traz consigo também riscos adicionais e riscos desconhecidos. Isto porque o risco voluntário não pode ser objetivamente identificado, existindo inúmeros fatores que extrapolam os cálculos objetivos. Ou seja, em diversas situações há riscos adicionais por serem desconhecidos.

 Uma complexidade ainda mais relevante dos riscos voluntários é que o risco voluntário de uns pode significa o risco involuntário de outros. Dirigir em alta velocidade para alguns pode ser um prazer, sendo um risco voluntário para o motorista, todavia tal atitude pode colocar em risco outras pessoas, como pedestres ou outros motoristas. Fumar é uma opção de cada um, mesmo sabendo os riscos para a saúde que pode acarretar, mas fumar perto de outros é colocar em risco a saúde de pessoas que sequer fumam, ou por não sentirem prazer em fumar ou por pretenderem uma vida saudável. 

No cenário pandêmico, a linha tênue entre risco voluntário e risco involuntários ficou mais evidenciada. Enquanto algumas pessoas colocam máscaras para se proteger da contaminação do vírus, outros se negaram a usar, mesmo em lugares em que o uso era obrigatório. Enquanto alguns ficaram em isolamento social, alguns se aglomeraram em eventos e festas. Muitos que seguiram as orientações da comunidade científica acabaram mesmo assim contaminados e isso ocorreu em muitos casos por conta da liberdade individual reivindicada por aqueles que negavam o conhecimento científico e, assim, desrespeitavam o direito coletivo. Ou seja, em nome da liberdade individual, embora esta não seja esta a única questão, pois há viés ideológicos e interesses políticos e econômicos, a percepção e a aceitação de riscos de uns interferiram nos riscos que afetam e prejudicam todo um coletivo. 

Conclusiones:

Este trabalho objetivou analisar o debate sobre riscos suscitado no cenário pandêmico. A reflexão levou em conta a concepção de sociedade de risco, em que a contaminação se alastrou rapidamente graças a uma sociedade cada vez mais globalizada e interligada. Foi analisado também o caloroso embate gerado sobre conhecimento científico e a negação da ciência por certos atores sociais, inclusive de autoridades governamentais. Na análise foi apresentada a noção culturalista de riscos, que concebe a percepção de riscos como construções sociais, havendo até mesmo interferência de cunho político na gestão de riscos. Por fim, foi analisado até que ponto os riscos aceitos voluntariamente por uns, em nome da liberdade individual, terminam contribuindo na difusão de riscos que atingem todo um coletivo.  

Bibliografía:

BECK, Ulrich. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. São Paulo: Editora 34, 2010

DOUGLAS, Maria. WILDAVSKY, Arão. Risco e cultura: Um ensaio sobre a seleção de riscos tecnológicos e ambientais.  Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

Palabras clave:

DESASTRE

 

Pandemia 

Resumen de la Ponencia:

En la historia de la humanidad la extracción de bienes de la naturaleza y minerales ha estado presente y se asocia con la evolución de las necesidades de la sociedad. Si bien, los procesos extractivistas se relacionan con la “evolución” de las sociedades y sus procesos civilizatorios, donde podemos encontrara las colonizaciones de grandes territorios y sus respectivas poblaciones hasta los procesos de industrialziación en algunas zonas del planeta. Ello dio pauta a la división social del trabajo pero tambén a la repartición de la naturaleza para determinados proyectos que resultan la transformación de territorioEn pleno siglo XXI, a la luz de los llamados gobiernos progresistas latinoamericanos, algunos aspectos de la vida social dieron un giro, sin embargo encontramos que la idea de desarrollo ligada al neoextractivismo no cambió, continuó y continua siendo el eje por el cual se pretende mejorar la existencia de los habitantes de dichos territorios. Sin embargo, se advierte que no ha habido mejora alguna en la caliad y el nivel de vida de las personas, lo que si encontramos es un mayor deteriroro ambiental, un saqueo de recursos, despojo y destrucción del territorio y un gran número de defensores de la naturaleza asesinados.Es ante ello que consideramos pertinente analizar las contradicciones el modelo neodesarrollista así como las consecuencias que tiene para la vida toda. Por lo cual el objetivo de la presente ponencia es analizar las contradicciones del modelo de desarrollo neoextractivista, bajo las premisas de la ecología política como son los conflictos ecológico distributivos y los lenguajes de valoración de la natruraleza.Otro aspecto que es importante analizar es el tema de la mercantilizacion y financiarización de la naturaleza como única medida de desarrollo, subordinando al país a ser exportador de bienes de la naturaleza, donde la entrega masiva de bienes comunes se acentúa y  es en estos últimos años que la humanidad ha imaginado, ideado y desarrollado proyectos que han contribuido ampliamente como ninguna otra especie a la transformación acelerada del territorio, lo que aquí llamo segunda naturaleza. La presente propuesta de ponencia tiene como base dos corrientes teóricas que, desde el pensamiento crítico, permitirán comprender y explicar desde una perspectiva totalizadora la transformación del territorio producto de las políticas neodesarrollistas y que no sólo producen un cambio físico en el territorio sino que también afecta las formas de valorar, concebir e imaginar dicho territorio y los ienes de la naturaleza por parte de quienes lo habitan. Partimos de la Geografía Marxista de David Harvey y de la Ecología Política, pues desde ahí se plantean discusiones críticas en torno a la sustentabilidad y los efectos sobre la vida más allá de los modelos epistémico-económicos sobre el territorio .

Resumen de la Ponencia:

Debido a la situación humanitaria desprendida de la crisis económica en Venezuela, desde el año 2015, se ha desatado un fenómeno migratorio sin precedentes en la historia reciente de Latinoamérica. Desde entonces la economía venezolana entró en un periodo de crisis que se traduce principalmente en la escasez de alimentos y medicinas, el cierre de empresas privadas y estatales, el aumento del desempleo, la crisis financiera y bancaria y la falta de divisas. Este escenario profundizó el descontento social y, al mismo tiempo, generó el éxodo de aproximadamente 6.113.035 millones de personas refugiadas y migrantes venezolanas en el mundo para 2022. De estos, 5.063.560 millones se encuentran en América Latina y el Caribe y 1.842.390 millones en Colombia. Desde el 2015 hasta el 2016 se puede evidenciar una migración principalmente de colombianos retornados y colombo-venezolanos. Pero en los años siguientes, los flujos migratorios mixtos en Colombia se caracterizaron por el alarmante aumento de refugiados, migrantes irregulares, núcleos familiares con niños, niñas y adolescentes, madres gestantes, personas mayores, apátridas y personas en riesgo de apatridia, entre otros.Para el 2019, casi 4 de cada 10 migrantes venezolanos radicados en Colombia son niños, niñas y adolescentes, este grupo poblacional es de particular interés, en tanto representa una importante proporción de la población migrante y enfrenta riesgos diferenciales en el proceso de movilidad humana. En la actualidad, la situación de los NNA migrantes en acceso a derechos como la salud, la educación, la alimentación y el documento de identidad son críticas. En ese sentido, la falta de documentos de identidad se considera uno de los factores de riesgo más grandes para los NNA refugiados y migrantes, ya que se estarían en un inminente riesgo de apátridia. Las opciones para que los NNA hijos e hijas de padres venezolanos en Colombia adquieran la nacionalidad venezolana son muy limitadas debido a la ruptura de las relaciones diplomáticas entre ambos países y al cierre de los consulados venezolanos en Colombia. Este escenario genera un inminente riesgo de apatridia, en el cual sufren de discriminación y se encuentran con graves barreras para acceder a la salud, educación, movilidad, inclusión, participación en la sociedad y otros derechos fundamentales vitales para la existencia. Por esta razón, esta ponencia, pretender dar a conocer los resultados de investigación que se derivan de la pregunta ¿Cuáles son las vulnerabilidades en materia de derechos humanos que se deriva del riesgo de apátridia en el que se encuentran los niños, niñas y adolescentes refugiados y migrantes de origen venezolano en Colombia?

Resumen de la Ponencia:

O presente trabalho possui o objetivo de averiguar o potencial de aplicação das abordagens de análise de agenda e redes para  compreender os processos que foram preponderantes para a formulação de políticas públicas, bem como compreender o papel dos movimentos sociais em contexto de pandemia e ações de solidariedade em rede.

Resumen de la Ponencia:

El artículo busca comprender y caracterizar discursos de resistencia, ahondando en repertorios y acciones colectivas desplegadas por mujeres que participan en organizaciones migrantes y pro-migrantes del Gran Valparaíso, Chile, en un contexto de crisis social, pandemia sanitaria y efervescencia política. Frente a la precarización de la calidad de vida y un acceso restringido a derechos para poblaciones migrantes en dicho país, las relaciones que estas organizaciones mantienen con el Estado, que invisibiliza y vulnera sus derechos, implican respuestas múltiples para protegerse y estar con otrxs. La investigación se posiciona desde epistemologías críticas y reposan en un diseño cualitivo con entrevistas semi estructuradas y observaciones participantes efectuadas actividades virtuales durante los años 2020 y 2021. El género, la orientación sexual, el lugar de procedencia, profesiones u oficios caracterizan a quienes conducen estas acciones colectivas, distinguiendo entre organizaciones que expresan voces de personas migrantes y otras de sectores más amplios de la sociedad. Las conclusiones vienen a destacar a quienes migran como sujetas de derecho con agencia y gestoras de nuevos movimientos sociales y múltiples resistencias desde una visión interseccional de la realidad.

Resumen de la Ponencia:

Introducción: En San Juan Ixhuatepec, la configuración espacial y simbólica del territorio y la escuela se han convertido tanto en importantes catalizadores para la experiencia de vida adolescente, como márgenes particulares para el proceso salud-enfermedad-atención. Cursar estudios secundarios supone dinámicas sociales, simbólicas y biológicas complejas, para las cuales se requiere una comprensión integral. Sin embargo el avance de una política neoliberal excluyente y del discurso médico hegemónico, han reducido el espacio del diseño de las intervenciones a una supuesta homogeneidad en el proceso ontogénico. Analizar los modos de crecer en una escuela, dentro de un contexto privativo desde una perspectiva centrada en los estudiantes, reconociendo que son ellos quienes, a propósito de su territorio, configuran sus trayectorias de vida, puede contribuir en la generación  de estrategias de acción colectiva en salud para este grupo poblacional. Objetivo:  Describir y analizar los modos de significar y resignificar la escuela y el territorio en un grupo de jóvenes estudiantes en San Juanico. Aproximación metodológica: Desde una perspectiva cualitativa mediante una aproximación mixta, se realizaron 119 encuestas en un grupo representativo de estudiantes en una secundaria pública del Estado de México en el año 2019. Se recabaron nueve entrevistas semiestructuradas y tres con profundidad en estudiantes y docentes. La información se interpretó en conjunto bajo una técnica narrativa y un análisis multivariado a partir de las categorías experiencia, territorio y escuela. Principales resultados: San Juan Ixhuatepec representa escenarios de exclusividad positiva, en donde los jóvenes pueden vincularse con su comunidad; existe una fuerte referencia a la pertenencia y pocas expectativas en torno a la migración. La escuela contribuye con la identidad comunitaria y se erige como un refugio. Ambas categorías también presentan escenarios de exclusividad negativa: el avance de la industrialización ha propiciado el riesgo y la vulneración, mismos que tienen un impacto particular en la salud de los adolescentes. 42% de los estudiantes viven en condiciones globales de vulneración social, 54% con malnutrición por cribado de IMC y 13% con talla baja para la edady 64% presentaron poca actividad física relacionada con condiciones de vulneración (p<0.005). Conclusiones: El territorio, la desigualdad social y el proceso ontogénico marcado por la adolescencia, representan las principales constricciones para el proceso salud-enfermedad-atención. La escuela se ha convertido, no obstante, en un espacio más seguro para que a propósito de la experiencia de la juventud, se pueda construir una identidad con mayores referentes simbólicos y elementos materiales que puedan ampliar las posibilidades de controlar el proceso salud-enfermedad-atención entre los jóvenes.

Resumen de la Ponencia:

Los flujos migratorios siempre han generado un impacto sociodiscursivo en aquellas sociedades a donde dirigen su destino, sobre todo cuando estos son masivos, ya que no pasan desapercibidos para los moradores de las ciudades de acogida con las cuales entran en contacto. Por un lado, estos flujos han provocado la creación de una terminología institucional que permite su gestión en pro de su inserción dentro de un grupo humano nuevo y la (re) asignación de un control poblacional de todos esos sujetos cuyo propósito es incorporarse en un nuevo colectivo. Por otro lado, los integrantes de las sociedades de acogida -permanente o provisional- crean una diversidad de términos para referirse a los individuos que están llegando a su espacio social y a través de tales expresiones es posible identificar marcadores de la interrelación que se genera en la convivencia diaria. Por ello, es conveniente centrar la mirada en estos vocablos que toman en cuenta el punto de origen de los migrantes, independientemente si los términos son de tipo oficial o de naturaleza popular porque a través de vocablos específicos podemos identificar la disposición que se puede tener para acoger a un colectivo; o la transformación que esta aceptación puede sufrir al irse generando expresiones discursivas que pueden mostrarnos la tensión que llega a  establecerse entre los individuos de distintos colectivos.  Conocer esta dimensión relacional entre individuos que llegan e individuos que los reciben en un marco de espacio-tiempo nos permitirá entender mejor el fenómeno de la migración hoy en día tan intensa en nuestro país, sobre todo en el sur que no había tenido experiencias tan intensas con esta actividad de movilidad humana. 

Introducción:

La movilidad humana no es un fenómeno puramente social, sino más bien es un fenómeno sociolingüístico porque en ella se ven involucrados aspectos que atañen por una parte a la sociedad; y por la otra, aspectos que se vinculan estrechamente con la lengua. De acuerdo con Wardhaugh (2006) “hay una diversidad de relaciones que se establecen entre la lengua y la sociedad” (p.10). Por ello, cuando se registran cambios sociales que reconfiguran un espacio social, sin duda la lengua también los experimenta porque algunos de sus constituyentes se modifican o porque se integran ciertos elementos que llegan al sistema como consecuencia de la reconfiguración social. En el caso de la movilidad humana, coincidiendo con Wardhaugh (2006) podemos constatar que existe una relación de influencia bidireccional en donde lo social y lo lingüístico se influyen mutuamente.

Ahora bien, para el caso que nos ocupa, esta interdependencia la enfocamos específicamente en el plano de las unidades léxicas, es decir, en vocablos vinculados estrechamente con el movimiento social de reacomodo poblacional que es consecuencia de la migración a gran escala. Al respecto, constatamos que los lugares que son ocupados por los migrantes se reconfiguran, pero no nos interesa hacer una simple demarcación espacial, sino entender este espacio social desde la óptica de Vergara Figueroa (2015) “como un espacio que, circunscrito y demarcado, contiene determinada singularidad emosignificativa” (p.35) concepto que el mismo autor entiende como una fusión de significación y emoción. Así, los espacios habitados por migrantes viven un proceso de reacomodamiento, entre lugareños y migrantes, que les da un nuevo colorido. Esto se refleja en nuevas funcionalidades, significaciones e incluso nuevas facetas de las identidades que se (re)crean gracias a las actividades recurrentes de los individuos; y de los grupos o colectivos que los habitan.  Estas intervenciones están mediadas por elementos discursivos vinculados con las personas porque coincidimos con Martínez-Zalce y Díaz-Mendiburo (2020) en cuanto a que, es través de ciertos marcadores discursivos que configuramos nuestra realidad, nuestras acciones y nuestras relaciones. 

Luego entonces, los vocablos que se establecen para referirnos a las personas migrantes; a los procesos que estos viven en un nuevo territorio; y a las relaciones que establecen con los lugareños, son reveladores de condiciones muy particulares de la movilidad humana en un espacio social específico. Por ello, coincidimos con Gumperz (1971) en cuanto a que es importante encontrar las correlaciones de las estructuras lingüísticas –léxicas en este caso- con respecto a la estructura social y los fenómenos que se van suscitando. Al respecto, admitimos la propuesta de Hudson (1996) en cuanto a que estos “elementos lingüísticos son unidades reveladoras de la dimensión social” (p.21), es decir, nos permiten entender las relaciones entre individuos regidas desde diversas variables sociales como la clase social, la identidad, la etnicidad, el estatus, el uso del poder, la solidaridad, entre otras. Es por ello, que nos hemos interesado en el abordaje de estos vocablos, desde dos dimensiones en las que pueden producirse: una institucionalizada que los plasma en leyes, reglamentos y estatus jurídico; y la otra que corresponde a la cotidianidad y convivencia entre individuos que también genera otros marcadores discursivos. 

Desarrollo:

Tapachula y la migración contemporánea: las caravanas migrantes en la frontera sur mexicana

Las sociedades que habitan en espacios fronterizos se reconfiguran significativamente como resultado de las interacciones que existen entre los nuevos actores sociales y aquellos que integran a esas sociedades receptoras. En este sentido, las caravanas migrantes han traído consigo no sólo actores sociales fenotípicamente distintos al autóctono - tapachulteco - sino también a nivel sociolingüístico; lo que introduce cambios tanto discursivos como en las prácticas socioculturales ya que estas personas terminan por establecerse en este nuevo espacio.

En virtud de su situación geográfica, Tapachula se constituye como un punto de internación estratégica para las personas extranjeras: y en consecuencia como un espacio constantemente reconfigurado; incluso si únicamente se le ve como una opción de tránsito y no como el destino final del flujo migratorio. En los últimos 5 años el incremento desbordado que se originó con las caravanas de migrantes, desde el 22 octubre de 2018 hasta enero de 2019, marcó un antes y un después de la presencia migrante en el sur de México; y estas circunstancias son interesantes para hacer un acercamiento al evento de la migración. 

Estas caravanas se caracterizan por el número masivo de personas que las integran. De acuerdo con datos de la ONU la caravana que ingresó a México el 22 de octubre del 2018 estaba compuesta por más de 7,000 personas provenientes de países como Honduras, El Salvador y Guatemala. En palabras del vocero de la ONU Farhan Haq (en prensa, 2018) “en este momento, se estima que la caravana incluye a 7,233 personas, muchas de las cuales tienen intención de continuar marchando hacia el norte”. Sin embargo, muchos migrantes quedarán diseminados a lo largo y ancho del país y sin duda también en Tapachula.

Luego entonces, es primordial hacer un acercamiento a las distintas dimensiones que comprende este fenómeno; incluida la correspondiente a las prácticas socioculturales de ambos grupos -de migrantes y de lugareños- porque ellas se influyen recíprocamente en la interacción que se genera por la convivencia en los escenarios compartidos. De esta forma, la observación etnográfica del fenómeno migratorio adquiere relevancia porque nos permite explicar el impacto de la migración en la reconfiguración social del país. 

Ahora bien, esta reconfiguración es posible abordarla desde distintas perspectivas; y una de ellas es el análisis de manifestaciones discursivas; misma que ha guiado este trabajo y que nos permite centrar nuestra discusión en los vocablos que se originan con motivo de la migración. Este análisis de orden sociolingüístico con respecto a una diversidad de vocablos nos permite visibilizar y reconocer un aspecto de la realidad migratoria tanto de la región como del país, para entender distintos posicionamientos de los agentes vinculados con la migración, tanto desde una perspectiva institucional como de otra social.

Particularidades lingüísticas de los vocablos

El fenómeno social de la movilidad humana es referido a partir del verbo en latín ‘migrare’ cuya acepción es ‘cambiar de residencia, moverse’ y en virtud de que nuestra lengua española tiene su origen en el latín, nos llega desde ahí este elemento lingüístico enmarcado dentro de la categoría gramatical de verbo el cual puede transformarse en un sustantivo conocido como ‘migración’ y en calidad de adjetivo en ‘migratorio’. Asimismo, dentro del español, encontramos una estructura que es denominada ‘participio activo regular’ la cual de acuerdo con Mastretta (2016) corresponde a una derivación verbal porque se construye desde una forma verbal que se complementa con el sufijo ante o ente -según el caso- por ejemplo, cantante deriva del verbo cantar más la sufijación mencionada. A nivel del sentido semántico, la estructura denota a un agente que tiene la capacidad de ejercer la acción que se expresa en el verbo. Luego entonces, el vocablo ‘migrante’ deriva del verbo migrar y denota a una persona que tiene la capacidad de cambiar su residencia o de moverse de un sitio a otro. Es importante resaltar, que un participio activo, en español, se aplica de igual forma para un hombre o una mujer, es decir, no se feminiza como algunas personas pretenden frente a esta tendencia de la igualdad de género social. Así, el término ‘migrante’ es correctamente aplicado cuando nos referimos a varones o mujeres que realizan una movilidad territorial con el propósito de instalarse en un nuevo lugar. 

Por otra parte, es necesario señalar que la movilidad humana puede llevarse a cabo de dos maneras: una de ellas corresponde a la movilidad intraterritorial que efectúan las personas al desplazarse de un punto a otro dentro de un mismo territorio o país del cual son consideradas nativas; y la otra es llamada extraterritorial y ocurre cuando la persona se aleja de su país de pertenencia. Esta segunda modalidad, sobre todo, se marca en el vocablo ‘migrante’ a partir de un prefijo que conlleva una información deíctica. De acuerdo con Perdomo-Batista (2020) el aspecto deíctico marca en el vocablo la dirección en que se produce el desplazamiento. Así, por un lado, encontramos el vocablo ‘Inmigrante’ que se aplica a toda persona que llega a un país, en donde la dirección del desplazamiento es vista desde un punto espacial que corresponde al país en donde esa persona pretende instalarse. Por otro lado, tenemos el vocablo ‘Emigrante’ que se aplica a la persona que se va de su país y en este caso el punto espacial desde donde se genera el movimiento se sitúa en el país que se está dejando.

Ahora bien, la movilidad humana no solamente se vincula con estas unidades lingüísticas expuestas, sino que igualmente encontramos otros vocablos que se crean para dar cuenta del fenómeno sociolingüístico. Con respecto a ellos, es importante clasificarlos en dos tipos. Un conjunto de vocablos que es considerado ‘denotativo’ porque los términos que lo integran se ciñen a la figura lingüística de la denotación la cual, según Leonardi (2003) corresponde a un significado veraz presentado de forma clara y precisa. En función de este atributo, estos vocablos nosotros los llamamos ‘institucionalizados’ porque se generan dentro de un marco jurídico que pretende definir clara y precisamente los distintos estatus que frente a la ley puede ocupar un migrante. El otro tipo de vocablos corresponde a un grupo ‘connotativo’ de términos porque presenta rasgos de la figura de la connotación, misma que según Garrido (1991) sugiere términos con significados altamente polisémicos los cuales se determinan en función de un contexto específico. Estos vocablos, nosotros consideramos que surgen de la cotidianidad y son los que están presentes en las relaciones interpersonales de los sujetos que comparten un espacio social por lo que podemos llamarlos también sociopragmáticos. 

Vocablos denotativos o institucionalizados de la migración 

Las denominaciones que se utilizan para definir el estatus de los diversos migrantes que se internan en los países receptores permiten, además, identificar las razones del desplazamiento poblacional. Es necesario recalcar que los vocablos utilizados para categorizar y, por tanto, determinar los diferentes tipos de inmigrantes son importantes puesto que ellos se vinculan con las normativas correspondientes, en cada territorio. Es decir, a través de estos vocablos se construyen no sólo los imaginarios sociales hacia los migrantes; sino también los discursos jurídicos y políticos que los refieren. A continuación, presentamos algunos vocablos que definen a grupos migrantes específicos. 

Términos sociohistóricos

En la categoría de términos arcaicos encontramos desterrados y expulsados. Estos términos provienen de momentos históricos de las sociedades humanas en las que algunos miembros de éstas eran obligados a abandonar su propia tierra. En el caso del vocablo desterrado/a, se aplica a las personas que sufren la pena del destierro, es decir, que está obligado(a) a abandonar su lugar de origen, generalmente, por razones de conflicto. Asimismo, según Jensen (2014) podemos “entender al destierro del área española o al degredo de la portuguesa como mecanismos de regulación y control de elementos disfuncionales o peligrosos para la paz social (delincuentes sociales y criminales por delitos contra clérigos o soldados)” (p.15); por lo que, históricamente este término se relaciona con grupos específicos de personas que han violado algún reglamento y no son bien vistos por el resto de la sociedad. 

En cuanto a la expulsión de miembros de la sociedad, el objetivo era reducir los índices de criminalidad que existían en la sociedad. En Europa, se utilizó este proceso “como estrategia de colonización, defensa y reforzamiento de fronteras coloniales: traslados transoceánicos o dentro del continente” (Jensen, 2014; p.15). No obstante, esta acción causó estragos en las sociedades receptoras que tenían una población menor dado que “por supuesto operó como un castigo discrecional según la clase social, el color de la piel y la etnia (mapuches, pobres, clases populares, desocupados), transformándose en una suerte de justicia de bajo costo que además suministraba mano de obra barata” (Jensen, 2014; p.15). En la actualidad, esta acción ya casi no tiene lugar puesto que nadie debe ser obligado a abandonar su lugar de origen.

Ahora bien, el vocablo ‘expulsado’ está cercano al término actual de deportado. Sin embargo, no corresponde a la misma situación porque la persona deportada no sale de su lugar de origen. Entonces, podemos decir que actualmente “la expulsión [...] se refiere al acto por el cual un Estado obliga a una persona extranjera, que ya se encuentra en su territorio, a abandonarlo” (Kamto, 2005; p. 13). Para ilustrar, ponemos el caso de los latinos en Estados Unidos donde muchos de ellos son aprehendidos y puestos en prisiones para, finalmente, ser devueltos a sus países de origen.

Hoy en día, las autoridades migratorias de los países son las responsables de permitir el ingreso u ordenar la expulsión de una persona. Cabe señalar que “la expulsión en sentido estricto, es el ejercicio de la facultad de un Estado de exigir a un extranjero que abandone su territorio cuando su presencia continua es contraria a los intereses de ese Estado” (Comisión de Derecho Internacional, 2006; p. 67; Goodwin-Gill, 1978; p. 201-206). Por ello, en el caso concreto de las caravanas migrantes que han ingresado por la frontera sur de México, estas escapan del control de los agentes migratorios dada su característica numerosa ya que, estadísticamente, el número de migrantes aprehendidos y deportados es insignificante en comparación con el gran número de extranjeros que ingresan.

Términos contemporáneos

En primer lugar, abordamos el vocablo exiliado el cual se refiere a las personas que se han visto obligadas a abandonar su país, generalmente por razones de conflicto político. Si bien la definición podría tener grandes similitudes con expulsado, la diferencia se sitúa sobre todo en el motivo político que es el punto de referencia de la salida de un territorio; lo que lleva a denominar así al migrante. De acuerdo con Mardorossian (en Mandolessi, 2010; p.74) “no se trata solo de un cambio terminológico, aunque en muchas ocasiones la crítica se contente simplemente con ello: es decir, aplicar, a quienes antes se denominaba exiliados, la nueva etiqueta de migrante”. Entonces, el exiliado, al ser arrebatado tanto de su lugar de origen como de su familia y de otros elementos que constituyen su identidad individual y colectiva, mantiene una relación complicada y compleja con el nuevo entorno receptor. En este sentido el exilio supone una relación perturbada tanto física como psíquicamente con el hogar o la patria. En particular, la familia funciona como un anclaje con el país de origen y complica el proceso de integración por una cuestión nostálgica.

En segundo lugar, tenemos a los refugiados, personas que huyen de la guerra o de una persecución. Dadas las condiciones mundiales del siglo pasado, los movimientos de refugiados han aumentado drásticamente. De acuerdo con el INEGI (2020) en el caso del estado de Chiapas, el refugio representa el 5.4% de la población inmigrante censada; cabe mencionar que, dadas las características únicas de las caravanas migrantes, no es posible censar a cada uno de los miembros que las componen. El factor principal para este tipo de migración es la violencia y la inseguridad que existe en los países de origen de los migrantes. 

Así, esta migración resulta de diversos factores que provocan el desplazamiento de grupos hacia un país receptor que puede satisfacer las necesidades de seguridad y sobrevivencia de cualquier colectivo. Este estatus de refugiado le permite gozar de un estatus de protección que el nuevo Estado está dispuesto a proporcionarle. 

Finalmente, tenemos el vocablo de desplazado, aplicado a un individuo que se ve forzado a abandonar el lugar donde vive a causa de fenómenos como naturales como hambrunas, inundaciones, terremotos y en algunos casos conflictos bélicos. Asimismo, el desplazamiento de un grupo puede tener su origen en las relaciones de poder que existen entre comunidades; por ejemplo, entre las diversas culturas o grupos étnicos de un país, el desplazamiento se ha dado por el conflicto de tierras o las creencias religiosas principalmente. Así, el desplazado se instala en lugares en donde con frecuencia es víctima de la estigmatización y la discriminación ejercida por los miembros de una sociedad distinta que no ve con buenos ojos su instalación en ese nuevo espacio.

Otros vocablos denotativos dentro del marco institucional

Dentro del ámbito de la movilidad humana, el término ilegal se aplica a una persona que infringe una ley de migración de un país. Por ejemplo, los turistas que ingresan con un motivo de esparcimiento y luego trabajan de forma irregular sin tener autorización para ello son considerados ilegales. Es importante señalar que se incurre en la ilegalidad al realizar actos para los cuales no se tiene autorización en el país receptor; mientras que el vocablo indocumentado corresponde a un individuo que ingresa sin pasar un control de los documentos de identidad y permanencia necesarios para internarse al país; por lo que, estas condiciones, no lo hace forzosamente ilegal.

Entonces, los indocumentados son individuos que se internan en un territorio sin la documentación necesaria para hacerlo. De acuerdo con Martínez (2010) “[…] los indocumentados, los que entran sin permiso de nadie a países que los desprecian, son un signo poco leído de estos tiempos […] Se cuenta que algunos viajan como garrapatas adheridos a un tren en México […]” (p. 7). El tren era, hasta la caída de los puentes ferroviarios en 2005, el principal medio de transporte de los grupos indocumentados que se internaban en México y que, además, los dirigía hacia la frontera norte en búsqueda del ‘sueño americano’. Al respecto, Carrasco (2013) describe cómo se daba la trayectoria de los migrantes a través del tren denominado ‘la Bestia’ quienes son denominados indocumentados puesto que ingresan al país sin pasar los controles de documentos de identidad y no contar con permisos de permanencia.

Finalmente, encontramos a ‘los sin papeles’ que es un término traducido del vocablo francés sans papiers, (Krueger, 2001) el cual se aplica a una persona que pierde su estatus migratorio autorizado al interior de un país receptor. A diferencia del vocablo indocumentado, el sin papeles no cuenta con documentos que acrediten su estatus; pero puede contar con documentos relativos a su identidad, es decir, que permita reconocer su nacionalidad, edad, género entre otros. Dentro de este rubro, tenemos a la niñez migrante crecida en los Estados Unidos que ahora benefician del programa de Acción Diferida para los llegados en la Infancia (DACA por sus siglas en inglés).

 

Vocablos institucionalizados de legalización temporal

Para comenzar, tenemos la categoría turista que corresponde a personas que visitan el país con un propósito de distracción y con permiso por un periodo establecido. Con este permiso, el turista adquiere ciertos derechos que le permiten la entrada y estancia en el país, generalmente, sin ningún contratiempo. Coincidimos con Hunziker y Krapf (en De Murcia, 2012) en cuanto a que el vocablo emerge “como consecuencia del desplazamiento y estancia temporal de personas fuera de su lugar de residencia, siempre que no esté motivado por razones lucrativas” (p.3). En algunos casos, existe un proceso de visado que legaliza el estatus temporal de un individuo en otro país. Asimismo, en el ámbito educativo, los estudiantes pueden obtener un estatus de entrada y de permanencia. Por su parte, los estudiantes obtienen un permiso para frecuentar un establecimiento educativo por un periodo específico y poder tener un reconocimiento de sus estudios a partir del permiso obtenido.

Por otra parte, encontramos el estatus de visitante diplomático, vocablo que designa a personas con autorización para entrar a un país con un propósito institucional. En esta categoría entra el personal gubernamental que representa a una nación para actividades institucionalizadas. En este rubro se requiere probar la postulación o designación al puesto diplomático desde el país de origen. Aquellos quienes obtienen este tipo de visado ostentan en el país receptor, la representatividad de su país por lo que deben manejarse de forma responsable durante su estancia.

Finalmente, exponemos el vocablo de trabajador temporal aplicado a personas autorizadas a trabajar temporalmente en el país. Generalmente, los países lanzan convocatorias para reclutar personal que pueda trabajar durante una temporada en actividades específicas. En concreto, la migración calificada emerge como la principal categoría migratoria en la que muchos individuos aplican a fin de desplazarse hacia el nuevo país receptor. En términos generales la migración calificada ha sido definida como el cruce de fronteras por parte de personas ‘calificadas’ que residen en un país distinto al que nacieron (Bermúdez Rico, 2015). En relación con lo anterior, para que esta visa pueda expedirse a un individuo, es necesario que éste sea capaz de validar tanto la experiencia laboral como el nivel de estudios y el grado académico como principales requisitos. El nivel de escolaridad ha sido establecido como el principal atributo para la clasificación de los migrantes calificados (Pellegrino, 2001). Pero existe también dentro de este rubro, aquella mano de obra que, sin estar escolarizada, es también calificada. Por ejemplo, en las actividades laborales relacionadas con el campo tales como pizca de frutas, siembra de productos agrícolas, cuidado de viñedos, entre otros. A diferencia de los individuos escolarizados, este permiso se concede a personas de clases sociales bajas que tengan experiencia en el campo y que puedan desempeñarse en éste. De este modo, la migración calificada incluye tanto a personas escolarizadas y no escolarizadas que entran al país con el propósito de impulsar la productividad y generalmente está enmarcada dentro de convenios específicos entre los distintos países.

 

Vocablos connotativos o sociopragmáticos 

Aparte de los términos ya expuestos, la convivencia cotidiana de los migrantes con los lugareños, da posibilidad a la creación de un cierto conjunto de vocablos que justamente nos permite entender el tipo de relación social que entre los colectivos se establece. Generalmente estos vocablos surgen cuando la migración de un colectivo se desborda, de tal manera que la presencia excesiva de migrantes provoca que, aquellos que ocupaban el espacio previamente, se sientan de alguna manera amenazados, aunque con frecuencia sin realmente tener una justificación. Estos vocablos que surgen dentro de la cotidianidad son generalmente expresados a través de la figura discursiva de la metáfora; y al mismo tiempo, son marcadores discursivos que evidencian las relaciones de poder que se instalan entre los integrantes de dos colectivos distintos (lugareños o autóctonos y migrantes). Indiscutiblemente estos términos conllevan una gran carga peyorativa porque degradan las características de los individuos del grupo llegado a un espacio específico. Al respecto, Farid Merabet (2001) miembro de la Asociación Francesa Droit de Cité, establece que los significados de estos vocablos se establecen en función de la percepción de los sujetos locales porque “para el hombre de la calle, el inmigrante es un integrista; para el comerciante es un delincuente; y para el policía es un clandestino” (citado en Krueger, 2001; p. 75). Es por ello que este tipo de vocablos son considerados sociopragmáticos porque tienen su origen en la praxis social cotidiana en donde los unos y los otros se miran y se reconocen desde perspectivas muy específicas.

Varios son los ejemplos que se reportan en diversos puntos de la geografía mundial que se constituyen como puntos de destino de la migración de los colectivos humanos. Así, encontramos que todos estos vocablos, promovidos desde estereotipos, se crean en la relación que los residentes de un espacio construyen con los nuevos llegados a él. Situémonos primero en Francia, en donde constatamos en el discurso cotidiano de la población una diversidad de términos que son aplicados a los migrantes en función de diversos factores. Rital, se refiere a los italianos o a personas con orígenes italianos que llegaron a Francia. Beur, término que se aplica a los migrantes del Magreb (Argelia, Marruecos o Túnez) y a personas nacidas en Francia con orígenes familiares magrebíes. Harki, se aplica a musulmanes franceses de origen norteafricano repatriados en la década de los 80s. También se aplica a argelinos que abandonaron su país debido a su comportamiento anti-independiente durante la guerra de Argelia. Pied-Noir, se aplica a los ciudadanos franceses que residían en Argelia y que se vieron obligados a salir de ese país tras el evento de la independencia. Estos colectivos migrantes son significativos en Francia y por ello se han generado vocablos para designar a sus integrantes. 

En el caso de España, los vocablos sociopragmáticos registrados se enfocan a otro tipo de colectivo de migrantes. Así, podemos escuchar en la cotidianidad española los siguientes términos: sudaca, el cual refiere a todo individuo proveniente de Sudamérica. Moro para aquel que tiene características del Magreb (norte de África). Charnego, en Cataluña, inmigrante de una región española de habla no catalana que habita en Cataluña. Güiri, que se aplica a un extranjero europeo inmigrante en España. Vemos entonces que para el surgimiento de estos vocablos es una condición que la presencia de migrantes de un colectivo sea representativa o incluso excesiva. En cuanto a Estados Unidos, constatamos la existencia de varios vocablos que se aplican a los latinos y particularmente a los mexicanos que se establecen en ese país. Por ello encontramos: Espalda mojada, (del inglés wetback) se refiere a un inmigrante irregular que se supone cruzó nadando por el río. Sobretodo suele referirse a mexicanos. Mojarrita, se aplica a cualquier latino que ha cruzado la frontera de forma irregular. Beaner, se aplica a individuos mexicanos que se encuentran en el país.

 

Con respecto a estos vocablos sociopragmaticos, coincidimos con Monnet (2001) en cuanto a que evidencian relaciones jerarquizadas y por ello, en esta nueva diversidad cultural del espacio, estos vocablos revelan un orden social lleno de desigualdades diversas fundadas bajo la base de la diferencia. En este mismo sentido, Santa María (2001, citado en Monnet 2001) argumenta que estos vocablos manifiestan una tendencia hacia la exclusión porque promueven la discriminación de los integrantes de un colectivo de migrantes llegados a un espacio social específico. Con base en lo anterior, es importante permanecer atentos a la emergencia de vocablos peyorativos dentro del español mexicano que sin duda surgirán porque esas caravanas de migrantes, con destino a Estados Unidos, dejarán diseminados por el país un número representativo de migrantes que se integrarán a los espacios sociales dentro del territorio. Por ahora este fenómeno sociolingüístico asociado con la migración masiva en México está gestándose por lo que no hay reacciones de confrontación por parte de los lugareños; sin embargo, en la medida que los migrantes se asienten de manera permanente en el territorio, las relaciones sociales de diversos espacios se reconfigurarán y con ello aparecerán en el discurso, vocablos muy particulares que darán cuenta de cómo se miran los colectivos.

Conclusiones:

La denominación que se le atribuye a cada individuo migrante es sumamente importante ya que a partir del lenguaje se construye y reconoce un estatus y un posicionamiento en la sociedad receptora. Por ello, la correcta interpretación de los vocablos y su uso apropiado propician que el encuentro entre los grupos migrantes y autóctonos del país receptor tenga lugar evitando conflictos sociales. A través de los vocablos denotativos o institucionalizados se reconoce la disposición de las instancias jurídicas para acoger a cualquier individuo migrante, ya que cada vocablo de este tipo genera un estatus social que conlleva la atribución de ciertos derechos que pueden ejercer las personas en ese nuevo territorio a través de un permiso.

En cuanto a los vocablos de orden connotativo, podemos afirmar que son reveladores de configuraciones sociopragmáticas porque emergen de las prácticas sociales cotidianas refuncionalizadas en virtud del contacto cotidiano entre migrantes y lugareños. Es relevante señalar que, como consecuencia de la masificación migratoria, los intercambios interculturales influyen grandemente las interrelaciones sociales; por lo que las percepciones y los posicionamientos de unos frente a otros se tornan visibles. Esta visibilidad, si se nutre de estereotipos, va a generar la emergencia de vocablos que promueven la jerarquización, la discriminación y la exclusión. Este tipo de distinción del ethos cultural se expresa en el discurso, y crea en las representaciones sociales, percepciones y actitudes, frecuentemente distorsionadas, sobre todo en relación con los migrantes; lo que va en detrimento de la diversidad cultural porque se contrapone al reconocimiento de lo plural.

Luego entonces, es primordial estar atento a los elementos socio discursivos que emergen y definen al migrante en un espacio social específico porque esto permite que tanto el Estado como la sociedad receptora, favorezcan las relaciones sociales interculturales, apoyadas en una política migratoria respetuosa de los derechos humanos de cada migrante. Sin duda, el lenguaje tiene un rol revelador en la reconfiguración de las sociedades donde el encuentro cultural y lingüístico es detonado por las nuevas dinámicas de la migración masiva en este mundo contemporáneo.

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Wardhaugh, R. (2006) An Introduction to Sociolinguistics. 5th edition. Malden, MA, USA: Blackwell Publishing.

Palabras clave:

migration, sociolinguistics, discourse analysis

Resumen de la Ponencia:

O presente artigo pretende problematizar as consequências das ofensivas neoconservadoras do Governo Bolsonaro na formação profissional do/a assistente social brasileiro/a. A pauta neoconservadora do atual governo está pautada na defesa da família tradicional, na política homofóbica, racista e misógina. Tendo o assistente social, no Brasil, um constructo teórico e político pautado na defesa intransigente dos direitos humanos, na luta contra todas as formas de opressão, esse ideário é radicalmente contrário ao projeto de formação e de profissão dos assistentes sociais brasileiros. Para além desta pauta conservadora do Poder Executivo Nacional, desconsiderando todo o reconhecimento dos direitos indígenas, das diversidades familiares e sexuais, dos direitos da população negra, das mulheres, das crianças, adolescentes e jovens, dos sem terra, há um projeto em curso de uma política em defesa do capital que invade todos espaços públicos. Esse processo é identificado em vários aspectos da vida, sendo exemplos a análise irracional da realidade, pela negação a ciência, como também a ampliação do processo de pauperização da população brasileira, repercutindo diretamente às demandas de trabalho e formação do/a assistente social brasileiro/a. Em específico, no que se refere ao processo de formação dos/das assistentes sociais, o cenário também é complexo, uma vez que a política educacional do atual governo se pautou pelas pautas conservadoras, pela troca de favores com setores neopentecostais, pelo desrespeito à autonomia universitária e pelo corte de recursos para as universidades federais. Em Santa Catarina há apenas um curso público, vinculado à Universidade Federal de Santa Catarina e uma profusão de cursos privados, na modalidade à distância. No Paraná há oferta do curso na Universidade Federal do Paraná e nas Universidades Estaduais, bem como também no âmbito privado e na modalidade à distância. Tanto no setor das universidades federais, com nas estaduais do Paraná, o projeto em curso vem desmontando e precarizando as instituições, sendo a falta de recursos uma das tônicas centrais.  Desta forma, a investidas contra as universidades públicas, ao direito e acesso ao ensino público são evidentes e necessitam ser urgente desvelados e problematizados. Destaca-se que a trajetória histórica das Universidades públicas brasileiras é pautada pelo debate livre e autônomo das ideias, da construção de vias democráticas, da formação humana e da contribuição para o desenvolvimento da sociedade por meio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Historicamente, as instituições privadas estão mais voltadas ao lucro e à exploração do trabalho docente é uma das suas marcas, bem como o aligeiramento da formação profissional. A formação profissional dos assistentes sociais, alicerçada nos valores democráticos, humanistas e crítica é fundamental, tendo em vista a complexidade das demandas profissionais que os assistentes sociais atendem.

Resumen de la Ponencia:

A lo largo de la historia de la humanidad en las diferentes culturas que se han dado, el deporte ha sido un factor determínate de la vida en sociedad, en cuanto se asocia a este el bienestar de la salud corporal y la salud mental; atendiendo además los conceptos de desarrollo personal, social y económico.El deporte al estimular el sistema nervioso (red que conecta al sistema muscular y óseo), promueve la capacidad de atención y motivación por actividades cotidianas, por ello, los diversos sistemas educativos, particularmente el colombiano ha logrado establecer la práctica de actividades físicas como pilar para la formación desde el ámbito educativo) y especialmente el colombiano han establecido la práctica de actividades físicas como factor esencial de formación. Teniendo en cuenta lo anterior, se busca resaltar la importancia que tiene la práctica de deporte en general y en este caso particular la práctica de beisbol, que es un deporte de trabajo colectivo, en la estructuración de los proyectos de vida de los niños con edades entre 7 y 10 años, del barrio Los Garzones de la ciudad de Montería, en el periodo 2020-2022. Durante los años en mención, se evidencia un cambio en la cultura deportiva de los niños del barrio Los Garzones debido a la llegada del señor Luis Escobar Pocaterra a esta localidad, quien es un exjugador de la selección colombiana de beisbol y desde el año 2008 viene trabajando desde la escuela Tigres de Montería en la preparación de los niños de la comunidad en torno a este deporte. Con este proyecto se analizará el impacto que tiene el beisbol en la construcción de los proyectos de vida de niños y jóvenes, entendiendo este como un proceso orientado a propender cambios en las actividades que los deportistas imparten en sus vidas y como desde estas prácticas se puede configurar una alternativa que desarticula los estereotipos donde reina la falta de oportunidades; que motivan el desinterés por el progreso y la superación de la pobreza.Key Words:Deporte - Educación - Desarrollo - Pedagogía  

Resumen de la Ponencia:

A través de este texto comparto una serie de pistas que he seguido en una incipiente  investigación, que lleva por título “Injusticias y resistencias epistémicas entorno a la salud materna: respuestas desde la subalternidad, educación intercultural y sistemas de salud en la Sierra Otomí-Tepehua”, que actualmente co-realizó como docente de la Universidad Intercultural del Estado de Hidalgo. El objetivo es indagar sobre el desplazamiento y continuidad de las prácticas, saberes y formas de aprendizaje de las parteras, como agentes comunitarias al cuidado de la salud materna, con el fin de Identificar los mecanismos y manifestaciones de la injusticia epistémica en los espacios comunitario, clínico y universitario-formativo, ya que en las intersecciones de estos campos es en donde se tejen las tensiones de poder, subalternidad y resistencia entre actores.

Introducción:

En este espacio se trata de conjuntar una serie de pistas que se ha seguido en  la investigación que actualmente co-realizó en la Región Otomí Tepehua (ROT) del estado de Hidalgo, estas sintetizan un acercamiento inicial a la problemática entorno al desplazamiento de las prácticas, saberes y formas de aprendizaje de las parteras, como agentes comunitarias al cuidado de la salud materna, con el propósito de Identificar los mecanismos y manifestaciones de la injusticia epistémica en los espacios comunitario, clínico y universitario-formativo, ya que en las intersecciones de estos campos es en donde se tejen las tensiones de poder, subalternidad y resistencia entre actores. La propuesta parte de la reflexividad con parteras, usuarias y estudiantes, como agentes diferenciados en desiguales posiciones de poder y capital social (a la manera de Pierre Bordieu), en la complejidad un espacio social que conforman tres municipios de Sierra.  En la Región Otomí Tepehua la partería comunitaria tiene una historia arraigada en la cosmovisión y memoria colectiva de los pueblos.

Desarrollo:

 

La injusticia epistémica es un proceso que hace referencia a la invisibilización histórica  de orden colonial de los “saberes otros” y los actores que la producen.  Corpus de conocimientos, que en  el caso de la partería comunitaria implica un proceso epistémico que integra prácticas-materiales y espirituales. Esto se evidencia, a partir de la implementación del modelo médico hegemónico en la región Otomí Tepehua, cuyo entramado podría leerse desde varias aristas, entre estas, la paradoja que a la par implica, la legitima demanda de servicios de salud eficientes de calidad y calidez, en el marco de derechos de la salud sexual y reproductiva de las mujeres tepehuas, nahuas, otomís y mestizas, y por la otra, el impacto en la discontinuidad de los saberes locales en salud materna. 

El concepto de injusticia epistémica fue acuñado por Miranda Fricker (2016), ha sido retomada y enriquecida en su complejidad por otras miradas analíticas de la filosofía, sociología y antropología. El concepto tiene el potencial de ofrecer una perspectiva de análisis con implicaciones éticas, sociales y políticas, que desentraña los discursos ocultos y evidencia los públicos  (J. Scott, 2004, pág. 18-25) de las relaciones de poder entre agentes socialmente situados en una estructura estratificada de poder social.

La Sierra conocida como Otomí Tepehua es una fracción del continuo montañoso de la Sierra Madre Oriental y parte del Altiplano del Valle de México, constituye una de las 10 regiones[i] que integran el panorama geopolítico-cultural del estado de Hidalgo. Esta es una extensión territorial abrupta, históricamente construida como escenario simbólico de poder, gestión y dominio e intervención estatal y de prácticas socio culturales de las y los agentes que la ocupan.

La composición étnica y lingüística de la población es diversa, integrado por hablantes ñühu (otomí variante de la Sierra), tepehuas, nahuas y mestizos, como resultado de la dominación española y subsecuente evangelización de frailes agustinos.  Ya en el siglo XX,  el territorio ha sido sujeto de acciones de intervención del estado en turno, aunado al creciente proceso migratorio a los Estados Unidos, que en conjunto conforman un escenario contemporaneo complejo e interétnico. Los municipios ubicados en este espacio son San Bartolo Tutotepec, Tenango de Doria, Huehuetla, Acaxochitlán, Agua Blanca de Iturbide y Metepec. Los municipio delimitados para la investigación son los tres primeros. La población en esta subregión de la ROT tiene cerca de  58, 048 habitantes, donde el 51.5 % está representado por mujeres y el 48.5% por hombres (INEGI, 2020). Estos tres municipios concentran el 70% de la población total regional.  La población femenina en edad reproductiva (15 a 49)  ascendía en el 2020 14, 508 (INEGI, 2020).

La delimitación temporal esta marcada por la instalación del Hospital rural 23, ubicada en Metepec en 1984 y la Universidad Intercultural del Estado de Hidalgo en Tenango de Doria, en septiembre del 2012, como instituciones que ha instrumentado una política pública en salud y educativa  in situ, por lo que es interesante analizar los impactos tanto en la salud materna como en los conocimientos, procesos de aprendizaje y saberes desde la percepción de las agentes. 

En este escenario, se tratan de abordar los discursos ocultos y públicos de la injusticia epistémica en los siguientes puntos:

El desplazamiento e invalidación de los saberes y prácticas de las parteras y sobadoras que constituyen agentes de salud especializados. Las respuestas de resistencia desde la subalternidad de las parteras, usuarias y estudiantes frente a la violencia epistémica en el campo de la salud materna.La prevalencia de la violencia institucional en el cuerpo de  las usuarias de las instituciones regidas por la medicina hegemónica, bajo la forma de cesáreas y otros tipos de violencia obstétrica. La reproducción de los sistemas de conocimiento del Modelo Médico Hegemónico a través de formación del personal, que constituye la génesis del hábitus médico (Castro, 2015), y el papel de las universidades interculturas en estos procesos, que supondría un posicionamiento crítico en los procesos formativos.

Las ocurrencias de las injusticias epistémicas suceden en las interfaces de los campos sociales comunitario e institucional, una veces  de manera sutil, implícita e invisibilizada y otras de facto. Un ejemplo de estos espacios son, la sala de espera y el de la consulta, o el acompañamiento limitado de las parteras en los procesos de gestación de las usuarias. 

La interface es el espacio de encuentro de los actores, en una dinámica de antagonismos, alianzas e intereses (Cfr. Arce y Long 1988:5). La continuidad y actualización de los conocimientos y saberes tienen su expresión en las estrategias de resistencia que las agentes instrumentan frente a la violencia epistémica. 

Un caso -entre otros-, que ilustra la injusticia epistémica en su modalidad testimonial e incluso hermenéutica, sería la siguiente expresión que recogí en un taller con docentes. 

A - Hay que ponerse a su nivel para que nos entiendan. Dice en aptitud condescendiente el participante (con referencia a la interacción con la población originaria de la ROT).

En el discurso se percibe una actitud condescendiente que oculta una incredulidad ante la capacidad epistémica de las agentes. Lo que se presenta como un ejemplo, es más frecuente y supone un agravio sistemático, no solo situado, sino estructural. Frases de este tipo son frecuentes en los discursos ocultos del poder, que de tanto repetirse quedan normalizados e invisibilizados. El impacto de este tipo de injusticia epistémica afecta en el nivel individual y colectiva de los agentes, y puede llegar a menoscabar los aspectos psicológico, identitario y práctico de los sujetos. 

La injusticia testimonial (Fricker, 2016)  ocurre cuando una persona o colectivo son agraviados como agentes epistémicos, y como participante en prácticas de intercambio de conocimiento y creación de sentido (Cfr. Medina, 2017). En esta lógica el otro es percibido como un minusválido epistémico, y en ese sentido, infantilizado, lo que se traslada a otros ámbitos de la vida. Este hecho es apenas percibido, e innombrado, a veces inaprensible Es decir, a veces no se da de manera verbalizada, sino con acciones de exclusión y/o negación del otro. También sueles pasar que, nada se verbaliza, todo se actúa o incluso se niega en aras de la corrección política.

Los campos comunitario e institucional son espacios (simbólicos y físicos) de interacción, en el que se traman y convergen tres tipos de ejercicio de poder social (estructural, pasivo y activo -recuperando a Fricker-). No obstante, las agentes en salud comunitaria negocian, hacen alianzas y confrontan en los limites de su quehacer cotidiano, y desde sus propios capitales culturales. Por lo que, las ocurrencias de la violencia epistémica, deben considerarse no como relatos aislados, ni exclusivamente locales -aunque si situados-, sino que son expresión reiterada de un tipo de relación entre sujetos (as), históricamente construidos, y en posición estratificada asimétrica de ejercicio del poder social estructural.

Siguiendo el hilo conductor de pistas de la injusticia epistémica, es un hecho la imposición de la autoridad médica, a partir de las instituciónes hegemónicas médica y educativa, que avasallan otros tipos de conocimiento, cuyo sustento descansa en la conformación del habitus médico.

Más allá de las demostraciones del discurso oculto y público, las parteras y sobadoras perciben que existen limitaciones para el ejercicio de sus practicas de atención, ante lo cual algunas prefieren no continuar o limitar sus actividades al acompañamiento y referenciar los casos a los servicios de salud. Las parteras se convierten en aliadas y/o puentes interculturales de los servicios médicos. 

La Jurisdicción sanitaria XIII, ubicada en el municipio de Tenango de Doria, registró en el año 2017, existían 42 parteras, la mayoría de entre 55 a 85 años y sin relevo generacional. Para el  2022, solo 16 de ellas siguen activas, un número importante de ellas se han dado de baja, por diversos factores, entre ellas, la avanzada eda y las secuelas del COVID.

En el sentido formal no existe una prohibición explicita  de la práctica de la partería, sino  ciertas restricciones que la limitan. Sin embargo, esto no es formal y a veces ni siquiera de facto o explicito, sino a través de formas veladas de subordinación. Es decir, como injusticia epistémica, en dónde se infantilizan a las parteras, y se tratan los conocimientos de las actoras con cierta condescendencia permisiva.  En palabras de un funcionario[1] “…se puede llevar a cabo las prácticas de partería [comunitaria] siempre y cuando no se tengan problemas que involucre la vida de la mujer y el producto”, ya que  “está muy regulado la vigilancia del parto en la mujer en edad fértil”.  Según la cual él, las parteras pueden atender los partos, siempre y cuando no contravengan la parte regulatoria de los procesos y cuenten con equipo y condiciones básicas-.  Esto mismo reitera, el personal local  que comentan que a las parteras no se les prohíbe la práctica. Sin embargo, si se le pide que cuenten con los insumos (jabón, cepillo, navaja, guantes) y -vuelvo a parafrasear “conocimientos necesarios” para la atención de un parto normal.

 En términos del desplazamiento, según apreciación de las usuarias solo una de cada diez mujeres en procesos de gestación prefiere todavía a la partera, no obstante, las que van a los servicios médicos para el alumbramiento no dudan en asistir con la partera para el “acomodo del bebe” y para que las sobe en caso de dolor de huesos, o tés que puedan paliar malestares. 

Para entender la permanencia de los saberes como formas de resistencia, menciono el caso de las comunidades otomíes San Nicolás, San Pablo y Santa Mónica, pertenencientes del municipio de Tenango de Doria. Estas localidades son un nicho de investigación focalizado, en la que estas prácticas de atención a la salud materna se tejen alrededor de la gestante antes y después del parto por las parientes más cercanas tías y madres a través de consejos que incluye el temazcal.  El temazcal como un espacio entre mujeres, consejos maternos de como cuidar al recién nacido, “una mujer sanando a otras mujeres”, el siguiente testimonio da cuenta de ello:

“Los baños en temazcal son para sanar la herida que deja él bebe a la hora de salir, cuando se queda una herida en parte de la mujer se sopla en el temazcal para que se cierre, pero también son para mantener caliente el vientre y pueda seguir teniendo hijos y mientras esta uno sangrando no duela el vientre (previene los cólicos), en el temazcal solo entran mujeres que ya fueron mama” (S. L. P., 2022)

Me explica una egresa de la Universidad Intercultural (originaria de una pequeña localidad de la región) que “los baños de temazcal son un practica de mano vuelta en estas comunidades, es decir, cuando una mujer “se enferma de parto”, la acompañan en los baños de temazcal otras mujeres que ya pasaron por lo mismo. Por eso, las mujeres que ya no están en edad fértil siguen acompañando a las mujeres que se “alivian de parto”, puesto que tienen hijas que aún faltan por ser madres y que en su momento van a necesitar la compañía para los baños del Temazcal (S.M, 2020)   “…yo sé que ya no voy a tener hijos, pero aún falta mi hija que está aquí, y por eso me voy cuando hay enfermas” (L.S.P, 2022)

Conclusiones:

 

A manera de conclusión preliminar,  se puede deducir, que los servicios médicos han logrado posicionar su trabajo en lo que refiere al parto, como acto único, pero que alrededor de este se siguen elaborando prácticas culturales que configuran el acto de nacer para la población como reproducción material y espiritual.  Sin embargo, no se puede negar una reducción paulatina de la práctica de la partería comunitaria ante una injusticia epistémica estructural y dirigida a este sector[1], del cual las instituciones de salud y educativas participan sin tomar una posición crítica. No obstante es necesario diferencia y reconocer, que si bien estos procesos son los evidentes -hasta el momento- en la ROT, la partería como resistencia epistémica social y político tiene diferentes caras en cada uno de los estados de la República, que obedece a procesos históricos en la que intervienen diferentes agentes, de tal suerte que, existen muchas formas de ser parteras, en este quehacer se pueden incluir a quienes se construyen  desde el activismo comunitario, las militantes de las sociedad civil, las disidentes críticas formadas en el Modelo Médico Hegemónico, así como las aliadas académicas. En estos casos, el posicionamiento epistémico e ideologico es lo que da sustento a la prácticas como acompañantes de los procesos de gestación y de vida de las mujeres. 

Sin embargo, es necesario y justo mencionar también, a las que subsisten en la periferia de la periferia -aún del interés académico-, para visibilizar  las respuestas locales de atención a la salud materna en resistencia cotidiana. La injusticia epistémica se manifiesta en la prohibición de su práctica y en la paulatina imposibilidad de su reproducción cognitiva, lo que conlleva la negación ontológica de un pueblo y mundos de vida. En el análisis de Moira Pérez (2019) se  reconoce que  la violencia epistémica  sigue siendo un tema marginal en el campo de las Humanidades y las Ciencias Sociales, por lo que, también quedan temas y compromisos pendientes al respecto, como el de analizar con mayor detenimiento el papel de las universidades interculturales en estos procesos.

 

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Palabras clave:

Palabras clave:  Partería, injusticia epistémica, violencia epistémica

Portugués: midwife, injustiça epistémica, violência epistêmica

Ingles: midwifery, epistemic injustice, epistemic violence

 

Resumen de la Ponencia:

El proceso histórico de los últimos treinta años evidencia que el sistema de educación superior chileno ha superado su antigua tradición selectiva para acercarse a la universalidad de cobertura, donde la preocupación por la calidad se fortalece, dada la relevancia y ampliación del sistema, en paralelo a la creación de nuevos requerimientos externos de revisión de la gestión organizacional y el cumplimiento de los propósitos institucionales. La presentación plantea como objetivo, discutir el concepto de comunidad epistémica, teniendo a la vista la formación de una red de expertos que se conforma en los últimos años de la dictadura militar en Chile.  En este cometido se utiliza la arquitectura conceptual de Peter Haas (1992) y comprende los años 1986 a 1999, logrando acotar el problema de investigación a los pasos descritos en el diseño de la política desde la mirada del autor.La conceptualización de comunidades epistémicas está basada en identificar de qué modo las redes de expertos diseñan, configuran y reorientan las políticas públicas. Esta idea asume que el campo de dominio del conocimiento y la información, es una dimensión relevante del poder. Peter Haas entiende que las redes de expertos aprenden modelos y patrones de razonamiento que, en determinadas circunstancias, arriban a promover cambios en los intereses del Estado a través de mecanismos que pueden ser identificados (Haas, 1992:02). Esta manera determinante de abordar la realidad social contiene “un conjunto de símbolos y referencias, expectativas e intenciones compartidas por colecciones concretas de individuos que comparten una visión del mundo que delimita, para sus miembros, la construcción adecuada de la realidad social (Haas, 1992:27). El objetivo y alcance del trabajo empírico realizado considera el carácter científico de las comunidades, originalmente planteado por Haas en 1992: “las comunidades epistémicas son en menor grado un nuevo actor o unidad de análisis internacional y que pueden ser un vehículo para el desarrollo de la premisa teórica detallada sobre la creación de la interpretación colectiva” (Adler y Haas, 1992:368). La conceptualización de comunidades epistémicas está basada en identificar de qué modo las redes de expertos diseñan, configuran y reorientan las políticas públicas. Esta idea asume que el campo de dominio del conocimiento y la información, es una dimensión relevante del poder, en particular en el diseño e implementación de las políticas de aseguramiento de la calidad de la educación superior chilena.En este contexto, el propósito central de la presentación es difundir los hallazgos de la investigación que intenta comprender y analizar el rol de estos actores y entender la importancia de las redes en este tipo de procesos y las circunstancias personales, políticas y valóricas que las propiciaron.   

Resumen de la Ponencia:

Se presentan los resultados preliminares de mi tesis doctoral, cuyo objetivo es identificar la relación entre el capital social presente y los procesos de guetificación que han experimentado dos barrios habitados por población pobre de la ciudad de Santiago. Utilizando una metodología mixta de investigación y una estrategia de estudio de caso múltiple, primero se caracterizan los aspectos cuantitativos de la guetificación barrial, tales que concentración y homogeneidad social, accesibilidad y cobertura de servicios urbanos, para posteriormente, analizar desde una perspectiva cualitativa el capital social hallado en ambos barrios. La perspectiva teórica escogida considera que los procesos de guetificación, aúnan tanto concentración homogénea de población pobre, como exclusión de los barrios afectados, como una organización socio-territorial con una segregación socioeconómica y espacial densa, una carencia estructural de medios socioeconómicos de integración, unidad a experiencias de estigmatización y desprecio social, encausando en sus habitantes un incremento de la violencia urbana, el extrañamiento e incluso, temor al espacio público barrial. Entendemos el capital social en tanto pertenencia a una red social que brinda el uso de los recursos presentes en ella, asentado en las interacciones sociales que propician el reconocimiento mutuo, al tiempo que posibilitan la constitución de normas de reciprocidad, y de confianza en éstas, favoreciendo la permanencia a la red. Consecuentemente, los habitantes de los dos guetos estudiados desarrollan estrategias de sobrevivencia, incluidas redes de intercambio de bienes, servicios u objetos, así como participación en redes de asociatividad vecinal. Los hallazgos preliminares muestran una ausencia de expectativas de futuro, es decir, una falta de esperanzas de mejoría de sus condiciones de vida y de la pobreza en que viven. Desde las relaciones institucionales emerge un vínculo clientelista con los gobiernos municipales y la figura de los alcaldes. Por otro lado, hay una convivencia cotidiana con el consumo y tráfico de drogas, marcada por experiencias personales e íntimas, de uso o venta, constituye otra forma de resolver la vida cotidiana. Surge, como un hallazgo interesante una ‘solidaridad delegada’, unida a la escasa acción conjunta de los vecinos de ambos barrios guetificados; se consideran que las organizaciones sociales barriales tienen un deber para con los otros vecinos, se delega en ellas y sus dirigentes, la responsabilidad de resolver problemas y hacerse cargo de dificultades diversas. Finalmente, los guetos son territorios donde la violencia urbana y el encierro han recrudecido, fomentado la deslegitimación de las instituciones sociales tradicionales, tales que los sistemas de justicia, de gobierno, o las organizaciones privadas y vecinales, los pobladores desconfían de quienes tienen poder y establecen las normas, pues éstas no tienen impacto, ni efectos en sus vidas. No ofrecen posibilidades de inserción laboral, de mejorar los ingresos o la calidad de vida.

Resumen de la Ponencia:

En México la lucha por el territorio históricamente ha estado vinculado a las clases subalternas, entre ellas los campesinos y los pueblos indígenas, lo cual fue emblema de la Revolución Mexicana a inicios del siglo XX. En las últimas décadas del siglo XX podemos identificar dos aspectos contradictorios en cuanto a la concepción del territorio, por un lado, con los cambios políticos y económicos a nivel global, y México fortaleciendo la etapa neoliberal, con la apertura comercial en 1994 mediante el Tratado de Libre Comercio de América del Norte, se establecía la concepción del territorio como fuente riqueza. Por otro lado emergía el Ejercito Zapatista de Liberación Nacional (EZLN) como un colectivo cuya visión del territorio es más amplia, el territorio como espacio de vida, fuente y repositorio de los bienes comunes, de las culturas, y de la historia de los pueblos que en él habitan.Es en este contexto que las luchas de los pueblos originarios toman una característica particular: aportan, desde una mirada histórica, compleja y comunitaria, una lectura multidimensional de la problemática, al tiempo que comparten experiencias de resistencia y prácticas concretas para imaginar alternativas, lo cual se impulsará a través de dos colectivos de los pueblos indígenas: el CNI y el CIG.El presente trabajo tiene como objetivo analizar la defensa del territorio como parte del proyecto político del Congreso Nacional Indígena (CNI) surgido en 1996 y reiterado veinte años después con la conformación del Consejo Indígena de Gobierno (CIG).Un aspecto importante del proyecto del CNI y del CIG está en la construcción de las autonomías de los pueblos, donde cada pueblo originario gestione su territorio y ejerza su cultura, tradiciones usos y costumbres, por otro lado esa postura frente al despojo da cuenta de una concepción del territorio como espacio de vida y esperanza, lo que representa la lucha por la vida como ellos mismos lo indican, al reconocerse como los pueblos, naciones, tribus y barrios originarios que “hacemos, con organización, al CNI- CIG; hablamos con la lucha colectiva de quienes en nuestras geografías no han dejado de soñar en extensos territorios, en colectivos de decenas, cientos o de miles de familias que hacemos eso que nosotros llamamos comunidad. Nos hablamos con nuestras luchas por defender la vida y en ese lenguaje nos entendemos, porque es el que nos abre la puerta para vernos y entendernos.”Con ello los grupos indígenas reivindicaron el derecho a la autonomía en sus territorios, a tener sus propias formas de seguridad y justicia, de agricultura y defensa de cultivos tradicionales, de formas propias de educación y comunicación.  

Resumen de la Ponencia:

Esta apresentação se baseia em uma pesquisa realizada com mulheres moradoras de um bairro pobre da cidade de João Pessoa (Paraíba – Nordeste do Brasil), beneficiárias de um programa de transferência condicionada de renda. Busca-se explorar as interações entre essas mulheres e as instituições públicas por meio das suas narrativas sobre as suas trajetórias familiares. Assim, a percepção que os sujeitos têm das instituições públicas não é captada por meio de questões específicas sobre conceitos abstratos (instituições, poder público, serviços etc.), mas por temas derivados de suas narrativas de vida (infância, casamento, migração, trabalho). A questão central explorada na pesquisa é: como a condição de pobreza interfere na forma como essas pessoas interagem e lidam com as instituições públicas? O estudo se desenvolve na fronteira entre a sociologia da pobreza e da desigualdade e o campo de estudos sobre políticas públicas. De um lado, em diálogo com a literatura sobre pobreza urbana no Brasil, o estudo lança luz sobre o papel da institucionalidade do Estado na superação ou reprodução da pobreza; de outro, a pesquisa explora um campo pouco explorado pela literatura sobre políticas públicas, que é o olhar do público diretamente afetado pelas políticas sociais, que pode ser muito diverso, e por vezes discrepante, da concepção meramente administrativa elaborada pelos agentes da burocracia estatal. O estudo faz parte de uma iniciativa de cooperação internacional de pesquisa, denominada Lower Classes and Public Insitutions (Projeto LOCI), que reúne pesquisadores e pesquisadoras de diversos países da América Latina, Europa e América do Norte.

Resumen de la Ponencia:

Con la incorporación del modelo 1 a 1 por parte de los Estados Latinoamericanos a partir de políticas públicas de comunicación, educación e inclusión digital, los ámbitos de enseñanza y aprendizaje fueron modificando el tradicional paradigma de la educación, donde no solo las instituciones educativas de gestión pública fueron destinatarias de estas políticas, sino comunidades que históricamente no contaron con los instrumentos propias de la virtualidad, siendo los establecimientos secundarios por mucho tiempo el único lugar de encuentro donde sus habitantes podían interactuar a partir de los parámetros de Internet y la cultura digital. Este es el caso de la Escuela Agrotécnica provincial N° 12 de la localidad de El Fuerte, en el departamento Santa Bárbara, provincia de Jujuy. En la ponencia, se presentará un estado de la cuestión a partir de indagar múltiples producciones académicas en diferentes formatos (libros, tesis, publicaciones en revistas y ponencias) ancladas muchas de ellas en dos provincias de frontera como Jujuy y Salta, con el objetivo de cartografiar cuales fueron los antecedentes de investigadores e investigadoras que reflexionaron en torno a los estudios sobre penetración territorial de las tecnologías, usos sociales y apropiaciones de las TIC; y políticas de Estado. Cabe mencionar, que se trata de aproximaciones en la construcción del estado del arte (subjetivo e incompleto), de mi tesis correspondiente al Doctorado en Comunicación de la Facultad de Periodismo y Comunicación Social de la Universidad Nacional de la Plata (UNLP). 

Resumen de la Ponencia:

Presentamos resultados parciales de una investigación cualitativa con diseño exploratorio, descriptivo y relacional, cuyo objeto de estudio es el conocimiento experiencial, que los actores protagónicos de las prácticas de autocomunicación anarquista en Chile, en su dimensión individual y colectiva, poseen acerca de su propio quehacer. El estudio se aplicó en nueve regiones del país, y partió de la siguiente pregunta: ¿Qué es y cómo viven, en el día a día, la autogestión comunicativa quienes la protagonizan autodefiniéndose como anarquistas? Para entregar satisfacción a lo anterior, y con el propósito de construir teoría sustantiva derivada de los datos, metodológicamente nos servimos de las orientaciones procedimentales de la Teoría fundamentada (Glaser y Strauss, 1967; Strauss y Corbin, 2002; Salinas, 2009; Flores y Naranjo, 2013; Reyes, 2017), aplicando un muestreo teórico y procedimientos de codificación abierta, axial y selectiva, acompañado con una estrategia de triangulación de investigadores (Denzin, 1970) y otra de retroalimentación con algunos participantes del estudio, para potenciar el método de comparación constante y el carácter emergente y cíclico del diseño propuesto (Coffey y Atkinson, 2003) hasta conseguir la saturación de categorías. Las técnicas empleadas para recoger información, son dos: en una primera etapa, entrevistas estructuradas aplicadas a dos actoras y actores definidos como “experto” (Hernández, Fernández y Baptista, 2006), con el propósito de corroborar o complementar los insumos de información que articularon la “guía” de asuntos básica con la que iniciamos nuestra inmersión en el campo; y en una segunda etapa, predominante, entrevistas semi-estructuradas que articulamos en torno a un guion temático orientado por algunas preguntas directrices ad hoc con nuestro objeto y la pregunta inicial. Con todo, explicitamos que no es interés de esta investigación, solamente, conocer cómo se gestionan las rutinas de producción, circulación o consumo informativas ni cómo se construye el temario de una práctica de autocomunicación, pues ante todo queremos conocer su dimensión relacional, y ahí, qué es lo que tensiona y motiva el trabajo de los individuos, lo que ubica a nuestro estudio en la línea de una investigación social comprensiva que releva la vida cotidiana del actor (Araujo y Martuccelli, 2012). Como principales resultados se prevé, en coherencia con la metodología propuesta, información “emergente” sobre la experiencia personal y social de individualidades y colectivos que desarrollan prácticas de autocomunicación anarquista el país, en las dimensiones del sí mismo, de las relaciones entre anarquistas, de la relación con la estructura de comunicación en Chile y de su relación con la estructura social en general. Palabras clave: Autocomunicación anarquista en Chile; comunicación y cultura anarquista; sociología experiencial; teoría fundamentada en los datos.  

Resumen de la Ponencia:

Nuestro estudio inicia en la llamada revuelta social chilena en octubre del año 2019 y propone una reflexión crítica de dos eventos participativos que organizamos en dicho periodo, que denominamos “Cabildos Constituyentes Autoconvocados en la Universidad”: ‘Mujeres y Disidencias Sexuales Constituyentes’, desarrollado en noviembre del 2019 en la Universidad de Chile; y ‘Repensando la Creación y Producción de Saberes’ en diciembre del 2019, en la misma casa de estudios. Desde una perspectiva feminista, discutimos aspectos claves de lo reflexionado colectivamente. Los eventos participativos y nuestro abordaje ponen las tradiciones académicas en tensión, especialmente aquellas arraigadas en el positivismo, la jerarquización, la parcialización disciplinaria y la mercantilización neoliberal que han experimentado las universidades latinoamericanas.La metodología utilizada se enmarca en un movimiento de investigación-acción, donde transitamos en campos fronterizos entre el activismo y la academia, la emocionalidad y la estructura, la práctica y la teoría. La combinación de roles como trabajadoras de la Universidad, participantes de la revuelta social, organizadoras de los cabildos y posteriores analistas de estos eventos, nos permite narrar lo que escapa del conocimiento cuantificable y utilitario en el sentido tradicional de la academia.Los resultados abren preguntas relacionadas a la emergencia de actividades deliberativas en los lugares de trabajo, educacionales y barriales durante la revuelta chilena, y la incorporación de nuevos conceptos y formas participativas como ‘autoconvocado’, ‘cabildo’, ‘asamblea’ y ‘constituyente’. En ese sentido, nos orienta la pregunta ¿Cómo ocurre la transición de conceptos y acciones ‘periféricas’ hacia el ‘centro’ del debate público en espacios como las universidades? La acción posibilitada por la revuelta chilena permite discutir dentro de las universidades preguntas críticas desde una óptica feminista, permear los debates sobre la producción tradicional de conocimientos, dialogar en un espacio universitario desde la propia experiencia del ser mujer/disidencia, abrir espacios de participación a mujeres y disidencias, instalar actorías históricamente invisibilizadas en la toma de decisiones. Por otro lado, en el caso analizado, se discuten la mercantilización de la universidad y las conceptualizaciones derivadas de allí, la competencia por fondos escasos que sustentan lógicas individualizadas y patriarcales de la creación de conocimiento. La propuesta que se discute en los cabildos es un modelo de universidad crítico, sintonizado con el bienestar de la población, que promueve la diversidad, la colaboración, la equidad y una creación de conocimiento democrático y socialmente situado. Los aportes feministas en esta discusión permiten la incorporación de nuevos temas, como la importancia de lo simbólico, las subjetividades, la representatividad, la transdisciplinariedad, entre otros.Por último, la construcción de memoria feminista a partir del análisis crítico de dos eventos históricos en la Universidad, también nos permite abordar diferencias, tensiones, lugares de enunciación, relaciones de poder, y vínculos de afecto y amistad presentes en las prácticas discursivas. 

Resumen de la Ponencia:

La presente ponencia, busca aportar una mirada hegeliana a partir de las figuras de amo y el esclavo, aplicadas al fenómeno del bullying a partir de la lectura que sobre dichas figuras realizan Kojeve, Marx, Lacan y por supuesto el propio Hegel, así mismo se presenta un breve estado del conocimiento para ubicar el proceso de análisis que se ha realizado sobre el tema por Dr. Alfredo Furlan, pionero en el tema en nuestro país; finalmente se plantea la importancia de considerar a los “espectadores” de actos de abuso o acoso, como actores relevantes en la consolidación o contención de escenarios de violencia escolar. A nivel metodológico se utilizan diversos estudios de caso y se analiza el documental “Matabichos” para dar cuenta de la gravedad de la violencia escolar y sus consecuencias.

Introducción:

El llamado bullying se ha consolidado como una práctica escolar importante que (desafortunadamente) coadyuva en la definición de las identidades -particularmente- entre niños y adolescentes, lo que no exenta a los niveles medio superior y superior de presentar dicho violento escenario.

 

      Entrando en materia, podemos considerar que el “Estado de Conocimiento, Acciones, Actores y Prácticas Educativas” del año 2002 editado por el COMIE y coordinado por Piña, Furlán y Sañudo, fue el primer intento serio en México para dar cuenta del asunto de la violencia escolar en nuestro país durante la década 1992-2002. Sin embargo, de las veintiún investigaciones sobre disciplina e indisciplina recopiladas en el texto, en el capítulo dedicado al tema que nos ocupa, titulado “investigación sobre la violencia en el ámbito escolar”, únicamente se señalan tres.

 

      Esta escasez de investigaciones sobre el tema se comenzó a subsanar de manera importante poco tiempo después con “disciplina, indisciplina y violencia en la escuela” (Furlán: 2004), este texto da cuenta de diversos enfoques teóricos y metodológicos, así como de variadas investigaciones  realizadas en México y Argentina, las cuales se han ampliado y diversificado de manera exponencial en los últimos años en América Latina, el Caribe y América del Norte por una gran cantidad de autores e instituciones públicas y privadas.

Desarrollo:

Reflexiones sobre la violencia escolar: una ausencia

 

      Al respecto del texto de Furlán como aporte a la temática, su amplio conocimiento del tema de la violencia escolar, permitió el análisis de la misma en las aulas desde diferentes enfoques teóricos (Foucault, Bourdieu, Laclau, entre otros), abriendo la posibilidad de 3 miradas filosóficas, la innatista (la violencia es innata al ser humano); la cultural (como construcción cultural prácticas) y la llamada mixta, que sostienes que la violencia es resultado de las dos primeras (Piña, J.M., Furlán, A. y Sañudo, L., 2002; Plá, S., Molano, S. y Salazar, I. , 2008).

 

      Es precisamente desde este mirar filosófico, que nos interesa profundizar sobre el fenómeno del bullying desde las figuras hegelianas del amo y el esclavo, considerando los abordajes que sobre éstas hacen Kojeve, Marx, Lacan y por supuesto el propio Hegel, lo anterior consideramos que puede instituirse como un marco analítico teórico que se sume al esfuerzo de comprensión y solución del tema. A tal fin es que este documento se estructura como un recuento teórico de dichas figuras en la filosofía, destacando su importancia para profundizar en el estudio del bullying y la violencia en las escuelas.

 

Las figuras del amo y el esclavo

 

      Hegel en su Fenomenología del Espíritu, postula la independencia y sujeción de la autoconciencia: señorío y servidumbre como las figuras del amo y el esclavo para el desentrañamiento de la conciencia, Hegel inicia el capítulo IV: La verdad de la certeza de sí mismo, con una reflexión en torno a la autoconciencia que se refiere al acto de que la consciencia se toma a sí misma como objeto, Hegel señala (1807/ 1996:107) “Hay que ver cómo comienza surgiendo esta figura de la autoconciencia. Sí consideramos esta nueva figura del saber, el saber de sí mismo…”, en este aspecto, la autoconciencia actúa como certeza de sí, es capaz de producir abstracciones conceptuales. Hegel plantea (1807/ 1996:108) “Pero, de hecho, la autoconciencia es la reflexión que, desde el ser del mundo sensible y percibido, es esencialmente retorno desde el ser otro. Como autoconciencia, es movimiento, pero, en cuanto se distingue solamente a sí mismo como el sí mismo de sí, la diferencia es superada para ella de un modo inmediato como un ser otro…”

 

      La conciencia tiene ahora, como autoconciencia, un doble objeto: uno, el objeto inmediato de la certeza sensible y de la percepción,  pero que se halla señalado para ella con el carácter de lo negativo y el segundo, precisamente ella misma, que es la verdadera esencia y que de momento sólo está presente en la contraposición del primero.”, de esta  manera  la autoconciencia se divide en conciencia de sí, aquella que capta el mundo a través del concepto y  en conciencia para sí, que se refiere a su reflexión en torno a sí misma,  de tal suerte que la autoconciencia alude al reconocimiento de la duplicación del yo.

 

      En este punto cuando Hegel introduce la noción de apetencia, como deseo de deseo, conceptuada posteriormente por Kojeve, como deseo de prestigio.  Este último autor,  va a distinguir entre dos tipos de deseo, el  deseo animal  que es aquel que lleva al hombre a la transformación del objeto,  planteando como ejemplo el hecho de que para satisfacer el hambre es necesario transformar al objeto en alimento pero este deseo se refiere a un deseo animal que no logra llegar a la autoconciencia y el deseo antropógeno conceptuado por Kojeve como (2006:12)  aquel que “…difiere del deseo animal por el hecho de que no se dirige hacia un objeto real, “positivo”, dado, sino sobre otro Deseo.

 

      Así, en las relaciones erótico-afectivas y/o sexuales entre seres humanos, podemos entender por ejemplo, que el deseo es humano si uno desea no el cuerpo, sino el deseo del otro; si quiere “poseer” o “asimilar” el Deseo tomado en tanto que deseo, es decir, si quiere ser “deseado o “amado”, o más todavía “reconocido” en su valor humano, en su realidad de individuo humano”. 

      En suma, el deseo como reflexibilidad de la conciencia, en tanto ésta puede reflexionar sobre sí misma y por ende, desdoblarse; este deseo indica un movimiento de la conciencia que se lanza al otro para intentar reconocerse a sí misma, es decir, la conciencia no existe como tal si no se ve reflejada en un alter ego, otro yo que es como yo pero también es otro. 

 

      En este sentido, en  Kojeve (2006:18) el deseo es  deseo del deseo del otro,  deseo del reconocimiento y por ello plantea “…la primera acción antropogenia toma necesariamente la forma de una lucha: de una lucha a muerte entre dos seres que se creen hombres; de una lucha por puro prestigio con miras al “reconocimiento” del adversario” , de esta manera, el deseo alude a un movimiento por medio del cual la conciencia se lanza sobre el otro, en su intento por reconocerse a sí misma, dado que la conciencia no puede existir sin verse reflejada.

 

En este contexto surge la dialéctica del señorío y la servidumbre, como figuras conceptuales, Hegel (1807/ 1996:113) plantea: “La autoconciencia es en sí y para sí en cuanto que y porque es en sí y para sí para otra autoconciencia, es decir, sólo es en cuanto se la reconoce…Para la autoconciencia hay otra autoconciencia: ésta se presenta fuera de sí”, estas figuras aluden a la lucha por el reconocimiento de la autoconciencia e imbrican dos formas opuestas: aquella que es reconocida (el amo) y aquella que reconoce (el esclavo), Hegel (1807/ 1996:117) señala “Ambos momentos son esenciales; pero, como son, al comienzo desiguales y opuestos y su reflexión en la unidad aún no se ha logrado, tenemos que estos dos momentos son como dos figuras contrapuestas de la conciencia: una es la conciencia independiente que tiene por esencia el ser para sí, otra la conciencia dependiente, cuya esencia es la vida o el ser para otro; la primera es el señor, la segunda el siervo”. De esta forma, el amo en tanto, ser para sí, no se reconoce en el otro, y es materialmente independiente a diferencia del esclavo, ser para el otro y por ende dependiente, es cosa, objeto del amo. 

 

      Si profundizamos en el tipo de personalidad asociada a la violencia escolar, los agresores se han caracterizado por la elección de otro como víctima a quien hostigan verbal y/o físicamente de manera cotidiana, de tal manera que en tanto seres para sí niegan al otro y no se reconocen en él. Diversas investigaciones empíricas (Cerezo, 2001; Cortés Figueroa, 2010, etcétera.) han señalado que el agresor o bullie posee características de personalidad que se estructuran a partir de la negación de la afectividad y la comprensión del dolor del otro, el mismo Cerezo (2001: 41) señala como rasgos típicos de los agresores: 

 

 

“Precisando, algunos elementos del perfil de los agresores, nuestras conclusiones apuntan a que, junto con algunos aspectos de tipo físico como el ser varón (en una proporción de tres a uno) y poseer una condición física fuerte. Estos jóvenes establecen una dinámica relacional agresiva y generalmente violenta con aquellos a quienes consideran débiles y cobardes. Se consideran líderes y sinceros, muestran una alta autoestima y considerable asertividad, rayando en ocasiones con la provocación”. 

 

 

      En este sentido, la violencia escolar se convierte en un código que se instala en el aula, como estructura de reconocimiento y jerarquía en las aulas y durante los recreos escolares, que pone en juego códigos y símbolos en relación a los otros y tiene un sentido ajeno a un acto de mera emocionalidad agresiva sino que se refiere al cómo se conciben y se relacionan el agresor y el agredido.

 

 

 

 Olweus (2005, citado por Cortés Figueroa, 2010: 77) considera al agresor:

 

“como un estudiante que comienza la agresión hacia otro compañero; además presenta características propias de los típicos agresores escolares, entre las que conviene destacar: edad, género, constitución física, liderazgo, incapacidad de autocontrol, no saben gestionar adecuadamente los conflictos, se cree autosuficiente, poco empáticos y con relaciones interpersonales inadecuadas desde el patrón de dominio-sumisión”

 

      En este aspecto, destaca que la personalidad de los agresores puede ser identificada de manera importante con la figura del amo, en tanto conciencias independientes, así como la personalidad de líder que experimentan los agresores ante el imperioso deseo de manifestar su superioridad y dominio y que requiere del otro, ya sea la víctima o a los espectadores (sobre estos últimos haremos un comentario aparte más adelante), para demostrar que tiene por esencia el ser para sí, y por ende, exige ser reconocido como tal, como agresor que desprecia la debilidad de sus víctimas, pero a la vez requiere del reconocimiento de los testigos porque su relación de poder no es sólo con la víctima sino con sus pares etarios y/o congéneres desde una mirada oblicua que subraya condiciones estructurales de poder donde la escuela no es sólo un reflejo de esta violencia sistémica, sino que, con frecuencia también es generadora de la misma.

 

      Ahora bien, retomando las figuras hegelianas,  Kojeve (20006:15) plantea:  “Uno de ellos, sin estar de ningún modo “predestinado”, debe tener miedo del otro, debe ceder al otro, debe negar el riesgo de su vida con miras a la satisfacción de su deseo de “reconocimiento”. Debe abandonar su deseo y satisfacer el deseo del otro: debe “reconocerlo” sin ser reconocido por él. Pero “reconocer” así, implica “reconocerlo” como Amo y reconocerse y hacerse reconocer como Esclavo del amo”. El esclavo, como figura de la autoconciencia encarna al ser para otro e inviste el miedo a la muerte (que es aquello que lo hace someterse al amo), en el caso de la violencia escolar si no a la muerte sí a la constante agresión, escarnio y humillación, como parte constitutiva de su ser.

 

      Si estudiamos el fenómeno del bullying a partir de la víctima, monite.org por ejemplo, nos da cuenta de que:

 

“…muestran rasgos específicos significativamente diferentes, incluyendo un aspecto físico destacable; su complexión débil acompañada en algún momento de algún tipo de hándicap. Viven sus relaciones personales con un alto grado de timidez que en ocasiones le llevan al retraimiento y aislamiento social. Se autoevalúan poco sinceros, es decir, muestran una considerable tendencia al disimulo. Entre los rasgos de personalidad destaca una alta puntuación en neuroticismo junto con altos niveles de ansiedad e introversión” (https://monite.org/perfiles-de-los-participantes-en-las-agresiones/).

 

      Hay una vulnerabilidad del cuerpo y de la subjetividad de la víctima, una deshumanización de él mismo que le produce no sólo el amo sino también los espectadores, que le genera trastornos de la personalidad que lo pueden llevar incluso al asesinato de sus victimarios como puede verse en el documental Matabichos,[1] en donde, un niño se aprovecha de una plaga para defenderse de dos niños que le molestan bajo la idea de eliminar a los otros antes de que lo aniquilen, nos dice la autora.

 

      Sin embargo, en este documental el espacio sórdido y oscuro simboliza el tipo de subjetividad que el bullying genera. Kaes (1997: 123) plantea que existen también las alianzas perversas, “que se patentizan en la desmentida común, por el secreto compartido, y por el dominio que el perverso ejerce sobre sus compañeros, con la complicidad consciente o inconsciente de estos. Se sostiene siempre que la relación del fetichista con su fetiche sólo toma este valor del poder que tiene el fetiche de fascinar al otro”.

Estas alianzas perversas dan cuenta de que, en un sistema social basado en la estructura del amo y el esclavo, la construcción social y el lazo social que construye la escuela no sólo prepara a los alumnos para su inclusión en mercados de trabajo jerárquicos sino que los construye subjetivamente para repetir grupos de poder subordinados a intereses sociosimbólicos semejantes, por ende, la violencia escolar no puede analizarse al margen de lo social y como reflejo de la perversión del sistema.

Por su parte, Cortés Figueroa (2010:85) argumenta: 

 

“La intimidación arrebata a la víctima la posibilidad de estimarse positivamente, destruyendo la autoconfianza elemental de su persona, provocando una baja autoestima, deserción escolar y aislamiento en el grupo. La lucha por el reconocimiento se convierte en una batalla pérdida para las víctimas”

 

       En diversas investigaciones empíricas, destaca el hecho de que la víctima suele estar marcada por el miedo al agresor y en consecuencia, cede al otro y  satisface el deseo del otro: lo  reconoce sin ser reconocido por él, de tal suerte que el agresor es reconocido por la víctima y también por los espectadores como figura dominante (el amo) y en este reconocimiento, la víctima se esclaviza a través de la aceptación del abuso de poder que es ejercido por un agresor más fuerte que va desde una mayor fortaleza física que pueda causar daños corporales hasta una mayor fuerza simbólica que pueda destruir subjetivamente a la víctima (burlas, exclusión, intimidación, acoso, entre otros).

      En casos extremos suele devenir en suicidio, víctimas que ante la normalización y naturalización de la violencia que se ejerce sobre ellos, llevan su introversión y depresión al extremo del suicidio, lo cual quizá sea también un acto de triunfo sobre el amo, no sólo sobre el agresor escolar sino también contra la institución escuela y el o la docente cuando obviaron el control de las interacciones con el cuidado, respeto y disciplina que les corresponde señalar y salvaguardar.

 

      Es importante tomar en cuenta las críticas vertidas por Lacan a Hegel,  a partir de dos argumentos, el primero cuestiona el hecho de que las figuras amo-esclavo, sustentadas en el deseo de reconocimiento aluden al deseo del Otro no sólo en su vínculo con lo especular imaginario desarrollado por Kojeve sino también a un deseo simbólico sometido, en tanto el deseo del otro remite a la alienación (vel) porque al constituirse el sujeto a partir del Otro se genera cierto tipo de esclavitud que puede estudiarse en distintos niveles (amado-amante, gobernador-gobernado) y pueden estar enmascaradas; en este sentido,  Lacan pone en el centro el vel, la alienación donde el sujeto se constituye a partir del Otro y en este aspecto, ambas figuras, tanto el amo como el esclavo están igualmente alienadas. 

 

      De esta forma, siguiendo a Lacan, la constitución de las identidades, el deseo de prestigio y reconocimiento, en el caso del agresor y la subordinación y sumisión en el caso de la víctima, estarían dando cuenta de la misma alienación de las identidades al Otro, porque la identificación simbólica, (Zizek, 1998) da cuenta de una identificación del sujeto con alguna característica significante que asume una forma concreta, reconocible en una orden o mandato que el sujeto toma a su cargo y/o se le otorga: sea agresor o víctima, en ambos casos sólo están obedeciendo los mandatos simbólicos con los que se identificaron, en el caso de ambos es probable y de acuerdo con Garrido (2015: 1) que provengan de familias violentas y repitan su rol familiar en la escuela, ya sea agrediendo o siendo agredidos.

 

     Una visión interesante sobre el tema, la encontramos en Ortega, Del Rey y Elipe (2012: 210) quienes han señalado sobre la violencia que, “Frecuentemente impacta en la persona agredida hasta producir su efecto perverso de dominio-sumisión, ya que mientras el tiempo y las condiciones de inseguridad afectan a la víctima, el propio agresor está siendo igualmente impactado por la situación; actuar, sistemáticamente como acosador destruye la naturaleza moral del agresor y lo coloca en verdadero riesgo de llegar a tener una personalidad, cuando menos, moralmente inadaptada”

 

[1] Presentado por su autora Gabriela Palacios en el “Seminario Internacional: la producción y reproducción de la violencia en las escuelas” en el año 2015.

Conclusiones:

En el caso del bullying, y como se mencionó anteriormente, un cierto porcentaje de las víctimas recurren al suicidio como forma extrema de evasión de un sufrimiento cotidiano que no sólo involucra a la violencia física, sino también alude a una negación de su ser como autoconciencia, en tanto, la agresión constante conlleva que desarrolle una falta de habilidades sociales y psicológicas para defenderse, por lo que encuentran en el suicidio una salida al sufrimiento y una forma de recuperar su propia constitución identitaria, en una reivindicación de su identidad.

 

      Es por lo anterior y en síntesis, que las figuras del amo y el esclavo, constitutivamente alienadas (en Lacan) se constituyen a partir del reconocimiento del otro y es aquí desde donde es posible pensar una posible intervención educativa en torno al bullying, considerando más allá de las figuras del agresor y la víctima, voltear la mirada a los espectadores, pues si bien las dos primeras figuras son centrales en dicha práctica violenta, son los otros, los espectadores, los que juegan el papel fundamental en torno al reconocimiento, son ellos los que marcan a partir de su aceptación pasiva, al agresor como amo y a la víctima como esclavo y son ellos, los que podrían marcar pautas no sólo de denuncia sino también de rechazo a los agresores, negándoles el reconocimiento y el prestigio que los empodera, devolviendo al docente su figura de autoridad y capacidad para marcar  normas de convivencia pacífica, por lo menos, en el aula.

 

 

Bibliografía:

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Documental

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Palabras clave:

Bullying, Violencia escolar, Hegel, Lacan, Escuela

Descripción de la Publicación académica:

El presente trabajo de investigación analiza la configuración de la agroecología en las comunidades campesinas pertenecientes al Movimiento Campesino de Cajibío. Para ello se reconstruye la historia del MCC, su configuración política, cultural y organizativa; se analiza la dimensión política, sociocultural y económica de la agroecología dentro del mismo, así como sus prácticas de materialización, aportes y limitaciones colectivas; y se estudia el proceso de transición productiva y modificación de los marcos cognoscitivos de las familias campesinas, producto de la adopción de esta práctica como parte de su vida cotidiana. La investigación se efectúa bajo la perspectiva cualitativa, por medio de entrevistas semiestructuradas y observación participante. Se realizan 18 entrevistas a miembros activos del Movimiento, entre las cuales 12 se llevan a cabo como parte de visitas a las fincas de los asociados. Se encuentra que la agroecología se constituye como apuesta central en el proyecto político por la creación de un modelo económico alternativo y el reconocimiento legal de los campesinos como sujetos de derechos diferenciados, productores de alimentos sanos y protectores del medio ambiente; contribuye a la reconstrucción progresiva de los tejidos culturales y sociales, propiciando nuevas formas de agricultura, basadas en el respeto a la vida y a la autonomía en el territorio; y la transformación física de las parcelas permite el avance hacia la soberanía alimentaria, el equilibrio funcional del sistema agropecuario y la reducción de la dependencia campesina hacia medios externos. Sin embargo, la agroecología en el territorio se trata más de un proceso de que una realidad, pues se tensiona con complejidades económicas, sociales e históricas del contexto que condicionan su desarrollo.

Resumen de la Ponencia:

Em 2011, a Fiat confirmou a implantação de uma nova fábrica do grupo no município de Goiana, Zona da Mata Norte de Pernambuco, com investimentos iniciais de R$ 7 bilhões. A unidade pernambucana é a primeira unidade de produção da marca Jeep, pertencente ao Grupo Chrysler, para os Estados Unidos e a segunda da Fiat no país. O negócio do Jeep em Pernambuco desperta curiosidade, visto na ausência, então, da indústria automobilística não estatal, implicando na formação de toda a estrutura produtiva do pólo. Seu canteiro de obras abriga atualmente 16 empresas de sistemas, que fornecem sistemas ou módulos para peças já montadas em dezenas de docas localizadas próximas à linha de montagem, com uma montadora preservando dois veículos para a montagem final, no sistema de Condomínio Industrial. nossos últimos anos, A sociologia do trabalho tem refletido e criticado os novos modelos de gestão e organização produtiva, em relação aos viés de dois operadores e os resultados destes para as formas "clássicas" de relações de trabalho, como os laços de solidariedade e os movimentos de protesto. . Como bem analisa Antunes (2018), com a separação de dois trabalhadores e trabalhadoras em “primeira e segunda categoria”, dividindo-se entre contratados diretamente e “terceirizados”, a heterogeneidade e fragmentação do corpo produtivo é ainda mais ampliada. Paralelamente, são estas as novas práticas de gestão de pessoas, cujo novo imperativo é desenvolver o sentido de responsabilidade dos nossos trabalhadores através de um envolvimento “voluntário”. Temo, portanto, por um lado, uma redefinição das formas de gestão empresarial e de pessoas, que contrasta com a organização sócio-produtiva em que Goiana se baseia. O município possui forte tradição de produção ligada à agroindústria, sendo a cana-de-açúcar um dos dois grandes destaques, o que implica que toda a organização sociocultural, bem como as relações de trabalho, são regidas por esse sistema. E, como aponta Ladosky (2015), esses processos de autoritarismo, miséria, desigualdade, dominação e resistência que permeavam a tradição local, adentraram na fábrica Jeep (grupo Fiat-Chrysler) estabelecendo uma relação com a disciplina industrial de organização do trabalho e com política de gestão de recursos humanos da montadora. Assim, esta pesquisa visa compreender a natureza das relações produtivas que se estabelecem entre a Jeep e as empresas do sistema que compõem o Polo Automotivo Goiana, e quais são sus reflexos na dinâmica das relações de trabalho, tendo como pano de fundo as dinâmicas territoriais. Por isso, apoiamos contribuições científicas no campo da sociologia do trabalho, como os trabalhos de Ricardo Antunes (1999; 2002; 2018) e João Bernardo (2004). Como metodologia de pesquisa, o trabalho conta com as seguintes estratégias de coleta de dados: pesquisa documental,  

Introducción:

No final de 2011, a Fiat confirmou a implantação de uma nova fábrica do grupo no município de Goiana, Zona da Mata Norte de Pernambuco, com investimentos iniciais de R$ 7 bilhões, com R$ 3,3 financiados pelo BNDES. A vinda da subsidiária para o estado desperta curiosidade, vide a ausência, até então, de industrias do ramo automotivo no Estado. 

A unidade pernambucana é a primeira fábrica de produção da marca Jeep, pertencente ao antigo grupo Chrysler que foi adquirido pelo Grupo Fiat em 2014, e a segunda da Fiat no Brasil, que já operava com uma unidade em Betim – Minas Gerais desde a década de 70.

Apesar da diferença temporal, o processo de implantação da Jeep no território pernambucano ocorreu de maneira muito similar ao desempenhado nos anos 50, 60 e 70 no sudeste brasileiro, sobretudo no ABC Paulista, em que altos volumes de financiamentos e isenção fiscal atraíram grupos industriais para o sono brasileiro. Mas para além dos benefícios financeiros, a atração da montadora faz parte do processo de reespacialização e reindustrialização produtiva, posta em prática nos últimos 10 anos pelo governo do estado, visando a retomada de investimentos nas regiões do Agreste e Zona da Mata, depois da queda dos financiamentos em SUAPE. A abertura de novas frentes de investimentos modificou as bases econômicas tradicionais do município de Goiana, concentradas na agroindústria da cana de açúcar.

Além da Jeep, integram o Supplier Park de Goiana outras 16 empresas sistemistas, que fornecem módulos para a montadora. O modelo de produção implantado é desverticalizado, via condomínio industrial, em que as empresas entregam os componentes no tempo e sequência correta, e a Fiat sendo responsável pela montagem final dos veículos.

Conceitos de gestão novos àquela região em que as plantações de cana dominam o cenário desde a colonização, influenciando a formação econômica e social do município. Para a Jeep, isso possibilitou-lhes a formação completa da cadeia produtiva. Dos fornecedoras aos trabalhadores, que passaram por diferentes experiências de qualificação.[1] Em outras palavras, significa dizer que a Jeep introduziu no território foi muito mais que a estrutura produtiva, é toda uma nova organização social do trabalho. 

É de interesse da sociologia do trabalho os desdobramentos provenientes de reestruturações produtivas, e, neste caso, a inserção de uma nova dinâmica industrial. Tendo em vista o contexto apresentado, e a relevância desta para a sociologia, este trabalho se propõe a analisar o processo de implantação da Jeep em Goiana, tendo em perspectiva seus processos históricos e culturais como variáveis importantes para a formação do Polo Automotivo. E para que isso seja possível, conta com uma abordagem teórica-metodológica sobre o surgimento e a organização produtiva do sistema capitalista, dando um enfoque especial para as possíveis consequências para as relações sociais de trabalho; pesquisa documental para a compreensão dos desdobramentos da inserção da Jeep no território, entrevistas semiestruturadas, e análise de conteúdo, de forma a compreender os reflexos da dinâmica industrial a partir da vivência dos trabalhadores e trabalhadoras. 

 

 

 

Desarrollo:

A instalação da jeep

Segundo Fleury e Fischer (1985), as relações sociais de trabalho se estabelecem a partir do local e das condições em que o trabalho se verifica, admitindo a influência dos fatores sociais, econômicos, políticos e culturais. E ao passo que o estudo dos padrões de relações de trabalho vigente em determinado contexto socioeconômico constitui uma importante categoria de análise sociológica à medida que eles podem ressaltar e mascarar as condições reais em que se processa o trabalho o humano, em cada formação social específica (Fleury e Fischer, 1985, p. 14), a presente pesquisa, em um primeiro momento, se propõe a realizar a realizar uma análise crítica ao processo de implantação da instalação do Polo Automotivo Jeep, no município de Goiana, partindo do levantamento e reflexão dos atores envolvidos nesse processo. 

Segundo Braverman (1974, p. 58), o que o capitalista compra é infinito em potencial, mas limitado em sua concretização pelo estado subjetivo dos trabalhadores, por sua história passada, por suas condições sociais gerais sob as quais trabalham, assim como pelas condições próprias da empresa e condições técnicas do seu trabalho. O que significa dizer que o sistema produtivo do capital não está apenas orientado para a extração da mais-valia, mas também para o controle do processo produtivo de trabalho. Bem como assinala Bernardo (2004, p.69), as mudanças ocorridas no bojo do capital têm como objetivo a subjetivação do elemento vivo do trabalho, com a administração científica assimilando a totalidade dos conhecimentos técnicos adquiridos pelos trabalhadores e incorporando-os no processo de produção, de modo a aumentar-lhe a eficiência. 

Não por acaso o munícipio de Goiana, em Pernambuco, foi escolhido para abrigar uma nova filial da Fiat, a mais moderna do grupo, diga-se de passagem. Para além das questões burocráticas e dos interesses econômicos, que foram brevemente explicitados na introdução deste trabalho, há o interesse da gestão da montadora em desenvolver funcionários capacitados conformes os seus interesses. “Trabalhadores novos e sem vícios”, foi a descrição dada por Stefan Ketter, ex-diretor de operações da Fiat em entrevista a Automotive Business, em 2015, ao ser questionado sobre as possíveis dificuldades em operar em um território novo e sem preparo. “Estrategicamente, é muito difícil fazer uma fábrica nova em um lugar que não tenha nenhuma experiência automotiva. Mas a primeira e grande vantagem que tivemos aqui foi treinar o pessoal do zero, sem vícios, para aquilo que queríamos.” (Ketter, 2015, p. 18).

Localizado na Zona da Mata Norte de Pernambuco, o município de Goiana está há 62 km de Recife, capital do Estado. Apesar da distância, o território possui relação direta com a capital, com laços culturais e históricos fortemente estabelecidos entre as regiões, sendo durante o período colonial uma das cidades mais importantes da Capitania de Itamaracá. Um passado longínquo, mas que se faz presente até hoje nas tradições locais. Um dos fatores mais determinantes na formação da tradição local, tanto cultural quanto econômica foi a monocultura da cana de açúcar. Primeiro nos engenhos coloniais, que transformaram-se em usinas após sucessivas crises, permaneceu por séculos como a atividade produtiva mais importante da região. Panorama que só veio a ser modificado a partir dos anos 2000, após grande aporte financeiro na indústria de transformação.

De maneira geral, o século XXI representa para Pernambuco o começo de uma nova era no campo econômico. As mudanças e incentivos realizados em todo o Estado são diversas, e entre elas, destaca-se o movimento de forte retomada da indústria de transformação (que havia perdido consistência na década final do século XX), o que fez Pernambuco se colocar na contramão do que ocorria nas regiões Sudeste e Sul, onde a atividade manufatureira experimentava e ainda experimenta grandes dificuldades. A consolidação do complexo portuário-industrial de Suape foi um dos elementos centrais para a atração de empreendimentos industriais, inclusive em segmentos que não estavam presentes no tecido produtivo tradicional do Estado (Araujo, 2018, p. 404), como a indústria automobilística.

A Região de Desenvolvimento da Zona da Mata Norte entra no radar do governo estadual após a queda de financiamentos em SUAPE. Os primeiros investimentos na indústria de transformação iniciaram na primeira década de 2010, vide o anúncio de expansão da FCA em 2011, e já em 2014 a ZM concentrava 47% do volume de investimentos do Estado, destacando-se pela indústria de produção de energia renovável, de automóveis, além da presença da HEMOBRÁS – Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia.

A desconcentração de investimentos reverberou rapidamente sobre o PIB de Pernambuco, com a Região de Desenvolvimento do Agreste e Zona da Mata assumindo a liderança de participação econômica. 

 

“Na comparação com os anos extremos da série, observa-se que a RD Metropolitana perdeu importância relativa na economia estadual, reduzindo em 3,7 pontos percentuais a sua participação no PIB pernambucano. No mesmo período, as RD da Mata Norte e do Agreste Central foram as que mais cresceram em termos econômicos e aumentaram a sua participação em 1,3 e 1,6 pontos percentuais no PIB estadual. Os dados apontam, portanto, que durante os anos de 2002 a 2015 houve uma modesta desconcentração regional da atividade econômico do estado” (Galindo & Marinho, 2018, p. 331).

 

 

De um lado estava o interesse do Estado de Pernambuco em retomar investimentos e modificar as bases econômicas da região em uma única tacada, o que, em certa medida, foi conquistado pela gestão. Mas do outro lado estava o interesse da Fiat em instalar-se na região. Em uma confluência de fatores, como a proximidade do Porto de Suape, o grande volume de isenções fiscal, de financiamento (R$ 3,3 bilhões pagos pelo BNDES), o fator decisório foi a possibilidade de formar uma nova classe trabalhadora própria para a sua fábrica, conforme afirma a revista Automotive Business (2015) sobre o processo de recrutamento dos operários Jeep: “O critério de seleção dos funcionários foi puramente comportamental”.

Para que isso fosse possível, a Fiat foca seus esforços em estratégias de convencimento da população, isto é, uma adequação aos seus ideários que ultrapassa os limites da fábrica e chega ao imaginário popular. Para tanto, o grupo utiliza como principal estratégia empresarial a instalação de fábricas em zonas consideradas greenfield, ou seja, “regiões, em geral, interioranas, sem (ou com pouca) tradição na indústria manufatureira, em especial na indústria automobilística”. (DULCI, 2015). Aconteceu na Itália, em Betim e em Goiana, a fábrica move seus esforços para a redução da possível interferência sindical e o convencimento de que esse investimento é o único que pode resgatar econômica e socialmente uma área de baixos salários e alta desocupação (Bubbico, 2021, p. 28).

Ao assumir publicamente suas intenções sociais a Jeep abre um novo leque de possibilidades de reflexões sobre os resultados da sua organização produtiva para a vida dos trabalhadores. Ao debruçar-se sobre as nuances que cercam o processo de implantação da Jeep em Goiana, este trabalho se propõe a investigar e compreender a gestão de recursos humanos da fábrica como parte essencial desse processo.

 

Relações de trabalho na jeep

A divisão e organização produtiva da Jeep é bastante comum à de outras unidades espalhadas pelo globo. Funcionando via Condomínio Industrial, em que as empresas sistemistas fabricam modelos a serem entregues e montados pela montadora, a fábrica funciona em 3 turnos, com operações divididas entre prensas, funilaria, pintura e montagem final. 

Estima-se que a Jeep possua 3 mil funcionários, distribuídos pela linha de montagem, operando juntamente a mais de 700 robôs. Tudo graças ao World Class Manufacturing (WCM), um exigente sistema de produção que possui como pilar a seleção de funcionários conforme a adesão comportamental aos fundamentos da empresa, através de atitudes proativas, responsabilidade, dedicação, vontade de acertar, capacidade comunicativa, desejo de aprender, de ensinar e ajudar os colegas, predisposição ao trabalho polivalente atuando em várias células quando necessário, ambição de querer algo mais do que um emprego, disponibilidade e motivação para atender os chamados da empresa em momentos críticos da produção, mesmo que seja em finais de semana ou feriados (Bubbico, 2021, p. 123).

O ápice dessa ideologia de trabalho encontra-se na figura do team leader. Os team leaders são os responsáveis por realizar a interlocução entre a gestão e o chão de fábrica. Posição central para o funcionamento da fábrica, a eles cabe propriamente a tradução dos desejos da diretoria para o operariado, conforme é dito no Código de Conduta para Funcionários da Jeep: Como líder, a nossa expectativa é que você molde o comportamento ético dos integrantes da sua equipe em todos os momentos, e que você sempre mantenha padrões éticos e de integridade acima das necessidades ou resultados do negócio (Fiat, 2015, p. 11).

Figura emblemática dentro da produção, os team leaders são para o chão de fábrica um cargo de alto valor, visto que, em tese, qualquer um pode virar um leader, uma função com características de gestão, sendo a principal responsável dentro da linha de montagem por gerir a equipe, mas que não exige altos níveis de formação profissional. A seleção dos team leaders acontece internamente a produção, ao alcance de qualquer funcionário. Mas na prática, a decisão final sobre os aprovados fica a cargo da gerência da linha de montagem. 

Desde a escolha da localização da fábrica, passando por sua distribuição interna, à gestão de pessoas, a FCA trabalha pelo aparelhamento e controle de todas as decisões, impactando diretamente na autonomia dos funcionários. A intenção é dificultar a organização social dos trabalhadores, e que esses a convertam em movimentos reacionários, o que fica claro com as atitudes antissindicalistas da fábrica. Com consequências dramáticas para os operários, que se veem de uma hora para outra forçados a introjetar uma nova dinâmica produtiva mais rígida e feroz, e afastados das suas bases históricas e culturais de trabalho.

Operários que saem do campo rumo à fábrica com o sonho de estabilidade e segurança, mas que se veem diante de uma realidade tão dura quanto a agrária. Se comparada as demais indústrias automotivas nacionais, as condições de trabalho na Jeep estão entre as mais precárias. De acordo com Oliveira, Ladosky e Rombaldi (2019, p. 280), em 2016, não havia pagamento de PLR na fábrica da FCA, enquanto os trabalhadores das plantas da Fiat em Campo Largo (PR) e em Betim (MG) já haviam recebido R$ 4.500 e R$ 4.737, respectivamente. A PLR, no Polo Automotivo de Goiana, foi conquistada no ACT de 2017/2018, no valor de R$ 2.854. 

Além do pagamento do PLR, a mesa de negociações propostas pelo sindicato conseguiu o aumento no número de itens da cesta básica, tratamento odontológico, descontos em farmácias, entre outros. Conquistas que não seriam possíveis sem a presença ativa dos sindicatos, especialmente o SINDMETAL-PE. 

Segundo este, a Jeep faz frente as negociações pressionando as fornecedoras a não aceitarem os acordos sugeridos pelo sindicato, sempre buscando nivelar “por baixo” as propostas, para além das retaliações promovidas àqueles que participam das atividades desenvolvidas pelo SINDMETAL.

A maior dificuldade encontrada pelo SINDMETAL-PE, no Polo Automotivo de Goiana, tem sido a prática antissindical desempenhada por empresas que, segundo sindicalistas, perseguem aqueles trabalhadores que se aproximam das lideranças sindicais, ou que simplesmente aceitam receber o Boletim do Sindicato. As assembleias de campanha salarial, dizem eles, contam com a participação de muitos prepostos da empresa, que exercem vigilância no dia a dia da fábrica. O resultado é que, em todo o Polo de Goiana, dentre os mais de 9.000 trabalhadores entre Jeep e sistemistas, há, até o momento, apenas quatro trabalhadores sindicalizados, depois de cinco anos de funcionamento. O dirigente sindical entrevistado informou ter evitado realizar atividades de sindicalização, com receio de expor seus colegas à retaliação (Oliveira, Ladosky e Rombaldi., 2019, p. 281).

 

Contudo, é preciso aqui fazer uma ressalva. A maneira como os trabalhadores se organizam e se expressam (sindicalizar-se ou não, promover greves ou não) advém de diversas ordens, não sendo a pressão e controle exercido pela Jeep o único fator decisivo. A história e experiência da classe operária de trabalhadores de Jeep não se formou ao adentrarem na fábrica; muito pelo contrário, o município de Goiana, tal como sua população, é marcada por uma longa trajetória histórico-cultural de luta. Apesar da importância dos sindicatos para organização dos trabalhadores, este não se coloca como a única via de enfrentamento à Jeep. 

Em 2020, no auge da pandemia da Covid-19, um grupo de trabalhadores protestou contra o não pagamento da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR). Alguns carros foram danificados em protesto. Não houve cobertura da mídia sobre o assunto, apesar da circulação de conteúdos na internet de forma ampla.

A grande questão que cerca a implantação da Jeep são as disputas internas travadas entre diferentes protagonistas. Em uma frente encontra-se os interesses do Estado de Pernambuco em empreender uma reespacialização e reindustrialização em diferentes territórios, na outra ponta tem-se o desejo da Jeep em empreender em Pernambuco um modelo produtivo com alto impacto social, isto é, de controle das relações de trabalho. E no meio desse caldeirão de processos e narrativas encontra-se os operários, que frente a exploração de uma nova cultura do trabalho precisam assimilar suas nuances e organizar-se politicamente para a luta dos seus direitos.

O saldo dessa articulação recai sobre os trabalhadores, que desprotegidos pelo Estado e por leis trabalhistas, embarcam no “sonho Fiat” em busca de estabilidade e melhores condições de vida, mas acabam por encontrar uma organização produtiva formada pela desigualdade, orquestrada para manter o controle da subjetividade humana. Sendo assim, uma pesquisa que se proponha a refletir sobre a implantação da Jeep precisa partir das diferentes nuances que o cercam. Este trabalho, em especial, coloca os trabalhadores, os mais interessados e impactos por esse processo, no centro do debate.

Conclusiones:

A presente pesquisa se coloca como exploratória dada a natureza da obtenção de dados. Apesar da longa trajetória da indústria automobilística no Brasil, em Pernambuco sua história é recente e pouco explorada academicamente, até o presente momento. Os enfoques dados ao tema buscam provocar reflexões sobre os atores envolvidos no processo de implantação da Jeep no Estado; esta pesquisa, por outro lado, não se propõe a apontar acertos ou erros, tampouco a esgotar o tema, mas em apontar um novo caminho para compreensão do objeto: a partir dos reflexos desta dinâmica para, muito possivelmente, os mais interessados desta dinâmica: os trabalhadores.

Para tanto, convém mais uma vez mencionar que o que foi exposto neste breve trabalho é resultado de uma pesquisa ainda em andamento, que caminha e objetiva frutos a médio e longo prazo.

Para dar conta do tema buscou-se um aparato teórico que refletisse sobre o novo desenvolvimento posto em prática nos últimos anos no Nordeste, sobretudo em Pernambuco, utilizando-se de autores que realizam o debate levando em consideração as características socio-culturais desse território, afastando-se de uma análise puramente economicista. 

Além disso, o trabalho conta com autores que realizam reflexão crítica sobre a organização produtiva capitalista, em especial a promovida em industrias automotivas. Vale ressaltar também um aspecto bastante importante para a construção metodológica desta pesquisa, a gestão de recursos humanos, que tem se mostrado essencial para formação da Jeep.

Nesse sentido, essa pesquisa não busca findar o tema, mas pôr em práticas metodologias e recursos bibliográficos que permitam um entendimento mais amplo de um tema tão complexo que em curso adquire todos os dias novas faces.

 

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Palabras clave:

Relações de trabalho; Jipe; sistemistas.

Resumen de la Ponencia:

O presente estudo tem como um dos seus pontos de partida as experiências urbanas das mulheres da resistência (mulheres de classes populares e, em sua maioria, negras), uma vez que são elas as protagonistas que ocupam os espaços de organização e debate sobre as questões relativas à qualidade da vida urbana e aos seus variados contextos; que dão corpo aos movimentos sociais que reivindicam o acesso ao território; e garantem, por meio do embate de anos e de vidas, conquistas importantes para população, sobretudo a de maior exposição à vulnerabilidade. Diante deste contexto, buscamos contribuir com o debate deste Congresso a partir da apresentação do conceito das “marcas urbanas”, que visa contemplar, em um primeiro momento/escala, as marcas gravadas nos corpos femininos (cisgênero), de uma classe social e raça específicas - provocadas por suas vivências dos espaços livres públicos -, como também aquelas encontradas nos espaços livres públicos - tendo sido deixadas por esses corpos. Em um segundo momento, o conceito “marcas urbanas” se propõe a compreender um novo conjunto de variáveis que se articulam entre si e compõem, possivelmente, uma escala mais ampla no contexto das experiências urbanas das mulheres da resistência, sendo elas: o cotidiano e a militância dessas mulheres nos movimentos sociais urbanos e as decisões que constituem o território das cidades brasileiras. A hipótese atualmente analisada é a de que há algum tipo de relação (possivelmente de causalidade, condicionalidade ou dependência) entre o fato de as mulheres da resistência serem as sujeitas cujas experiências urbanas são as mais impactados pelas decisões que constituem os territórios citadinos e o fato de o protagonismo feminino na luta pelo direito à cidade ser uma realidade nos movimentos sociais urbanos de modo geral. Acreditamos que por elas carregarem, mais profundamente, - tanto em seus corpos, como em seus cotidianos-, as marcas urbanas das decisões que executam a gestão/configuração dos territórios das cidades, elas são impelidas a serem as agentes em maior número da luta pelo direito à cidade, sendo elas as principais produtoras das marcas urbanas da resistência deixadas nesses territórios. Em termos de condução metodológica para observação da hipótese, será utilizado uma abordagem qualitativa, a partir de uma condução etnográfica feminista. Isto significa dizer que lançaremos mão de uma pluralidade metodológica, tendo as seguintes ferramentas de produção de dados: histórias de vida, entrevistas semiestruturadas; observação participante; e, por fim, diário de campo com registros escritos e audiovisual. A utilização dessas ferramentas visa dar robustez ao conceito de “marcas urbanas”, para que ele possa ser utilizado nos embates teóricos e empíricos da resistência e das lutas sociais e políticas dos territórios da América Latina.

Resumen de la Ponencia:

A modo exploratorio, se ofrece una evaluación preliminar de la Movilidad Urbana Sostenible concebida alternativamente como un marco teórico o, como un enfoque práctico para la gestión y la planificación de la movilidad en las ciudades. El objetivo general del trabajo consiste en recopilar argumentos que permitan reflexionar y debatir en torno al siguiente interrogante: ¿hasta qué punto la Movilidad Urbana Sostenible (MUS), posee efectivamente los rasgos de una disciplina teórica consolidada o la solvencia practica de una tecnología social?Para ello, en la primera parte se esquematizan los dos marcos interpretativos propuestos para abordar este interrogante sobre la MUS que, si bien son alternativos, no son necesariamente excluyentes: uno práctico, que concibe a la MUS como una tecnología o enfoque de políticas públicas para la planificación y gestión de la movilidad en las ciudades; el otro teórico, desde la epistemología e historia de las ciencias que entiende a la MUS como una teoría sobre la planificación y la gestión de la movilidad. Según la primera, la MUS sería una caja de herramientas técnicas para la gestión de la movilidad de las personas y las infraestructuras, instituciones y tecnologías que le subyacen, que además de haber formulado un conjunto de objetivos e instrumentos generales de actuación, debería estar en condiciones de ofrecer instrumentos concretos, condiciones de aplicación y exhibir cierta coherencia en sus objetivos y eficacia práctica en sus logros. Según la segunda acepción, se trataría de una teoría o paradigma teórico dentro de las teorías del transporte urbano en general que ofrece un visión o conjunto de general de valores comunes a una comunidad disciplinar compuesto de problemas, modelos, instrumentos y métodos propios, con un grado razonable de diferenciación y coherencia interna.En la segunda parte se ofrece evidencia particular dentro de los estándares de evaluación propios de cada marco interpretativo con la expectativa de contribuir a una respuesta al interrogante general. Asimismo, se intenta proponer una nueva dirección para recomponer cada una de las insuficiencias identificadas. Se buscará sostener que, en tanto teoría, algunos de sus componentes analíticos no son completamente coherentes con su visión paradigmática, es decir, algunos instrumentos, métodos, reglas y modelos responden a otros paradigmas e incluso tiene dificultades para delimitar su campo disciplinar, siendo la ausencia de manuales una expresión de la falta de acuerdos disciplinares sobre cuestiones centrales. Por otro lado, en tanto enfoque práctico, algunos de sus instrumentos parecen carecer de los métodos y reglas de aplicación que los hagan viables en el plano que debe ser valorado el conocimiento práctico, el pragmáticoEn la tercera parte, a modo de conclusión, se resumen las contribuciones y se incita aumentar el contenido teórico y practico de la MUS.

Resumen de la Ponencia:

El aporte de Mary Douglas, Jürgen Habermas y Andrew Feenberg para interpretar el proyecto de la modernidad Carlos Segovia (Usal) cascundy@hotmail.comFederico Mitidieri (Usal) fedemitidieri@yahoo.com.arSusana Barbosa (Usal) susanbarbosa@gmail.comArgentina – Ciudad Autónoma de Buenos Aires  Esta propuesta pertenece a un proyecto de investigación en curso y apunta a relevar los aportes de tres autores de las humanidades europea y canadiense del siglo XX, M. Douglas, J. Habermas y A. Feenberg, en torno a la organización de la vida social, poniendo el acento en el riesgo, la cultura y la técnica. Del  riesgo ha sido Douglas la pionera para la ulterior teoría social del riesgo; la cultura en el Habermas de escritos tempranos y en una conferencia de 1980, es un interés que define las ciencias histórico-culturales y es también la argamasa en la cual se puede expresar la comunicación; la técnica para Feenberg se coloca por encima de todo esencialismo y pone en primer plano la acción técnica como acción social. Desde una historia crítica de las ideas sociofilosóficas, nuestro trabajo apunta a interpretar el “proyecto de la modernidad” mediante la reconstrucción del marco de la polémica entre  los autores mencionados.  Palabras clave: Douglas, Habermas, Feenberg, proyecto de la modernidad 

Introducción:

En este trabajo nos ocupamos de los conceptos de 'riesgo', 'cultura' y 'técnica' en relación con el proyecto de la Modernidad. En primer lugar relevamos someramente el tema riesgo en Mary Douglas; luego nos interesa particularmente el modo en que los conceptos de cultura y técnica son estudiados por Jürgen Habermas en el período 1964-1971, y en su trabajo de 1980, “Modernidad: un proyecto incompleto”. Y también el modo en que los piensa Andrew Feenberg, tres décadas más tarde, desde su particular propuesta de una teoría crítica de la tecnología. A partir de estos análisis consideramos que es posible empezar a delinear las diversas maneras en que estos autores entienden la dialéctica entre Modernidad y Emancipación, central para la tradición de la teoría crítica a la que pertenecen. 

Como un antecedente no canónico a Habermas y Feenberg hemos propuesto a Mary Douglas, principalmente por haber sido pionera en pensar el 'riesgo' en el contexto de la modernidad, mucho antes de la consolidación del campo gnoseológico sociología del riesgo.  En un contexto tan apocalíptico como en el que nos rodeara en la pandemia si hubo una noción importante de la terminología filosófico-social ésta (Douglas, 1985); pero entonces su aporte fue menos usado por la academia que por los usuarios de seguros. Poco habituados como estamos a las casuísticas a lo Durkheim que gestiona Douglas rescatamos su registro como algo original. A Douglas le interesa el mundo de los símbolos, rituales y objetos de la vida cotidiana que se imbrican en la construcción de la vida social. Pese a su formación en la antropología cultural, no se focaliza en abstracciones sobre cosmovisiones sino en creaciones culturales observables, con lo que hace de la realidad cotidiana el foco de sus investigaciones.

Desarrollo:

Una lectura minuciosa de “Ciencia y técnica como ideología” y de “Modernidad: un proyecto incompleto” de Habermas, permitió comprender las principales críticas que el autor plantea al modo en que los autores de la primera generación de la Escuela de Frankfurt pensaron la cuestión de la técnica, especialmente Herbert Marcuse. El principal problema que Habermas encuentra en esas lecturas es que sólo piensan  la racionalidad con respecto a fines (la racionalidad instrumental) y no ven la importancia de la racionalidad comunicativa. Por eso su análisis de la racionalización de la sociedad termina siendo tan pesimista. Si sólo se considera la racionalidad con respecto a fines como modo de racionalización de la sociedad, entonces el resultado es la sociedad administrada con las funestas consecuencias que ya señalaron Adorno y Horkheimer en Dialéctica de la Ilustración y Marcuse en El hombre unidimensional. Para ellos el avance de la ciencia y de la técnica conducía indefectiblemente a la dominación de la naturaleza por el hombre y a la dominación del hombre por el hombre. Y la ciencia y la técnica llegarían a ser la ideología de la sociedad capitalista. De ahí que a veces se los pudiera tildar como antimodernos. Si la modernización sólo podía concluir en el sistema de la dominación total, entonces se tornaba difícil encontrar sus aristas positivas y, mucho más difícil aun encontrar los nexos entre modernización y emancipación. Parecía no haber alternativa.

Dice Habermas que si se tomara en cuenta que la racionalidad con respecto a fines no es la única forma de racionalidad sino que también existe otra forma de racionalidad, la racionalidad comunicativa, entonces se podría ver cómo ésta podría repolitizar el mundo de la vida y, desde allí, guiar a la racionalidad con respecto a fines en su racionalización de los subsistemas sociales. De esta manera, entonces, la racionalización de la sociedad podría tener un potencial emancipador y la modernización de la sociedad por medio de la técnica podría no llevar necesariamente a la barbarie, como suponen los autores de la primera generación (Horkheimer, Adorno, Marcuse). Pero para ello será necesario someter el desarrollo de la ciencia y de la técnica al marco institucional del mundo de la vida, donde la racionalidad comunicativa pueda tener la última palabra. Es decir, se debe realizar una crítica a la tecnocracia, que despolitice la sociedad haciendo que incluso el mundo de la vida quede bajo la racionalidad instrumental. 

La ciencia y la técnica no son por sí mismas emancipadoras, pero tampoco llevan necesariamente a la dominación. La modernización, con el desarrollo técnico y científico, podría llevar a la emancipación, pero si y sólo si el proceso es guiado por la política. Si y sólo si la última palabra la tiene la racionalidad comunicativa y no la ciencia y la técnica como ideología.[1]

Andrew Feenberg, por su parte, comparte la idea habermasiana sobre la posibilidad de que la modernización de la sociedad lleve a la emancipación, pero por motivos muy distintos. Por un lado, considera que Habermas es ingenuo al creer que politizando el mundo de la vida va a poder guiar a la ciencia y la técnica hacia otras consecuencias, distintas a las de la unidimensionalidad marcuseana. Para Feenberg, lo que hay que politizar, democratizar, es justamente la tecnología. Hay que democratizar los códigos técnicos. Si no, con la tecnología realmente existente, la emancipación no va a ser nunca posible, se va a seguir reproduciendo la dominación capitalista, legitimada en la supuesta neutralidad de los fines racionales de la técnica, porque está enquistada en los códigos técnicos. 

La principal diferencia entre Feenberg y los integrantes de la primera generación de la escuela de Frankfurt y también Habermas, es que para el canadiense la tecnología realmente existente no es la única tecnología posible, no es la única racional, ni es universal, sino que es histórica, producto de esta sociedad del capitalismo avanzado. Pero podría haber tecnologías alternativas que lleven a modernidades alternativas. Sólo así podría ser posible la utopía de la transición al Socialismo. No con la tecnología actual, basada en el código técnico capitalista, sino entendiendo a esos códigos técnicos como escenarios de luchas micropolíticas que pueden llevar a su modificación. Ahora bien, esta democratización radical de la sociedad de ninguna manera podría llegar, como pretende Habermas, por la mera repolitización del mundo de la vida; sino que lo que hay que repolitizar es a la tecnología misma, que no es la única racionalmente posible, sino que favorece los intereses de los grupos de poder hegemónicos y obstruye otras orientaciones posibles. 

En su teoría crítica de la tecnología, Andrew Feenberg postula que la tecnología es socialmente relativa y que el producto de las elecciones técnicas está mucho más mediado por los intereses de los distintos grupos sociales en pugna de lo que podría parecer a primera vista. La teoría crítica de la tecnología busca desarticular las posiciones que plantean la necesidad racional y universal de las decisiones técnicas. Ya en los años ochenta, el giro constructivista en los estudios de la tecnología mostró que muchas configuraciones posibles de recursos podían dar lugar a aparatos eficientes. Los diferentes intereses de los diversos grupos de poder involucrados en el diseño se reflejan en sutiles divergencias de los que son, en el fondo, el mismo aparato. Así es como las elecciones sociales intervienen no sólo en la definición del problema técnico sino también en su solución. La tecnología tal como existe en la realidad es, por tanto, mediada por intereses y valores sociales, y el producto de las decisiones técnicas es un modo de organización social que preserva e impone, invisiblemente, el modo de vida de uno u otro grupo social influyente. De modo que podemos decir que la tecnología está “subdeterminada” o “subcondicionada” por el criterio de eficiencia y está mediada por diversos intereses y valores particulares que actúan en la selección entre estas opciones.

La intervención de intereses no necesariamente reduce la eficiencia, pero sesga el desarrollo tecnológico y sus posibilidades de responder a un programa social alternativo.  

       El “código técnico” articula la relación entre las necesidades sociales y las técnicas. La racionalización democrática de la tecnología, entonces, abre el futuro del desarrollo tecnológico y lo incorpora al juego político de las deliberaciones democráticas contemporáneas. Así, presenta una alternativa, tanto a la celebración de la tecnocracia triunfante en los enfoques neoliberales, como a la visión pesimista de la catástrofe tecno-cultural, de enfoques como el de Heidegger o de la primera generación de frankfurtianos. Un “código técnico” (o “código de diseño”, como lo llama Feenberg en teorizaciones posteriores) es “la realización de un interés bajo la forma de una solución técnicamente coherente a un problema”[2]. Esta manera de entender las cosas permite ver con otros ojos la naturaleza de las controversias éticas y políticas que involucran a la tecnología. Por lo general, se las solía entender como una oposición entre eficiencia y valores. Pero ahora podemos ver que esta oposición es construida y que oculta el verdadero costado político de lo que se presenta como neutral.

En el desarrollo tecnológico, conocimiento técnico y valores van de la mano. Pero los valores deben ser traducidos a un lenguaje técnico para que no queden solo en buenas intenciones. Un ejemplo de esto pueden ser las rampas para personas con discapacidad motriz. Primero surgieron como protestas por el derecho a circular por el espacio público, pero ese derecho a circular sólo se tradujo a la realidad de la vida social de las ciudades una vez que los ingenieros pudieron especificar la ubicación, ancho y pendiente de la rampa. 

Del mismo modo, nuestro mundo fue performado por valores que precedieron a las creaciones técnicas. Las tecnologías son la expresión cristalizada de esos valores y, al invisibilizarlos, favorecen su reproducción. Ciertamente una vez que los conflictos éticos y políticos pasan a formar parte del diseño de los artefactos, o del sistema social mismo, y una vez que esos valores y demandas sociales son internalizadas a través de su incorporación dentro del código técnico, hay una tendencia a elidir o perder de vista los componentes sociales involucrados en dicho proceso. De allí que se tienda a considerar a los artefactos como entes desprovistos de influencias sociales, como si hubieran sido concebidos fuera de la realidad social, histórica, y de sus valores e ideologías. Es decir, hay una tendencia a verlos como si fueran una segunda naturaleza. 

La tecnología no puede ya ser considerada como una mera colección de dispositivos ni, en general, como la suma de medios racionales y neutrales para un fin. Estas son definiciones interesadas, que presentan a la tecnología como más funcional y menos social de lo que es. Si entendemos que la tecnología es socialmente relativa, entonces podremos fácilmente imaginar que una estructura de poder diferente innovaría hacia una tecnología alternativa, con diferentes consecuencias sociales y políticas. En este sentido la tecnología, sostiene Feenberg, es “un escenario de lucha social, en el que las alternativas de la civilización están en pugna”[3].

Para Feenberg no existe algo así como la tecnología en sí. Hoy en día usamos esta tecnología específica con limitaciones que se deben, no sólo al estado actual de nuestro conocimiento, sino también a las estructuras de poder que sesgan ese conocimiento y sus aplicaciones. Pero una democratización profunda de la tecnología podría cambiar esta situación. En clave foucaultiana podríamos decir que esta propuesta haría posible, por medio de micro-resistencias, la emergencia de una reforma tecnológica progresiva, con sus correspondientes consecuencias políticas y sociales.

La proliferación de estas micro-resistencias conducirá, finalmente, a una convergencia en la que los distintos actores sociales involucrados, de modo más o menos directo, con las consecuencias de un cierto sistema técnico serán capaces de articularse políticamente a fin de formar un movimiento contrahegemónico. Y éste llevará, según Feenberg, a una democratización de los códigos técnicos y los diseños y, por tanto, a un mayor grado de control sobre el impacto de la tecnología en la naturaleza y en los otros seres humanos.

El auténtico progreso tecnológico[4] no tiene por qué implicar necesariamente la dominación y la conquista total de la naturaleza, sino que otras formas de racionalidad tecnológica son posibles. Una racionalización democrática, o subversiva, podría dar lugar a nuevas formas de ordenamientos sociales, a nuevas instituciones, también mediadas por la tecnología, pero no por eso necesariamente iguales a las realmente existentes, y con diferentes consecuencias tanto sobre los grupos sociales afectados como sobre la naturaleza. 

 

[1] Cfr. J. Habermas (1968): “Ciencia y técnica como 'ideología'” en J. Habermas, Ciencia y técnica como 'ideología' (“Technik und Wissenschaft als 'Ideologie'”, Frankfurt), trad. M. Giménez Redondo y M. Garrido, Tecnos, Madrid, 1984: pp. 53-112.

[2] A. Feenberg (2005) “Teoría crítica de la tecnología”, Revista CTS, N° 5, vol. 2: 109-123.

[3]A. Feenberg: “Subversive Rationalization: Technology, Power and Democracy”, en A. Feenberg y A. Hannay, eds., Technology and the Politics of Knowledge, Bloomington and Indianapolis: Indiana University Press, 1995.

[4] Sobre la cuestión del progreso ver “Más allá del dilema del desarrollo” en: A. Feenberg, Transformar la tecnología. Una nueva visita a la teoría crítica, trad. C. Alfaraz et al., Bernal: Universidad Nacional de Quilmes, 2012.

Conclusiones:

En conclusión, hemos tratado de poner en diálogo a tres autores para verificar si los temas del riesgo, la cultura y la técnica tal como son analizados y puestos en discusión por ellos pueden ser facilitadores de la dialéctica de la modernidad y  la emancipación (Paolicchi, 2017). Así como Douglas instaura un registro pionero del riesgo, Habermas parece ir más lejos que Marcuse, Adorno y Horkheimer con el tema de la cultura y de la técnica, pero es Feenberg quien abre la caja negra de la conceptualización del campo cognitivo de lo técnico y puede afirmar la emancipación a pesar de la modernidad.  

Bibliografía:

Bibliografía

T. W. Adorno y M. Horkheimer (1998), Dialéctica de la Ilustración [1944/7], Valladolid, Trotta. 

 

M. Douglas (1966), Pureza y peligro: análisis de los conceptos de contaminación y tabú (Purity and Danger: An Analysis of Concepts of Pollution and Taboo, Londres), Siglo XXI, España, 1973. 

 

---------------- (1970), Símbolos naturales. Exploraciones en cosmología (Natural Symboles. Explorations in Cosmology), trad. Carmen Criado, Alianza, 1978.

 

---------------- y Isherwood, B. (1979), El mundo de los bienes. Hacia una antropología del consumo (The World of Goods. Towards an Anthropology of Consumption), trad. Enrique Mercado, Grijalbo, México, 1990. 

 

M. Douglas (1985), La aceptabilidad de riesgo según las ciencias sociales (Risk acceptability according to the social sciences NY), trad. V. A. Martínez, Paidós Ibérica 1996.

 

A. Feenberg (1995) ​ Alternative Modernity: The Technical Turn in Philosophy and Social Theory. ​Berkeley: University of California Press.

 

---------------- “Subversive Rationalization: Technology, Power and Democracy”, en A. Feenberg y A. Hannay, eds., Technology and the Politics of Knowledge, Bloomington and Indianapolis: Indiana University Press, 1995.

 

---------------- (1999) Questioning Technology​. London: Routledge.

----------------(2002) Transforming Technology: A Critical Theory Revisited. New York: Oxford University Press.

 

----------------(2005) “Teoría crítica de la tecnología”, Revista CTS, N° 5, vol. 2: 109-123, 2005.

A. Feenberg (2017) Technosystem. The social life of reason, Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 2017.

J. Habermas: (1968), “Ciencia y técnica como 'ideología'” en J. Habermas, Ciencia y técnica como 'ideología' (“Technik und Wissenschaft als 'Ideologie'”, Frankfurt), trad. M. Giménez Redondo y M. Garrido, Tecnos, Madrid, 1984: pp. 53-112.

 

------------------ (1980), “Modernidad: un proyecto incompleto”, conferencia al recibir el premio Theodor Adorno. En 1981 en Estados Unidos, Habermas la repitió en el New York Instituteof Humanities; New German Critique, 1981.

 

C. F. Mitidieri, (2021), "Lo político en el tecnosistema. Una mirada desde la teoría crítica de la tecnología de Andrew Feenberg”, en: A.A.V.V., La técnica. Discusiones fundamentales desde la filosofía. Centro de Publicaciones PUCE, Quito, Ecuador. 

 

L. Paolicchi (2017), “Discursos sobre la Modernidad. Algunas coordenadas para una discusión continua” en Conti, R. (comp.), Perspectiva Descolonial: Conceptos, Debates y Problemas. Mar del Plata, Eudem, ISBN: 978-987-1921-97-3. pp. 179-202.

 

------------ (2018), “El laberinto de la Ilustración. Habermas y Foucault sobre discurso, crítica y

modernidad” (en co-autoría con Germán Pérez) en M. Schuster  y G. Pérez (Eds.), Filosofía y Métodos de las Ciencias Sociales vol. 2, Buenos Aires, Manantial, 2018.

Palabras clave:

Riesgo; Cultura; Técnica; Proyecto de la Modernidad; Teoría Crítica